Estaria Eduardo Cunha antecipando sua campanha presidencial?

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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O presidente da Câmara criou um projeto que o permite viajar o Brasil cumprindo agendas públicas, entre 2015 e 2016. Hoje, em São Paulo, ele enfrentou protestos

Jornal GGN – O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha nunca negou que tenha pretensão de chegar à Presidência da República já em 2018 pelo PMDB, conforme observou, em entrevista exclusiva ao GGN, o senador correligionário Roberto Requião. E sabe Cunha que não é trancado dentro do gabinete que esse “sonho presidencial”, como disse Requião, será realizado. É preciso ser visto para ser lembrado.

Pois Cunha lançou, na semana passada, o projeto Câmara Itinerante, que permite que ele viaje o Brasil inteiro, ao longo de 2015 e 2016, cumprindo agendas públicas ao lado de deputados federais, estaduais, vereadores, prefeitos e governadores simpatizantes de sua empreitada. 

Nesta sexta-feira (27), por exemplo, ele está em São Paulo, onde, à tarde, caminhará ao lado do chefe do Palácio dos Bandeirantes, Geraldo Alckmin (PSDB). Cunha quer conhecer a estrutura de saúde que o governador tucano montou na Rede Lucy Montoro.

Pela manhã, Cunha começou o dia promovendo uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado (Alesp), sobre reforma política, pacto federativo e crise hídrica. Mas o peemedebista – que fez uso do microfone para criticar a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) na economia – enfrentou protestos com direito a beijo gay e cartazes com os dizeres “Fora Cunha, seu homofóbico”. O escracho rendeu a expulsão dos manifestantes pela polícia, sob comando do presidente da Casa, Fernando Capez (PSDB). (Leia mais aqui)

A passagem sem sucesso pela Assembleia paulista é só o primeiro dos compromissos de Cunha hoje em São Paulo. Às 11h40, ele tem visita agendada na União Internacional Protetora dos Animais. Segundo informações da Agência Câmara, Cunha receberá da entidade um pedido de “anistia fiscal” a instituições de utilidade pública que cumprirem “deveres atribuídos ao poder público” na promoção de cuidados e proteção a animais.

Às 13h30, o presidente da Câmara tem um almoço no Instituto Chefs Especiais, uma organização não-governamental que oferece cursos na área de gastronomia para jovens portadores de Síndrome de Down. À tarde, por volta das 15h20, ele visita a ONG Cruz Verde, que presta assistência a pessoas com paralisia cerebral grave. Só às 16h20 é que Cunha seguirá os passos de Alckmin.

Apesar da agenda com caráter de candidato a cargo no Executivo, Cunha afirma que o programa Câmara Itinerante é uma maneira de aproximar a sociedade dos trabalhos do Legislativo. Em vídeo institucional, ele explica que as visitas às Assembleias estaduais – obrigatória em toda viagem – é uma maneira arquitetada de “obter sugestões, debater projetos importantes em andamento na Casa e também novos projetos que, porventura, vão surgir através desses debates. Ao mesmo tempo, temos programas e projetos que estão produzindo efeitos sociais. Queremos divulgar isso.”

Primeira edição

 

Na primeira edição, realizada na última sexta-feira (20), a Câmara Itinerante de Eduardo Cunha se propôs a debater reforma política e pacto federativo no Paraná. Segundo informações de O Globo, Cunha foi recebido pelo governador Beto Richa (PSDB), que aproveitou o ensejo para defender o fim da reeleição. Cunha ainda contou com apoio da OAB e da associação comercial local.

A assessoria da Câmara registrou a insatisfação de quem tentou defender a participação popular na construção da reforma política. “O professor de escola pública Artur Conceição criticou o modelo adotado pela Câmara para debater a reforma e o pacto federativo com a população. ‘Não temos registro de protocolo das nossas reivindicações. É ridículo da maneira como isso tudo foi colocado. Pagar viagem para deputado vir aqui falar não é autêntico. É ridículo’”, disse ele.

