Fora de Pauta

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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  1. 06.12.1976 – Quarenta anos da morte de Jango

    João Vicente fala do exílio, angústias e esperanças no livro “Jango e Eu”

     


    João em caminhada no Elevado Presidente João Goulart

    O jornalista e filósofo João Vicente Goulart, filho do ex-presidente Jango e diretor do Instituto João Goulart, recupera as memórias de um período turbulento do País e rememora fatos da vida pessoal no livro “Jango e Eu – Memória de um exílio sem volta”, lançado pela Civilização Brasileira.

    A obra relata o exílio e desenha – com respeito, afeto e convicção – o retrato vivo de seu pai, João Belchior Marques Goulart. O livro mostra um Jango mais íntimo, recolhido e familiar, mas, nem por isso, menos altivo, convicto, democrata e patriota.

    Eu conversei com João Vicente, que é meu amigo e com quem divido apreço pelas questões nacionais e o trabalhismo, do qual seu pai foi um ativo militante e líder nacional.

    Jango morreu no exílio – impedido de regressar – provavelmente assassinado, em 6 de dezembro de 1976. Portanto, há 40 anos.

    “Jango e eu – Memórias de um exílio sem volta” será lançado em Brasília dia 7 (quarta), abrindo a agenda de lançamentos em todo o País. Em São Paulo, será dia 19, às 19 horas, na Livraria da Vila (telefone 3814.5811; site http://www.livrariadavila.org.br), na rua Fradique Coutinho, 840, bairro de Pinheiros.

    Por que escrever o livro

    “Há tempos, eu acalentava a ideia de contar nosso exílio, mostrando a rotina opressiva de viver forçado longe da Pátria. Os livros da academia se concentram mais na parte documental e dos arquivos. Faltavam a parte humana, o dia-a-dia no exílio, o monitoramento imposto à nossa vida, as aflições.”

    Quarenta anos sem Jango

    “Entendo que agora, quando da morte há 40 anos, seria oportuno contar minha experiência, minhas impressões e dizer que, independentemente do provável assassinato, muitas coisas, de alguma forma, ajudaram a matar meu pai – a saudade, a distância, a tristeza, a certeza de que havia sido derrubado por seus compromissos com o povo brasileiro.”

    Muitas conversas com o pai

    “Transcrevo diálogos inteiros com meu pai, sobre o trabalho no campo, a vida da família, os amigos, o futuro, os contatos com outros exilados, as pressões que foram crescendo no Uruguai e que nos levaram à Argentina.”

    Sensação dupla

    “Esse tipo de escrita remexe com nossos sentimentos, rememora passagens amargas da época. Mas, ao mesmo tempo, penso que ao escrever o livro pude reencontrar meu pai e reviver com ele aqueles momentos que vivemos juntos.”

    Cronologia do exílio

    “Embora não seja um livro de história, procuro seguir a cronologia, desde a chegada da família ao Uruguai (João Vicente tinha sete anos), dia 4 de abril de 1964, até o último dia da vida de Jango, em 6 de dezembro de 1976 – ele morreu novo, aos 57 anos (em Mercedes, Província de Corrientes, Argentina). Digo que é um exílio sem volta porque meu pai não pôde voltar mais.”

    Sensação de não voltar

    “Na medida em que os dias passavam, que não houve as eleições previstas para 1965, mais brasileiros eram exilados e o regime endurecia, meu pai percebia que o golpe não havia sido uma quartelada. Isso aumentava a sensação de que não voltaríamos, que tudo tinha sido planejado de forma meticulosa, que havia um projeto internacional, conforme se viu depois com a derrubada de governos, em efeito dominó, na América Latina.”

    Conjuntura e repressão

    “Não faço apenas um relato pessoal. Conto que o golpe no Uruguai, em 1973, teve apoio integral do III Exército e muita influência do serviço de inteligência brasileira. Em certa ocasião, meu pai, já no Uruguai há 10 anos, onde trabalhava como produtor rural, renunciou ao asilo político e pediu residência, mas esse pedido foi negado e ele ficou na condição de clandestino.”

