Fora de Pauta

O espaço para os temas livres e variados.

Luis Nassif

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  1. A Onda de Imigração da União Europeia

    Houve um aumento significativo no número de imigrantes que chegam a Europa nos últimos meses.

    BBC News | Paul Adams | 30/05/14

    Migrant routes into Europe

    O número de pessoas que tentam a perigosa travessia marítima do norte da África para a Itália aumentou consideravelmente, diz a Frontex, a agência de fronteiras da UE.

    De janeiro a abril, 42.000 imigrantes foram detectados nessas rotas, com 25.650 delas cruzando a Líbia.

    Combinado com outras sete rotas menos movimentadas, o valor total para este ano é estimado em 60.000 imigrantes.

    Na quarta-feira, o governo italiano disse que o número de refugiados e outros imigrantes que chegam às margens do país, havia disparado para mais de 39.000.

    O total de imigrantes contabilizado, até agora, em 2014 é mais o do mesmo período de 2011, o ano da Primavera Árabe, que eventualmente registrou 140.000 imigrantes atravessando clandestinamente para a Europa.

    “Se as tendências atuais continuarem, com os meses de verão se aproximando, há uma forte probabilidade que esse números possam aumentar ainda mais”, diz Gil Arias Fernandez, Vice-Diretor Executivo da Frontex.

    Pelo menos um terço das últimas chegadas são sírios, que fogem da guerra civil no país.

    Mas outros números significativos são provenientes do Afeganistão e da Eritréia.

    Em Calais, onde as autoridades francesas demoliram os dois principais acampamentos, nesta semana, a BBC encontrou imigrantes de uma série de países, desde a África Ocidental até Bangladesh, com grandes grupos oriundos do Irã e instáveis áreas tribais do Paquistão.

    O rastreamento de uma das maiores migrações desde a Segunda Guerra Mundial revela que quase três milhões de pessoas fugiram da sangrenta guerra civil da Síria. 

    Os dados da ONU mostram que a maré humana começou a crescer, efetivamente, no início de 2012.

    Especialistas dizem que os números mais recentes não são surpreendentes, após níveis, relativamente, baixos de imigração nos primeiros meses de 2013.

    Migrant crossings, 2009-13 Migrant crossings, 2013-14

    “A principal via de acesso à Europa, através da Líbia, foi fechada por tanto tempo que os potenciais imigrantes dos países da África Subsaariana permaneceram à espera por um par de anos”, diz Franck Duvell, professor associado do Centro para a Migração, Política e Sociedade da Universidade de Oxford.

    “Assim, os números têm crescido pela participação das pessoas que estavam à espera da primeira oportunidade para se mover”, diz ele.

    “Eu não tenho certeza se isso implica que vamos ver, cada vez mais, pessoas chegarem à União Europeia ao longo dos próximos dois meses. Nós temos que esperar prá ver.”

    A elevação do número de imigrantes depende da situação política e da segurança caótica na Líbia, onde uma equipe da BBC viu, recentemente, evidências de que um grande número de migrantes ainda estão esperando para seguir para a Europa. Algumas estimativas colocam o número superior a 300.000 pessoas.

    A Itália reclama que, desde outubro do ano passado, quando lançou a sua operação de resgate seu “Mare Nostrum”, o custo de patrulhar a sua costa mediterrânea subiu para € 300.000 ou 408 mil dólares por dia.

    Fonte: http://www.bbc.com/news/world-europe-27628416

  2. Hiroshima

    Morreu o último tripulante do avião que lançou a bomba sobre Hiroshima

    Theodore “Dutch” Van Kirk, o navegador a bordo bombardeiro B-29 Enola Gay, que lançou a primeira bomba atômica sobre Hiroshima, morreu aos 93 anos.

    Theodore

    Theodore “Dutch” VanKirk em 2009 | Foto AP

    Theodore VanKirk morreu de causas naturais, aos 93 anos, na casa de repouso onde vivia, na Geórgia, informou o seu filho Tom VanKirk, na segunda-feira.

    VanKirk foi o navegador do Enola Gay, o Boeing B-29 Superfortress que lançou o “Little Boy” – a primeira bomba atômica do mundo – sobre a cidade japonesa de Hiroshima, em 6 de agosto de 1945.

    Theodore VanKirk tinha 24 anos na época que transportou a bomba que matou 140 mil pessoas em Hiroshima.

    Tom VanKirk disse que ele e seus irmãos são muito felizes por ter tido um pai tão maravilhoso, que permaneceu ativo até o fim da sua vida.

    “Eu sei que ele foi reconhecido como um herói de guerra, mas nós só o conhecíamos como um grande pai”, disse ele em uma entrevista por telefone concedida à Associated Press na terça-feira.

    Em uma entrevista de 2005 para a AP, VanKirk disse que a sua experiência na Segunda Guerra Mundial mostrou que as guerras e as bombas atômicas não resolvem nada e que ele gostaria de ver estas armas abolidas.

    http://www.telegraph.co.uk/#source=refresh

  3. Homenagem a Rosinha de Valença

       

    Rosinha de Valença (Maria Rosa Canellas – Valença, 30 de Julho de 1941 – 10 de Junho de 2004) 

    Retirado de O violão soberano de Rosinha de Valença, por Marcelo Pinheiro

    Ainda criança começou a se interessar pelo violão, assistindo aos ensaios do conjunto regional de seu irmão, Roberto. Incentivada por esse irmão, começou a estudar violão sozinha, ouvindo músicas de  rádio e, aos 12 anos, com técnica impressionante, já tocava na rádio da cidade e animava festas e bailes da região.

    Além do irmão Roberto, Maria Rosa era também sobrinha do violonista Fio da Mulata, músico dos mais requisitados na Época de Ouro do Rádio, que atuou ao lado de Araci de Almeida, Ademilde Fonseca e Lúcio Alves, entre outros. Fio também dirigiu programas de calouros na Rádio Clube. Em 1960, aos 19 anos, abandonou de vez os estudos, ao concluir que o caminho para a música era irreversível.

    Três anos mais tarde, no início de 1963, driblando a enorme timidez, Rosinha mudou-se para o Rio de Janeiro, em busca de maior projeção para sua carreira. Na Cidade Maravilhosa, teve a sorte de cruzar o caminho do cronista Sergio Porto – o saudoso e genial Stanislaw Ponte Preta. E foi ele quem levou a moçoila para apresentá-la a Aloysio de Oliveira, o patrão da Elenco e a Baden Powell – que há pouco também havia arrebatado o público carioca, ao chegar da pacata Varre-Sai com um violão do tamanho do mundo.