A agenda no Paraná para o horário do almoço não foi divulgada, mas consta que, à tarde, Cunha visitou a Escola Alternativa, uma entidade que atende criança com deficiência.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

20 Comentários

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  1. Temos que reconhecer que ele tem todo o direito

    de pleitar o cargo. E vai ter sucesso no financiamento da campanha já que quem paga não precisará pagar os altos custos de figuras simbólicas tais como Marina Silva e Aécio Neves, que não gostam muito de trabalhar de verdade.

  2. Qual projeto de nação?

    Qual será o projeto de nação que Eduardo Cunha e o seu partido (PMDB) oferecem ao país?

    O PMDB tinha maioria total em ambas as câmaras (1986-1989) e ainda a totalidade dos governadores de Estado (excetuando Pernambuco, de Miguel Arraes) e o que fez?

    O PMDB é uma máquina incubadora de políticos profissionais. Nascem dele novos partidos (até os tucanos, inclusive) e chegam a ele os novatos, para aprender a arte de ser político no Brasil.

      1. Bobagem sua

        Se quiser somar roubalheira acho que a direita ganha de goleada.

        Metrão, Mensalão Tucano, Furnão, HSBção, Banestadão, Reeleição, etc.

        Não desvia do assunto. O projeto de nação do PT é muito claro: Nação autônoma, com viés social e distribuição de renda. Economia planejada.

      2. O petismo foi criado para

        O petismo foi criado para ficar uns 500 anos de poder e só depois disto é que se poderá avaliar se prestou ou se muda

  3. O telhado de vidro é bem grande

    E pode essa campanha, digo, agenda na conta da Câmara ? Se ele quer fazer campanha, marcar seu nome, que o PMDB ou ele mesmo banque esse vai-e-vem pelo Brasil e todo e o custo que envolve essas “agendas” com governadores e prefeitos. 

    De toda forma acho meio dificil que Eduardo Cunha chegue la. A ficha corrida dele é grande e o que deve ter de dossiê por ai, com seu nome…

  4. O PMDB é um partido parasita por excelência…

    O PMDB é um partido parasita por excelência. Duvido que consigam emplacar um candidato viável à presidência. A vocação dessa agremiação é viver nas sombras do poder. Se aparecerem na luz do dia, figuras como Renan Calheiros e Eduardo Cunha se desintegram, pois vampiros só sobrevivem na escuridão.

    Caso o PMDB resolva lançar candidato à presidência, o país inteiro sai ganhando, pois tudo o que há de podre na política estará resumido nesta candidatura. Além disso, o PT estaria livre do jogo sujo desse partido fisiológico.

  5. Tem que fazer um pacto bem

    Tem que fazer um pacto bem feito com a midia.

    Uma melhor do que o Aecio fez, pq se mostrar os esqueletos que ele tem guardado, nao sobrevive nao. 

  6. Sem condições, esse cara não

    Sem condições, esse cara não sobrevive ao escrutinio de uma campanha eleitoral. Tem coisa demais no passado dele

  7. Muito cuidado com esse cara

    Ao contrário do que muitos pensam, Eduardo Cunha pode sim dar muito trabalho numa campanha presidencial, podendo facilmente  tomar do Aécio e da Marina seus apoiadores, pois ele é conservador declarado tanto no aspecto moral como econômico, é um exímio orador, tem muita inteligência e experiência política, além de ter fortíssimo apoio financeiro de diversos setores econômicos, sem contar que sendo presidente da camâra pode fazer de gato e sapato do Executivo para fazer as coisas andarem a seu favor.

  8. Isso Pode?

    Eu não quero esse homem como presidente enquanto estiver viva. O que ele esta fazendo Pode? Eu vou fazer pesquisa, o povo tem que acabar com ele na rua, ficar de marcação por onde ele passar, o  que que é isso, esse achador esta fazendo campanha com o nosso dinheiro fora de hora, Safado.

  9. Isso aí é pra justificar os

    Isso aí é pra justificar os monumentais gastos com diárias que vem pela frente, depositados, obviamente, nas nossas costas. Por outro lado, na hora que os filhos de Roberto Marinho resolverem tirá-lo, vai ser num peteleco: um dia de reportagens gerais na Rede Golpe, incluindo revistas, jornais e portais… e ela “já era!”

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