    Pressão e intimidação

    “Por essa época, ele foi chamado a depor no Ministério do Interior, mas não foi, dizendo: – Não vou me apresentar. Não aceitei ser humilhado pelos milicos brasileiros, nem aceitarei aqui. Por isso, seguiu para a Argentina, onde havia a possibilidade do retorno de Peron, com quem meu pai tinha conversado, e lá estavam ex-presidentes argentinos e outros amigos.”

    Jango, homem do campo

    “No Uruguai, Jango retomou a atividade que havia aprendido com o pai dele, foi criar gado e plantar. Ele tinha hábitos simples, convivia com a peonada. Transcrevo diálogos dele ali, na lida, mostrando sentimentos simples e humanos, porque Jango sempre lutou pelos humildes.”

    Risco de sequestro

    “Consta que Jango era o quarto listado pra morrer na Operação Condor. Havia risco dos filhos sofrerem sequestro, o que me levou jovem para Londres, aos 19 anos, recém-casado. Quando meu pai faleceu, eu tinha acabado de completar 20 anos.”

    Face humana do presidente

    “Penso que a imagem que fica do livro é um retrato humano de um homem que lutou pelo Brasil até o final dos seus dias, tentando agregar os amigos no exílio, tentando somar forças para uma abertura no País. Tenho orgulho de meu pai Jango e me sinto feliz por não ser filho de um marechal-presidente, de um vendilhão da Pátria, de um torturador…”

    Roteiro para um filme

    “Em conversas com o cineasta Roberto Farias, ele me falou da ideia de fazer um filme sobre Jango. Quem sabe, agora, a partir desse livro a gente possa iniciar um roteiro…”

    Entrevista por João Franzin, da Agência Sindical

  2. As controversas práticas tucanas em exposição

    Estive na Biblioteca Nacional para homenagem ao conterrâneo de meu pai, a quem ele tanto se referia com imenso orgulho. Na espera do corpo de Ferreira Gullar, tomei conhecimento da exposição “Limites”, uma homenagem aos 40 anos de pintura de Marcos Duprat, artista e diplomata, o que ali pude saber. Curioso, fui em casa googar para mais informações. Afinal, de uma biblioteca que tem em seu acervo alguns dos originais dos mais respeitáveis gravadores do mundo, de Goeldi a Dürer, entre tantas outras preciosidades, temos sempre a mais alta expectativa de suas exposições. O que descobri foi surpreendente. Nada relacionado às qualidades artísticas do diplomata. Realmente seus quadros são bonitos e instigantes. Merecem ser vistos.

    A exposição teve R$ 251.006,00 aprovados pela Lei Rouanet. A proponente é a empresa Oficina de Arte Produções LTDA, da própria presidente da Biblioteca Nacional, Helena Severo. São dados públicos no site do Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura – Salic. No projeto,  a presidente, nomeada como curadora, propõe receber R$ 20 mil por tal. Mais outros R$ 15 mil  pelo trabalho de “captação de recursos”. 

    É o modo tucano de gestão da máquina pública. Como imaginam acabar com o estado, não enxergam problema em um gestor público se contratar e estabelecer seus rendimentos. 

    Observem que na planilha orçamentária os ítens são variados, com generosos pagamentos aos mais diferentes profissionais, mas em nenhum momento estão previstos os impostos necessários a estes mesmos pagamentos. Deve ser ato falho do pensamento neoliberal. Imposto é coisa para pobre. E rico se alimenta de “renúncia fiscal”. 

    Ou quem sabe podemos pensar que o artista, quando convidado para a primeira embaixada brasileira no Nepal, comemorou também futura valorização de sua obra no mercado de arte? 

    Na foto acima, evento social com Helena Severo, ao centro. À esquerda, seu marido Francisco Weffort, provável futuro membro da ABL. À direita, Ronald Levinsohn, ex-dono do grupo Delfin, que praticou uma escandalosa operação financeira nos anos 1980, que o Banco Central à época chamou de estelionato. Ele exemplifica exatamente aquilo que Franklin Martins chama de “elite brasileira predadora”

     

     

  3. Dá arrepios ouvir as

    Dá arrepios ouvir as autoridades do Planalto virem a público explicar a Reforma da Previdência. Deixar de lado as categorias, como polícias, bombeiros e Forças Armadas, é espantoso, mas, pior mesmo é o que restará para o homem do campo; para os idosos com menos de 70 anos, já aposentados.

