Fora de Pauta

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Redação

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  1. https://en.wikipedia.org/wiki

    https://en.wikipedia.org/wiki/Paul_Moldenhauer#/media/File:Bundesarchiv_Bild_102-09515,_Reichskabinett_Br%C3%BCning.jpg

    A AUSTERIDADE ABRIU CAMINHO PARA O NAZISMO – Há na Historia personagens cruciais pelos efeitos que causaram em grandes acontecimentos mas que tragados por protagonismos de maior envergadura desaparecem nos desvãos dos registros historicos a ponto de quase ninguem mais lembrar deles.

    Uma dessa figuras inspiradoras de grandes desastres e quase esquecido porque eventos muito maiores engoliram sua biografia foi o Chanceler da Alemanha entre 29 de março de 1930 e 30 de maio de 1932, Henriqch Bruning, nascido em 1895 e morto em 1970. Bruning era um academico, cientista politico e economista que dirigiu a Republica de Weimar durante o periodo agudo da crise de 1929, que ele se encarregou de aprofundar com um receituario muito parecido com o que a dupla Meirelles-Goldfajn propõe para o Brasil recessivo de hoje. Bruning era um fanatico da austeridade, que praticava até na vida pessoal, frugal e avesso ao luxo. Sua formação de economista foi na London School of Economics, de merecida fama como das melhores escolas de economia do mundo.

    Bruning tinha como Ministro das Finanças Paul Moldenhauer,  professor de economia da Universidade de Colonia e tambem partidario da austeridade na recessão. Tanto Bruning como Moldenhauer não viam ou não conheciam outra receita e não tinham nenhuma formula para enfrentar um desemprego que em 1932 estava em 40%. Tampouco a situação internacional ajudava, o mundo inteiro estava em crise economica.

    Com a Depressão aumentando esse Governo de muita cautela e nenhum arrojo passa a ser criticado e depois odiado pelos trabalhadores e pela classe media,  com o que abre caminho para mais adesões ao Partido Nazista que propunha cabar com o desemprego.  Os nazistas tinham um trunfo, um dos maiores cerebros economicos do Seculo XX, Hjalmar Schacht, de formação em filosofia pela Universidade de Kiel, com a marca do grande economista, o arrojo, a inovação e a criatividade. Foi Schacht quem acabou com a hiperinflação de 1923 com um plano do qual o Plano Real é a cópia exata, inclusive com a moeda de transição a URV. Um dos cerebros do Plano Real, o presidente do Banco Central Gustavo Franco teve como tese de pos graduação nos EUA exatamente o Plano Schacht de 1923.

     

     

    Hitler assume o poder em  janeiro de 1933 e em tres anos acaba com a Depressão e com o desemprego através de encomendas pelo Estado nas compras para o rearmamento , o que movimenta rapidamente a economia.

    Onde os economistas classicos Bruning e Moldenhauer não viam saida a não ser mais austeridade, Schacht

    criou os mecanismos para que o Estado alemão se autofinanciasse com uma especie de bonus rotativo, os “Mefo bonds” e um mecanismo de importação , os chmados “marcos de compensação”, moeda grafica de troca da qual o Brasil foi o maior cliente entre 1934 e 1939, suprindo a Alemanha de cafe, cacau, algodão, sisal,  em troca de maquinas, canhões, navios, locomotivas, guindastes, trilhos.

    A diferença entre um Bruning e um Schacht era a inventividade e a capacidade de criação de modelos e ideias para resolver problemas, com grande noção de timing, algo que economistas convencionais não tem porque trabalham só com cartilhas antigas sem nenhuma criatividade perante novas circunstancias.

    Bruning fugiu da Alemanha em 1934 porque desconfiou que iria ser preso por Hitler, foi para os EUA onde se tornou professor da Universidade de Harvard, morreu nos EUA na sua casa de Vermont, com 85 anos.

    A saga de Bruning traz algumas lições, a primeira das quais é que se um governo não tira um Pais da recessão ou depressão com medidas rapidas, a crise social decorrente do desespero fará a sua parte na busca de um salvador, infelizmente no caso da Alemanha de 1933 esse salvador foi Hitler.

  2. Voto Inútil
    in Estante, Estante de Política 16/06/20161,072 Words 

    Voto Inútil

    desobedienciacivil (1)

    Henry David Thoreau, em “A desobediência civil” (Rio de Janeiro; Rocco; 1984 – original de 1849), afirma: “não discuto com inimigos distantes, mas com aqueles que, perto da minha casa, obedecem e cooperam com os que estão longe, e que sem eles seriam inofensivos”.

