Filha de Genoino denuncia que juiz nega pedido de exames

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Ontem, por volta de 23h30, Miruna Genoino recorreu aos amigos para denunciar grave problema: o juiz negou saída de Genoino até hospital para a realização de exames solicitados por médico do presídio. Segundo a filha do deputado, a negativa foi justificada com a afirmação de que “apenas Barbosa pode tomar essa decisão”. E, ainda de acordo com Miruna, “nada aconteceu”.

A família se movimenta, buscando apoio, pelo desespero com condições de saúde de Genoino. “Estão negando a José Geoino uma necessidade médica”, alerta Miruna.

Eia o texto do e-mail enviado:

Saúde de Genoino

Na última terça-feira, o IML (Instituto Médico Legal) emitiu laudo afirmando que José Genoino é um “paciente com doença grave, crônica e agudizada, que necessita de cuidados específicos, medicamentosos e gerais”, conforme matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo.

Em julho, Genoino passou por uma cirurgia de emergência no coração. Ainda de acordo com o jornal, o laudo do IML diz que ele necessita ser submetido a avaliações médicas especializadas com regularidade, realizar exames de sangue periodicamente e adotar uma dieta alimentar com redução de consumo de sal.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

18 Comentários

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  1. Uma pergunta, ministro

    Qual é a ideia? Deixar o deputado Genoino morrer à mingua na prisão, provocar comoção e sentimento de revolta em seus seguidores e com isso justificar um golpe de estado, Ministro Joaquim Barobosa?

  2. minha opinião é simples

    quem sabe com politico sendo preso a rodo, se preocupem com o sistema carcerário!!

    logo criam uma prisão onde possam contar com atendimento do sirio  libanes, comam file mignon e agua perrier.

    será que eles não sabiam como é curtir uma cana??

      1. Trata-se do direito a vida frente a barbárie

        Trata-se de preservar o direito a vida, à dignidade e a vedação à tortura e práticas cruéis…

        Entretanto, ainda me surpreendem, tais manifestações…

        Ainda que não se possa, legitimamente, esperar grande coisa, em relação ao caráter humanitário das atitudes a serem tomadas frente a arbitrariedades, de alguém que se intitula aliançaliberal, mas…

        Neste caso, algo mais nos diferencia, além deste extremismo ideológico..  

        É esta falta de humanidade revelada em cada comentário, em cada post, deste indivíduo … 

        É isso,

        Não compactuo com tal forma de manifestação, que travestida de ideologia e opinião, reflete apenas barbárie e falta de humanidade… 

  3. Filha de Genoíno:juiz nega pedido de exame

    Barbosa e a Mídia golpista são o exemplo vivo da banalização do mal. Parece que a justiça apregoada pelo STF é destituída de qualquer sentido de humanidade e da ausência total da capacidade de pensar com profundidade, a exemplo dos nazistas da Alemanha. Esse é o grande exemplo do tribunal de exceção que de nada diferencia o julgamento dos presos políticos da ditadura militar quando provas eram forjadas a sabor e gosto dos  torturadores. Negar  exame com a justificativa de que só Barbosa pode autorizar é o mesmo que dizer que  ele é dono da vida de Genoíno. 

  4. O zelo neurótico e o estilo truculento a la Holand Freisler

    Me chama a atenção o fato de que os ditadores são perfeccionistas neuróticos, tudo para eles tem que ser padronizado, daí serem notórias a exatidão dos desfiles militares, não aceitam nada fora do lugar, exigem tudo limpinho, só não percebem que eles mesmo são feitos de erro e que não gozam de infalibilidade papal mas não adianta dizer isso a um Joaquim Barbosa, ele acha que está certo até que, em seu movimento inercial na direção do “mundo perfeito” quebra a cara:

     

    Roland Freisler (1893 – 1945): lições da biografia de um juiz

    Freisler ganhou a admiração dos correligionários por sua retórica, o fato de conhecer códigos e leis de cor, pela presteza e velocidade de seus juízos.

    Flávio Aguiar, na Carta Maior

    Wikimedia Commons

     

    O clima de intolerância saturada que paira no clima jurídico-midiático-político do país traz várias coisas à lembrança.