    Tomara que com esse saba do crioul doido, que manda Renan pro Plenário, e empossa um petista em seu lugar de presidente, essas reformas e medidas não sejam votadas, pelo menos agora, pelo menos até que toda a população brasileira tome conhecimento do mal que esses abutres pretendem lhe fazer.

  4. Ódio contra mulheres não tem partido

    Aconteceu. A reacionária Joice Hasselmann está sob violento ataque on-line, com ameaças de morte, estupro e tortura. E a defesa mais contundente veio da feminista Lola Abramovich, da Universidade Federal do Ceará.

    O relato de violências on-line que Lola sofre cotidianamente, HÁ ANOS, sob o olhar inerte (e, por que não, conivente) do Poder Público, é de gelar a alma.

    http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2016/12/ameacas-dos-mascus-sanctos-joice.html

    AMEAÇAS DOS MASCUS SANCTOS A JOICE HASSELMANN

    Hoje a jornalista reaça Joice Hasselmann, ex-Veja, fez um vídeo dizendo que estão ameaçando a ela e a sua família. Eu digo “jornalista reaça” porque ela é abertamente de direita. Ultimamente, pelo que vi, deu até pra defender a “intervenção” (eufemismo pra golpe militar na cara dura). Considero essa senhora no mesmo nível de irracionalidade de outros reaças famosos como Olavo de Carvalho, Roger Ultrajante, Danilo Gentili, Alexandre Frota, Lobão, Rachel Sheherazade et caverna.No entanto, ofereço a ela minha solidariedade. Infelizmente, sei bem como é ser ameaçada. Sou ameaçada de morte, estupro, tortura e desmembramento desde 2011. Meu marido e minha mãe, uma senhora de 81 anos, começaram a ser ameaçados mais recentemente, desde o ano passado apenas. Já registrei nove boletins de ocorrência, o primeiro em janeiro de 2012, e o último, em setembro deste ano. As ameaças são praticamente diárias. E eu não vejo a polícia fazendo coisa alguma. Este foi o email recebido por Joice. Como que eu sei? Porque os criminosos o colocaram no Dogolachan (clique para ampliar)Joice está jogando pro seu time ao afirmar que as ameaças partem do PT ou da esquerda. Ela sabe que não vem da esquerda, tanto que no vídeo ela diz que é contra “radicais” de qualquer lado. Seria mais honesto da parte dela dar nome aos bois. Vou compartilhar com vocês o que sei. Talvez o email abaixo explique melhor. Eu o escrevi e o enviei a três delegados da Policia Federal no dia 20 de novembro (só tirei alguns nomes para não expor as vítimas envolvidas): Prezados Delegados da Polícia Federal, Srs. Fluvio Garcia, Flavio Setti, Pablo Bergmann,Escrevo porque a situação chegou a um nível insustentável. Já me comuniquei com os senhores antes. Meu nome é Dolores Aronovich Aguero, sou professora do Departamento de Inglês da Universidade Federal do Ceará, e há quase nove anos escrevo o blog Escreva Lola Escreva, um dos maiores blogs feministas do Brasil.Projeto de Luizianne LinsComo os senhores sabem, sou constantemente ameaçada de morte, estupro, tortura etc. Muitas vezes, quando aviso nas minhas redes sociais que darei uma palestra em alguma faculdade, misóginos prometem que cometerão atentados nesses lugares. Ameaçam também o meu marido e minha mãe. Oferecem recompensas para quem me matar, divulgam meu endereço e telefone residencial, fazem sites de ódio no meu nome e em nome do meu marido etc. A lista é longa. Já registrei nove boletins de ocorrência, o primeiro em janeiro de 2012, e não vejo investigação nenhuma. Recentemente, a deputada federal Luizianne Lins aprovou um projeto de lei, baseado na minha experiência, que atribui à Polícia Federal a responsabilidade de investigar crimes contra as mulheres na internet. Espero que isso traga algumas mudanças.Passaporte falso de Marcelo postado
