Fora de Pauta

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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O espaço para os temas livres e variados.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  1. Ou dá ou desce. Ou, vai descer mesmo dando

    Carta: Temer paga a conta do PiG

    Dilma teria feito diferente?   
     publicado 21/10/2016 no Conversa AfiadaCarta_1.jpg

    Reportagem definitiva de Sergio Lirio na Carta Capital dessa semana tem um título irretocável: “o Golpe será televisionado”.

    O sub-titulo é esclarecedor:

    Reconcentração de verbas publicitárias na mídia tradicional (aqui é o PiG), perseguição às vozes dissonantes, desmonte da tevê pública… Temer paga a conta”

    E duas tabelas com o aumento da verba governamental, a chamada “mídia técnica”, que falam por si mesmas:


    Reprodução: Carta Capital

    Globo, mais 24%;
    Infoglobo (ou seja tudo da Globo menos a TV): 120%
    Editora Globo (revista Época): 586%

    Precisa desenhar, Ataulpho Merval?

    Que feio, Ataulpho, virou chapa branca, Ataulpho?

    Em tempo: a Presidenta Dilma fez melhor, com sua “mídia técnica”?

    Ou o Traíra não faz mais do que manter a política que os prodijiosos Giles e Messias deixaram na SECOM?

    PHA

     

  2. Revendo a Lunatica em um exemplinho:

    Revendo a Lunatica:

    Um exemplo de uma infinidade:

    123

    456

    789, o que implica

    142

    753

    869, que implica

    174

    852

    639, que implica

    187

    654

    329, que implica

    168

    357

    249, que immplica

    136

    258

    479, que implica

    123

    456

    789

    Fim do ciclo.

     

     

    Em caso ninguem desconfiou ou eu tenha sido la muito “sutil”, estou desenvolvendo um sistema mechanico de gerenciamento de equacoes matematicas que nao precisa de input humano (e muito menos de matematica).  Isso eh, estou desenvolvendo um sistema independente de inteligencia artificial.

    Ele inclui, possivelmente, a formula dos numeros primos em sua forma final:  eh so reduzir TODOS os problemas logicos ou matematicos a subsets da formula dos numeros primos.

    A Lunatica eh parte integral dele.  Esse post de hoje eh continuacao desse:

    Sobre a natureza do Presente

    Que eh continuacao desse:

    Ainda no solipsismo proprio, meu, e de mim (expandido)

    E estou fazendo a revisita a ambos Lunatica agora e Codigo SE e Anti Codigo SE (a seguir nos proximos dias, um assustadoramente belo, o outro assustadoramente “defeituoso”) porque nao vai dar pra me fazer entender de outra maneira.  Entao…  a seguir, Codigo SE e Anti Codigo SE…  e se eu fosse espirituoso eu lancaria um Codigo SEX so pra dizer que coloquei o SEX na matematica:  minha vinganca sarah marvada!

  3.  
    ECONOMIA, O DEBATE

     

    ECONOMIA, O DEBATE INEXISTENTE

    A definição da política econômica de um grande Pais, o maior dos emergentes do mundo ocidental, deve ser obtida través de um AMPLO CONSENSO entre as forças políticas e econômicas do Pais e com o assessoramento das melhores cabeças que

    seja possível congregar em torno de um Conselho onde se faz a soma de conhecimentos.

    Quem é que traçou esse plano espantoso de  SÓ ajuste na despesa em plena e profunda recessão sem qualquer medida compensatória para reativar a economia?

    Um plano desses não passa pela aprovação política em PAIS ALGUM, é um plano insano que vai APROFUNDAR A RECESSÃO, como já está se vendo.

    Nos Estados Unidos, com sua ampla experiência histórica de crises econômicas, foram ONZE até a de 2008, o Presidente é quem traça a macro política econômica, não é o Banco Central, que tem um papel tático mas não estrategico na macro política econômica.