     

    Já não falo dos Torquemadas inquisitoriais, quando não só cabia de jure ao réu comprovar sua inocência – se é que esta chance lhe era dada – como também ele muitas vezes sequer sabia do que era acusado. Só sabia que fora denunciado por algo, e que, no mais das vezes, apenas a confissão podia lhe atenuar a pena – muitas vezes pela benesse de ser garroteado antes de seu corpo – já morto – ser queimado. Senão, era queimado vivo mesmo.

     

    Mais ou menos, sem qualquer benesse, como a velha mídia faz com seus réus: queimá-los vivos.

     

    Num mundo já um pouco mais próximo do nosso, dá para lembrar o comportamento do juiz soviético Andrei Vyshinsky, um dos homens fortes de Stalin nos processos jurídicos que legitimavam os grandes expurgos promovidos. Vyshinsky tinha um comportamento particularmente ruidoso no tribunal: vociferava, gritava impropérios não só contra os réus, mas contra o que pensava que eles representavam. Muitas vezes no meio do julgamento de um réu, começava a gritar contra Trotsky, chamando-o disto ou daquilo, a seu bel desprazer. Vyshinsky tinha uma motivação para este seu comportamento “espetaculoso”:  no seu passado tinha a “mancha” de ter sido menchevique.  Dominado por esta assombração, precisava ser mais estalinista do que o Stalin de ocasião.

     

    Bem mais próximo do nosso mundo, vem-me à mente o senador Joseph (Joe) McCarthy. Em sua carreira como juiz – antes de tornar-se senador pelo estado de Wisconsin – McCarthy notabilizou-se pela pressa com que despachava seus casos e definia as sentenças. Depois, como senador, tornou-se famoso pela virulência das acusações que fazia, notadamente em torno do suposto comunismo dos acusados, ou de uma suposta traição, quando não os acusava de… do “crime” de homossexualismo. Mas o que o notabilizou igualmente foi o fato de que normalmente suas acusações carregadas de ódio não eram acompanhadas de qualquer tipo de prova. O “clima” da época – Guerra Fria, vitória dos comunistas na China – era a “prova” de que necessitava. Além disto, contava com a repercussão de suas acusações numa mídia tão ávida de sensacionalismo político quanto de anti-comunismo. Examinando-se mais de perto a sua biografia, vem à mente de novo aquela imagem de algum tipo de “compensação programática na sua vida”: McCarthy morreu com 48 anos, vítima de uma hepatite agravada por alcoolismo (provavelmente cirrose).

     

    Mas o exemplo que  vem mais à mente é, na verdade, um pouco anterior. Refiro-me ao verdadeiro ás dos tribunais nazistas, o juiz Roland Freisler (1893 – 1945). Por que ás? Pelo seu estilo retumbante, pelo seu desempenho nos julgamentos, gritando com os réus, insultando-os frequentemente, pela velocidade dos vereditos, por frequentemente arrogar-se simultaneamente os papeis de promotor e juiz, pelas “inovações” de suas “teses jurídicas”, adaptando práticas e conceitos aos ditames do nazismo triunfal – mesmo quando este já estava derrotado.    

     

    Assim como  Vyshinsky (que, aliás, como menchevique, assinou um ordem de prisão contra Lênin em 1917 – bom, isto pode ter-lhe rendido alguns pontos positivos com Stalin depois), Freisler tinha uma mancha no passado. Na Primeira Guerra Mundial fora feito prisioneiro pelos russos. Depois da Revolução, antes de ser repassado aos alemães, consta que Freisler tornou-se o responsável pela distribuição de víveres no campo de prisioneiros onde estava. Falsamente ou nào, isto lhe rendeu uma fama de na juventude ter simpatias pelo comunismo. Consta até, e em dois relatos distintos, que, ao ser elogiado certa vez por Goebbels, na presença de Hitler, este teria retrucado: “quem, aquele velho bolchevique?”.

     

    Membro do Partido Nazista, Freisler ganhou a admiração dos correligionários por sua retórica, o fato de conhecer códigos e leis de cor, pela presteza e velocidade de seus juízos (antes de se transformarem em sentenças). Ainda assim, enfrentou resistências em sua carreira. Era considerado “não-confiável”, por ser “temperamental”.

     

    Ainda assim Freisler fez uma carreira aplicada, tanto do ponto de vista funcional, no Ministério da Justiça, como em termos jurídicos, destacando-se por sua contribuição para a “nazificação” do sistema legal alemão. Uma de suas contribuições teóricas mais importantes foi a de que diante do esforço de guerra e da luta pela afirmação do nazismo, era perfeitamente legítimo condenar menores de idade às mesmas penas que os adultos. Isto abriu caminho para que menores de idade, de até 16 anos fossem condenados à morte por, por exemplo, distribuírem panfletos anti-regime.