    Mergulhando no universo boêmio e masculino do Beco das Garrafas, Rosinha deu início a uma temporada, de oito meses, no mítico Bottles, de enorme sucesso e consolidação de seu nome no circuito instrumental. Teve também carta branca de Aloyiso para produzir, pela Elenco, seu álbum de estreia. Lançado em 1964, Apresentando Rosinha de Valença é um dos clássicos do selo. A bela capa foi produzida com a excelência da dupla Cesar Villela (arte gráfica) e Francisco Pereira (foto). Em meio a uma belíssima arte não creditada, mas, ao que tudo indica, do ilustrador Fortuna a contracapa traz texto de Sergio Porto, no qual o cronista esclarece o porquê do nome artístico dado por ele à violonista: “Elogiar Rosinha eu não posso. Sou padrinho da moça. Quando ela chegou ao Rio, vinda de Valença, fui eu quem a levou, pela primeira vez, para se apresentar em público. O sucesso foi enorme. Escolhi nesse dia o seu nome de Rosinha de Valença porque achei que ela toca por uma cidade inteira”.

        

              Contracapa do LP “Apresentando Rosinha de Valença” (Elenco, 1964) 

    Em 1965, um ano depois de ter seu talento descoberto no Rio, Rosinha de Valença já estava excursionando com o pianista niteroiense Sérgio Mendes pelos Estados Unidos, ao lado de Jorge Ben, Chico Batera, o baixista Tião Neto e a cantora Wanda Sá. 

    Com o nome Brasil 65’, o grupo lançou dois álbuns com o violão de Rosinha reinando soberano, e a cantora Wanda Sá como intérprete: Brasil’65 Wanda de Sah featuring Sergio Mendes Trio e In Person at El Matador!: Sergio Mendes & Brasil’65 

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=wBWz9TbXwf0%5D

    A incursão americana de Rosinha ainda rendeu participação em outro belo álbum Bud Shank & His Brazilian Friends, disco do saxofonista e flautista americano, com participação do mestre João Donato, lançado pelo selo Pacific Jazz.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=XsVdNce_ZHM%5D

    Logo iria também à Europa, destacada como novo ícone da bossa nova. 

    De volta ao Brasil, em 1967, Rosinha integrou o grupo de Maria Bethânia no espetáculo Comigo me Desavim. No ano seguinte, a convite do Itamaraty, fez uma turnê por países da Europa e da África e teve a oportunidade de tocar com estrelas como Stan Getz, Sarah Vaughan e Henri Mancini. Nos anos 1970, Rosinha tornar-se-ia fiel escudeira do sambista Martinho da Vila. Em 1980, encerrando uma discografia de 11 grandes títulos, Rosinha fez par com outro gigante do violão brasileiro, o maestro Waltel Branco. O encontro histórico ficou registrado no LP da Som Livre Violões em Dois Estilos: Rosinha de Valença e Waltel Branco. 

    Em 1972, a violonista comentou, em entrevista ao JB, as dificuldades do começo, época em que tocava escondido da família. Não foi nada fácil para uma mulher do interior, de pouco mais de 20 anos, desbravar horizontes: “Eu era uma mulher que precisava de sorte, porque era a única contra um número enorme de violonistas, um bando de homens que não estava a fim de me ceder um lugar. Precisava quase arrancar as cordas do violão para que as pessoas compreendessem que eu sabia tocar. Quantas vezes fazia acordes fortíssimos para acordar as pessoas, para que calassem um pouco a boca e prestassem atenção: quando um artista toca ele tem que ser ouvido. Não importa que esteja de saia ou de cuecas”.

    Durante a carreira Rosinha colecionou histórias acompanhando os principais nomes da Música Popular Brasileira. “Virou lenda a mania dela por histórias em quadrinhos. O mundo podia desabar que ela não largava as revistinhas da Luluzinha”, lembra o violonista Turíbio Santos, que hospedou a colega em Paris, em 1967. Foi em Paris, aliás, que Rosinha morou de 1988 até ficar doente. 

    Tocando numa festa na casa de uma amiga, Rosinha arrancou aplausos de uma negra americana, que não parava de gritar “wonderful” enquanto ela dava sua canja. No fim, ficou sabendo que a mulher era Sarah Vaughan, uma das divas do jazz americano. 

    Com Roberto Menescal, a surpresa foi a mesma. Violonista consagrado, Menescal havia sido convidado para assistir Rosinha tocar na casa de um amigo. Era o início da década de 60 e nenhuma mulher tinha despontado no País, até então, como uma virtuose do violão. “Quando vi aquela moça tímida, com um vestidinho de interior, achei que tinha entrado numa roubada”, lembra Menescal, que logo mudou de opinião. “Ela mandou um violão no melhor estilo Baden Powell.” A comparação com o autor de “Berimbau” também foi lembrada por Turíbio Santos. “Ela era o Baden Powel de saias.

    Mas, dessas grandes injustiças da vida, a trajetória triunfal da maior violonista do país teve fim, de forma lenta e trágica. No dia 13 de abril de 1992, a violonista estava de férias, em seu apartamento em Copacabana, no Rio. Hipertensa, teve problemas respiratórios que evoluíram para uma parada cardíaca e provocaram a lesão cerebral que a colocou em estado vegetativo por 12 anos. 

    Morreu em 10 de junho de 2004 e foi enterrada sem a presença de nenhum artista famoso, aos 62 anos. Rosinha, a mulher que deixou por onde andou sua emoção e talento, finalmente descansou. Libertou-se, assim, da imobilidade de movimentos, sobretudo das mãos, que a ajudaram a construir sua trajetória de vida e a escrever- no feminino-, a história da música brasileira.

    Em 1994, liderados por Maria Bethânia, com o objetivo de arrecadar fundos para as despesas do tratamento de Rosinha, uma série de artistas prestaram homenagens à ela, no Canecão.

    Dicionário Cravo Albin

    Wikipédia

    O violão que emudeceu, por Luis Nassif

    Disco Rosinha de Valença ao Vivo – 1966 – Texto da contracapa, por Sergio Porto

    Disco Namorando a Rosa, produzido por Bethânia, que reúne amigos da violonista como Martinho da Vila, Dona Ivone Lara, Alcione e Miúcha, a co-produtora.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=C3xvIUOz5Ss%5D

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  4. Capital financeiro é quem decide os rumos dos países

    Não é novidade para ninguém. O centro nevrálgico da política não se encontra nos partidos. Muito menos nos palácios governamentais. Sequer nos parlamentos.

    Onde se apresenta o epicentro da política?

    Claro, longe do cidadão comum. Do qualquer um. Fica, muitas vezes, distante dos estados nacionais. Lá, onde se encontram os bunkers do capital.