    O Presidente dos Estados Unidos tem um CONSELHO ECONOMICO na Casa Branca (Council of Economic Advisers), um órgão de cúpula, que o assessora fora e acima

    do Federal Reserve e da Secretaria do Tesouro. Seu Presidente Jason Furman e a Vice Presidente Sandra Black são economistas de políticas publicas, não ligados ao sistema financeiro e sua tarefa é apontar caminhos de longo prazo para o conjunto da economia.

    Furman tem o titulo de Economista-Chefe do Presidente, seu nome e de sua Vice tem que ser aprovados pelo Senado depois de indicados pelo Presidente. O Conselho funciona como um Estado Maior do Presidente com visão ao mesmo tempo política e econmica.

    https://www.whitehouse.gov/administration/eop/cea

    Não há “panelinha” de economistas de mercado, há uma indicação geral da direção , o Presidente não fica “vendido” a uma só cartilha de um só pequeno grupo.

     a direção da política econômica é coisa séria demais para vir da cabeça de um

     grupinho que tem sua própria agenda e ninguém nele da economia produtiva.

     

    Na semana passada a dupla de comentaristas de economia do Jornal das Dez da Globonews, Sardenberge e João Borges,

    dirigidos pelo ancora Donny Di Nuccio em coro afinado disseram que já havia claros sinas de recuperação da economia no horizonte. Na ultima terça feira, dia 18, com cara murcha disseram os mesmos dois com o mesmo ancora que os ultimos dados do comercio apontavam para baixo pelo 17º mês consecutivo, nenhuma melhora e só piora do comercio.

    Na mesma materia quadro sobre 100.000 lojas que fecharam no Pais em um ano e videos de ruas inteiras do Rio com lojas fechadas. Dados anteriores da pesquisa em domicilios, mais precisa do que a pesquisa de desemprego nas 5 metropoles, indica 16,4 milhões de desempregados (materia de editorial do ESTADAO), bem mais que os 12 milhões

    até então apontados pela pesquisa apenas nas 6 metropoles.

    Do contraste desses dois contextos anunciados pelos mesmos personagens deduz-se que na primeira mensagem

    “há claros sinais de melhora” havia apenas palpite e não analise. São pagos para dar palpites ou é orientação ideologica da emissora?  Economia não é futebol, não admite palpites, se não podem ou não sabem o que falar melhor não manchar seus curriculos com palpite infeliz, sem relação com a realidade.

    Dados fundamentais são escamoteados por toda a midia tradicional. Notinha inexpressiva no ESTADÃO indica que o BANCO CENTRAL requisita do Tesouro verba para cobrir seu prejuizo de R$218 BILHÕES no 1º semestre de 2016,

    gerado pela venda de proteção cambial , qual seja para segurar a natural valorização do dolar, valorizar artificialmente

    o Real e com isso “trazer a inflação para o centro da meta”, objetivo contrario à saida da recessão.

    Porque esse dado crucial sequer é mencionado? Se o BC gastou R$218 bilhões em um semestre, mantida a trajetoria seriam R$436 bilhões em 2016 mais R$600 bilhões de juros da divida publica, seriam mais de R$1 trilhão de custos financeiros gastos pelo Tesouro em nome de uma politica economica psicodélica, uma conta verdadeira  de gastos

    em um ano, quantia que deixa pálidas as discussões sobre o corte de gastos das demais despesas.

    Ao mesmo tempo o BANCO ITAU, comandante virtual da atual orientação economica do Governo já que dois personagens a ele ligados são os pais da atual politica economica, declara alto e bom som que tem excesso de capital

    no valor de R$60 BILHÕES, excesso em relação aos indices de Basileia que já são ultra conservadores. Como se formou esse excesso de capital? Com o mais altos juros do planeta cobrados dos clientes,  que só tem aumentado nos bancos em plena recessão, quando a reação natural em quadro de recessão é a redução das taxas na ponta do cliente.

    O coro dos comentaristas na grande midia repete como sapos na beira do lago o mesmo cantar. Não há NENHUM debate, nenhum contraditorio, nenhuma observação mais profunda, os comentarios são RASOS, TOSCOS, REPETITIVOS.  Os que se apresentam como comentaristas não contestam em momento algum a aberração de se perseguir META DE INFLAÇÃO em plena recessão, modelo aberrante mesmo para economistas ortodoxos de orientação conservadora.