     

    Mas o ápice da carreira de Freisler foi sua nomeação para chefe do Volksgerichtehof – um tribunal especial criado pelo regime para julgar os crimes políticos, em 1942. Além de chefe ele era também o presidente da corte suprema  deste tribunal. Ele dedicou-se com afinco à seu papel. Nos menos de três anos em que esteve à testa do tribunal, foi responsável por 50% de todas as condenações à morte dele, desde sua criação, em 1934. O tribunal exarou nestes anos de existência cerca de 10 mil condenações à morte; 5.000 somente entre 42 e 45, e destas, ainda, 2.600 em sessões presididas por Freisler.

     

    Ele notabilizou-se, além da dureza de seus julgamentos, pela rapidez na execução das sentenças. Ele presidiu os julgamentos dos partidários do movimento Rosa Branca, universitários de Munique, que distribuíam panfletos anti-hitleristas, condenando-os à morte na guilhotina. Presidiu também os julgamentos dos envolvidos no atentado de 20 de julho de 1944 contra Hitler. Neste caso foi notável também a presteza na execução das sentenças. Não raro os acusados saíam diretamente do tribunal para a prisão onde eram enforcados com requintes de crueldade, com cordas de piano, para que a dor fosse maior e o enforcamento durasse mais tempo.

     

    Entretanto, seu zelo matou-o. Em 3 de fevereiro de 1945, enquanto presidia o julgamento de um dos acusados no atentado de 20 de julho, houve um bombardeio aéreo nas proximidades do tribunal, na rua Bellevue, no. 15, em local hoje ocupado, em parte, pelo Sony Center, perto da Potsdammer Platz. Ele mesmo ordenou que todos – inclusive o réu – se abrigassem no porão. Entretanto ele se deteve para arrepanhar os autos do processo. Neste momento uma bomba caiu diretamente no prédio, e uma coluna da sala tombou sobre ele, matando-o instantaneamente (há outras versões sobre quem estava sendo julgado, ou sobre ele ter morrido em consequencia de uma hemorragia decorrente dos ferimentos, mas aquela é a mais aceita).

     

    De qualquer modo, fica a consideração: o que, afinal, matou-o, o seu zelo ou a sua soberba?

     

    Ao leitor, afinal, as considerações e a conclusão.

     

    http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Principios-Fundamentais/Roland-Freisler-1893-1945-licoes-da-biografia-de-um-juiz/40/29584

     

  5. A impressão que dá  é que

    A impressão que dá  é que esse homem está obedecendo ordens de fora do país. Até hoje estão entaladas as viagens nos intervalos do julgamento (a primeira que segundo ele, foi para tratar da coluna). Simplesmente, ele some numa névoa sob a omissão da mídia performática. A última, acontecida nos EUA, em que a repórter de um jornal paulista foi presa por ordens dele foi a mais estranha. Estaria ele, segundo sua assessoria, participando de um seminário, a portas fechadas.Onde já se viu, num local de conhecimento renomado, a realização de um seminário internacional? Nos poupem da sua má-fé.  Já tivemos o caso do ‘mllagre brasileiro’ forjado nas agências publicitárias americanas em plena ditadura militar. Será que, ao contrário do que pensamos, esse processo foi forjado nas universidades de direito norte-americanas? Ele, realmente segue um script, só que pela mediocridade da ação e dos passos seguintes  visivelmente já previsíveis (só para reforçar essa imagem) , achávamos que era da central de novelas maniqueístas globais com supervisão do Merval. Mas, pela posição quase, disse quase fundamentalista messiânica, ele está ancorado em alguma força maior do que a nossa constituição, isso no sentido da força repressiva e exterior e não do Estado de Direito. O que ele vai fazer lá fora? Entregar relatórios e receber novas orientações, talvez? A história virá à tona, mais rápido do que se pensa. A motivação é muito clara, tanto que os outros réus somem da cena, nem existem, nem eles nem suas famílias. Eles pagam para justificar a perseguição implacável, a vontade imperial de humilhação pública. De dois líderes, de um só partido. PERVERSIDADE PURA. Tem uma imagem circulando do mapa do Brasil fatiado no lugar da pizza. Porque foi isso que eles fizeram.  A pizza está inteira e guardada até prescrever. A pizza é do PSDB/DEM.