    no chanO principal chan de onde vem as ameaças e demais crimes é o Dogolachan, chan de Marcelo Valle Silveira Mello, um dos dois presos e condenados pela Operação Intolerância por manter o site de ódio Silvio Koerich. Desde que saiu da prisão, em maio de 2013, Marcelo vem fazendo as mesmas coisas que fazia antes. No início de 2014 começou o Dogolachan.Entendo que o chan seja anônimo e esteja hospedado no exterior, mas, através de uma investigação, é possível provar que o criador e autor do chan é Marcelo. Uma das testemunhas é um jornalista da Rede Globo. Em dezembro do ano passado foi exibido um Profissão Repórter que falava de feminismo, e eu fui uma das entrevistadas. Um mês antes do programa ir ao ar, Guilherme foi à Curitiba e abordou Marcelo na rua da sua casa, como pode ser visto no programa. Na mesma noite em que Marcelo foi abordado na rua, ele descreveu o encontro no seu chan. Ninguém além dele, de Guilherme e do cinegrafista sabiam o que tinha acontecido.Nos últimos dez dias, os misóginos que se autodeclaram “dogoleiros” resolveram atacar qualquer pessoa que se comunique comigo nas redes sociais. A primeira vítima foi C., uma professora universitária em Goiás. Ela se mostrou solidária no Twitter quando eu comentei que estava recebendo telefonemas de misóginos em casa. Este foi o primeiro email de para C., com cópia para o meu email, em 12/11/16:“Goec” em autoretratoEI VADIA, SE VOCÊ NÃO RESPONDER ESTE EMAIL COM FOTOS DA SUA BUCETA E DO SEUS PEITOS NOS VAMOS ESTUPRAR VOCÊ NA SAÍDA DO SEU TRABALHO (E VAI SER MUITO GOSTOSO, PORQUE VOCÊ É MUITO GOSTOSA, HUE). JÁ TEMOS TODOS OS SEUS HORÁRIOS.FICA ESPERTA. FOI SE ALIAR COM A JABBA E AGORA VAI PAGAR! AVISA NO SEU TWITTER QUE TODO MUNDO QUE INTERAGIR COM A JABBA VAI PAGAR COM SANGUE!!C. foi à delegacia e fez BO. Além dessas ameaças, os misóginos fizeram montagens pornôs com o rosto de C. e as enviaram para todos os contatos dela (inclusive colegas na universidade). Também colocaram seu telefone num site de prostituição, o que lhe rendeu inúmeros telefonemas.Um dos muitos sites de ódio de
    Marcelo: guia do estuproA próxima vítima foi L., de Feira de Santana, BA. Ela recebeu a seguinte mensagem, também com cópia para mim:—–BEGIN PGP SIGNED MESSAGE—–Hash: SHA512QUERO DEIXAR APENAS UM AVISO: QUEM INTERAGIR COM A JABBA EM QUALQUER MEIO, SEJA TWITTER, EMAIL OU BLOG, ESTARÁ SUJEITO A SOFRER DOXXING! NÃO É QUESTÃO DE SE, MAS SIM QUESTÃO DE QUANDO!Foi a mesma mensagem recebida por L., de Nova Iguaçu, e A, de Curitiba.Email enviado a D., professor em
    Curitiba (com cópia pra mim)A., que é doutor pela USP e professor de universidade federal em Curitiba, me enviou ontem, via Twitter, uma mensagem dizendo que iria comprar um livro que estou vendendo, junto a um print de agendamento. Eu retuitei a mensagem. Pouco tempo depois, no Dogolachan, os misóginos já tinham vários dados de A. e sua família. Se os senhores forem rápidos, podem acompanhar o tópico no Dogolachan. Ele foi colocado em outro tópico chamado “epic”.A. tem uma filha, uma criança, então as mensagens que estão indo pra ele (com cópia para mim) são estas:—–BEGIN PGP SIGNED MESSAGE—–Marcelo faz saudação nazista
    no Rio Hash: SHA512VAMOS ESTUPRAR SUA FILHINHA. JÁ SABEMOS ONDE ELA ESTUDA E JÁ TEMOS TODOS OS HORÁRIOS E CRONOGRAMAS COMPLETOS DA ESCOLA!NÃO ADIANTA FUGIR OU DENUNCIAR PRA POLÍCIA! QUANDO VOCÊ MENOS ESPERAR SUA FILHINHA VAI DESAPARECER E VAMOS NOS DELICIAR COM ELA DURANTE MESES.QUERO VER A JABBA ESCREVER UM ARTIGO NO BLOG DELA SOBRE COMO ABUSAMOS SEXUALMENTE E TOTURAMOS SUA FILHINHA POR MESES!!Segue também um print que tirei hoje do Dogolachan, mostrando como eles planejam os emails com ameaças no chan. A. vai à delegacia amanhã registrar BO.Eu gostaria de saber se este é realmente o cenário do país: criminosos ameaçando mulheres e meninas de morte e estupro, divulgando seus endereços e fotos da fachada de suas casas, sem que as polícias tomem qualquer providência.Marcelo comentando com seu