    Estamos habituados a dizer que “as massas são despreparadas”; mas o aprimoramento é lento, porque a minoria não é essencialmente mais sábia ou melhor que a maioria. Mais importante do que haver muitos que sejam bons como você é haver em algum lugar a excelência absoluta, pois isso fará fermentar a massa como um todo.

    “Toda votação é uma espécie de jogo, como damas ou gamão, com um leve matiz moral, uma brincadeira em que existem questões morais, o certo e o errado, e evidentemente é acompanhada de apostas. O caráter dos votantes não entra em jogo. Deposito meu voto, talvez, de acordo com o que julgo correto; mas não estou vitalmente preocupado com a vitória do certo. Estou disposto a deixar isso para a maioria”.

    A obrigação do voto, portanto, nunca vai além do que é conveniente. Mesmo votar pelo que é correto não é o mesmo que fazer alguma coisa por ele. É apenas expressar debilmente aos outros o desejo de que o certo prevaleça. Um homem sábio não deixará o que é correto à mercê da sorte, nem desejará que ele prevaleça mediante o poder da maioria.

    Há pouca virtude na ação das massas. “Quando a maioria finalmente votar pela abolição da escravidão, isso se dará porque a escravidão lhe é indiferente, ou porque terá restado pouca escravidão a ser abolida por seu voto. A essa altura serão eles, os da maioria, os únicos escravos. Só pode apressar a abolição o voto daquele que afirma sua própria liberdade por meio do voto”.

    Thoreau descobriu que o homem respeitável, ou assim chamado, abandonou prontamente sua posição e não espera mais nada de seu país, quando é o seu país que tem mais motivos para nada mais esperar dele. Ele mais que depressa adota um dos candidatos assim escolhidos como o único disponível, provando desse modo que ele próprio está disponível para todos os propósitos do demagogo. Seu voto não tem mais valor do que o de qualquer forasteiro sem princípios ou nativo mercenário, que pode muito bem ter sido comprado.

    “Oh, mas um homem que é de fato um homem, como diz meu vizinho, tem uma coluna dorsal que não se verga! Nossas estatísticas estão incorretas: gente demais foi computada. Quantos verdadeiros homens existem em cada quilômetro quadrado neste país? Quando muito, um. ”

    Não é obrigação de um homem, evidentemente, dedicar-se à erradicação de um mal qualquer, nem mesmo do maior que exista. Ele pode muito bem ter outras preocupações que o absorvam. Mas é seu dever, pelo menos, manter as mãos limpas e, mesmo sem pensar no assunto, recusar o apoio prático ao que é errado.

    “Se eu me dedico a outros planos e atividades, devo antes de mais nada garantir, no mínimo, que para realizá-los não estarei pisando nos ombros de outro homem. Devo sair de cima dele para que também ele possa perseguir seus objetivos”.

    O soldado que se recusa a lutar numa guerra injusta é aplaudido por aqueles que não se recusam a apoiar o governo injusto que faz a guerra. Ele é aplaudido por aqueles cujos atos e cuja autoridade ele despreza. É como se o Estado fosse penitente a ponto de contratar alguém para açoitá-lo enquanto ele peca, mas não a ponto de deixar de pecar por um instante sequer.

    Assim, em nome da Ordem e do Governo Civil, somos todos levados, em última instância, a prestar homenagem e apoio a nossa própria torpeza. Depois do enrubescimento inicial de vergonha pelo pecado vem a indiferença. E de imoral, o pecado se torna, por assim dizer, amoral, e não totalmente desnecessário à vida que edificamos.

    O erro mais amplo e frequente requer a virtude mais desinteressada para se sustentar. É o homem nobre o mais propenso a fazer as leves ressalvas a que geralmente está sujeita a virtude do patriotismo. Aqueles que, embora desaprovando o caráter e as medidas de um governo, empenham a ele sua obediência e seu apoio são sem dúvida seus defensores mais conscienciosos, e por conta disso, com muita frequência, os mais sérios opositores das reformas.

    Como pode um homem se satisfazer em ter uma opinião e se deleitar com ela? Que deleite pode haver nisso, se sua opinião for a de que ele está sendo lesado?

    Se seu vizinho lhe subtrai por artimanhas um simples dólar, você não ficará satisfeito apenas em saber que foi ludibriado, ou em proclamar o fato, ou mesmo em reivindicar a ele que pague o que lhe é devido. Imediatamente você tomará medidas efetivas para reaver a quantia completa e assegurar-se de que nunca mais seja tapeado.