    1. A maldade personalizada

      Nem sei mais o que dizer!  Esse ministro é a maldade personalizada, ou está louco!   Onde estão os outros juízes? Já vi pela televisão, e não foi um única vez, preso sendo escoltado, mas saindo para atendimento em hospital. Que loucura é essa? 

      SOCORRO!!!! 

    2. E o envelope?

      Maria Rita,

       

      Seu texto me lembrou uma coisa que na época foi relevante para mim, mas depois acabei esquecendo: quando começou o julgamento do “núcleo político”, um assistente do Joaquim Barbosa entregou a ele os documentos correspondentes em uma pasta nomeada “bribery”. Tentei achar alguma lógica nisso e não consegui. Por mais que ele fale inglês, não faz sentido identificar nesse idioma uma pasta de um caso brasileiro.

      Eu mesmo costumo utilizar pastas e nomes em inglês em meu computador, mas trabalho com informática, então isso é natural, pois muitas coisas e textos são em inglês, então para não ter que ficar trocando de idioma, costumo escrever nele mesmo.

      Mas em um processo do supremo? Toda a jurisprudência é em português, as leis também, e a legislação americana é completamente diferente e não ajudaria em nada. Pensei que poderia ser para criar algum confidencialidade, mas em inglês? Se fosse em alemão, ou norueguês, eu até levaria para esse lado, mas inglês metade do Brasil entende.

      Mas se pensarmos que ele possa ter tido algum suporte de consultores de uma agência de inteligência estrangeira, começa a fazer algum sentido.

      1. Os chefes de Barbosa estão

        Os chefes de Barbosa estão aqui mesmo, não lá fora. Ouço eles falarem todo dia na tv e nos jornais.

        A pasta com as palavras em inglês é só para agregar valor ao camarote do Rei da Injustiça

  6. Miruna – um outro manto para Genoino e para a familia

    Genoino – Eles passarão. Você passarinho

    De todas imagens, a mais forte, a que fica guardada na retina, certamente é a do momento da prisão, imortalizada na pura e simples imagem de José Genoino, com seu braço erguido, envolto em meio aos braços(abraços) dos amigos, dos familiares e, enrolado nele, um manto.

    Um manto, com desenhos de pássaros, com assinaturas de amigos, com a luz de cada traço, pra sempre…

    Um manto pleno da força de cada um dos que firmaram seus nomes e deram vida aos pássaros.

    Um manto feito de propósitos indestrutíveis, como o amor a solidariedade e a luta.

    Um manto simples, mas com tanta emoção e força capaz de comover uma nação.

    E todos nós,  homens e mulheres,  de coração e alma generosos, em traços indeléveis, também assinamos este manto e damos vida a novos pássaros.

    Genoino.

    Nele também não há enigmas a serem desvendados.

    É apenas poesia, é apenas Quintana, o poeta das crianças, com seu simbolismo e pureza.

    Já está escrito/previsto no manto:

    Todos estes que aí estão. Atravancando o meu caminho, Eles passarão. Eu passarinho!

    Mas, para que tudo Isso (violência e barbárie).

    Que coisa mais sem sentido.

    Eles acham que podem prender Genoino.

    Quanta falta de senso, quanta falta de sentimento, quanta falta de humanidade, quanta falta de tino…

    Esquecem os juízes (de toda espécie), que em sua pequenez moral se concederam o poder de condená-lo, se arrogaram no direito de aprisioná-lo, que não mais podem atingir seu intento..

    Já faz  tempo,mais precisamente uma vida, em que  a cada ato seu em defesa deste país, a cada gesto humano em defesa do próximo, a cada olhar fraterno distribuído aos que o cercavam, que esta figura humana ímpar, passou a viver um pouco em cada um de nós, e, nós, cada vez mais em Genoino.

    Não podem matar Genoino…  não podem prender Genoino… assim como não podem calar a voz do povo…nem aprisionar sua alma….

    …não podem….tirar o fulgor das estrelas….

    Nem agora.

    Nem depois.