    próprio nomeMesmo que o Dogolachan seja anônimo e hospedado em outro país, está na hora de prender Marcelo Valle Silveira Mello, o responsável pelo chan onde essas ameaças são realizadas e encorajadas.Eu fico pensando se os senhores estão esperando que alguma tragédia aconteça para só então fazer alguma coisa. Cedo ou tarde, um dos misóginos cumprirá a promessa de cometer um atentado em alguma faculdade “esquerdista” ou marcha feminista. Eu recebo ameaças diárias, e a última foi que Marcelo pagou R$ 80 mil a um policial civil em Curitiba para vir até Fortaleza e matar a mim e a meu marido, fazendo parecer um latrocínio. E agora estão ameaçando uma menina.Isso, para mim, é terrorismo. Suponho que a PF investigue suspeitas de terrorismo, não?Peço, encarecidamente, para que a Polícia Federal investigue e prenda esses criminosos. Os senhores vão tolerar a violência contra as mulheres até quando?Atenciosamente,Dolores (Lola) Aronovich Aguero Marcelo preso em março 2012O Dr. Fluvio, responsável pela Operação Intolerância em 2012, que prendeu Marcelo e seu comparsa, Emerson Eduardo Rodrigues, respondeu na hora. Disse ser solidário, mas que não está mais na área dos crimes cibernéticos. O responsável atualmente é o Dr. Flávio Setti, que está em licença capacitação. Dr. Pablo também não se manifestou.Nos dias seguintes, os mascus do Dogolachan seguiram fazendo doxxing com leitoras minhas. Este email foi para E., jornalista de SP, sempre com cópia pra mim, e já vinha “assinado” por Emerson:EI, VADIA. ESTÁ ACHANDO QUE APENAS PORQUE É JORNALISTA E RIQUINHA PODE SAIR POR AÍ ESPALHANDO DIFAMAÇÕES JUNTO COM A JABBA? VOCÊ VAI PAGAR. VAMOS ESTUPRAR VOCÊ E DEPOIS TE CORTAR EM PEDAÇOS NA FRENTE DO SEU CUCKOLD. ESPERO QUE A JABBA VÁ NO SEU VELÓRIO! VADIA FALANDO MERDA COM FAKE NO TWITTER. ACHA QUE USAR FAKE PROTEGE ELA DE DOXXING, HUE? VADIA DESGRAÇADA, NEM DEUS FOGE DO MEU DOXXING!Doxxing planejado no chan contra uma de minhas leitoras (clique para ampliar)Este foi para uma rapaz que, numa rápida troca de tuítes comigo, lamentou o doxing: DESGRAÇADO. CITOU MEU NOME NO TWITTER? QUEM TE DEU ESSE DIREITO? VOU PAGAR UM NEGRO PRA ESTUPRAR SUA MÃE NA SUA FRENTE, APENAS POR ESSA DIFAMAÇÃO. SUA MÃE VAI SOFRER SEU VIADO DESGRAÇADO.Jornalista de esquerda recebeu as
    mesmas ameaças com doxing
    (clique para ampliar)No dia 22/11, ameaçaram uma jornalista famosa, notadamente de esquerda. Também enviaram cópia pra mim. E por aí vai. Quase todas as vítimas fizeram BO. Minha sugestão a elas é que fizessem BO citando o chan e Marcelo, o autor do Dogolachan. Fora isso, que não falassem sobre o que estava acontecendo em suas redes sociais, porque mascus se alimentam dessa atenção.No Dogolachan, criminoso anuncia sua nova vítima (clique para ampliar)Eu denuncio esses misóginos há muitos anos. Eles vivem disso: de fazer terrorismo na internet, ameaçando mulheres e meninas, criando sites falsos, acusando desafetos de pedofilia e outros crimes. Foi justamente esse chan que Felipe Neto denunciou em setembro (Felipe foi o único que me citou. Eu acho fantástico quando sites de esquerda fazem textos sobre os criminosos da internet e não mencionam que sou o principal alvo há anos). Quadrinho feito por um “artista” do
    chan: ameaça ao deputadoMarcelo, Emerson, e todos os outros que frequentam chans são de direita. São reaças de carteirinha. Grande parte é neonazista. São declaradamente racistas. Odeiam a esquerda, principalmente os “sjw” (social justice warriors, ou seja, nós ativistas). São eleitores de Bolsonaro. Eles não atacaram Joice por ela ser de direita, mas por ela ser mulher.Ameaça a mim, pelo mesmo
    “artista” do chanE também para tentar incriminar Emerson. A história é meio complicada, mas vou contar. Emerson, que está me processando (eu entrei com reconvenção por calúnia; afinal, o estrupício fez mais de 25 vídeos me xingando e inventando mil e uma mentiras a meu respeito. Aliás, dica: tudo que ele me acusa é coisa que ele fez e faz), é amigo de Marcelo há vários anos. É mascu, de direita, frequentavam os mesmos espaços sórdidos na internet. Tanto que fizeram um site de ódio juntos, o Silvio Koerich, e por ele foram presos e condenados a 6,5 anos de prisão.Emerson e Marcelo: melhores
