Falta trabalho no país para 24 milhões de pessoas, aponta IBGE

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Busca por vaga: parcela que mais cresce é a dos que procuram há mais de um ano ou mais de dois anos

CESAR ITIBERÊ / FOTOS PÚBLICASDesemprego_Foto_Cesar_Itibere_00221022017.jpg

da Rede Brasil Atual

Falta trabalho no país para 24 milhões de pessoas, aponta IBGE

Pesquisa do instituto mostra ainda que aumentou o tempo de busca por emprego. Taxa de desemprego é maior para negros e diferença de rendimentos revela um “abismo”, diz coordenador

por Redação RBA

São Paulo – Além dos 12,3 milhões de pessoas consideradas desempregadas no Brasil, há outras 12 milhões que gostariam de estar trabalhando ou têm jornada considerada insuficiente, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje (23) pelo IBGE. A chamada taxa de subocupação, que agrega esses dois grupos, atingiu 22,2% no último trimestre de 2016, ante 17,3% em igual período do ano anterior. São 5,8 milhões de pessoas a mais nessa condição.

Os dados do instituto mostram também que o tempo de busca por emprego tem aumentado. “Está mais difícil encontrar trabalho”, diz o coordenador de Trabalho e Rendimento do instituto, Cimar Azeredo. Para metade das pessoas, o tempo de duração de procura varia de um mês a um ano, mas a parcela que mais cresce é a dos que procuram há mais de um ano ou mais de dois anos – nesse segundo caso, é um contingene superior a 2 milhões de desempregados. 

A taxa média de desemprego no país foi estimada em 12% ao final do quarto trimestre do ano passado, estável frente ao terceiro (11,8%) e maior que no final de 2015 (9%). Entre as regiões, as taxas ficam acima da média no Nordeste (14,4%), no Norte (12,7%) e no Sudeste (12,3%). E abaixo no Centro-Oeste (10,9%) e no Sul (7,7%). 

Se o recorte for pelo número de desempregados, o país “ganhou” 3,269 milhões em um ano, para um total de 12,342 milhões, crescimento de 36%. Na região Centro-Oeste, essa alta chegou a 52,7%, com acréscimo de 309 mil. No Norte, aumentou 48,8%, com mais 333 mil desempregados. Na região mais populosa, o Sudeste, esse aumento foi de 31,8%: acréscimo de 1,364 milhão, totalizando 5,654 milhões. 

O IBGE aponta diferenças significativas nas taxas de desemprego entre homens (10,7%) e mulheres (13,8%), comportamento verificado em todas as regiões. As mulheres representam 52,2% da população em idade de trabalhar (a partir de 14 anos), mas são apenas 43% dos ocupados.

Entre os jovens de 18 a 24 anos, o desemprego chega a 25,9%. Cai para 11,2% na faixa entre 25 e 39 anos e para 6,9% entre trabalhadores de 40 a 59 anos.

A diferença também é grande quando se compara dados de trabalhadores brancos (taxa de desemprego de 9,5%), pessoas de cor preta (14,4%) e parda (14,1%), conforme a classificação do IBGE. Há um “abismo” no rendimento, afirma o coordenador do IBGE: o rendimento médio dos brancos foi estimado em R$ 2.660, acima da média nacional, no quarto trimestre (R$ 2.043). O do pardos cai para R$ 1.480 e o dos pretos, para R$ 1.461.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

5 Comentários

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  1. Esses golpistas…. Não tem

    Esses golpistas…. Não tem competeência nem para acabar com o trabalho para todos. 24 milhões é só o começo.

    Vamos lá,cambada!

  2. Eh culpa do Lula e da Dilma.

    Para aqueles milhões que se informam nas telinhas e impressos controlados pela Globo/Mossack-Fonseca, comparsa do judiciário corrupto, o desemprego e a criminalidade começaram e cresceram nos governos Lula e Dilma. Eh tudo culpa deles.

  3. Como saiu no G1

    E as organizações terroristas destruidoras da nação, o grupo globo, no seu portal G1 noticiou assim:

    24,3 milhões estão desocupados no país ou querem trabalhar mais. Depois alterou para:

    Mercado tem 24,3 milhões de trabalhadores subutilizados em 2016.