    “Agora o braço não é mais o braço erguido num grito de gol. Agora o braço é uma linha, um traço, um rastro espelhado e brilhante. E todas as figuras são assim: desenhos de luz, agrupamentos de pontos, de partículas, um quadro de impulsos, um processamento de sinais. E assim – dizem – recontam a vida. Agora retiram de mim a cobertura de carne, escorrem todo o sangue, afinam os ossos em fios luminosos e aí estou, pelo salão, pelas casas, pelas cidades, parecida comigo. Um rascunho. Uma forma nebulosa, feita de luz e sombra. Como uma estrela. Agora eu sou uma estrela!”

    Elis Regina, em trecho do espetáculo Trem Azul

    http://www.youtube.com/watch?v=9WWtsBqSQWg

  7. Ainda bem, Maria Rita. Pensei

    Ainda bem, Maria Rita. Pensei que fosse só eu que pensasse assim. Ninguém me tira da cabeça que aí tem a garra ensanguentada do império.

  8. ACORDA DILMA !!!!! Já está

    ACORDA DILMA !!!!! Já está mais do que na hora de anistiar o Genoino. A presidenta tem esse poder e não usa. Por qué ?  A presidente tem o poder de acionar o Senado para pedir o impeachment do Barbosa, mas não faz. A presidenta tem o poder de cancelar boa parte dos gastos com a mídia golpista, mas não toca um centavo desse mensalão do PIG. Estou decepcionado !! 

    1. Talvez seja isso o que ” eles ” querem

      Confesso que não tenho meios de entender toda essa trama que está formada. Mas penso que, talvez seja vontade deles, uma interfererência da presidenta, para ter motivos para desconstruí-la da pior forma possível. Todo cuidado é pouco, Alberto. Talvez algum colega que entenda melhor dessas manobras políticas possa discorrer sobre o assunto. 

  9. “Segundo a filha do deputado,

    “Segundo a filha do deputado, a negativa foi justificada com a afirmação de que “apenas Barbosa pode tomar essa decisão””:

    Agora so falta supremo ir decidir teste medico pra preso mesmo, ne?   Eh que eles nao tem nada mais pra fazer…

    Ta na cara que esse juiz esta mentindo.

  10. Genoíno e uma história de

    Genoíno e uma história de histeria

     

    publicada sábado, 16/11/2013 às 21:57 e atualizada sábado, 16/11/2013 às 21:31 (http://www.rodrigovianna.com.br|)

     

     

    Um testemunho pessoal, desde sempre questionável. A crueldade da política. Os próximos passos, nesse ambiente de histeria política que se formou no Brasil.

    por Carlos Melo (sugestão do professor Cláudio Couto, no facebook)

    A insistência por um pronunciamento a respeito das prisões do mensalão leva a este texto. Por questões pessoais, sinceramente não gostaria de escrevê-lo. Ao fazê-lo, me vejo a, antes de tudo, levado a mencionar o que acredito ser meus limites pessoais e constrangimentos para falar sobre o caso.

    Bem, embora nunca tenha ocultado isto, o fato é que fui petista, que trabalhei com José Genoíno (em 1997-98), que hoje é meu amigo e meu vizinho de algumas ruas de distância. Não sou tampouco, hoje, antipetista, nem um dissidente do PT. O partido hoje, para mim, é como Itabira de Drummond: um quadro pendurado na parede; às vezes dói, na maioria das vezes, não. Na verdade, não me desperta mais qualquer paixão. Claro que minha visão a respeito disso tudo pode estar de algum modo comprometida pela vida que tive e pelos valores que tenho. Mas, quem será diferente disso?

    Tento me desviar de qualquer julgamento moral ou preferência pessoal, sou um cientista social e as pessoas, normalmente, costumam reconhecer isenção em mim. Deixei de ser crente ou torcedor há muito tempo; prefiro ser profissional; contribuo assim. Mas de todo modo, naturalmente sou um ser humano com vícios e defeitos, com virtudes também e prezo meus vínculos, respeito, embora nem sempre concorde, meus amigos. E também por formação e afeição, sou identificado com uma geração que acreditou na transformação social e cultural do Brasil e que levou essa crença à ação e a ação às últimas consequências, às vezes de modo romântico e atabalhoado. Ver alguns ícones que admirei irem para a cadeia numa condição que os oprime moralmente, naturalmente, não me deixa feliz.