    O mal maior é a RECESSÃO e não a inflação. Politica economica é ESCOLHA de prioridades, geralmente não é possivel

    atirar em dois alvos simultaneamente mesmo porque muitas vezes são alvos conflitantes. A INFLAÇÃO cada vez mais baixa é FUNDAMENTAL para as apostas do mercado financeiro mas não é tão importante para a ECONOMIA PRODUTIVA, a que pode tirar o Pais da recessão. Hoje o mercado financeiro é DESLIGADO da economia produtiva, ao mesmo tempo que a recessão se aprofunda a bolsa sobe e o dolar cai,   apenas dólar,  bolsa e apostas em derivativos (juros e índices)  ocupam o

    escasso mundo mental dos comentaristas. Nunca ouvi um comentarista carimbado de radio, tv e jornal fazer analises a partir da observação in loco de

    lojas dos bairros de classe media, areas de comercio popular, salões de cabeleireiros, industrias de bens de capital, NADA. Só falam com meia duzia de papagaios do mercado financeiro e dai tiram toda a base de seus comentários.

    É impressionante a fragilidade intelectual desses comentaristas, não conhecem economia, não conhecem a historia economica e a historia do pensamento economico, repetem os bordões da “turma” dos economistas de mercado sem notas de rodapé, papagaios de economês tosco, constituído de chavões, platitudes e bordões.

    O controle dos gastos não é política de emergência, é sistema permanente, há no Brasil

    uma cultura de descaso e desperdício que se visualiza na crescente ocupação década vez 

    mais prédios pelos poder executivo e pelo aparelho judiciário, a continua abertura de concursos públicos sem se racionalizar antes o enorme contingente de funcionários

    na já inchada folha, especialmente nas atividades meio, na pura burocracia dos poderes.

    Mas só esse controle não tira o Pais da recessão. Há que haver um gatilho que puxe o crescimento por uma nova demanda e esta só pode vir do investimento públicos o qual  pode ser financiado pela expansão monetária. Se der alguma inflação este é um custo a ser tolerado para o Pais sair do mal maior da recessão, é uma questão de prioridades.

    A receita é da economia clássica, que se administra por ciclos de expansão e contração.

    A recessão requer expansão monetária, a economia super aquecida requer contração monetária que pode ser feita por vários modos e não só pela alta de juros.

    Uma das ferramentas de contração é o aumento dos compulsórios dos bancos, outro é a limitação dos prazos e condições de empréstimos, ambas ferramentas baixam os lucros dos bancos enquanto a alta dos juros é o único instrumento contracionista que aumenta o lucro dos bancos e é o único usado pelo BC desde o Plano de Estabilização Monetaria de 1994. Porque não usam instrumentos administrativos como contenção dos empréstimos ou restrição de prazos? Porque são ruins para os bancos, ora.

    Ao contrario das políticas  dos grandes ciclos econômicos do Brasil a atual política não tem grife, não se sabe de onde veio. O Ministro da Fazenda não é formulador de política econômica, não tem formação para isso, será o presidente do BC? Provavelmente é mas não assume e não assina, a política é então órfã, não tem pai e nem mãe. Tudo faz crer que vem da cabeça do economista Samuel Pessoa com colaboração de Mansueto Almeida mas onde está a autoria publicamente assumida?

    É fundamental para sua imposição, operação e sucesso que a política econômica tenha responsável, isso em qualquer Pais, não pode ser anônima.

     

    Todos conheciam a política econômica de Roberto Campos, a de Delfim Neto a de Mario Henrique Simonsen, eram políticas com paternidades e responsabilidades claras,

    refletiam um conjunto de ideias desses grandes personagens, Campos mais ortodoxo, Delfim mais heterodoxo, Simonsen um expoente da escola clássica.

    Mas de quem é a atual política econômica?