    As decisões, que afetam grandes parcelas da população, são tomadas nos gabinetes fechados dos executivos financeiros e dos órgãos supranacionais da economia.

    Nada vale a vontade política dos governos locais face às resoluções dos bancos centrais e das bolsas de valores dos grandes centros financeiros.

    As decisões são tomadas em segredo. E, em segredo, impostas por toda a parte.

    As agências internacionais de notícias, como boas porta-vozes, se incubem de difundir as diretrizes e as imposições do capital financeiro internacional.

    Foi assim desde o surgimento do capitalismo industrial. Ampliou-se a prática com o capitalismo financeiro. Este não tem face nítida, mas domina todos os espaços das economias de cada país.

    O cidadão – que pensa ter cidadania – não passa de um servidor dos grandes interesses. Toma atitudes. Vota. Imagina ser livre, mas está obedecendo aos ditames dos operadores financeiros.

    Estes sempre se mantiveram em aparente silêncio. Abstém-se de falar em público. Não possuem opinião a respeito de nada. Apenas pensam nos lucros de suas operações.

    Esta é uma realidade presente por toda a parte e não ausente em um país dependente, como o Brasil. Jamais na nossa longa História política recolheu-se uma opinião nítida de um banqueiro.

    Quando no exercício da profissão, a regra é a preservação de seus interesses perante a opinião pública e os governantes. E a melhor maneira de preservar interesses é o silêncio aparente.

    Causa surpresa, portanto, no início da atual campanha política o posicionamento de uma instituição financeira em assuntos eleitorais. É inusitado.

    Muitas poderão ser as causas deste procedimento jamais visto. A origem da instituição? Não tem raízes nacionais. Talvez seus executivos estejam acostumados com outras realidades.

    É, no entanto, impressionante o que aconteceu. Um banco querer influir na vontade do eleitorado. Quem lida com a moeda deve ser cuidadoso em suas assertivas.

    Conhecem-se os poderosos lobbies que atuam, em cuidadoso silêncio, junto às autoridades financeiras e o Congresso Nacional. Faz parte do processo decisório democrático.

    Mas, instituição financeira – ou qualquer outro agente econômico – imiscuir-se explicitamente em político é novidade sem qualquer traço no passado.

    Certamente, os executivos superiores da instituição – que falou fora de hora – deverão em breve estar no Brasil e, aqui, pedirão audiência às autoridades do Executivo.

    Serão recebidos e proferirão as mais elevadas loas.

    Assim, a nave vai. Como mostrou Federico Fellini.

    http://terramagazine.terra.com.br/blogdoclaudiolembo/blog/2014/07/28/estranho-acontecimento/

  5. ISRAELENSE OU JUDEU?

    Em momentos como este, de forte tensão, surge uma dúvida grande em relação ao fato de ser judeu, ser sionista, ser israelense, ser brasileiro-judeu, e qualquer outra denominação subalterna (convertido, etc.). Gente comum precisa saber para poder opinar com maior propriedade neste assunto. Muitos de nós somos chamados a toda hora de anti-semita, racista e outros apelidos e gostaria, assim como tenho certeza que outros também gostariam, de podermos opinar com um pouco mais de liberdade (e de conhecimento neste tema onde, confesso, me sinto ignorante) neste blog de todos.

    Grande parte dos habitantes de Israel (israelenses) é chegada de outros lugares, pois Israel surge apenas depois da 2ª guerra mundial. Então, trata-se de judeus que resolveram viver a sua religião / raça em plenitude, em território próprio, como uma nação (coisa que antes da 2ª guerra parece nunca pensaram, em séculos de vida hospedados e misturados em outros povos). Em poucos anos de vida, Israel apresenta-se hoje ao mundo como uma nação extremamente desenvolvida e bem aparelhada, até com armas nucleares, coisa que a maior parte das nações do mundo não tem.

    Esse enorme desenvolvimento é devido, então, ao apoio que judeus do mundo têm dado e continuam dando ao seu estado nacional, pois, embora convivendo no seio de outros povos, eles continuam, em alguma proporção significativa, sendo fundamentalmente judeus e não necessariamente cidadãos convictos da nação onde moram.

    São milhares de jovens de origem judaica, inclusive no Brasil, que viajam para Israel a prestar serviço militar ou morar em determinados acampamentos (não sei o nome), por exemplo, comprovando esta situação de dupla nacionalidade. Outros jovens brasileiros ou não tão jovens migram para Nova Iorque (ou outros centro de alta densidade judaica), onde parecem sentir-se mais à vontade. Também, não podemos fingir que Hollywood, bancos globais e outros grandes centros de poder judaico não têm nada a ver com Israel e o seu vitaminado crescimento.

    Em muitos países, como Brasil, os meios de comunicação (não apenas a rede Globo, mas toda a mídia, em geral), financeiros, as grandes fortunas e os círculos de poder, em geral, são ocupados e dominados por cidadãos de origem judaica, caracterizando uma absurda desproporção de poder acumulado a uma comunidade que atinge apenas 0,1% da população brasileira. Sou levado a pensar que, embora haja competência e qualidade individual, existe também confraria; apoio mútuo; privilégios; trabalho em equipe; ou qualquer coisa que faça acontecer o que aqui vemos: um enorme e desproporcional domínio por parte da comunidade judaica neste país. Nações antigas e de forte imigração, como alemães, portugueses, espanhóis, italianos e outros, não apresentam um quadro tão exagerado como o aqui apresentado, em relação ao poder da comunidade judaica.

    Hoje, cobrados pela sua dualidade mal explicada, acusam aos seus detratores como anti-semitas e racistas. Acho que não cabe a estes explicar ou defender-se de apelidos ou adjetivos colocados unilateralmente por judeus, mas sim cabe aos judeus uma explicação bem melhor sobre esta dualidade raça / religião, que é o que propõe este post.

    É difícil explicar às pessoas que um judeu é, mas não é. Que a rede Globo contrata por competência. Que uns são sionistas e outros não são tanto assim, que judaísmo é uma religião e que israelense é apenas um cidadão de Israel, que por acaso é judeu. Tem alguns que trocaram o sobrenome (assim como Silvio Santos e outros), ajudando a criar esta situação. Eu, particularmente, tenho muita confusão com isso e, por essa causa, posso – equivocadamente – ter extrapolado e generalizado (embora existam os censores de plantão que me adjetivam de racista e anti-semita a toda hora), mas, no caso aqui discutido, não existe um aparelho do tipo “bafômetro” para saber se o individuo pertence a esta ou a outra categoria.