    amigos no final do ano passadoBrigaram na cadeia. Quando saíram, em maio de 2013, eram inimigos. No início de 2014 Marcelo, após ser expulso de diversos chans, começou o Dogolachan. Voltou a criar sites de ódio, desta vez com a ajuda de Kyo (Bryan). Marcelo e Emerson passaram todo o primeiro semestre de 2015 brigando e se ameaçando no chan. Tanto que Emerson veio me suplicar um acordo. Eu respondi que não fazia alianças com misóginos, o que despertou ainda mais a ira do rapaz que se dizia engenheiro sem sê-lo. Os dois fizeram as pazes e reataram a amizade, como mostra a foto ao lado, de dezembro do ano passado (reatar amizade com quem ameaçou a filha de 3 anos é dose!). Um mascu que mora nos EUA, Coelho, foi a Curitiba passear com eles.Marcelo, Guilherme “Coelho”, e
    Emerson em dezembro de 2015Pouco depois brigaram de novo, mas novamente viraram amigos. Até que Emerson convidou Marcelo para ir com ele passear no Rio. Emerson foi com amigos reaças entrevistar Jair Bolsonaro (que não os recebeu, e hoje, por isso, Emerson detesta Bolso). No Rio, Marcelo e Emerson brigaram novamente. E agora são inimigos mortais… de novo. Emerson está nos EUA e jura, em inúmeros e intermináveis vídeos, que já denunciou Marcelo e Coelho até pro FBI. Marcelo e Coelho também denunciam Emerson. Emerson em vídeo hojeEmerson é um lunático completo, mas não é ele quem fez as ameaças a Joice (ou às minhas leitoras). É bem verdade que Emerson odeia Joice, assim como odeia Olavão, Constantino, Reinaldo Azevedo, e qualquer reaça que não lhe deu atenção. Nos vídeos, ele reclama da “falsa direita”, da qual Joice faria parte (a “verdadeira direita” é, segundo Emerson, a que ele representa). E xinga Joice várias vezes (neste vídeo ele chega bem perto de ameaçá-la). Até a acusa de ser feminista (porque Joice é mulher, logo…). Espero que Joice o processe pelos vídeos que ele faz, mas não é ele o autor das ameaças. “Goec”, autor das ameaçasEsta “honra” cabe a um personagem novo, surgido há menos de um mês, cujo nome eu ainda não sei. Ele se autointitula “Goec” e posta fotos mascarado no Dogolachan. É um hacker. Não tem teorias da conspiração aqui. É um cara frustrado, solitário, com muito tempo de sobra, que paga taxas para ter acesso a dados pessoais das pessoas. Eu não entendo nada de internet, mas creio que não é difícil conseguir dados. Pelo menos os meus eles divulgam desde 2011. Goec se gaba nos chans de, em 2013, ter hackeado e exposto os dados pessoais de 50 mil policiais militares e suas famílias, no Rio. Alguns PMs sofreram ameaças, principalmente o policial que matou Wellington Menezes, o assassino do massacre de Realengo. Wellington, que matou dez meninas e dois meninos numa escola carioca, em março de 2011, era um mascu. Foi um crime de ódio: ele foi à escola onde estudara matar meninas. Portanto, para os mascus ele é um herói, e o policial que atirou nele, um bandido. Marcelo, criador do chanComo eu escrevi no email aos três delegados, é inaceitável que um chan planeje, efetue e ameace dezenas de pessoas (principalmente mulheres). Cadê a polícia? Vamos mesmo ser reféns desses terroristas virtuais? Todos nós sabemos de quem é o chan. A policia civil do Paraná está cansada de saber. Eu não creio que eles vão realmente matar ou estuprar Joice, eu, nossos familiares, ou quem quer que seja. Mas mais cedo ou mais tarde Marcelo e sua corja irão convencer algum misógino a cometer um outro atentado. O que mais tem nesse e em outros chans são rapazes dizendo que a vida não presta e por isso quer se matar, e outros rapazes respondendo “leve a escória junto“.Email sendo escrito no chanTorço para que agora, que uma jornalista “do lado de lá” foi ameaçada, a polícia finalmente aja. Quem sabe os reaças que insistem que eu não sou ameaçada, que é tudo mimimi, agora vejam que as ameaças existem, são reais e preocupantes. 

