Fora de Pauta

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

O espaço para os temas livres e variados.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

28 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Politólogo Moniz Bandeira associa Marina às “shadow wars”

    Politólogo Moniz Bandeira associa Marina às “shadow wars”

    Politólogo Moniz Bandeira associa Marina às “shadow wars”

    O Politólogo brasileiro Luiz Alberto Moniz Bandeira, residente na Alemanha, enviou a seguinte carta ao presidente nacional do PSB, professor Roberto Amaral:

    Estimado colega, Prof. Dr. Roberto Amaral
    Presidente do PSB,

    A Sra. Marina Silva tinha um percentual de intenções de voto bem maior do que o do governador Eduardo Campos, mas não conseguiu registrar seu partido – Rede Sustentabilidade – e sair com sua própria candidatura à presidência da República.

    O governador Eduardo Campos permitiu que ela entrasse no PSB e se tornasse candidata a vice na sua chapa. Imaginou que seu percentual de intenções votos lhe seria transferido.

    Nada lhe transferiu e ele não saiu de um percentual entre 8% e 10%. Trágico equívoco.

    Para mim era evidente que Sra. Marina Silva não entrou no PSB, com maior percentual de intenções de voto que o candidato à presidência, para ser apenas vice.

    A cabeça de chapa teria de ser ela própria. Era certamente seu objetivo e dos interesses que representa, como o demonstram as declarações que fez, contrárias às diretrizes ideológicas do PSB e às linhas da soberana política exterior do Brasil.

    Agourei que algum revés poderia ocorrer e levá-la à cabeça da chapa, como candidata do PSB à Presidência.

    Antes de que ela fosse admitida no PSB e se tornasse a candidata a vice, comentei essa premonição com grande advogado Durval de Noronha Goyos, meu querido amigo, e ele transmitiu ao governador Eduardo Campos minha advertência.

    Seria um perigo se a Sra. Marina Silva, com percentual de intenções de voto bem maior do que o dele, fosse candidata a vice. Ela jamais se conformaria, nem os interesses que a produziram e lhe promoveram o nome, através da mídia, com uma posição subalterna, secundária, na chapa de um candidato com menor peso nas pesquisas.

    O governador Eduardo Campos não acreditou. Mas infelizmente minha premonição se realizou, sob a forma de um desastre de avião. Pode, por favor, confirmar o que escrevo com o Dr. Durval de Noronha Goyos, que era amigo do governador Eduardo Campos.

    Uma vez que há muitos anos estou a pesquisar sobre as shadow wars e seus métodos e técnicas de regime change, de nada duvido. E o fato foi que conveio um acidente e apagou a vida do governador Eduardo Campos. E assim se abriu o caminho para a Sra. Marina Silva tornar-se a candidata à presidência do Brasil.

    Afigura-me bastante estranho que ela se recuse a revelar, como noticiou a Folha de São Paulo, o nome das entidades que pagaram conferências, num total (que foi, declarado) R$1,6 milhão (um milhão e seiscentos mil reais), desde 2011, durante três anos em que não trabalhou. Alegou a exigência de confidencialidade. Por que a confidencialidade? É compreensível porque talvez sejam fontes escusas. O segredo pode significar confirmação.

    Fui membro do PSB, antes de 1964, ao tempo do notável jurista João Mangabeira. Porém, agora, é triste assistir que a Sra. Marina Silva joga e afunda na lixeira a tradicional sigla, cuja história escrevi tanto em um prólogo à 8a. edição do meu livro O Governo João Goulart, publicado pela Editora UNESP, quanto em O Ano Vermelho, a ser reeditado (4a edição), pela Civilização Brasileira, no próximo ano.

    As declarações da Sra. Marina Silva contra o Mercosul, a favor do subordinação e alinhamento com os Estados Unidos, contra o direito de Cuba à autodeterminação, e outras, feitas em vários lugares e na entrevista ao Latin Post, de 18 de setembro, enxovalham ainda mais a sigla do PSB, um respeitado partido que foi, mas do qual, desastrosamente, agora ela é candidata à presidência do Brasil.

    Lamento muitíssimo expressar-lhe, aberta e francamente, o que sinto e penso a respeito da posição do PSB, ao aceitar e manter a Sra. Marina Silva como candidata à Presidência do Brasil.