    Acho que cabe a eles esta explicação e, pela atitude assumida da Federação Israelita de São Paulo (o filminho que circulou aqui no blog) parece que assumiram uma postura equivalente a quem é mesmo cidadão israelense.

    Antes de chamar de anti-semita ou racista, gostaria que nos ajudassem a compreender melhor este assunto e, assim, parar de sermos injustos com pessoas que são apenas de origem judaica. 

  6. Negócios dos EUA no Iraque

    Do Diário de Notícias de Lisboa

    EUA vão vender cinco mil mísseis ao Iraque

    por LusaHoje

     Membro das forças iraquianas prepara-se para disparar projétilMembro das forças iraquianas prepara-se para disparar projétilFotografia © Reuters

    Os EUA anunciaram hoje a intenção de vender cinco mil mísseis Hellfire ao Iraque, por 700 milhões de dólares (522 milhões de euros), para ajudar o governo de Bagdade a combater a rebelião sunita.

    Esta venda, que é a maior destes mísseis, foi aprovada apelo Departamento de Estado e deve ainda receber a autorização dos congressistas.

    Os cinco mil mísseis anticarro são destinados “a apoiar as forças de segurança iraquianas nas suas operações atuais”, indicou a agência para a cooperação em matéria de defesa e segurança.

    As forças armadas iraquianas estão a disparar os mísseis a partir de aviões Cessna.

    Os Hellfire, fabricados pela Lockheed Martin, são utilizados pelo Pentágono para atingir os insurgentes ligados à Al-Qaida no Paquistão e no Iémen, com recurso a aviões não tripulados.

     

  7. Tráfico de órgãos »Quatro
    Tráfico de órgãos »Quatro médicos acusados de retirar órgão de criança viva vão a júri no Sul de MinasHá três profissionais condenados pelo crime e agora outros três vão encarar o banco dos réus pela morte de Paulo Veronesi Pavesi, de 10 anos, no ano de 2000

     

    Luana Cruz –

    Publicação: 30/07/2014 08:01 Atualização: 30/07/2014 08:10

    Além do caso do menino Paulo Veronesi Pavesi, de 10 anos CPI apura outras retiradas irregulares de órgãos no Sul de Minas (Reprodução/Internet) Além do caso do menino Paulo Veronesi Pavesi, de 10 anos CPI apura outras retiradas irregulares de órgãos no Sul de MinasOutros médicos acusados de matar e remover os órgãos do garoto Paulo Veronesi Pavesi, de 10 anos, vão a júri popular nesta quinta-feira em Poços de Caldas, o Sul de Minas Geras. Nesse julgamento estarão no banco dos réus o nefrologista Álvaro Ianhez, o anestesiologista Marco Alexandre Pacheco da Fonseca, o intensivista José Luiz Bonfitto e o neurocirurgião José Luiz Gomes da Silva. Na denúncia consta que eles usaram uma central de transplantes clandestina para retirar rins e córneas do menino antes que tivesse ocorrido sua morte encefálica. Eles respondem por homicídio qualificado e remoção de órgãos em desacordo com a Lei de Transplantes. 

    Eles foram pronunciados em outubro de 2011 pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Poços de Caldas, Narciso Alvarenga Monteiro de Castro. O TJMG confirmou a sentença de pronúncia de Primeira Instância e a defesa entrou com recurso ao STJ. Por entender que o recurso não tem efeito suspensivo, o juiz Narciso Castro designou o julgamento. A expectativa é que sejam ouvidas 10 testemunhas de defesa. A acusação arrolou cinco testemunhas, sendo que três serão ouvidas por precatória e uma por videoconferência.

    Por ordem do juiz não será permitida à plateia qualquer tipo de manifestação no salão do júri, seja por meio de palavras, cartazes, fotografias, faixas, camisetas, uniforme que identifique empresa, instituição, órgão público ou que faça referência às partes envolvidas do processo. A pessoa que desobedecer pode der retirada do Tribunal do Júri.

    Condenações

    Sobre esse mesmo caso, já estão condenados os médicos Celso Roberto Frasson Scafi, Cláudio Rogério Carneiro Fernandes e o anestesista Sérgio Poli Gaspar. Eles tiveram o benefício de responder em liberdade, por meio de um habeas corpus, e deixaram a cadeia em maio deste ano. O juiz Narciso de Castro condenou os três respectivamente a 18, 17 e 14 anos de prisão em fevereiro de 2013, pela morte do garoto que ocorreu em 2000. 

    Saiba mais… Justiça revoga prisão e mantém liberdade de três médicos acusados de tráfico de órgãos Médicos condenados por retirar órgão de criança viva são presos no Sul de Minas Anestesista acusado de tráfico de órgãos que estava foragido se entrega no Sul de Minas Anestesista condenado por retirada ilegal de órgãos deixa a prisão no Sul de Minas Em liberdade, médicos condenados por tráfico de órgãos estão proibidos de deixar cidade Juiz acata denúncias do MP e acusa mais oito pessoas por tráfico de órgãos em MGSegundo o Ministério Público, o menino foi levado para o pronto atendimento da cidade e, além de passar por procedimentos médicos inadequados, teve os órgãos removidos para transplante por meio de um diagnóstico de morte cerebral forjado.

    CPI

    Mais três processos, originados das apurações do Ministério Público, estão relacionados com as investigações que deram origem, em 2002, à CPI do tráfico de órgãos. Os casos ficaram conhecidos como “Máfia dos Órgãos” e tiveram as denúncias recebidas pelo juiz Narciso Castro em fevereiro deste ano. Os processos apuraram homicídios e transplantes irregulares de janeiro, abril e junho de 2001.

    Por meio da CPI, o MP apurou diversas irregularidades na Irmandade da Santa Casa de Poços de Caldas, que tinha ligação com a central clandestina MG-Sul Transplantes. Entre as anomalias, havia casos suspeitos de mortes de pacientes atendidos por médicos ligados aos transplantes de órgãos e tecidos. A organização operava uma lista própria de receptores de órgãos e manipulava a Associação dos Renais Crônicos, denominada PRO-RIM. Os receptores pagavam pelos órgãos, ainda que o SUS também tivesse custeado os transplantes.  

     

  8. O discurso anti-distributivo e a produtividade

    O discurso anti-distributivo e a produtividade

    Pedro Rossi, professor do Instituto de Economia da Unicamp.

    PORTAL BRASIL DEBATE. O modelo de distribuição de renda, cujos pilares estão nas políticas de aumento do salário mínimo e de transferências de renda, está sendo questionado no debate público brasileiro. Esse questionamento ganhou força com a desaceleração do crescimento dos últimos anos e já assume a forma de discurso, reproduzido sistematicamente por parte dos economistas e do jornalismo econômico.  Diante disso, vale um olhar mais atento sobre os argumentos que sustentam esse discurso.