     

  5. Neste momento, Senado vota

    Neste momento, Senado vota Medida Provisória 747/2016

    https://www.youtube.com/watch?v=cyMn69ygiIo

    Ementa:
    Altera a Lei nº 5.785, de 23 de junho de 1972, para dispor sobre o processo de renovação do prazo das concessões e permissões dos serviços de radiodifusão.

    Explicação da Ementa:
    Altera os prazos e os procedimentos relativos aos pedidos de renovação de concessão e permissão dos serviços de radiodifusão. As entidades interessadas deverão dirigir requerimento ao órgão competente do Poder Executivo durante os doze meses anteriores ao término do respectivo prazo da outorga. Os pedidos de renovação apresentados intempestivamente, até a data de publicação da medida provisória, serão conhecidos e analisados pelo Poder Executivo. Mesmo as entidades que não requereram a renovação e cujas concessões ou permissões se encontrem vencidas também poderão regularizar suas outorgas, devendo apresentar o pedido correspondente no prazo de noventa dias, contados da data de publicação da medida provisória, desde que não tenha havido manifestação do Congresso Nacional.

  6. OU SEJA, PARENTE ESTÁ

    OU SEJA, PARENTE ESTÁ VENDENDO BLOCOS DE PETRÓLEO COM LUCROS ACIMA DE 20 % ANUALMENTE PARA PAGAR EMPRÉSTIMOS DE MENOS DE 10 % ANUAIS. “Petrobras informa, em complemento ao Fato Relevante de 22 de novembro de 2016, que o valor recebido de US$ 1,25 bilhão com o fechamento da operação de venda de sua participação do bloco exploratório BM-S-8 para a Statoil Brasil Óleo e Gás LTDA foi utilizado integralmente para a liquidação parcial antecipada do contrato de financiamento celebrado entre a Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG), subsidiária integral da Petrobras, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).” http://www.investidorpetrobras.com.br/pt/comunicados-e-fatos-relevantes/amortizacao-de-financiamento-bancario-junto-ao-bndes

  7. Mudança da Virada Cultural

    A Virada Cultural nasceu em 2005, ainda na gestão do então prefeito de SP, José Serra, do PSDB.