    A ação baseada em princípios, a percepção e a prática do que é certo, isso muda as coisas e as relações. É algo necessariamente revolucionário, e não condiz de forma integral com qualquer coisa preexistente. Uma ação assim não divide apenas Estados e Igrejas, ela divide famílias. Mais que isso, divide o indivíduo, separando o que há de diabólico nele do que há de divino.

    Leis injustas existem: devemos nos contentar em obedecê-las? Ou nos empenhar em aperfeiçoá-las, obedecendo-as até obtermos êxito? Ou devemos transgredi-las imediatamente?

    Em geral, sob um governo como o nosso, os homens julgam que devem esperar até que tenham convencido a maioria a alterar as leis. Pensam que, se resistissem, o remédio seria pior que os males. Mas é culpa do próprio governo que o remédio seja de fato pior que os males. É ele, o governo, que o torna pior.

    Por que ele não se mostra mais inclinado a se antecipar e a providenciar as reformas? Por que não valoriza suas minorias sensatas? Por que não encoraja seus cidadãos a estar alertas para apontar suas falhas, e assim melhorar sua atuação para com eles?

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    desobedienciacivil (1)

    Henry David Thoreau, em “A desobediência civil” (Rio de Janeiro; Rocco; 1984 – original de 1849), afirma: “não discuto com inimigos distantes, mas com aqueles que, perto da minha casa, obedecem e cooperam com os que estão longe, e que sem eles seriam inofensivos”.

    Estamos habituados a dizer que “as massas são despreparadas”; mas o aprimoramento é lento, porque a minoria não é essencialmente mais sábia ou melhor que a maioria. Mais importante do que haver muitos que sejam bons como você é haver em algum lugar a excelência absoluta, pois isso fará fermentar a massa como um todo.

    “Toda votação é uma espécie de jogo, como damas ou gamão, com um leve matiz moral, uma brincadeira em que existem questões morais, o certo e o errado, e evidentemente é acompanhada de apostas. O caráter dos votantes não entra em jogo. Deposito meu voto, talvez, de acordo com o que julgo correto; mas não estou vitalmente preocupado com a vitória do certo. Estou disposto a deixar isso para a maioria”.

    A obrigação do voto, portanto, nunca vai além do que é conveniente. Mesmo votar pelo que é correto não é o mesmo que fazer alguma coisa por ele. É apenas expressar debilmente aos outros o desejo de que o certo prevaleça. Um homem sábio não deixará o que é correto à mercê da sorte, nem desejará que ele prevaleça mediante o poder da maioria.

    Há pouca virtude na ação das massas. “Quando a maioria finalmente votar pela abolição da escravidão, isso se dará porque a escravidão lhe é indiferente, ou porque terá restado pouca escravidão a ser abolida por seu voto. A essa altura serão eles, os da maioria, os únicos escravos. Só pode apressar a abolição o voto daquele que afirma sua própria liberdade por meio do voto”.

    Thoreau descobriu que o homem respeitável, ou assim chamado, abandonou prontamente sua posição e não espera mais nada de seu país, quando é o seu país que tem mais motivos para nada mais esperar dele. Ele mais que depressa adota um dos candidatos assim escolhidos como o único disponível, provando desse modo que ele próprio está disponível para todos os propósitos do demagogo. Seu voto não tem mais valor do que o de qualquer forasteiro sem princípios ou nativo mercenário, que pode muito bem ter sido comprado.

    “Oh, mas um homem que é de fato um homem, como diz meu vizinho, tem uma coluna dorsal que não se verga! Nossas estatísticas estão incorretas: gente demais foi computada. Quantos verdadeiros homens existem em cada quilômetro quadrado neste país? Quando muito, um. ”

    Não é obrigação de um homem, evidentemente, dedicar-se à erradicação de um mal qualquer, nem mesmo do maior que exista. Ele pode muito bem ter outras preocupações que o absorvam. Mas é seu dever, pelo menos, manter as mãos limpas e, mesmo sem pensar no assunto, recusar o apoio prático ao que é errado.

    “Se eu me dedico a outros planos e atividades, devo antes de mais nada garantir, no mínimo, que para realizá-los não estarei pisando nos ombros de outro homem. Devo sair de cima dele para que também ele possa perseguir seus objetivos”.

    O soldado que se recusa a lutar numa guerra injusta é aplaudido por aqueles que não se recusam a apoiar o governo injusto que faz a guerra. Ele é aplaudido por aqueles cujos atos e cuja autoridade ele despreza. É como se o Estado fosse penitente a ponto de contratar alguém para açoitá-lo enquanto ele peca, mas não a ponto de deixar de pecar por um instante sequer.

