EUA devem aumentar alcance de punições na Lava Jato

Jornal GGN – Especialistas acreditam que o alcance dos Estados Unidos nas punições da Operação Lava Jato poderá aumentar, principalmente após a ida de delatores da operação aos EUA para repetir, para Securities and Exchange Comission (SEC) e para o Departamento de Justiça, as informações que já forneceram para a Justiça brasileira. As punições devem chegar a pessoas e empresas que estão fora do alcance de Sergio Moro, dizem os especialistas.

Julio Camargo e Augusto Mendonça, ligado à Toyo Setal, já refizeram seus depoimentos nos EUA. Outros envolvidos que deverão fazer delação nos Estados Unidos são Pedro Barusco, ex-gerente de serviços da Petrobras, o doleiro Alberto Yousseff e o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

De acordo com informações do Valor, especialistas na lei americana dizem que as investigações podem resultar na abertura de processos não somente ligados à FCPA (lei anticorrupção no exterior), mas também por lavagem de dinheiro. Entre os alvos também podem estar bancos americanos que tenham facilitado o pagamento de propina, mesmo que sem dolo, e também empresas dos EUA e multinacionais sujeitas às leis dos Estados Unidos, como algumas companhias brasileiras investigadas na Lava Jato e com forte atuação no mercado americano.

Do Valor

EUA podem ampliar alcance de punições da Lava Jato

Por Fernando Torres e Camila Maia

A ida de delatores da Lava ­Jato aos Estados Unidos para repetir aos investigadores da Securities and Exchange Commission (SEC) e do Departamento de Justiça (DoJ, como é conhecido em inglês) as mesmas informações prestadas à Justiça brasileira, levanta dúvidas sobre os desdobramentos futuros do caso na terra do Tio Sam, uma vez que já existe colaboração dos americanos com a força- tarefa de Curitiba.

Um ex-­integrante do DoJ afirma que a reedição das delações poderia representar apenas uma garantia de não punição dupla nos Estados Unidos, já que a condenação no exterior não é suficiente para livrar uma pessoa ou empresa sob jurisdição americana de uma nova pena, segundo a legislação de lá.

Mas a aposta majoritária entre especialistas é de que, em breve, as punições chegarão a pessoas e companhias que hoje estão fora do alcance do juiz Sergio Moro.

Os delatores que já refizeram seus depoimentos nos Estados Unidos são Júlio Camargo e Augusto Mendonça, ambos ligados à Toyo Setal, conforme revelado pelo Valor em abril. Pedro Barusco, ex­gerente de serviços da Petrobras, também viajou aos Estados Unidos para fechar o acordo de delação. Também negociam uma delação o Alberto Youssef e o ex­diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

A visão de uma série de especialistas em legislação americana ouvidos pelo Valor, alguns sob condição de anonimato, é de que as investigações podem resultar na abertura de processos criminais não apenas ligados à lei anticorrupção no exterior (FCPA), como também por lavagem de dinheiro e debaixo da Travel Act, que penaliza aqueles que usaram meios de comunicação americanos para realizar atos ilegais.

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Redação

14 Comentários

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  1. Será o Benidito?”

    Será o Benidito?” Conseguiram,  os EUA e países da AL, em pleno século XXI, criar a ALIANÇA PARA O PROCESSO,  que acaba de vez com o progresso nos países perféricos aliados.

  2. Essa “justiça” brasileira..

    Essa “justiça” brasileira, fortemente representada no pr, ajudando a transformar o Brasil num país de merda, subjugado aos canalhas americanos.

    Já dizia a música: Brasil, qual é o seu negócio? O nome do seu sócio?

  3. Chiques e Chiliques – não confundir com wikileaks!

    Como se fala “Não vem ao caso”, em inglês?

    Pois é…

    Agora vai ficar tudo muito chique!

    E caro, tipo exportação!

    Vazando tudo no New York Times, hein?

  4. https://www.justice.gov/sites

    https://www.justice.gov/wp-content/uploads/jmd/legacy/2014/02/28/doj-fy-2014-2018-strategic-plan.pdf#s9

     

    Acima o PLANO ESTRATEGICO DO DEPARTAMENTO DE JUSTIÇA DOS EUA ATÉ 2018, onde as “partnership”, colaboração estrategica com procuradores de outros paises é um dos “targets”, alvos do plano, pode ver especialmente no Strategic Goal numero 3.

    O Plano Estrategico é uma declaração de principios onde todo o foco é a ” proteção do povo americano” contra o mundo,

    é um plano tão amalucado que parece incrivel que se coloque isso no papel.