    Ninguem sabe e ninguém assume, essa é uma de suas muitas fraquezas.

     

     

     

  4. Médico X Advogado, quem é mais esperto ?

    Do Face do Eduardo Guimarães

    Um médico não consegue encontrar emprego, então decide abrir uma clínica e coloca à porta placa com os dizeres:

    “QUALQUER TRATAMENTO POR R$ 20,00. SE NÃO FICAR CURADO, DEVOLVO R$ 100,00.”

    Um advogado vê a placa, pensa que é uma grande oportunidade de ganhar R$ 100,00 e entra na clínica.

    Advogado: 
    “Eu perdi o meu sentido do paladar.”

    Médico: 
    “Enfermeira, traga o remédio da caixinha 22 e pingue 3 gotas na boca do paciente.”

    Advogado: 
    “Credo, isso é querosene!”

    Médico: 
    “Parabéns, o seu paladar foi restaurado. Me dê R$ 20,00.”

    O advogado irritado volta depois de alguns dias para recuperar o seu dinheiro.

    Advogado: 
    “Eu perdi minha memória, não me lembro de nada.”.

    Médico: 
    “Enfermeira, traga o remédio da caixinha 22 e pingue 3 gotas na boca do paciente.”

    Advogado: 
    “Mas aquilo é o querosene de novo?”.

    Médico:
    “Parabéns, você recuperou sua memória. Me dê R$ 20,00.”

    O advogado já fumegante, sai da clínica e volta uma semana mais tarde determinado a ganhar os R$ 100,00.

    Advogado: 
    “Minha visão está muito fraca e eu não consigo ver nada.”

    Médico: 
    “Bem, eu não tenho nenhum remédio para isso, sendo assim, tome R$ 100,00.”

    Advogado:
    “Mas isso aqui é uma nota de R$ 2,00 !!! “.

    Medico: 
    “Parabéns, sua visão foi restaurada. Me deve mais R$ 20,00.”

      

     

  5. Teoria do Riso – o livro perdido de Aristóteles

    Teoria do Riso – o livro perdido de Aristóteles

    Anoto que, não uma, mas todas as teorias até então atribuídas a Aristóteles sobre a Teoria do Riso estão fadadas a circularem sob novas luzes.

    Se, até então, para Aristóteles segundo seus historiadores, o riso seria “próprio do homem”, sinal da racionalidade humana, a necessária ligação do homem com os deuses através das ideias que elevam o espirito – (teoria da felicidade), para seus detratores, o riso rebaixava o homem, destruía a solenidade ou quebrava o dogma da fé e do respeito devido a tudo que provém da divindade, por isso Jesus Cristo não ria.

    No romance de ficção o Nome da Rosa, o escritor e filósofo, Umberto Eco, baseia toda sua trama em torno do segundo livro da Poética de Aristóteles, considerado perdido, e que, em linhas gerais, teria o condão de consolidar a Teoria do Riso como sendo algo próprio do homem, bem como fruto de sua racionalidade, o que poderia abalar a fé enquanto fundamento reverencial de temor a Deus e de respeito à instituição Igreja e a seus representantes na terra.

    Entretanto, recentes descobertas, ainda não confirmadas em sua inteireza sobre a autenticidade dos escritos, nos levam a outro caminho, que, não obstante diverso dos que eram aventados até agora, comprova o potencial revolucionário desta obra e o porque da sistemática tentativa de destruir sua propagação através dos séculos.

    Introdutoriamente, como acima sinalado, informo que muitas das especulações acima, e que balizaram durante séculos a discussão sobre a gênese do riso não guardam correspondência com a real definição posta nas recentes descobertas.

    Do que se pode antever, ainda que esparsamente, oriunda deste recentíssimo achado, é que estamos frente a uma nova concepção, que de forma assertiva dispõe concretamente sobre a dualidade do riso.

    Em termos práticos, dispõe que o riso se revela em dois campos distintos, num sentido temos o corpo humano, e junto com ele, como presente dos Deuses, o riso, e, no outro, a concepção do homem como ser racional, e a outra forma do riso, produto desta racionalidade.