    Assim, em nome da Ordem e do Governo Civil, somos todos levados, em última instância, a prestar homenagem e apoio a nossa própria torpeza. Depois do enrubescimento inicial de vergonha pelo pecado vem a indiferença. E de imoral, o pecado se torna, por assim dizer, amoral, e não totalmente desnecessário à vida que edificamos.

    O erro mais amplo e frequente requer a virtude mais desinteressada para se sustentar. É o homem nobre o mais propenso a fazer as leves ressalvas a que geralmente está sujeita a virtude do patriotismo. Aqueles que, embora desaprovando o caráter e as medidas de um governo, empenham a ele sua obediência e seu apoio são sem dúvida seus defensores mais conscienciosos, e por conta disso, com muita frequência, os mais sérios opositores das reformas.

    Como pode um homem se satisfazer em ter uma opinião e se deleitar com ela? Que deleite pode haver nisso, se sua opinião for a de que ele está sendo lesado?

    Se seu vizinho lhe subtrai por artimanhas um simples dólar, você não ficará satisfeito apenas em saber que foi ludibriado, ou em proclamar o fato, ou mesmo em reivindicar a ele que pague o que lhe é devido. Imediatamente você tomará medidas efetivas para reaver a quantia completa e assegurar-se de que nunca mais seja tapeado.

    A ação baseada em princípios, a percepção e a prática do que é certo, isso muda as coisas e as relações. É algo necessariamente revolucionário, e não condiz de forma integral com qualquer coisa preexistente. Uma ação assim não divide apenas Estados e Igrejas, ela divide famílias. Mais que isso, divide o indivíduo, separando o que há de diabólico nele do que há de divino.

    Leis injustas existem: devemos nos contentar em obedecê-las? Ou nos empenhar em aperfeiçoá-las, obedecendo-as até obtermos êxito? Ou devemos transgredi-las imediatamente?

    Em geral, sob um governo como o nosso, os homens julgam que devem esperar até que tenham convencido a maioria a alterar as leis. Pensam que, se resistissem, o remédio seria pior que os males. Mas é culpa do próprio governo que o remédio seja de fato pior que os males. É ele, o governo, que o torna pior.

    Por que ele não se mostra mais inclinado a se antecipar e a providenciar as reformas? Por que não valoriza suas minorias sensatas? Por que não encoraja seus cidadãos a estar alertas para apontar suas falhas, e assim melhorar sua atuação para com eles?

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  3. Procurando colocar ordem na Casa, na busca de vida para TODOS.

    Quanto a vocêsnunca se deixem chamar mestrepois um só é o Mestre de vocês, e todos vocês são irmãos.”

    O Deus Pai de Jesus Cristo, não é um Deus patriarcal.

    Deus Pai também é Mãe

    O modelo de Deus como mãe remete ao princípio criador e gerador de vida, ao afago, ao carinho, à capacidade de proteger e respeitar a formação e a autonomia dos filhos e filhas. A Mãe Criadora permanece intrinsecamente unida e se alegra com a criação e o crescimento do mundo, compadece-se de suas fraquezas, derrama seu amor poderoso para se opor a tudo o que possa prejudicá-lo e destruí-lo (cf. Os 13,8).  («Não terás outros deuses» – vou atacá-los como a ursa da qual roubaram os filhotes, e vou rasgar-lhes o peitodevorando-os como leoa, e as feras vão despedaçá-los.)

    “Desejai, como crianças recém-nascidas, o leite não adulterado da palavra, a fim de que por ele cresçais para a salvação, já que provaste que o Senhor é bondoso” (1Pd 2,2-3)

    Como a criança que procura o apoio do colo materno, nos momentos de dificuldade e de alegria, e ao mesmo tempo busca se distanciar da mãe, na construção de sua própria autonomia, há uma frase nos Salmos que indica esta procura do refúgio divino nos reveses da vida. Com pequenas variações eles repetem: “Eu me abrigo à sombra de tuas asas” (Sl 17,8; 36,8; 57,2; 61,5; 63,8; 91,4).

    http://www.vidapastoral.com.br/artigos/trindade/deus-pai-tambem-e-mae/

  4. Dúvida que persiste

    Prezado Nassif,

     

    como pode a Presidenta Dilma e o exPresidente Lula se tornarem garota e garoto propaganda dessa tal: TORO RADAR, que apresenta um tal de mario placendino como fundador???

    Acho estranho pois as propagandas de fundo terrorista usam das fotos de ambos para ilustrar pseudo propostas de analises financeiras visando investimento em ações, sendo que o que me parece ser nada mais é do que uma tática subliminar de veicular ambos e sommente ambos a graves problemas que permitiriam fazer fortuna os incautos que com eles se aventurarem.