    Aos 78 anos, não estou filiado ao PSB nem a qualquer outro partido. Sou apenas cientista político e historiador, um livre pensador, independente. Mas por ser o senhor um homem digno e honrado, e em função do respeito que lhe tenho, permita-me recomendar-lhe que renuncie à presidência do PSB, antes da reunião da Executiva, convocada para sexta-feira, 27 de setembro. Se não o fizer – mais uma vez, por favor, me perdoe dizer-lhe – estará imolando seu próprio nome juntamente com a sigla.

    As declarações da Sra. Marina Silva são radicalmente incompatíveis com as linhas tradicionais do PSB. Revelam, desde já, que ela pretende voltar aos tempos da ditadura do general Humberto Castelo Branco e proclamar a dependência do Brasil, como o general Juracy Magalhães, embaixador em Washington, que declarou: “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil.”

    Cordialmente,

    Prof. Dr. Dres. h.c. Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira
    Reilinger Str. 19
    68789 St. Leon-Rot – Deutschland
    Tel.: 0049-6227/880533
    Fax: 0049-6227/880534

     

    1. Bem Marina e sua Neca do Itaú e CIA

      Ontem à tarde ao passar em frente um enorme edifício que leva o nome de Governador Magalhães Pinto, me lembrei que na ditadura os banqueiros tinham grande poder sobre a economia cujo mote era “fazer o bolo crescer para depois dividir”. Bem Marina Silva com sua Neca do Itaú e CIA. 

    2. Interessantíssimo esse artigo do Prof. Moniz Bandeira…

      As  palavras ” war ” e agouro , me remetem ao sentimento que tenho, e que tenho manifestado aqui no Blog, sobre essa senhora. Tenho repetido que ela me assusta! A imagem dela, me incomoda e me traz maus presságios. É intuitivo. Esse artigo do professor me dá a certeza que tais sentimentos não são mera antipatia. Gostaria muito que esse post fosse elevado, pois infelizmente, só assim sei compartilhar.

      Marly

       

  2. Candidata que defende

    Candidata que defende desmilitarização da PM sofre racismo e agressão

    http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/09/candidata-que-defende-desmilitarizacao-da-pm-sofre-racismo-e-agressao.html

    “Dissolve a PM agora sua prostituta. Sua negra vagabunda”. Candidata ao governo de Minas Gerais ainda levou um soco na barriga uma cusparada por defender a desmilitarização da PM no Brasil

    candidata cleide agredida pm minasCleide Donária, candidata pelo PCO ao governo de Minas Gerais, foi agredida por defender a desmilitarização da PM (Foto: Estado de Minas)

    A candidata ao governo de Minas Gerais Cleide Donária (PCO), de 43 anos, foi vítima de agressões e racismo durante uma agenda no último dia 14 de setembro, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. A agressão teria partido de um homem ainda não identificado, que discordaria de algumas das propostas de desmilitarização da Polícia da candidata.

    Segundo informações do jornal O Estado de Minas, Cleide caminhava em direção à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Venda Nova, onde se encontraria com companheiros de campanha. Ela acabou abordada no canteiro central de uma avenida e recebeu um soco na barriga. Mas o pior viria a seguir.

     

    “Cadê seu partidinho de m… para dissolver a PM?”, gritou o agressor. “Dissolve a PM agora sua prostituta. Sua negra vagabunda”, emendou o homem, que ainda cuspiu em Cleide e fugiu em seguida. De acordo com a candidata, o agressor ainda teria levado a mão à cintura, mostrando que estava armado.

    Ela registrou boletim de ocorrência na 9ª Área Integrada de Segurança Pública e fez pedido para que a Polícia Civil busque a identificação do agressor por meio de câmeras das estações do Move próximas ao local em que ela foi atacada. Até o momento isso não aconteceu. No dia seguinte ao incidente, ela pensou em desistir da candidatura, mas foi demovida da ideia pelo partido.

    “A campanha vinha tranquila, com debates produtivos em escolas e universidades, sempre com respeito às propostas diferentes. Não sei se alguém se sentiu ameaçado com nossas ideias, mas em uma democracia é essencial saber lidar com o pensamento de outros partidos”, comentou ao jornal O Estado de Minas.

     

    Em nota divulgada pelo PCO, a sigla voltou a defender a desmilitarização da Polícia Militar como uma das principais propostas de campanha. “A única maneira de garantir uma verdadeira segurança para a classe operária só pode acorrer com a dissolução da PM e a constituição de milícias populares para proteger os trabalhadores dos ataques do braço armado do Estado”, escreveu o partido.

    No âmbito presidencial, alguns candidatos como Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV) e Rui Pimenta (PCO) também são defensores da desmilitarização da polícia no Brasil, tema bastante polêmico, mas que já está em discussão há alguns anos no Congresso Nacional.