    O ativismo é impressionante, eles querem controlar o mundo inteiro com suas leis e programas. A distancia o Presidente Obama parece um homem centrado e equilibrado mas o que ele trouxe de Chicago para colocar no Departamento de Justilça é ala mais radical do “politicamente correto”,  gente raivosa totalmente anti-business e salvacionista.

    Não é atoa que se deram bem com os procuradores da Lava Jato, estão na mesma linha de pensamento, vamos salvar o mundo porque só nós somos limpos, honestos, éticos e puros, os outros são bandidos e mal intencionados.

    Loretta Lynch e Leslie Caldwell tem horror à politica e aos politicos, parece gente que saiu de alguma seita do Meio Oeste.

    1. A Loretta Lynch pode até ter

      A Loretta Lynch pode até ter horror à política, mas a sua conversa “casual” sobre netos com o político Bill Clinton (ele já tem neto?), parece que foi proveitosa para a madame Cilinton. Pelo que li, o FBI não está muito disposto a complicar a vida da Hillary no caso dos e-mail privados com  assuntos sigilosos. Ou não tem nada a ver?

      1. Meu caro, é tudo muito

        Meu caro, é tudo muito “teatro” eles são os reis da hpocrisia, falsos dos pés a cabeça, quando precisam trabalhar com a m…. não pensam duas vezes. Os muitos livros americanos sobre as coisas que aconteceram no Iraque de 2003 em diante mostra que eles negociaram com a nata do lixo humano que o planeta contem para controlar o Iraque, tipos que aqui fariam nossos operadores do petrolão parecerem sacristãos de igreja do interior de Minas, agora ficam horrorizados com nossos petrolinhas MAS eles já viram coisa muito pior, sugiro a leitura de THE OCCUPATION OF IRAQ, de Ali Allwawi,  da Yale University Press, o autor foi Ministro da Justiça do Iraque já sob ocupação americana, de uma só vez roubaram US$11 billiões da Companhia de Petroleo do Iraque.

         

    2. Sim caro AA, e os “puros”

      Sim caro AA, e os “puros” americanos também são seletivos, assim como os nossos. Para eles empreiteiras brasileiras são de menos. E a Petrobrás e o programa nuclear brasileiro nem se fala! 

      Agora a pergunta que não quer calar. Teriam esses “puros” de lá poder para botar suas mãos “purificadoras” em empreiteiras e petrolíferas multinacionais americanas? 

      Acho que o destino que tiveram os bancos e todas as agências americanas diretamente envolvidas na crise de 2008 já responde essa pergunta. Ou será que teve um Moro lá que destruiu o sistema bancário americano e eu não vi?

      1. sim caro AA…

        Juliano Santos você conseguiu ver todo o panorama e não somente a parede enfrente ao nariz, como é feito na ” Pratia da Ingenuidade”. Não são somente as empreiteiras BRASILEIRAS. É a Petrobrás BRASILEIRA. O Sistema Nuclear BRASILEIRO. Num país e nestes setores onde 98% das empresas são multinacionais estrangeiras, investigação alguma apontou estas empresas. Por que será? Mas aqui a imbecilidade é grotesca, coisa de piada, o MP brasileiro vai a outro país para fazer acusações contra o governo que ele mesmo representa. Somos uma caricatura de país.  

  5. Isto é fruto da covardia dos

    Isto é fruto da covardia dos que batem panelas anonimamente, buscando gerar a anarquia da Democracia, negando suas caras até que se possam esconder na multidão de passeatas apócrifas. É o resultado do complexo de vira-latas.

    E esse será o preço de se defender interesses egoístas, interesses financeiros descabidos, ao invés de buscar o esforço na luta pela soberania e vergonha na cara.

    Com isso também se vai perder conquistas científicas importantes, de que a ralé do pensamento de luxo nem tem idéia. Quem viver verá.  

  6. E a FIFA?

    Por onde será que anda a investigação da FIFA? O marin está luxuosamente instalado em belo apartamento em NY. É o tipo de prisão sonhado por qualquer bandido.

  7. Isso dá uma puta munição para

    Isso dá uma puta munição para os EUA usarem contra toda a classe política brasileira. Qualquer político que tenha se envolvido com esse rolo — e são muitos, provavelmente de todos os partidos — poderia passar a ser processado nos EUA, possivelmente junto com família e amigos que tenham recebido benesses, ao bel prazer da justiça dos EUA.

    Se eles fossem atrás disso com isenção poderia até ser uma boa; um judiciário externo catando os envolvidos que foram acobertados por nossa mídia e para os quais nosso judiciário tupiniquim fez vista grossa poderia reduzir em muito a impunidade. Mas eu não apenas não confio na imparcialidade da justiça americana, além disso desconfio que eles vão fazer uso político da capacidade de abrir processos legais para pressionar nossos políticos a serem mais atenciosos com os interesses dos EUA.

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