    Isso não causa estranheza a ninguém.

    Lula e Dilma são tão desassessorados que permitem suas imagens servirem para propositos privados e ainda na contramão de suas políticas??

    Gostaria de seu comentário ou de alguém que assessore Dilma e Lula.

  5. A Ralé Brasileira: Quem É, Como Vive
    13/06/2016

    Castas versus Párias

    Párias X Castas

    Jessé Souza, em seu livro “A Ralé Brasileira: Quem É, Como Vive” (Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009), indica que, como a “ralé” se reproduz como mero “corpo”, incapaz, portanto, de atender às demandas de um mercado cada vez mais competitivo baseado no uso do conhecimento útil para ele, ela não se confunde com o antigo “lumpemproletariado” marxista.

    O lumpemproletariado podia funcionar como “exército de reserva” porque podia ser empregado em épocas de crescimento econômico ao lado da força de trabalho ativa. O pressuposto dessa possibilidade de substituição é um capitalismo em estágio inicial em que a “incorporação de conhecimento” técnico pelo trabalhador, para que este possa exercer uma atividade útil e produtiva, era mínimo.

    Hoje em dia, o capitalismo pressupõe uma alta — comparativamente — incorporação de conhecimento técnico para o exercício de qualquer função produtiva no seu setor mais competitivo. Desse modo, ainda que a “ralé” inegavelmente disponha de “capacidades” específicas que permitem desempenhar seus subempregos e suas relações comunitárias, essas “capacidades” não são aquelas exigidas pelo mercado moderno em expansão.

    É por conta disso que foi noticiado durante todo o ano de 2008, quando o Brasil ainda crescia velozmente, o “gargalo” de pessoas bem treinadas para a ocupação de novos empregos no crescimento econômico brasileiro dos últimos anos.

    É por conta disso também que a “ralé” brasileira moderna não se confunde com o simples lumpemproletariado tradicional. Como ela não encontra emprego no setor produtivo que pressupõe uma relativa alta incorporação de conhecimento técnico ou “capital cultural”, ela só pode ser empregada enquanto mero “corpo”, ou seja, como mero dispêndio de energia muscular.

    É desse modo que essa classe é explorada pelas classes média e alta: como “corpo” vendido a baixo preço,

    seja no trabalho das empregadas domésticas,seja como dispêndio de energia muscular no trabalho masculino desqualificado,seja ainda na realização literal da metáfora do “corpo” à venda, como na prostituição.

    Os privilégios da classe média e alta advindos da exploração do trabalho desvalorizado dessa classe são insofismáveis.

    Se pensarmos nas empregadas domésticas, temos uma ideia de como a classe média brasileira, por comparação com suas similares europeias, por exemplo, tem o singular privilégio de poder poupar o tempo das repetitivas e cansativas tarefas domésticas, que pode ser reinvestido em trabalho produtivo e reconhecido fora de casa.

    Como não pensar também nos serviços sexuais de baixo preço — não só de prostitutas, mas de todos os indivíduos em situação de dependência — de uma classe a outras?

    Como não pensar também na “naturalização” de serviços de saúde de primeira qualidade para as classes privilegiadas — classes média e alta — e de segunda qualidade para os mais pobres?

    O mesmo acontece com a escola, com o acesso à justiça etc. Essa é a nossa verdadeira “luta de classes” intestina, cotidiana, invisível e silenciosa, que só ganha as manchetes sob a forma “novelizada” da violência transformada em espetáculo e alimentada pelos interesses comerciais da imprensa.

    Como a antiga e anacrônica visão marxista da luta de classes tinha imagens da esfera pública e da revolução política, deixamos de ver a “luta de classes”, cotidiana, mais invisível e menos barulhenta, mas não menos insidiosa, que se reproduz sem que ninguém se dê conta, tanto para os algozes quanto, muito especialmente, para suas próprias vítimas.

    O atual estágio do debate intelectual e público brasileiro apenas contribui para o desconhecimento sistemático do grande drama histórico da sociedade brasileira desde o início de seu processo de modernização: a continuação da reprodução de uma sociedade que “naturaliza” a desigualdade e aceita produzir “gente” de um lado e “subgente” de outro.

    Isso não é culpa apenas de governos. São os consensos sociais vigentes, dos quais todos nós participamos, que elegem os temas dignos de debate na esfera pública, assim como elegem a forma de (não) compreendê-los.

    No nosso caso, “escolhemos” debatê-los superficialmente e torná-los invisíveis. Este livro de Jessé Souza é uma tentativa de conferir visibilidade ao que não queremos ver.