    Assim, a primeira forma de manifestação do riso, vem da criação do homem, ou seja, provem da natureza, da sua essência natural, nesta o riso tem a ver com o gozo natural, com a perfeição física, e neste sentido se torna sublime, imenso, exprimindo primordialmente o sentir humano como atributo divino.

    Neste sentir, o riso é uma das poucas coisas que já vieram perfeitas no homem, em suma era (e é)a visão do criador – de (os) Deus (es) -,  um presente que não deveria ser maculado, pois continha em si, neste aspecto, o que foi posteriormente retratado como imagem e semelhança.

    Fazendo um paralelo, para melhor compreensão do tema, e trazendo esta visão pretérita a acontecimentos recentes, e que são objeto de instantânea divulgação nas mídias sociais pelo seu impacto, poderemos ver e sentir a imensa força desta manifestação, humana.

    Quando pessoas que nunca escutaram algum som ouvem pela primeira vez, ou que nunca enxergaram e veem a luz, as cores, e com isso sentem, de forma diferenciada, a dimensão do espaço. Aí, em todas as vezes, brota do fundo do seu ser um riso espontâneo, de felicidade pura, que por sua intensidade pode ser sentido por todos, no contexto e na realidade do fato.

    É sobre este riso que o segundo livro da poética de Aristóteles inicialmente se debruça, do riso enquanto manifestação do prazer físico dos sentidos, em sua interação com a natureza, como fruto de um acontecimento natural, da chuva após um longo período de seca, do nascimento dos filhos, da festa, e neste sentido é sublime.

    Na realidade, esta primeira parte é que, pelo seu potencial libertador, é que foi censurada através dos séculos.

    A extensão desta ideia, tornava o homem e seu corpo parte incindível da essência de Deus e, nesta percepção, sua profanação seria um crime contra Ele, e sua proteção e cuidados nossa manifestação de fé e respeito ao criador.

    Delinearemos com minúcias este ponto após a explicitação geral deste seccionamento da teoria do riso.

    Assim, inicialmente compreendido o riso como fruto divino, presente dado aos homens, passou este, imediatamente, por sua excepcionalidade concreta e possível racionalização, a ser objeto de estudo e desejo, dos homens, de todos os homens, em todos os tempos, quais pequenos demiurgos, brincando de Deus para replicar sua obra perfeita.

    Deste modo, a segunda parte da poética, após estas considerações iniciais, trata do riso como fruto da racionalidade humana, e o compreende, estritamente, dentro da Comédia, pois resultado de uma cópia risível do ser, humano, travestido de Deus.

    Neste capítulo, temos o riso fabricado pela mente humana, o riso enquanto comédia, o riso como subproduto imperfeito da razão – e, este é o riso (transformado pelas mãos e mentes humanas, e encarcerado por elas) que, posteriormente,  foi moldado,  julgado e condenado por filósofos, que em sua arrogância e soberba, nublados pelos seus interesses, incluíram a parte divina em seu julgamento.

    Como fruto imperfeito que busca no humano racionalizável sua alegria natural de existir, jamais poderiam ver reconhecida nessa manifestação algo mais além da conformação da natureza humana através da razão. Assim, o potencial destruidor de tudo que trouxesse sofrimento e dor ao homem, ao invés do riso, concretamente não ameaçava a ideia de Deus, mas a imperfeição das convenções humanas, racionalizáveis.

    Isso explica porque, no decorrer dos anos, nem a Igreja, nem as instituições, que sempre se construíram pela força e pela racionalidade do poder, jamais deixaram que esta Poética tivesse seu conteúdo divulgado, pois a concepção do riso nela insculpida  somente teria seu desiderato no conforto e na proteção do homem e sua natureza.  

    Trava-se desde então, um contínuo julgamento que, invariavelmente -, em face das provas ocultadas (extraviadas, destruídas) – somente se atém a concepções que não ameacem  nem a Igreja nem a construção sobre as quais se erigiram os pilares da atual civilização ocidental –  ideias feitas em desserviço do homem e não em sua emancipação.