    Durante muito tempo, a literatura econômica dominante negou a necessidade de políticas de Estado voltadas para distribuir de forma mais equitativa os resultados do progresso econômico. O tema das transferências de renda ficou restrito às politicas de focalização para atender à extrema pobreza que, admitia-se, por alguma falha de mercado coexiste com o desenvolvimento econômico. Por detrás desse paradigma está a ideia de que a criação de riqueza depende de incentivos de renda e por isso a desigualdade é funcional ao crescimento. Nessa perspectiva, ao longo do processo de desenvolvimento, os excessos de concentração da renda seriam corrigidos automaticamente pelo próprio mercado, na medida em que houver transferência de mão de obra dos setores de baixa produtividade para os setores modernos da economia, conforme ilustrado pela metáfora que compara o crescimento econômico com uma maré enchente que levanta todos os barcos.

    O discurso anti-distributivo traz essas referências, às vezes de forma explicita, como é o caso do conceituado economista americano Gregory Mankiw, que defende a desigualdade de renda e justifica os super-salários do setor financeiro, alegando que esses refletem a meritocracia e estão de acordo com a contribuição econômica que esses agentes proporcionam à sociedade (ver artigo “Defending the One Percent”).

    Já a versão brasileira do discurso anti-distributivo raramente explicita essas ideias, e prefere construir uma argumentação à sombra da ideia de produtividade. O aumento dos salários acima da produtividade, diz o discurso, reduz as taxas de lucro e desestimula o investimento, o que tende a gerar desemprego e baixo crescimento. Armínio Fraga, por exemplo, argumentou em entrevista ao Estado de São Paulo, que o crescimento econômico foi comprometido pelos excessivos aumentos de salário mínimo.

    Nesse discurso, há portanto um dilema de curto prazo entre crescimento e as políticas distributivas.  De forma sutil, mas direta, coloca-se em primeiro plano o crescimento e em segundo plano a distribuição de renda, e pressupõe-se que o primeiro plano conduzirá a uma melhora espontânea do segundo. Visto de outra maneira, esse discurso reedita a velha ladainha do bolo, que se espera crescer, para depois distribuir.

    Esse discurso apresenta dois problemas centrais; primeiro, a produtividade é um indicador muito importante, mas é uma variável de resultado, um termômetro, ou um sintoma do que acontece na economia (e por isso depende da expansão dos investimentos, capacidade ociosa, mudanças tecnológicas, etc.) e não uma causa ex-ante. Ou seja, a produtividade tem um componente endógeno ao ciclo econômico, e não é totalmente exógena como propõe o discurso. Segundo, nessa leitura, os salários são vistos exclusivamente pelo lado da oferta, como custos de produção, e não como variável de demanda, com capacidade de criar mercados.

    Ao combinar essas duas críticas, tem-se que os aumentos de salários podem induzir aumentos da produtividade. Ou seja, diante da expansão do mercado interno provocada pela aumento de poder de compra dos assalariados, as firmas aproveitam economias de escala e se tornam mais produtivas, o que resulta em crescimento com distribuição de renda. Esse circulo virtuoso ocorreu no Brasil, entre 2004 e 2008, quando a distribuição de renda dinamizou o mercado consumidor doméstico, o investimento agregado e a produtividade, o que permitiu novos aumentos de salários.

    Nesse sentido, a discussão importante não é impedir elevações salariais para  aumentar a produtividade, mas como distribuir renda e aumentar a produtividade simultaneamente. Trata-se de discutir um modelo econômico, onde a questão social esteja no centro do projeto de desenvolvimento, onde para sustentar a distribuição de renda e o avanço das políticas sociais, sejam implementados amplos investimentos em infraestrutura que induzem ganhos de produtividades para diversos setores, além de incentivos à modernização da estrutura produtiva e politicas que evitem o vazamento da demanda interna para o exterior, por meio das importações. Com esses elementos, pode-se reforçar a aposta em um modelo inclusivo, onde a distribuição de renda e no mercado interno como motor dinâmico.

    Por fim, não há oposição direta entre a distribuição de renda e o crescimento, tampouco entre os aumentos entre o salário mínimo e a produtividade. Há por outro lado, um conteúdo ideológico no tratamento do tema da produtividade e um discurso montado para esconder um viés anti-distibutivo. A politização da produtividade, como discurso, é pano de fundo de um amplo programa de “ajustes” na economia – que inclui a redução do papel do Estado, a flexibilização do mercado de trabalho e a revisão da regra de salário mínimo – cuja implementação pode ter como resultado a restauração de um modelo econômico concentrador de renda no Brasil.

    O discurso antidistributivo e a produtividade

    Os críticos à atual política econômica sustentam que o crescimento é comprometido pelos excessivos aumentos de salário mínimo e, de forma sutil, defendem que a distribuição de renda seja posta em segundo plano. É a reedição da ladainha do bolo, que se espera crescer, para depois distribuir 10 EmailShare

    O modelo de distribuição de renda, cujos pilares estão nas políticas de aumento do salário mínimo e de transferências de renda, está sendo questionado no debate público brasileiro. Esse questionamento ganhou força com a desaceleração do crescimento dos últimos anos e já assume a forma de discurso, reproduzido sistematicamente por parte dos economistas e do jornalismo econômico. Diante disso, vale um olhar mais atento sobre os argumentos que sustentam esse discurso.

    Durante muito tempo, a literatura econômica dominante negou a necessidade de políticas de Estado voltadas para distribuir de forma mais equitativa os resultados do progresso econômico. O tema das transferências de renda ficou restrito às políticas de focalização para atender à extrema pobreza que, admitia-se, por alguma falha de mercado coexiste com o desenvolvimento econômico. Por detrás desse paradigma está a ideia de que a criação de riqueza depende de incentivos de renda e por isso a desigualdade é funcional ao crescimento.

    Nessa perspectiva, ao longo do processo de desenvolvimento, os excessos de concentração da renda seriam corrigidos automaticamente pelo próprio mercado, na medida em que houver transferência de mão de obra dos setores de baixa produtividade para os setores modernos da economia, conforme ilustrado pela metáfora que compara o crescimento econômico com uma maré enchente que levanta todos os barcos.

    O discurso antidistributivo traz essas referências, às vezes de forma explícita, como é o caso do conceituado economista americano Gregory Mankiw, que defende a desigualdade de renda e justifica os super salários do setor financeiro, alegando que esses refletem a meritocracia e estão de acordo com a contribuição econômica que esses agentes proporcionam à sociedade (ver artigo “Defending the One Percent”).