    Essa “classe social”, nunca percebida até então enquanto “classe”, ou seja, nunca percebida como possuindo uma gênese social e um destino comum, sempre foi (in)visível, entre nós, e percebida apenas como “conjuntos de indivíduos”, carentes ou perigosos.

    Este livro de Jessé Souza é sobre essa “classe de indivíduos” que nasceram sem o “bilhete premiado” de pertencerem às classes alta e média.

    O privilégio positivo do “talento inato” das classes alta e média é transformado em privilégio negativo de toda uma classe social que se produz e se reproduz como classe de indivíduos com um “estigma inato”. Essas são as pessoas que estão sempre a um passo — ou com os dois pés dentro — da delinquência e do abandono.

    Jessé Souza afirma que essa classe é moderna. Não é o “jeitinho brasileiro” de 500 anos atrás que a cria, mas a impossibilidade afetiva, emocional, moral e existencial de “incorporação” dos pressupostos indispensáveis à apropriação tanto de capital cultural quanto de capital econômico.

    Por conta disso, toda a parte empírica desse livro procura recontar, na dimensão da vida cotidiana, que é a dimensão onde todos nós efetivamente “vivemos”, o drama existencial e familiar dos tipos sociais mais encontrados na ralé brasileira. Essa é uma “novela” a que os brasileiros ainda não assistiram.

    Este livro mostra, também, como chegamos a construir uma Ciência Social dominante conservadora, e, mais ainda, a partir dela, um debate público servil ao economicismo hegemônico, que mais esconde que revela dos nossos conflitos sociais mais importantes.

    Ao invés da oposição clássica entre trabalhadores e burgueses, o que temos aqui, em uma sociedade perifericamente moderna como a brasileira, como nosso “conflito central”, tanto social quanto político e que subordina em importância todos os demais, é a oposição entre uma classe excluída de todas as oportunidades materiais e simbólicas de reconhecimento social e as demais classes sociais que são, ainda que diferencialmente, incluídas. Enquanto a sociedade brasileira não se conscientizar desse desafio, seremos sempre “modernos para inglês ver”, uma modernidade capenga, injusta, mesquinhamente econômica e economicista.

    A tese central deste livro de Jessé Souza é a de que a percepção dessa classe “enquanto classe” implica uma percepção radicalmente nova dos problemas centrais que desafiam o Brasil como sociedade. Toda a hierarquia de questões tende a mudar começando pela desconstrução do “fetiche” economicista como interpretação dominante e como remédio para todos os males. Na melhor das hipóteses, poderemos deixar de nos avaliar como “economia”, pelo tamanho do nosso PIB, e começarmos a nos avaliar como “sociedade”, pela forma como nos tratamos uns aos outros”.

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  6. Alguem vai pedir o impichement do governador de Illinois?

    Trecho do Chicago Tribune:

    em : http://www.chicagotribune.com/news/opinion/zorn/ct-kansas-conservative-brownback-economic-disaster-zorn-perspec-0518-jm-20160517-column.html

    Recently released polling data from Morning Consult shows Rauner is only the fifth least popular governor in the United States. His 34 percent approval rating (down from 42 percent in the same poll six months earlier), puts him ahead of disliked chief executives such as Michigan Gov. Rick Snyder, whose bungling of the water crisis in Flint has dropped his approval rating to 32 percent, and returning winner of the most-reviled trophy, Kansas Gov. Sam Brownback at 26 percent..

    Resumão:

    Indices de aprovação:

    Bruce Rauner ( Illinois)  : 34%

    Rick Snyder (Michigam) : 32%

    Sam Brownback (Kansas): 26%

    O interessante é que apesar dos índices não há nenhum pedido de eleições antecipadas, não há manifestações nas capitais estaduais dos respectivos estado estadunidenses solicitando o impichiment

  7. Sérgio Machado

    Sérgio Machado para os petroleiros é cachorro morto desde 2012

     

    Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, em delação na Lava Jato, declarou: “Petrobras é a ‘madame mais honesta dos cabarés do Brasil’, diz Machado”. Para a direção do Sindipetro-RJ, o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, que foi indicado pelo senador Renan Calheiros, que na política se assemelha a um dono de cabaré, e como tal, colocou na empresa um autêntico filho de “Casa de Prima.” 

    Para não deixar dúvida para a categoria e para  a sociedade, o Sindipetro-RJ fez o enterro simbólico, de Machado, em maio de 2012, antes da lava Jato, em frente à sede da Transpetro, no Rio, e também no mesmo mês e ano, em uma das bases mais importante da Transpetro, que é Cabiúnas, em Macaé. 