    Seu sucessor, Gilberto Kassab, do PFL, DEM e depois PSD, a manteve.

    O sucessor de Kassab, Fernando Haddad, deu continuidade à proposta, com algumas alterações.

    Prefeitos de partidos diferentes entenderam que, nos últimos 11 anos a Virada Cultural foi um sucesso de crítica e de público. Consideradas aqui todas as ressalvas sobre diversos problemas como segurança, banheiros e programação.

    Nesses anos todos, quem ganhou com a Virada Cultural nas ruas do centro de SP??

    1. O turismo. Pouca gente sabe, mas São Paulo é a principal cidade turística do Brasil. O problema é que a maior parte dos turistas vêm a negócios. Quem trabalha em hotéis sabe disso: por aqui eles começam a lotar no domingo à tarde e se esvaziam na por volta da quinta-feira. A Virada Cultural fez com que muitos turistas de negócios alongassem sua permanência da cidade, pois a programação ocorre entre a sexta-feira e o domingo à noite.

    2. O comércio do centro: bares, restaurantes e lojas perceberam que o movimento nas ruas justificaria manter as portas abertas por mais tempo. Muitos empresários de pequeno e médio porte ganharam dinheiro com isso.

    3. Prestadores de serviço: aqui seguem taxistas, motoristas de Uber, donos de vans e ônibus fretados, estacionamentos e outros que são contratados pelas milhares de pessoas que se interessam pela Virada Cultural.

    4. E o mais importante: o cidadão paulistano. A programação da Virada Cultural no centro velho de São Paulo revitalizou a região e fez com que muitas pessoas conhecessem ruas, praças e lugares que apenas viam pela TV ou pelas janelas de seus carros. A gente só consegue amar realmente o que conhece. E só entendemos a necessidade de proteger com carinho aquilo que amamos. O centro velho de São Paulo despertou muitas paixões em diferentes edições da Virada Cultural.

    Eis que então, o prefeito eleito, João Dória, anunciou a intenção de fazer a Virada Cultural num ambiente fechado, no Autódromo de Interlagos.

    Por que ninguém, teve essa ideia antes???

    Simples: porque a ideia é burra, cretina, idiota e oportunista.

    A Virada Cultural paulistana foi inspirada na Nuit Blanche (Noite em Claro) de Paris. E sua concepção é mais do que um evento cultural. Envolve a aproximação de pessoas de diferentes classes sociais que compartilham o espeço público. Mandar a Virada Cultural para Interlagos tem um significado direto: querem MATAR a Virada Cultural.

    O Autódromo de Interlagos foi anunciado como um dos patrimônios da prefeitura a serem privatizados. Seus eventuais concessionários só irão comprar o direito de exploração do espaço se tiverem certeza de que haverá um mínimo de eventos. Logo, a Virada Cultural no autódromo atende aos interesses dos eventuais grupos empresariais que o arrematarão. Não aos interesses dos cidadãos paulistanos.

    No mais, o espaço poderá ter exclusividade de vendedores de cerveja, refrigerantes, água e alimentos, sem falar nas “maravilhas” chamadas “food trucks” (aqueles carros que vendem lanches de quantidade miserável por preços belgas…). Perderiam os vendedores ambulantes, os bares e restaurantes já instalados no centro de SP em favor de empresários com direito exclusivo dentro do autódromo.

    Alguém já foi ao autódromo de Interlagos de ônibus ou trem?? Dá para comparar com as opções de acesso por trem, metrô e ônibus do centro??? Quem conhece São Paulo sabe do que se está dizendo aqui….

    Enfim, há outras razões para criticar e se opor ao anúncio da Virada Cultural no autódromo de Interlagos. Todas elas indicam uma única explicação: perderá muito a cidade de São Paulo se essa ideia estúpida se tornar realidade…

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