    Já a versão brasileira do discurso antidistributivo raramente explicita essas ideias, e prefere construir uma argumentação à sombra da ideia de produtividade. O aumento dos salários acima da produtividade, diz o discurso, reduz as taxas de lucro e desestimula o investimento, o que tende a gerar desemprego e baixo crescimento. Armínio Fraga, por exemplo, argumentou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que o crescimento econômico foi comprometido pelos excessivos aumentos de salário mínimo.

    Nesse discurso há, portanto, um dilema de curto prazo entre crescimento e as políticas distributivas. De forma sutil, mas direta, coloca-se em primeiro plano o crescimento e em segundo plano a distribuição de renda, e pressupõe-se que o primeiro plano conduzirá a uma melhora espontânea do segundo. Visto de outra maneira, esse discurso reedita a velha ladainha do bolo, que se espera crescer, para depois distribuir.

    Esse discurso apresenta dois problemas centrais: primeiro, a produtividade é um indicador muito importante, mas é uma variável de resultado, um termômetro ou um sintoma do que acontece na economia (e por isso depende da expansão dos investimentos, capacidade ociosa, mudanças tecnológicas etc.) e não uma causa ex-ante. Ou seja, a produtividade tem um componente endógeno ao ciclo econômico, e não é totalmente exógena como propõe o discurso. Segundo, nessa leitura, os salários são vistos exclusivamente pelo lado da oferta, como custos de produção, e não como variável de demanda, com capacidade de criar mercados.

    Ao combinar essas duas críticas, tem-se que os aumentos de salários podem induzir aumentos da produtividade. Ou seja, diante da expansão do mercado interno provocada pelo aumento de poder de compra dos assalariados, as firmas aproveitam economias de escala e se tornam mais produtivas, o que resulta em crescimento com distribuição de renda. Esse círculo virtuoso ocorreu no Brasil, entre 2004 e 2008, quando a distribuição de renda dinamizou o mercado consumidor doméstico, o investimento agregado e a produtividade, o que permitiu novos aumentos de salários.

    Nesse sentido, a discussão importante não é impedir elevações salariais para aumentar a produtividade, mas como distribuir renda e aumentar a produtividade simultaneamente. Trata-se de discutir um modelo econômico, no qual a questão social esteja no centro do projeto de desenvolvimento, e no qual, para sustentar a distribuição de renda e o avanço das políticas sociais, sejam implementados amplos investimentos em infraestrutura, além de incentivos à modernização da estrutura produtiva e políticas que evitem o vazamento da demanda interna para o exterior, por meio das importações.

    Com esses elementos, pode-se reforçar a aposta em um modelo inclusivo, em que a distribuição de renda e o mercado interno sejam o motor dinâmico.

    Por fim, não há oposição direta entre a distribuição de renda e o crescimento, tampouco entre os aumentos entre o salário mínimo e a produtividade. Há, por outro lado, um conteúdo ideológico no tratamento do tema da produtividade e um discurso montado para esconder um viés antidistributivo.

    A politização da produtividade, como discurso, é pano de fundo de um amplo programa de “ajustes” na economia – que inclui a redução do papel do Estado, a flexibilização do mercado de trabalho e a revisão da regra de salário mínimo – cuja implementação pode ter como resultado a restauração de um modelo econômico concentrador de renda no Brasil.

    – See more at: http://brasildebate.com.br/o-discurso-antidistributivo-e-a-produtividade/#sthash.YZxM4pDY.dpuf

    O discurso antidistributivo e a produtividade

    Os críticos à atual política econômica sustentam que o crescimento é comprometido pelos excessivos aumentos de salário mínimo e, de forma sutil, defendem que a distribuição de renda seja posta em segundo plano. É a reedição da ladainha do bolo, que se espera crescer, para depois distribuir 10 EmailShare

    O modelo de distribuição de renda, cujos pilares estão nas políticas de aumento do salário mínimo e de transferências de renda, está sendo questionado no debate público brasileiro. Esse questionamento ganhou força com a desaceleração do crescimento dos últimos anos e já assume a forma de discurso, reproduzido sistematicamente por parte dos economistas e do jornalismo econômico. Diante disso, vale um olhar mais atento sobre os argumentos que sustentam esse discurso.

    Durante muito tempo, a literatura econômica dominante negou a necessidade de políticas de Estado voltadas para distribuir de forma mais equitativa os resultados do progresso econômico. O tema das transferências de renda ficou restrito às políticas de focalização para atender à extrema pobreza que, admitia-se, por alguma falha de mercado coexiste com o desenvolvimento econômico. Por detrás desse paradigma está a ideia de que a criação de riqueza depende de incentivos de renda e por isso a desigualdade é funcional ao crescimento.

    Nessa perspectiva, ao longo do processo de desenvolvimento, os excessos de concentração da renda seriam corrigidos automaticamente pelo próprio mercado, na medida em que houver transferência de mão de obra dos setores de baixa produtividade para os setores modernos da economia, conforme ilustrado pela metáfora que compara o crescimento econômico com uma maré enchente que levanta todos os barcos.

    O discurso antidistributivo traz essas referências, às vezes de forma explícita, como é o caso do conceituado economista americano Gregory Mankiw, que defende a desigualdade de renda e justifica os super salários do setor financeiro, alegando que esses refletem a meritocracia e estão de acordo com a contribuição econômica que esses agentes proporcionam à sociedade (ver artigo “Defending the One Percent”).

    Já a versão brasileira do discurso antidistributivo raramente explicita essas ideias, e prefere construir uma argumentação à sombra da ideia de produtividade. O aumento dos salários acima da produtividade, diz o discurso, reduz as taxas de lucro e desestimula o investimento, o que tende a gerar desemprego e baixo crescimento. Armínio Fraga, por exemplo, argumentou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que o crescimento econômico foi comprometido pelos excessivos aumentos de salário mínimo.

    Nesse discurso há, portanto, um dilema de curto prazo entre crescimento e as políticas distributivas. De forma sutil, mas direta, coloca-se em primeiro plano o crescimento e em segundo plano a distribuição de renda, e pressupõe-se que o primeiro plano conduzirá a uma melhora espontânea do segundo. Visto de outra maneira, esse discurso reedita a velha ladainha do bolo, que se espera crescer, para depois distribuir.

    Esse discurso apresenta dois problemas centrais: primeiro, a produtividade é um indicador muito importante, mas é uma variável de resultado, um termômetro ou um sintoma do que acontece na economia (e por isso depende da expansão dos investimentos, capacidade ociosa, mudanças tecnológicas etc.) e não uma causa ex-ante. Ou seja, a produtividade tem um componente endógeno ao ciclo econômico, e não é totalmente exógena como propõe o discurso. Segundo, nessa leitura, os salários são vistos exclusivamente pelo lado da oferta, como custos de produção, e não como variável de demanda, com capacidade de criar mercados.