    De modo que sobre as prisões as prisões do mensalão, minha opinião é de que entre os condenados há pessoas que, naturalmente, devem pagar por seus erros; há culpados, mas há também pelo menos um injustiçado talvez até menos pelo veredito dos juízes do que da opinião pública. Esse injustiçado é justamente esse meu amigo e vizinho a que me referi acima, José Genoíno. E se você achar, por isso, que advogarei em causa própria, por favor, pare por aqui e mantenhamos a relação cordial que sempre tivemos. Não leia o resto; nem perca seu tempo comentando. Por pragmatismo, não me julgue, pois se você for do tipo que se acha no direito de me julgar pelo que fui, sou e escreverei, quero lhe dizer, que seu julgamento não interessa, nem me afeta.

    Vamos lá. Recentemente, conversando com um respeitável parlamentar do PSDB, uma das peças centrais no governo FHC — sim, também tenho amigos entre os tucanos –, ele se disse preocupado com José Genoíno. Soube de seu precário estado de saúde – realmente sério — e de sua depressão originada por tudo o que está vivendo — mesmo antes da prisão, estava confinado em casa, pois nem ao mercado comprar bananas podia ir sem ser hostilizado de modo muitas vezes covarde e oportunista. Meus caros, não se tripudia a alma alquebrada de um condenado!

    Voltemos ao caso. Esse respeitável e sério tucano disse-me que o insuspeito senador Jarbas Vasconcelos (PMDB – PE) lhe teria afirmado categoricamente que “quem acredita que Genoíno seja um ladrão ou é um sujeito muito mal informado quanto à política, ou só pode ser mesmo um completo imbecil”. Disse-me o tucano que o caso de Genoíno lhe inspirava preocupações mais profundas que as disputas partidárias e que há nele um componente de humanidade que não poderia ser desconsiderado; que há nele um problema terrível quanto à qualidade da política que fazemos que precisava de alguma forma ser corrigido.

    Não podia fazer muito, mas pediu-me que articulasse uma visita sua à Genoíno; fomos lá, à casa modesta numa rua modesta, resultado de uma vida modesta de uma pessoa modesta. Recentemente, alguém publicou na internet fotos da “mansão de Genoíno” que podem comprovar o que lhes digo; em que pese todo esterco dos comentaristas de internet.

    Genoíno se mostrou comovido e agradecido pela visita, pessoa igualmente solidária, compreendeu o gesto de solidariedade à parte da rivalidade partidária e das disputas políticas. Ambos ali sabiam que a política pode ser mesmo muito cruel, brutal até mesmo. Ainda assim, o petista tentava enxergar o mundo e o colega parlamentar com olhar de homem altivo e honrado que sempre foi. Não se falou de prisão, não se falou de futuro, portanto; discutiu-se a saúde, o peso dos anos; medicação, assunto inevitável com o correr da idade. E se falou de passado: Dr. Ulysses, Luiz Eduardo Magalhães, ACM, Nelson Jobim, Segurança Nacional; Regime Militar e a prisão e o exílio de então, Resistência Democrática, Diretas-Já, Constituinte e a reconstrução do Brasil nesses anos recentes; a importância dos governos FHC e Lula. Enfim, a grande Política que um dia se fez neste país e que aqueles dois políticos tiveram a oportunidade de viver e eu de estudar. Saudades daquele Brasil.

    Genoíno, foi minha impressão, fazia parte de um Brasil que se foi. Um Brasil mais generoso. E hoje é alvejado por um outro país, que, paradoxalmente, ele próprio ajudou a construir: melhor em vários aspectos, mas também piorado em muitos planos, sobretudo, no plano da convivência política.

    O mensalão ficará para a história do Brasil e as prisões, como disse, não são sempre injustas. Se até mesmo Lula saiu pela tangente ao dizer que as recebia como cidadão e que não discutiria as decisões da Justiça, por que eu deveria fazer o contrário? Mas, não consigo omitir que sinto que o mensalão também ficará para a história da histeria política no Brasil.

    Um sujeito como José Genoíno, por exemplo, pode ser punido por seus erros políticos. Ok. Inegavelmente, os teve. No meu entendimento, foi, sobretudo, acreditar e confiar em quem não deveria, atirar-se à ação política no governo Lula com toda a disposição e voluntarismo com que sempre pautou sua vida. Como o conheci bem, sei que sempre se atirou ao que fazia com a máxima paixão e, às vezes, sem pesar seus custos pessoais, ou antes desconsiderá-los.