  3. Entrevista com o filósofo Roger Scruton

    O que é a “franqueza britânica”? Se não é verdade que todos os britânicos a possuem, é fato que o filósofo inglês Roger Scruton é portador de uma sinceridade sem igual. Um dos pensadores mais famosos da atualidade, Scruton é conhecido na Europa como o “enfant-terrible” da Filosofia, defensor de idéias polêmicas mas, na verdade, muito antigas – sua polêmica vêm de serem clássicas.

    Roger Scruton é autor de mais de 30 livros de Filosofia, dois romances, compositor de duas óperas e já fez documentários para a BBC de Londres. Professor há muitos anos, não há quem saia de suas aulas sem algum espanto pela sua erudição, que caminha tranqüila dos primórdios da Filosofia até os dias atuais.

    Scruton é sempre convidado para as principais rodas de debate intelectual na Europa e no mundo inteiro. Uma palavra autorizada se se quer ouvir algo diferente.

    Foi também convidado pela Revista Vila Nova para uma entrevista, que ele gentilmente concedeu. O resultado vem a seguir.

     

    Você é filósofo e um dos seus principais objetos de estudo é a Estética. De onde surgiu esse desejo de se questionar sobre a Beleza?

    Eu descobri a arte, a música e a literatura quando era adolescente e fiquei intrigado com seu poder e seus significados. Por que elas têm um efeito tão profundo e transformador em nós e o que elas dizem sobre o mundo em que vivemos?

    Qual o lugar da Beleza em nossas vidas?

    Cabe a você decidir o lugar que a beleza pode ter em sua vida. Ultimamente, entretanto, a beleza abre um caminho à reconciliação, à aceitação do mundo como um lar e ao reconhecimento de que pertencemos a ele, com a tarefa de cuidar do que vamos encontrar.

    Em seu documentário para a BBC de Londres, “Why Beauty Matters?” (“Por que a Beleza importa?”), você cita Oscar Wilde: “Toda beleza é absolutamente inútil”. Qual o sentido da inutilidade da Beleza? Os homens precisam de “valores inúteis”?

    Todas as coisas mais importantes da vida são inúteis: amor, amizade, devoção, paz – essas são coisas que apreciamos pelo que são e não pelo uso que podemos fazer delas. Sim, nós precisamos de coisas inúteis uma vez que precisamos aprender como encontrar valores intrínsecos. E então o mundo tem um significado para nós e não apenas uma utilidade.

    De certa forma, esse culto da utilidade também atingiu a Filosofia e a Religião, não?

    Sim, o culto à utilidade assola o nosso mundo, minando até mesmo as coisas contra as quais as pessoas têm tentado erguer barreiras. Parte do problema é o domínio da tecnologia que nos influencia a pensar que todo o conhecimento e todas as descobertas dizem respeito a modos de manipular o mundo e o moldar a nossos propósitos. Mas há também o contemplar o mundo, encontrar nossa paz e consolo nele.

    Você fala que a arquitetura moderna foi o maior crime já consumado contra a Beleza. Por quê?

    Eu acho que você só tem que usar seus olhos para ver o que quero dizer. É um estilo de arquitetura que surgiu colocando a função, a utilidade e os efeitos de curto prazo no lugar do povoamento, da permanência e da moradia. A arquitetura moderna é um tipo de “falta de lar”, uma profanação à morada humana.

    Sobrará algo de valor da arquitetura e da arte moderna?

    Sim. Existe boa arquitetura moderna também – as casas de Frank Lloyd Wright, a capela de Ronchamp e muitos outros exemplos. Mas estão em uma escala pequena, quase objetos artesanais que retornam à verdadeira meta da arquitetura, que não é se destacar, obliterar e colocar o mundo em uma grade de linhas horizontais, mas adequar-se, harmonizar-se para tratar a Terra e seus contornos como um lugar de moradia.

    Do mesmo modo, existe boa arte moderna e esta ainda está sendo produzida por esses pintores figurativos que reconhecem a necessidade de mostrar o significado interior de nosso mundo.

    Uma de suas teses em “Why Beauty Matters?” é que a cultura pós-moderna não quer mostrar a realidade; quer se vingar dela. Como se dá isso?

    Quando as pessoas são incapazes de encontrar consolação, elas se vingam de si mesmas e do mundo tentando mostrar que a consolação é impossível. Nós projetamos nossas próprias falhas morais no mundo de forma a nos provermos de uma desculpa para ter estas falhas. Assim, quando as pessoas são incapazes de amar, elas descrevem o próprio mundo como “sem amor” e “impossível de ser amado”.