    Ao combinar essas duas críticas, tem-se que os aumentos de salários podem induzir aumentos da produtividade. Ou seja, diante da expansão do mercado interno provocada pelo aumento de poder de compra dos assalariados, as firmas aproveitam economias de escala e se tornam mais produtivas, o que resulta em crescimento com distribuição de renda. Esse círculo virtuoso ocorreu no Brasil, entre 2004 e 2008, quando a distribuição de renda dinamizou o mercado consumidor doméstico, o investimento agregado e a produtividade, o que permitiu novos aumentos de salários.

    Nesse sentido, a discussão importante não é impedir elevações salariais para aumentar a produtividade, mas como distribuir renda e aumentar a produtividade simultaneamente. Trata-se de discutir um modelo econômico, no qual a questão social esteja no centro do projeto de desenvolvimento, e no qual, para sustentar a distribuição de renda e o avanço das políticas sociais, sejam implementados amplos investimentos em infraestrutura, além de incentivos à modernização da estrutura produtiva e políticas que evitem o vazamento da demanda interna para o exterior, por meio das importações.

    Com esses elementos, pode-se reforçar a aposta em um modelo inclusivo, em que a distribuição de renda e o mercado interno sejam o motor dinâmico.

    Por fim, não há oposição direta entre a distribuição de renda e o crescimento, tampouco entre os aumentos entre o salário mínimo e a produtividade. Há, por outro lado, um conteúdo ideológico no tratamento do tema da produtividade e um discurso montado para esconder um viés antidistributivo.

    A politização da produtividade, como discurso, é pano de fundo de um amplo programa de “ajustes” na economia – que inclui a redução do papel do Estado, a flexibilização do mercado de trabalho e a revisão da regra de salário mínimo – cuja implementação pode ter como resultado a restauração de um modelo econômico concentrador de renda no Brasil.

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  9. Último dia para ver a ISS no céu. Depois só em Setembro.

    Hoje, dia 30 de Julho será o último dia para ver a Estação Espacial Internacional (ISS) no céu do Brasil depois do por do Sol. As próximas visualizações somente serão possíveis neste horário no mês de Setembro. Se o tempo não estiver nublado vá observar o céu entre as 18h e 50 min e as 19h. Isso para os estados na metade Sul do Brasil. Para o Nordeste a visualização também será possível mas tem que verificar os horários. No Mato Grosso do Sul será vista mais ou menos uma hora antes na passada anterior da ISS.

    Seguem os mapas celestes de SP e do MS para o evento somente para ilustrar, melhor é procurar o mapa da sua própria cidade como explicado no artigo que copio abaixo:

    Mapa celeste ISS São Paulo 30 de Julho

    https://jornalggn.com.br/wp-content/uploads/imagens/iss_30_jul_sao_paulo.png

     

    Mapa celeste ISS Mato Grosso do Sul 30 de Julho

    https://jornalggn.com.br/wp-content/uploads/imagens/iss_30_jul_mato_grosso_do_sul.png

     

    Artigo:

    Você sabia que é possível ver a Estação Espacial Internacional (ISS) passando por sobre nossas cabeças, de vez em quando, no começo das noites, logo após o pôr-do-Sol ou mesmo antes do nascer do Sol? Ou outros satélites, inclusive o Telescópio Espacial Hubble (HST) e restos de foguetes lançadores de satélites, a olho nu, sem ter um telescópio? Eles parecem estrelas que levam cerca de cinco a dez minutos para cruzar o céu e é possível identificar cada objeto que você eventualmente conseguir enxergar.

     

    Para a observação é importante que não exista nuvens no céu.

     

    É preciso portanto saber se em determinado dia satélites brilhantes passarão por sobre sua cidade ou seu estado e se não haverá nuvens no céu.

     

    Para prever o que ocorrerá em termos de nuvens no céu da sua cidade olhe no endereço http://previsaonumerica.cptec.inpe.br/~rpnum/meteogramas/meteo_regionais.shtml#MG. Aí se tem a previsão para as cidades de Minas, mas é só trocar o estado e o município ou um município próximo lá em cima para se ter uma ideia se haverá nuvens ou não. No último gráfico lá em baixo se estiver tudo limpinho em determinado dia não haverá nuvens, se estiver azul, verde ou laranja haverá nuvens baixas, médias ou altas.

     

    Para saber em qualquer lugar do mundo em que horário os satélites estarão passando por sobre a sua cabeça e quais estarão visíveis, basta acessar o site http://www.heavens-above.com. No site do lado direito acima em “location”: você deve selecionar a localização da sua cidade no mapa; nomeie esta localização no pé da pagina com o nome da sua cidade (onde está escrito “Name”) e clique em “Update”. Neste momento você será dirigido a uma página que mostra um globinho com a posição atual da ISS. Nesta página vá em “Satellites” e clique em “Daily predictions for brighter satellites”. Você vai parar em uma página cujo endereço é algo como o que se segue:

     

    Para Jau – SP.

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-22.3068&lng=-48.5733&loc=Jau&alt=598&tz=EBST

     

    Copie e guarde esse endereço que você conseguiu na barra de endereços do seu navegador, pois nunca mais irá precisar fazer os passos anteriores. É só copiar e colar esse endereço no navegador que irá direto para a página dos satélites e restos mais visíveis sobre a sua cidade nos dias vindouros.

     

    Estando nessa página, você verá uma lista dos satélites mais visíveis. Quanto à magnitude, quanto menor o número, mais brilhante é o objeto naquele dia. Quando usarmos o termo “magnitude” neste artigo estaremos nos referindo mais exatamente à magnitude aparente. Magnitude (aparente) de 3,0 são como de estrelinhas pequenininhas: são visíveis mas difíceis de localizar. Melhores observações são feitas dos objetos que aparecem naquele dia com magnitudes com números menores do que 2,0 sendo que 1,0 ou menos dão visualizações muito bonitas. A ISS e o Hubble, quando bem posicionados, dão as maiores magnitudes entre os objetos artificiais, chegando até a números negativos como -0,5 por exemplo, neste caso muito brilhante. Para efeito de comparação informamos que a magnitude de um astro como Vênus (a Estrela d’Alva) é de cerca de -5; das estrelas do Cruzeiro do Sul a Acrux (Estrela de Magalhães), tem  magnitude 0,76; a Mimosa, magnitude variável; a Gacrux (Rubídea), magnitude 1,61; a Pálida, magnitude 3,08; a Intrometida, magnitude 3,59; Vega, a estrela vermelha que é o coração do escorpião tem magnitude 0 (zero); a Alpha Centauri -0,29; a Beta Centauri 0,6.