    Obedecer as decisões coletivas, a disciplina e o centralismo democrático da esquerda, e honrar o pacto (assimilado nos anos de clandestinidade e na tortura) de não entregar companheiros sob quaisquer argumentos ou pretextos; esta é sua cultura política, seu jeito de ser. Está na sua pele. Não foi a toda que ao entregar-se à polícia gritou: “Viva o PT”. Bem ou mal, foi a sua vida, a sua luta, o sonho de sua geração. Equivocado ou não, deixo a vocês essa consideração. Entendemos o homem e suas circunstâncias. Dentro desses princípios, e muitos outros, não posso considerar Genoíno como nada menos do que é, uma figura honrada.

    Erros políticos também são punidos. Mas o problema de Genoíno não é que seja punido por eventuais erros políticos que cometeu — a análise é minha, certamente ele não concordaria. Mas que receba uma condenação moral e que passe para a história como ladrão e corrupto que não é, como acreditam os muito distantes da política ou os muito imbecis, como disse Jarbas Vasconcelos; os que o hostilizam nas ruas, nos mercados, no passeio com os netos, na porta de casa, da casa modesta, da Vila Indiana. Como os que a ele se referem como petralha, talvez por o julgarem por si próprios, e que se regozijam covardemente pela Internet; bastiões de uma valentia cômoda e segura, não!? Patifaria há em todo lugar, mas ultimamente ela tem se refugiado preferencialmente nos comentários dos posts das redes sociais, por exemplo. Mas, esse é outro assunto.

    A política é mesmo muito cruel e brutal. Às vezes, imbecil; na maioria das vezes, imbecil.

    Bem, ultrapassada então a consideração pessoal – que os que me compreendem sabem que não deixa de ser política também –, sobra a análise do evento político e dos fatos. As prisões ocuparam e ocuparão as manchetes nos próximos dias, aguçaram os espíritos mais cruéis nos comentários desses “especialistas” distantes e sem compromisso com a política. Foi momento de som e fúria, que se conhece desde antes de Shakespeare. Mas tudo passará, o Natal virá, o Ano Novo, o Carnaval e a Copa do Mundo também. E isso tende a deixar tudo numa bruma de lembrança muito distante em relação à eleição de 2014. Eleitoralmente, faz tempo, o mensalão foi precificado.

    Mas, talvez sirva até mesmo para o contrário, dando justos argumentos para que o PT exija da Justiça e da Mídia o mesmo rigor para os outros mensalões e escândalos políticos que atingem praticamente quase todas as forças políticas que tiveram alguma relevância no jogo nacional. O pêndulo que foi, pode voltar com igual força, na direção contrária. Se pressão política houver, por paradoxal que possa parecer, será agora para o lado contrário do mensalão. De algum modo, o governo do PT poderá se não dizer pelo mesmo sugerir algo assim para a oposição: “corruptos, nós encarceramos os nossos, e vocês o que fazem com os de vocês?”. Não arrastar as prisões para o ano que vem, foi de algum modo bom para o governo e para o PT.

    Mas, também nessa sanha por “troco” haverá algo de histérico e politicamente aproveitável por quem já foi exposto. Chegará a hora de a vidraça virar pedra.

    Claro, é necessário fazer justiça; apurar tudo e como dizem os muito virtuosos e convictos, doa a quem doer. Mesmo a imprensa, pelo instinto não deixará de sobrevoar o campo, atraída pela carniça. Faz parte, é do inevitável jogo. Mas o problema é que nos limitemos a discutir quem tem mais ou menos corruptos, quem os oculta ou os expõe mais ou menos. E com isso se mantenha o debate bloqueado e a pauta de questões pelo menos tão relevantes congestionada, sem avançar quase nada. Esta tem sido a história da histeria do Brasil recente. Saudades de quando se podia sentar, falar de Ulysses, reformas, avanços e futuro.

     

  11. Vocês estão contra o Joaquim Barbosa porque ele é Negro!

    O povo Brasileiro atrasado não consegue suportar a  idéia de que um homem negro, que foi pobre, veio do povo, lutou, venceu na vida e hoje ocupa um cargo de importância, tendo destaque na sociedade. Viva o dia da consciência negra! Axé!!!!

  12. miruna genoino

    Eu já admirei muito José Genoíno! Hoje, quero que ele, o homem, político condenado e preso, honre as dívidas que tem com a sociedade!

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