    Não só ele, pois muito antes da Lava Jato os sindicatos dos petroleiros já denunciavam gestores como Sérgio Machado! E diferente da lava Jato que recebe prêmio da Globo, do governo dos EUA  e de suas principais revistas como Fortune e Time, os diretores de sindicato receberam da empresa ação da justiça e até ameaças, e da Justiça recebeu até condenação à prisão, que foi substituída por pagamento de cesta básica. 

    Além de enterros simbólicos e escrachos na casa de muitos dirigentes da companhia que só agora até sendo presos pela Lava Jato, fizemos denuncias. Estranho que, apesar das inúmeras denúncias protocoladas no Ministério  Público e Polícia Federal, nenhuma ação desses órgãos em resposta a nossas denúncias. Inclusive nesses atos, como enterro simbólico, foi enviado cópia à mídia, que também se calava. 

    Por que quando denunciamos ninguém fazia nada e agora esse estardalhaço todo com a Petrobrás sendo alvo da PF e do MP e de denúncias diárias na mídia por conta da Lava Jato?

     E como a sociedade pode entender o porquê de só se investigar a Petrobrás? E os outros escândalos? Com certeza os brasileiros gostariam que, assim como a Petrobrás, empresas como a Globo, bancos como Itaú e Bradesco, e outras empresas envolvidas em escândalos como Swssleaks e zelotes, que, diga-se de passagem, em valores sonegados estupidamente maiores do que os da Petrobrás, fossem também  alvo de operações como a Lava Jato!

     Na verdade, essa justiça e a mídia enganam o povo porque, na verdade, eles não querem acabar com a corrupção na Petrobrás, o que realmente almejam é desmoralizar a empresa para vendê-la mais barata aos gringos, como fizeram com a Vale do Rio Doce, a maior mineradora do mundo vendida a preço pífio. 

    Se estivessem preocupados com a corrupção não se calariam diante do absurdo de serem nomeadas pessoas como o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, responsável pelo apagão na época do FHC, e a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, ambos envolvidos em processo de improbidade administrativa por conta de negócios com as termoelétricas (Ação Popular 2001.71.12.002583-5) e o valor da causa é de R$ 5 bi. E ainda, para um governo que nasceu de um movimento de combate à corrupção  aceitar a indicação de um representante do banco Itaú que deve à Receita Federal R$ 18,7BI é no mínimo estranho.

     Considerando que qualquer empregado de empresa estatal e do funcionalismo público, na admissão, passa por uma investigação social, e que situações do presidente da Petrobrás, do BNDES e do banco Itaú seriam impeditivas para tomar posse do cargo! Inclusive, hoje, gerentes da empresa estão impedidos de receber a indenização pecuniária referente ao PIDV, por conta de ações judiciais. Só ao final das ações judiciais esses gerentes, caso absolvidos, poderão receber a indenização.

     Quanto ao ex-presidente Sérgio Machado, se dependesse dos petroleiros ele já estaria fora da empresa há muito tempo e procurando um cabaré, ou coisa parecida, para por em prática suas ações delituosas, coisa que os petroleiros consideram inaceitável tanto que o enterraram simbolicamente.      

     

    Rio de Janeiro, 16 de junho de 2016 

    Autor: Emanuel Cancella, – OAB/RJ 75 300              

    End: Praia do Flamengo nº 100, apto. 905, CEP 22210-030;               

    Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

    OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

    Fonte: http://mail.uol.com.br/#/webmail/0//INBOX/page:4/MjM3OTE1

     

  8. PT

    A quem interessa a destruição do PT?

     

    Primeiramente, ao STF, que julgou a AP 470, conhecida como mensalão, resultando na prisão de vários petistas e nem sequer julgou o mensalão do PSDB. Lembrando que o mensalão do PSDB foi anterior ao do PT e está prescrevendo sem julgamento! Lembrando também que foi da ministra Rosa Weber, assessorada pelo juiz Sérgio Moro, o parecer jurídico que condenou, no mensalão, o petista José Dirceu, a 23 anos de prisão. Ele só foi condenado porque a mídia fez uma campanha estrondosa contra ele, visando derrubar o PT, tanto que a condenação dele teve o seguinte parecer formal: “Não tenho prova cabal contra Dirceu – mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite”.

    E essa mesma ministra quer que Dilma do PT justifique o “golpe”, que é cantado em prosa e versos, no festival de Cannes, em editorial de vários jornais do mundo, inclusive no New York Times. Mas Rosa Weber faz coro com a mídia brasileira, principalmente a Globo que não só nega o golpe, como dá sustentação ao governo interino e golpista de Michel Temer.  Também tem muito interesse na destruição do PT, o juiz Sérgio Moro, que chefia a Lava Jato. Moro, além de prender José Dirceu, seqüestrou a casa de sua mãe, de 94 anos, num requinte de tortura e maldade.

