Fapesp reduz em R$ 17 milhões bolsas de mestrado

Jornal GGN – De 2012 a 2015, a Fapesp reduziu em R$ 16,9 milhões os repasses para bolsistas de mestrado. Em 2012, o valor total era de R$ 51,2 milhões. Em 2015 foi de apenas R$ 34,3 milhões.

Em abril, o governador Geraldo Alckmin criticou o critério adotado pela Fapesp para financiar pesquisas. Ele declarou que os responsáveis pela agência “gastam dinheiro com pesquisas acadêmicas sem nenhuma utilidade prática para a sociedade. Apoiar a pesquisa para a elaboração da vacina contra a dengue, eles não apoiam. O Butantã sem dinheiro para nada. E a Fapesp quer apoiar projetos de sociologia ou projetos acadêmicos sem nenhuma relevância”, disse.

Da Rede Brasil Atual

Em 4 anos, Fapesp reduz em R$ 17 milhões repasses a mestrandos

No doutorado também houve cortes: em 2015 a Fapesp reduziu R$ 15,9 milhões do total investido com bolsas nesse nível de especialização comparação com 2014

São Paulo – A verba repassada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) para bolsistas de mestrado por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) reduziu R$ 16,9 milhões entre 2012 e 2015, passando de R$ 51,2 milhões para R$ 34,3 milhões. No ano passado, o investimento com pesquisas de mestrado foi o menor desde 2011, quando repasse ficava em R$ 47,6 milhões.

No doutorado também houve cortes: após três anos consecutivos de aumento nos valores destinados para os bolsistas, em 2015 a Fapesp cortou R$ 15,9 milhões desse total em comparação com 2014, passando de R$ 161,9 milhões para R$ 146 milhões. Só entre 2014 e 2015 a queda no valor investido em bolsas de mestrado e doutorado foi de R$ R$ 25,8.

Os dados foram levantados pelo site Fiquem Sabendo, com informações obtidas pela Lei de Acesso à informação.

A Fapesp informou, por meio de nota, que no estado de São Paulo a queda se deve a menor arrecadação tributária, o que resultou em um menor repasse à agência. “Saliente-se que os gastos com bolsas no país e no exterior representaram em 2015 40% do investimento total da Fapesp, proporção semelhante à dos últimos três anos. E embora tenha havido queda no desembolso com as bolsas no país (que receberam R$ 373,1 milhões), o investimento com as bolsas no exterior, em 2015, cresceu 32,8% em relação a 2014, totalizando R$ 104,6 milhões.”

Em abril, Alckmin criticou o critério adotado pela Fapesp para financiar pesquisas. O governador declarou que os responsáveis pela agência “gastam dinheiro com pesquisas acadêmicas sem nenhuma utilidade prática para a sociedade. Apoiar a pesquisa para a elaboração da vacina contra a dengue, eles não apoiam. O Butantã sem dinheiro para nada. E a Fapesp quer apoiar projetos de sociologia ou projetos acadêmicos sem nenhuma relevância”.

Em outra nota, a Fapesp disse as bolsas para pesquisas “com vistas a aplicações” tem recebido mais da metade do orçamento nos últimos três anos (52%). “Pela natureza intrínseca da ciência, resultados práticos de diferentes pesquisas podem se verificar em diferentes prazos, de maior ou menor extensão. Algumas pesquisas não se realizam para chegar a resultados práticos, mas sim para tornar as pessoas e as sociedades mais sábias e, assim, entenderem melhor o mundo em que vivemos, o que é uma das missões da ciência”, diz o texto.

Redação

3 Comentários

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  1. A idiotice de um troglodita que nada sabe sobre modernidade.

    Alckmin é um inculto , um ignorante, e se junta à mentalidade mais tacanha e que condena um pais a uma subserviência total. Este senhor não compreende que é o desenvolvimento do país. Nos dias de hoje a modernidade de um pais, sua autonomia e seu futuro se deve a existência  de uma massa crítica capaz de criar  novos conhecimentos. E de uma massa crítica capaz de se apropriar de todo e qualquer conhecimento feito pela humanidade seja onde for. Paises, do chamado primeiro mundo ,já aprenderam isto desde o final da segunda guerra mundial. Ninguém , a nao ser Tatcher quis subjugar a ciência à aplicação. E os resultados não foram bons para a Inglaterra até  reverter estas políticas. Este senhor e parte da burguesia nacional deveria conhecer as grandes empresas a Bells a Lucent que mantem em seus quadros pesquisadores que não fazem nada de aplicado, pois sabem que o que é mais importante é ter uma massa crítica que cria conhecimento e forma pessoas capazes de absorver qualquer conhecimento gerado em qualquer lugar do mundo. Foi assim e com esta mentalidade que a FAPESP fez de São Paulo o que é. A FAPESP em todo o seu tempo de vida milhares de pesquisadores, cientistas e criou em São Paulo as universidades que sem dúvida são um exemplo não apenas para o Brasil. Estas universidades formaram muitos pesquisadores que formaram muitas outras universidades e que por sua vez formaram cidadãos, que hoje fazem desde da pesquisa mais pura, à mais aplicada e criam tecnologia  e são responsáveis por ilhas de modernidade. Ilhas que em geral se encontram nas companhias estatais ou em algumas poucas com DNA estatal e ou criados por pesquisadores que sabem o valor da geração de novos conhecimentos. Apenas a nossa casta empresarial que prefere importar tecnologia, e que não investe em nenhuma pesquisa continua a pensar nos lucros imediatos e sonha em transformar as universidades em um celeiro de empregados.   Um governo que sequer respeita  história e sequer  sabe que os grandes avanços de Sao Paulo , faz parte da mesma curriola que não compreende que a função das ciências humanas e da cultura não é uma questão de perfumaria.

    Este senhor cuja única visão sobre educação é cortar gastos, agora usa,num apelo ridiculo, a falta de verbas que ele mesmo impõe ao Butantã, para justificar a manipulação do dinheiro que quer fazer com  a FAPESP. Não é função da FAPESP financiar a produção de vacinas. Mas para Alckmin  FAPESP é apenas uma fonte de dinheiro, numa planilha  que ele não tem competência política e social para fechar.. Confundir fomento a pesquisa com produção de vacinas é ridiculo, porque podem ter certeza absoluta que FAPESP deve ser responsável provavelmente por 90% ou mais dos pesquisadores que vem criando as vacinas. A não ser que queiramos apenas comprar vacinas do exterior, as palavras do governador  mostram sua ignorância a respeito da diferença entre conhecimento e planilhas.

  2. “Algumas pesquisas não se

    “Algumas pesquisas não se realizam para chegar a resultados práticos, mas sim para tornar as pessoas e as sociedades mais sábias”.

    OK. Agora alguém pode me dizer como uma pesquisa que tem por objetivo decifrar a regulação gênica num fungo que ocorre na região dos Grandes Lagos dos EUA pode tornar a sociedade brasileira mais sábia? Esse é apenas um dos exemplos na área de biologia molecular.

     

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