     

  4. Carnavalizando…

    Nassif e equipe, demais debatedores, bom dia.

     

    Peço venia  discordar.

    O autor do texto equivocou-se, vez que não falta “trabalho” no país, para o país e pelo país.

    Isso porque, o trabalho pode ser realizado mesmo sem carteira assinada.

    O que pode estar “faltando” é o emprego, isto é, aquela prestação de serviço( de trabalho) via contrato  sinalagmático com:

    Subordinação, não eventualidade, onerosidade,  pessoalidade,  exercido por uma pessoa física(natural).

    Eis a RELAÇÃO DE EMPREGO de acordo com as regras atuais.

    Aí sim.

    Aproveitando, vale lembrar do brocardo popular:   há aqueles que realizam  o trabalho “limpo” e outros, o  trabalho “sujo”. Lembram?

    Pois é. 

    Talvez, quem sabe, vá saber…  para os que realizam o trabalho “sujo” não está faltando “trabalho”.

    Mesmo porque alguns ou a maioria, ou todos, vá saber…  nunca ” procuram emprego”. Ou quando procurarm é “pró forma”, só pra constar, só pra dizer que um dia  “já foi empregado”…( na “empresa” do pai ou do amigo do pai,  evidentemente)

    Todavia, em regra, eles  “compram” o emprego, isto é, eles compram a “força de trabalho”, sobretudo, a “meritocrática”,  daquelas “famílias” que não possuem a propriedade dos meios de produção.  

    Essas “famílias”, portanto, vendem o único  “fator de produção” que possuem – sua força de trabalho –  para as outras famílias,  no “mercado”. (*)

    (*) mercado= Trata-se de ser misterioso, tipo alienígena ou monstro do lago ness, ou “era os deuses astronautas?”, ou enígma das pirâmides, ou  “decifra-me ou te devoro” enfim, algo confidencial  que vive em algum lugar do planeta terra em regime de “concorrência perfeita”.  Somente os  economistas de escol e de meia tigela sabem onde ele fica, age, e faz suas necessidades fisiológicas.

    Prossigo, dando um salto para encurtar a conversa.

    O que tá faltando é moralidade, honestidade, solidariedade, fraternidade, liberdade, entre outras coisas.

    Lado outro, sobra AVAREZA! Senão vejamos.

    Com  o “aquecimento” da oferta de “força de trabalho” via “crise” , evidentemente, para os economistas de escol e de meia tigela, “naturais”, o preço daquela “força de trabalho” deve “cair”.

    Aí sim, está na hora de “comprar” a mercadoria. Oportunidade de “negócio”! Supimpa!

    Leve três empregados e pague dois, via 60 horas semanais com 15 minutos de almoço, como diria alguns “filósofos pragmáticos” que conhecem o local de residência do “senhor mercado”.

    Mas, nem tudo está ruim.

    Em breve, após a revogação da lei “cópia da carta del lavoro” a CLT – como diz o “senhor mercado” -,   o “emprego” com carteira assinada, evidentemente para mentecaptos que pagam tributos  e geram lucros, em prol da “nação”, vai surgir, uma vez que o “trabalho sujo” já está sendo “realizado”.

    Haja paciência para aguentar a hipocrisia brasileira.

    Por fim, com espírito carnavalesco, carnavalizando, com samba no pé, “alegre” , em prol da nação unida, ops,

    saudações 

  5. Proponho um tema para os

    Proponho um tema para os economistas do blog: o processo em andamento de redução do papel  do Estado brasileiro a simples   arrecadador de tributos e provedor de ganhos aos rentistas não levará à destruição completa das bases do capitalismo no Brasil ? Por aqui, o capitalismo sempre dependeu dos investimentos do Estado, como também dos privilégios distriuídos à plutocracia via cofres públicos. Não é um tiro no pé ? Ou podemos concluir que o objetivo inconsciente dessa vulgar elite é restabelecer as capitanias  hereditárias e revogar a lei Áurea? Para esse propósito, temos um STF plenamente apto. Gostaria de ver uma análise do André Araujo sobre esse tema. 

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