    Não dá para acreditar no Juiz Sérgio Moro principalmente porque protege corruptos históricos do PSDB e seus vazamentos seletivos só visam a prejudicar o PT a Petrobrás e o governo Federal!

    E foi da Lava Jato que, na véspera da eleição, saiu a notícia mentirosa de que Lula e Dilma sabiam da corrupção na Petrobrás. Quem desmentiu foi o próprio advogado do pseudo-delator. Aécio quase venceu a eleição por causa disso!

    Foi o próprio Moro que, para desgastar Dilma, vazou para a Globo a denúncia, também mentirosa, de que faltava dinheiro para a operação Lava Jato. A própria Policia Federal desmentiu, dizendo que, pelo contrário, havia dinheiro de sobra para financiar a Operação.

    E não podemos esquecer o que disse o delegado da policia federal: blog Tijolaço em 04/02/16: “Ex-presidente da Associação de Delegados da PF: ”…“Eu não acho que exista um combate à corrupção, existe uma guerra declarada ao Partido dos Trabalhadores”.

    Quem diz a frase, dita com a ressalva de que “não sou PT”  e “não gosto de muita coisa no PT” é o delegado aposentado Armando Coelho Neto, ex-presidente da Associação de Delegados da Polícia Federal.”

     Diante desses ataques das elites brasileiras, cabe ao PT vir a público dizer que esses golpistas querem tirar Dilma não pelos erros, que na verdade foram cometidos. Aliás, quem nunca errou que atire a primeira pedra, disse Jesus de Nazareno, aqueles que queriam apedrejar a prostituta Maria de Madalena. Mas jamais Dilma, para orgulho das mulheres, corrompeu-se! Na verdade, eles querem tirar Dilma pelos acertos, principalmente porque sempre incentivou o combate à corrupção e porque sempre privilegiou a classe mais pobre!

    E cabe o PT vir a público dizer que a política pela qual o MTST ocupou a sede do governo federal, em São Paulo, era o  Minha Casa Minha Vida do PT; que os alunos da USP ocuparam a universidade foi para defender a política de cotas, implementadas pelos governos do PT. E se a esquerda diz que nunca os banqueiros ganharam tanto dinheiro como no governo do PT, e é verdade, mas segundo o DIEESE, mais de 90% dos trabalhadores tiveram ganhos reais nos governos do PT. Com o crescimento econômico, que foi marca dos governos do PT, todos ganharam!    

    Que seja dito também que os petroleiros representados pelas federações da FUP e FNP vão fazer greve para defender o pré-sal, que foi só descoberto graças ao governo de Lula. Que os petroleiros não aceitam, de forma alguma, a entrega da Petrobrás, por isso lutaremos contra a venda de ativos, como a BR, Termoelétricas, fábrica de fertilizantes, dutos e terminais e o desmonte da construção naval. A recomposição do efetivo da Petrobrás, que no governo de FHC era de 33 mil trabalhadores, no governo do PT chegou agora a 85 mil trabalhadores, sendo que 40% desses trabalhadores são de jovens funcionários! Na lei de Partilha de Lula, 75% dos royalties do pré-sal vão para educação e 25% para a saúde, e esses royalties começam a ser pago em 2016, e o pré-sal já produz um milhão de barris de petróleo por dia.        

    Os governos do PT não fizeram a Reforma Agrária, mas fortaleceram a Agricultura Familiar, braço do MST, que respondem por mais de 60% dos alimentos orgânicos que vão para a mesa dos brasileiros no dia a dia.  

    As escolas ocupadas em todo Brasil, com certeza querem mais Fies e Pronatec, para assim qualificar os estudantes brasileiros. Ninguém construiu mais escolas técnicas e universidades que os governos do PT, já que triplicaram o número de escolas técnicas e fizeram 18 universidades.  

    Quem quer acabar com o PT é, com certeza, a burguesia brasileira que governou por 500 anos o Brasil, e não aceita nem as migalhas que a esquerda diz que os governos do PT deram aos pobres!    Eu também acho que que é muito pouco que os governos do PT deram para os pobres, mas as elites não querem dar nada para os pobres e tudo para os ricos!      

     

       Rio de Janeiro, 19 de junho de 2016 

     

    Autor: Emanuel Cancella, – OAB/RJ 75 300              

           

    Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

     

    OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

     

     

     

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