     

    Seguindo os passos adiante você conseguirá prever quando um satélite brilhante estará cruzando o céu da sua região. Vá mudando o dia e clicando em “Update” para saber nos dias seguintes quando haverá um de uma maior magnitude e que combine com um dia de céu límpido. No começo da aparição, nos primeiros minutos quando o objeto está emergindo do horizonte a magnitude dele é menor, assim como quando ele está quase se pondo. As maiores magnitudes se dão, então, quando ele vai alto no céu. Portanto é bom conhecer algumas constelações e saber que em determinado minuto o objeto estará passando perto dela, para ficar mais fácil de localizá-lo.

     

    Clicando no nome do satélite abre-se um mapinha celeste (como o indicado no início do artigo) que mostra onde o satélite iniciará seu caminho e onde terminará. Aí você vai ter que aprender a orientar um mapa celeste. Anote num papelzinho o horário de nascimento, o horário em que ele passará no alto da sua cabeça (chamado zênite), ou perto de uma constelação conhecida no alto ou imprima o trajeto, pegue um relógio bem certinho (acerte com o observatório nacional na internet, ou no próprio site heavens-above, no canto superior direito da página) e vá observar. Saiba de antemão onde são precisamente na sua localidade os pontos cardeais (Norte (N), Sul (S), Leste (E) e Oeste (W) e também, especialmente por causa deste mapa, os intermediários Nordeste (NE), Noroeste (NW), Sudoeste (SW), e Sudeste (SE)). Perceba que um mapa celeste é feito, como este, para ser segurado por sobre sua cabeça olhando para cima; por esse motivo os pontos cardeais parecem invertidos.

     

    Pode ser frustrante tentar observar um objeto de pouca magnitude; então para começar até pegar o jeito é bom observar os que tem grande magnitude (próximos de 1; 0,5; 0; -0,5 lembrando que os menores números são os de maior magnitude).

     

    Aqui vão uns endereços de algumas localidades já prontinhas, mas fica mais precisa a observação se você procurar a sua própria cidade, especialmente para estados grandes com o Amazonas, o Pará, a Bahia, Minas, etc.

     

    Para Jau – SP (serve para quase todo o Estado de São Paulo – aproximadamente).

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-22.3068&lng=-48.5733&loc=Jau&alt=598&tz=EBST

     

    Para Curvelo – MG (serve para quase todo o Estado de Minas Gerais – aproximadamente).

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-18.7424&lng=-44.437&loc=Curvelo&alt=642&tz=EBST

     

    Para Pitanga – Paraná (serve para quase todo o Estado do Paraná – aproximadamente).

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-24.7642&lng=-51.7539&loc=Pitanga+-+PR&alt=938&tz=EBST

     

    Para Manaus e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-3.1925&lng=-60.0156&loc=Manaus+AM&alt=19&tz=UCT4

     

    Para Rio Branco AC e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-9.9985&lng=-67.8159&loc=Rio+Branco+AC&alt=134&tz=UCT4

     

    Para Porto Velho – RO e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-8.7628&lng=-63.8828&loc=Porto+Velho+RO&alt=87&tz=UCT4

     

    Para Boas Vista – RR e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=2.8252&lng=-60.6638&loc=Boa+Vista+RR&alt=83&tz=UCT4

     

    Para Macapá – AP e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=0.0358&lng=-51.0617&loc=Macap%C3%A1+AP&alt=14&tz=UCT3

     

    Para Belém – PA e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-1.4472&lng=-48.4799&loc=Belem+PA&alt=20&tz=UCT3

     

    Para Palmas – TO e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-10.2365&lng=-48.3261&loc=Palmas+TO&alt=275&tz=UCT3

     

    Para Anápolis – GO e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-16.3122&lng=-48.9413&loc=Anapolis+GO&alt=1012&tz=EBST

     

    Para Campo Grande – MS e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-20.4399&lng=-54.6322&loc=Campo+Grande+MS&alt=585&tz=WBST

     

    Para Cuiabá – MT e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-15.6045&lng=-56.0934&loc=Cuiaba+MT&alt=186&tz=WBST

     

    Para Santa Catarina

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-27.0713&lng=-50.4794&loc=Santa+Catarina&alt=991&tz=EBST

     

    Para Rio Grande do Sul

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-29.6045&lng=-53.204&loc=Rio+Grande+do+Sul&alt=236&tz=EBST

     

    Para Espírito Santo

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-19.3863&lng=-40.4818&loc=Espirito+Santo&alt=294&tz=EBST

     

    Para Rio de Janeiro

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-22.3424&lng=-42.8219&loc=Rio+de+Janeiro&alt=1131&tz=EBST

     

    Para Bahia

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-11.9453&lng=-41.3168&loc=Bahia&alt=968&tz=UCT3

     

    Para Sergipe, Alagoas e Pernambuco

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-9.4626&lng=-37.1859&loc=Sergipe+Alagoas+Pernambuco&alt=200&tz=UCT3

     

    Para Paraíba e Rio Grande do Norte

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-6.5473&lng=-36.7684&loc=Para%C3%ADba+Rio+Grande+do+Norte&alt=224&tz=UCT3

     

    Para Ceará

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-5.1702&lng=-39.7128&loc=Ceara&alt=279&tz=UCT3

     

    Para Piauí

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-6.94&lng=-42.0419&loc=Piaui&alt=251&tz=UCT3

     

    Para Maranhão

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-4.7324&lng=-44.9862&loc=Maranh%C3%A3o&alt=212&tz=UCT3

     

     

     

  10. A esperança dos servidores públicos em Aécio

    É incrível a falta de memória do servidor público federal. Muitos colegas meus tem a crença inabalável de que se a Dilma sair tudo vai melhorar pro servidor público. Já esqueceram (ou nao conheceram) os 8 anos sem aumento de FHC. E nem sabem o que o Aécio fez com os servidores públicos em Minas Gerais – os professores que o digam.

    Hoje eu conversava com um colega Procurador Federal. E ele dizia: “não tem jeito: enquanto a Dilma continuar aí não tem esperança pra AGU [Advocacia-Geral da União]!!! Vamos ter que continuar engolindo o Adams [Luís Inácio Lucena Adams, atual Advogado-Geral da União]!”.

    E aí eu não resisti e comentei: “pois é, o Aécio deve ter um nome melhor que o Adams. Quem sabe o senador Perrela ou o Robson Marinho…”.

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