    E qual a relação entre Beleza e Amor?

    A Beleza é um objeto do Amor e quando as pessoas permitem que o espírito do amor cresça nelas, elas também se abrem para a beleza. Isso é conhecido desde Platão, mas como explicá-lo exatamente e em termos sóbrios e realísticos é uma das grandes missões da filosofia.

    Durante muito tempo a arte foi usada como meio de comunicar o Sagrado, mas hoje não mais. Beleza e Religião se comunicam?

    O Sagrado e o Belo estão conectados em nossos sentimentos – ambos nos mandam ficar atrás, ser humildes e abandonar nosso desejo inato de poluir e destruir. Eu penso que vários artistas hoje, independentemente de terem ou não crenças religiosas, têm um senso de que o que há de melhor em sua arte é o ato de consagração. Você encontra esse tema nos quartetos de cordas de George Rochber, na arquitetura de Quinlan Terry, nas pinturas de Andrew Wyeth.

    Você montava universidades clandestinas na Europa Central em plena época de comunismo soviético. Como foi essa experiência? O que faziam por lá?

    Foi uma experiência inspiradora ensinar jovens que queriam aprender, que viram o aprendizado e a verdade conectados e que reconheceram que a verdade pode ser perigosa. Meus colegas e eu fizemos nosso melhor para providenciar uma educação humana e geral, trabalhando secretamente em casas particulares. A história é, entretanto, muito longa e complexa para ser contada rapidamente. Ela já foi escrita por Barbara Day em The Velvet Philosophers (N.E. “Os Filósofos de Veludo”, sem tradução para o Brasil).

    Hoje parece que quem queira ter uma verdadeira cultura universitária também precisa ser clandestino. Quem foge do establishment e da “cultura oficial” está fadado ao fracasso nas universidades. Pelo menos aqui no Brasil essa parece ser a realidade. O que você tem a dizer sobre isso?

    Você está certo e isso é algo que eu aprendi através do trabalho clandestino no Leste Europeu. Educação real sempre é, em certa medida, subversiva. A posição padrão da humanidade é a conformidade ideológica e a busca da verdade é sempre ameaçadora. Hoje nós vivemos em um mundo com valores socialistas moderados, aceitação acrítica da igualdade e uma suspeita institucionalizada para com o sucesso, a distinção e a alta cultura; este tipo de coisa tomou conta de nossas universidades. Hereges são perseguidos, como sempre foram, e os mesmos têm que trabalhar secretamente ou em algum grau de privacidade. Mas eles também se alegram com isso, pois esta é a prova de que estão certos.

    Você escreveu um livro chamado “A Political Philosophy: Arguments for Conservatism” (N.E. “Uma Filosofia Política: Argumentos para o Conservadorismo”, sem tradução para o Brasil). Afinal, quais são os argumentos para o conservadorismo?

    Aqui está a minha resposta mais curta: conservadorismo significa encontrar o que você ama e agir para proteger isso. A alternativa é encontrar o que você odeia e tentar destruir. Certamente a primeira alternativa é um modo melhor de viver do que a segunda.

    Sobre o Islã e o Ocidente. A relação entre os dois nunca parece ser muita harmoniosa. Por que existe esse “choque”?

    O conflito fundamental é entre, de um lado, uma religião que deseja ser também um sistema completo de governo fundada em um Direito sagrado e, do outro, sociedades que, enquanto fundadas em uma revelação religiosa, fazem suas Leis e seu governo para si mesmas. O Islã não pode aceitar a jurisdição secular e não pode tolerar formas de governo que marginalizem a obediência religiosa. Por isso não pode, no fim, aceitar o mundo moderno.

    O Papa Bento XVI insistia muito em recuperar as raízes cristãs do Ocidente. Em sua opinião, há lugar para o Cristianismo na nova cultura ocidental?

    Claro. A cultura ocidental é uma criação do Cristianismo. Retire o Cristianismo e o que sobra de Dante, Chaucer, Shakespeare, Racine, Victoria, Bach, Titian, Tintoretto…? E isso ainda é verdadeiro hoje. Nossa cultura é fundada na visão central do Cristianismo, que santifica o sofrimento, o dever do perdão, o ideal da caridade e a visão da Virgem Maria, que guiou nossa concepção do sexo.

    O que conhece da cultura intelectual e filosófica do Brasil?

