Fibria tem lucro trimestral de R$ 19 milhões

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A produtora de celulose Fibria apresentou um lucro líquido de R$ 19 milhões durante o primeiro trimestre, resultado 21,9% abaixo do contabilizado no mesmo período do ano passado. 

De acordo com dados divulgados pela companhia, o desempenho dos primeiros três meses de 2014 foi diretamente afetado pelo resgate total de bônus 2020, que totalizou R$ 303 milhões. Sem considerar o efeito de tal operação, o lucro líquido teria sido de R$ 219 milhões. 

A receita líquida registrada entre janeiro e março atingiu ficou em R$ 1,64 bilhão, crescimento de 13,3% na mesma base de comparação. O fluxo de caixa livre no trimestre foi de R$ 9 milhões, queda em comparação a R$ 746 milhões e R$ 167 milhões no quarto trimestre e no primeiro trimestre de 2013, respectivamente, devido principalmente à variação no capital de giro e à antecipação dos juros provisionados com o resgate do Bond 2020. 

Já o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado subiu 20% no período, para R$ 679 milhões, com margem de 41%. Em relação ao primeiro trimestre de 2013, houve um aumento de 20%, como resultado do maior preço líquido da celulose em reais (+13%), por sua vez explicado pela valorização do dólar médio frente ao real de 19%, parcialmente compensado pela queda do preço da celulose médio em dólar. 

O resultado financeiro foi negativo em R$ 170 milhões, contra um resultado negativo de R$ 599 milhões no quarto trimestre do ano passado. A variação é explicada principalmente pelo efeito positivo da variação cambial sobre a dívida (desvalorização de 3% do dólar de fechamento) e sobre as operações de hedge (principalmente swaps de dívida), compensado pelos efeitos financeiros e contábeis do resgate do bond 2020.

Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, a maior despesa teve origem no resgate do Bond 2020, parcialmente compensada pelo maior efeito positivo da variação cambial sobre a dívida e os derivativos. As despesas de juros foram 11% ante os primeiros três meses do ano passado, resultado das ações de gestão do endividamento que buscam redução de principal e do custo do endividamento.

No primeiro trimestre, a produção de celulose da Fibria atingiu 1,277 milhão de toneladas, alta de 1% na comparação anual, enquanto as vendas do produto nos três meses ficaram estáveis, em 1,188 milhão de toneladas. Segundo a companhia, a produção foi prejudicada por paradas programadas de fábricas para manutenção e pela quantidade menor de dias de produção. Com a estabilidade das vendas, os estoques ficam em 56 dias no trimestre. 

Para a corretora Concórdia, os resultados apresentados pela companhia podem ser considerados positivos. “Apesar de ser difícil mensurar até que ponto os fatores conjunturais de variação cambial e relativa escassez internacional de celulose – por conta de condições climáticas atípicas nos EUA – foram determinantes para a boa performance operacional, vemos alguns fatores e pontos que transparecem uma boa administração empresarial”. 

Entre os pontos listados pela corretora, estão a melhora da gestão do mix de vendas, mais focado na Ásia e, nas palavras da própria Fibria, a “resistência à tentação” de suprir maiores demandas externas em troca de manutenção de margens. “Também consideramos positivos tanto o programa de recompra de dívida para redução da alavancagem, quanto a consequente elevação de seu rating de risco internacional por parte de duas importantes agências mundiais”. 

Porém, a corretora aponta alguns pontos de dificuldade para a companhia. “Primeiramente, lembrando que a matriz energética também é uma fonte de receita, a venda do excedente de energia da companhia (comum às demais empresas do setor) está atrelada a contratos de prazos mais longos, impedindo que os elevados preços spot contribuam para melhores resultados. Fora isso, a Fibria foi beneficiada por um período bastante particular em que uma manutenção não prevista da demanda ocorreu em paralelo a atrasos de projetos greenfield de outras empresas do setor”. Também incitam cautela o aumento da compra de madeira de terceiros e os rumos que a paridade cambial podem tomar. “Acreditamos que a empresa apresenta qualidades, mas vemos dificuldades de vendas, principalmente quando novos projetos, vide unidade Maranhão da Suzano, apresentarem maior grau de maturação”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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