    Compreende-se,  agora, através destes novos escritos, que, por conta dos homens, filósofos, literatos, cultos, através dos séculos – sistematicamente se condenou ou referenciou o riso como intrinsecamente relacionado a razão humana – o homem é o único animal que ri -, e dai se extrai, parte de sua racionalidade.

    Neste ponto, consoante os novos termos,  abrem-se novos horizontes, pois o riso passa a ser compreendido em sua forma dúplice, em parte pode ser concebido como forma de intervenção divina em seu existir humano e, de outra parte, como construção humana, decorrente do uso de sua racionalidade.

    A aceitação desta origem dúplice do riso, tendo como parte essência divina, consistente nesta sensação que engloba todo o corpo físico, harmonia, êxtase e sublimação, era, e é demasiado humana e subversiva, pois tira o foco exclusivo da fé e do espírito e o estende ao corpo humano.

    Compreende-se nesta breve exposição, o fato do riso, considerado em sua pureza como originário dos sentidos, nunca ter sido diferenciado em sua essência, de suas outras formas de manifestação, de sempre ter sido colocado em seu conceito, como tendo forma una, como atributo da razão. Deve-se tal conformação fática, à circunstância que o riso,  ao ter definida sua origem unicamente como decorrente do uso da razão, teve automaticamente excluída sua vertente espiritual, bem como as consequências advindas deste componente divino em sua intrínseca natureza.

    Tal concepção dúplice, resultaria em impossível conciliação com o martírio a que submetiam homens e mulheres, em nome de Deus, pois,  tal diferenciação importava em situar num só corpo, atributos ao mesmo tempo divinos e humanos, seres criados a imagem e semelhança.

    Estaria em conformidade com o pensamento que apregoa que nada do que é humano pode, em essência,  ser ruim, nem riso, nem amor, nem sexo, êxtase ou emoção.

    A grande questão sobre esta vertente universal do riso, que advém da atração, do prazer natural das coisas da natureza, o riso espontâneo de maravilhamento perante o mundo, é  que isto é demasiado Deus em nós.

    Desta forma, se tal concepção encontra-se  inescapavelmente jungida ao nosso corpo humano, este merece  ser resguardado sob todas as formas e modos, pois em sua origem a mão divina que nos criou.

    De outro lado temos a vertente que coloca toda a discussão no patamar da razão, todo o prazer (que provoca a sensação do riso) provém de motivações racionalizáveis elaboradas em conformidade com a naturalidade – física – do corpo, e assim situa o riso e a percepção de Deus na esfera da espiritualidade e não no corpo (mero instrumento). Esta forma de pensamento, ainda, tem um componente excepcional – no caso, como manifestação da racionalidade – humana -, traz em sua origem a capacidade de ser burlada.

    Em suma – a razão deturpou o riso – pois se permitiu reproduzir este prazer – de tantas formas – que a farsa se tornou possível – e assim se criou a comédia – não o riso.

    E, os filósofos, em seus tratados, por seu distanciamento com o prazer físico (natural), não  explicitaram sua essência e nem o diferenciaram (da comédia) – e, para torna-la imensa (como fruto do pensamento racionalizado) – usurparam ao riso, advindo da naturalidade das pessoas, sua origem divina, e o incorporaram, à força, aos escritos em que tornavam todo o ato humano  passível de riso, como racionalizável, submetendo-o ao jugo da razão.

    Ao fazer a distinção, muito antes da religião cristã, Aristóteles, sem tais condicionantes, projetou seus pensamentos, como alerta aos que viriam, anteviu o futuro, e ao prevê-lo alertou as novas gerações sobre o significado das sensações e das palavras, e a forma como apareceriam e interfeririam na vida real. 

    A considerar os escritos de Aristóteles em sua relação com os ensinamentos cristãos haveria uma nova interpretação, pois o riso humano não é questão de fé, ele existiria como manifestação concreta da divindade e caberia ao homem apenas reconhecê-lo, em si e nos outros e aprender com isso.

    Entretanto,  em outro campo, o da razão, o riso – manifestação divina através de nosso corpo humano -, pode ser reproduzido, como farsa ou busca da perfeição,  através da comédia.

    Reside, nestas intervenções do homem – simulacro de Deus -, a forma imperfeita, posto que humana.

    Mesmo a dedicação à espiritualidade também não é perfeita, assim como o riso quando restrito a razão humana e não a criação divina, o homem não pode criar os sentidos, apenas dispor deles, nem criar Deus, apenas se unir a ele.

    E, quanta pretensão, dos que, ao mesmo tempo que exaltam a razão como forma de nos assemelharmos a Deus, condenam o riso natural como traço de inferioridade, sem ao menos suspeitarem que este, escrito na linguagem incompreendida de Deus, inacessível a tais doutores, é entendida perfeitamente pelos simples, a quem foi dado apenas sorver o aroma natural,  tocar, ouvir, provar, ver, e sentir. 

     

     

     

     

    Apontamentos …

     

    Trata-se de obra de ficção, não guardando estrita conformidade com as anotações nela insertas. Por outro lado, talvez nada que nela conste seja falso.

     

    Demiurgo – No pensamento cosmogônico de Platão, o termo designa o artesão divino – causa da alma do mundo – que, sem criar de fato o universo, dá forma a uma matéria desorganizada imitando as essências eternas, tendo os deuses inferiores, criados por ele, como tarefa a produção dos seres mortais. Wikipédia

     

     

     

    O PROBLEMA DO RISO EM O NOME DA ROSA, DE UMBERTO ECO. Título- The laugh trouble in The name of the rose, by Umberto Eco – Paulo de Góes[a] Doutor em Filosofia pela Unicamp e professor titular da Universidade de Sorocaba. Sorocaba,SP – Brasil,e-mail: [email protected]

     

    Na obra, especialmente as duas tendências são confrontadas. Uma é a que tem como representante o velho monge e bibliotecário Jorge de Burgos, que define o riso como fonte de dúvida e defende que o mesmo não deve ser livremente permitido como meio para afrontar a adversidade do dia-a-dia, visto que pode ser usado como arma para desacreditar a própria Igreja. Essa tendência é seguida pelos monges que integravam a abadia onde as cenas do romance se desenvolvem. A justificativa teológica (mas não lógica) é a de que o riso mata o temor e isso, por sua vez, impede a fé. Outra é a abordagem fundamentada em Aristóteles e seus comentadores, que teve, ao longo da história, desdobramentos diversos. Essa tendência é representada, no romance, por Guilherme de Baskerville, o arguto franciscano que encara o riso como pertencente à essência do homem, sinal da racionalidade do humano e instrumento para se lidar com as vicissitudes da vida.

     

    file:///C:/Users/Sergio%20Medeiros/Downloads/rf-3239%20(2).pdf

     

    Resumo

     

    Umberto Eco, em seu conhecido romance O nome da Rosa, explora a questão referente ao riso, reproduzindo uma velha discussão histórica e filosófica que se reporta ao segundo livro da Poética, de Aristóteles, considerado perdido, no qual o filósofo, ao tratar da comédia, faz uma apologia do riso e suas virtudes. Duas tendências são confrontadas: uma, que tem como representante o velho monge e bibliotecário Jorge de Burgos, que define o riso como fonte de dúvida e defende que ele não deve ser livremente permitido como meio para afrontar a adversidade do dia-a-dia, e outra, representada por Guilherme de Baskerville, fundamentada em Aristóteles e seus comentadores que consideravam o riso como “próprio do homem”, sinal da racionalidade humana. Este artigo tem como objetivo explorar a duas tendências, percorrendo, de modo ligeiro, as páginas do romance, inserindo digressões de ordem histórica e filosófica.

     

     

     

  6. Petrobrás

    Pedro Parente promove a liquidação da Petrobrás

                             Cadê a Lava Jato para investigar Parente?

    Resultado de imagem para Pedro Parente promove a liquidação da Petrobrás

    Pedro vai abrir a Feira de Óleo e Gás, no Riocentro, nessa segunda, dia 24/10. Na ocasião, reafirmará sua proposta de vender a Petrobrás querendo convencer que essa entrega nada tem  a ver com privatização.

    Ele não é bobo! Seu chefe, FHC, quando presidiu o país, bem que tentou privatizar a companhia e deu com os burros n’água. Para enganar a sociedade ele afirma que, com a venda, ele quer salvar a Petrobrás e combater a corrupção na companhia.

     A liquidação da Petrobrás de Pedro, em valores ofertados ultrapassa a Privataria Tucana de FHC: Campo gigante do pré-sal de Carcará uma província petroleira que vai dobrar as reservas da Noruega, vendido sem licitação e o barril a preço de um refrigerante. E o barril esta sendo vendido no mercado internacional a US$ 50. Vendeu a mais rica  e estratégica malha de dutos do sudeste. Agora vamos ter que pagar para usar esses dutos.

    Vendeu a Liquigás, quer vender a BR, a Transpetro e parte das refinarias. Esta vendendo o pré-sal e com a lei 4567/16 aprovada no Congresso Nacional deixamos de ser operadores único que era garantido pela lei de Partilha. Como vamos controlar os royalties do pré-sal que prevê 75% para educação e 25% para a saúde? A obrigatoriedade legal pela lei de no mínimo 30% em cada campo do pré-sal foi quebrada.

    E também eliminaram o ‘Conteúdo Local’ da Lei de Partilha e navios e plataformas vão ser construído no exterior gerando emprego e renda para os gringos.

      

    Cadê a Lava Jato para investigar Parente? Pena que a Operação, chefiada pelo juiz Sérgio Moro,  que investiga a Petrobrás só possa investigar os governos do PT na Petrobrás. Moro, com a Lava Jato, já investigou a Eletronuclear; a transposição do Rio São Francisco e já foi até Santo André investigar a morte do ex-prefeito Celso Daniel, ocorrido  há 14 anos. Entretanto, investigar o governo FHC na Petrobrás os tucanos e os negócios do tucano Pedro Parente na companhia, isso ele não pode!

     

    O fato é que nossas instituições protegem os tucanos. Nenhum deles foi preso até agora apesar da vasta contribuição ao mundo do crime. Foi assim no mensalão, onde a versão tucana, anterior a do PT, está prescrevendo sem julgamento; o escândalo do banco Marca e FonteCidam; a Lista de Furnas; o Propinoduto de São Paulo; a venda de ambulâncias no escândalo conhecido como ‘Sanguessugas’;  e agora na Lava Jato.

    Na época do governo de FHC ele tinha para protegê-los o Engavetador Geral da República, agora não é só o PGR que  protege os tucanos, mas também a Lava Jato o MPF, o STF e a PF, ou seja,   a justiça como um todo.

    Voltando à feira de Oleo e Gás , Pedro bem que podia usar o slogan usado pelo primeiro Diretor Geral da ANP, David Zilbestain, ex-genro de FHC, em entrevista de posse: “ O Petróleo é Vosso!”

    Pedro está mandando às favas a campanha o Petróleo é Nosso!, que, nas décadas de 40 e 50, mobilizou uma multidão de brasileiros, entre eles Monteiro Lobato e Getulio Vargas, com muita gente sendo perseguida e morta na luta pelo nosso petróleo.

    E agora assistimos ao resultado dessa luta grandiosa sendo derrotada por aquele que ficará na triste lembrança dos brasileiros como, o gerente do apagão e agora como o presidente da Petrobrás que promoveu a sua entrega!  

    Rio de Janeiro, 23 de outubro de 2016                                 

    Autor: Emanuel Cancella, – OAB/RJ 75 300 

    Emanuel Cancella que é da coordenação do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)

    (Esse artigo pode ser reproduzido livremente)

     

    OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

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     http://emanuelcancella.blogspot.com.

     

     

     

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