    Nada, a não ser a música de Villa Lobos e Luiz Bonfá, além do filme Orfeu Negro, que foi feito, entretanto, por um francês. E, é claro, tem também Brasília, aquele ícone internacional da alienação urbana.

    http://revistavilanova.com/entrevista-com-o-filosofo-roger-scruton/

  4. Eleições no MA: Comissão de Poder de Polícia avalia ações

    Quero ver é a Polícia da Justiça Eleitoral mandar a Globo parar de cometer crime eleitoral para prejudicar Dilma. Vai encarar, vai chamar na retranca esses candidatos que usam do poder econômico e compram votos a título de estarem contratando cabos eleitorais ou fiscais de votação

     

    Comissão de Poder de Polícia avalia ações de fiscalização de propaganda eleitoral irregular

    Edson Travassos

    A Comissão de Poder de Polícia do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão se reuniu nesta terça-feira, 16 de setembro, para avaliar as ações de combate à propaganda eleitoral irregular e discutir novas medidas de fiscalização.

    Em São Luís, os candidatos e partidos têm utilizado os bandeiraços, cavaletes, placas e cartazes como principal estratégia de divulgação nas ruas. No entanto, muitas dessas ações incorrem em irregularidade por utilizar o patrimônio público, por atrapalhar o fluxo de pedestres e veículos ou por não respeitar os horários limites estabelecidos pela Justiça Eleitoral.

    Outro agravante é a utilização de rotatórias arborizadas, canteiros e até dunas para a fixação de material de campanha. A Comissão, que conta com apoio de outros órgãos como Polícia Militar, SMTT e Blitz Urbana, pretende realizar um levantamento dos espaços de São Luís onde as campanhas podem ser realizadas.

    Desde que foi iniciada a propaganda, em 6 de julho, são feitas diligências pelas ruas e avenidas da capital. A Comissão, que possui poder de polícia, tem atuado através de representações eleitorais e notificações para a retirada da propaganda irregular.

    Também já foram recolhidas placas, cartazes, cavaletes e outros artefatos utilizados irregularmente. Os infratores estão sujeitos à aplicação de multa, além de outras implicações perante a Justiça Eleitoral.

    Novas operações estão marcadas para ocorrer em bairros afastados do centro da capital, onde as irregularidades são mais visíveis e se tornam alvos frequentes de reclamações.

    O cidadão pode também ajudar a Justiça a combater a propaganda eleitoral irregular encaminhando denúncias, devidamente comprovadas, para a Ouvidoria do TRE-MA através do telefone 0800 098 5000 (Disque Eleitor), do email: [email protected] ou acessando a página da Ouvidoria, disposta no endereço eletrônico http://www.tre-ma.jus.br.

    Fonte: Tribunal Regional do Maranhão

     

  5. Desalienando a ma$$ificação coi$ificante

    Desalienando a ma$$ificação coi$ificante

    Cláudio Carvalho Fernandes - CCF1Cláudio Carvalho Fernandes · Teresina, PI
    1/6/2014 · 6 · 1 

    Desalienando a ma$$ificação coi$ificante

    ************* Dedicado para todos os seres humanos

    É melhor
    ser um, mesmo que zero, à esquerda
    do que, palhaço, a penas só faz-$er número$$ à direita…

     

    Sobre a obra

    Desalienando a ma$$ificação coi$ificante

    ************* Dedicado para todos os seres humanos

    É melhor
    ser um, mesmo que zero, à esquerda
    do que, palhaço, a penas só faz-$er número$$ à direita…

     

  6.  
    Prefeitura de São Paulo

     

    Prefeitura de São Paulo define nomes de sua Comissão da Verdade

     

    Colegiado, que tomará posse nesta quinta-feira (25), tem os jornalistas Audálio Dantas e Fernando Morais, os advogados Cesar Cordaro e Fermino Fecchio e a professora Tereza Lajolo

     

    por Redação RBA publicado 23/09/2014 20:52, última modificação 24/09/2014 00:04

     

    Leticia Moreira/Folhapres

     

    fernandomorais_Leticia Moreira_Folhapress.jpg

    Fernando Morais, jornalista e escritor, será um dos encarregados por apurar violações cometidas pelo regime

     

    São Paulo – Audálio Dantas, Cesar Cordaro, Fermino Fecchio, Fernando Morais e Tereza Lajolo. Estes são os cinco integrantes da Comissão da Memória e da Verdade da prefeitura de São Paulo, que será instalada nesta quinta-feira (25), em ato a partir das 18p0, na sede do Arquivo Histórico, onde fica o acervo documental do município. Além disso, é um prédio vizinho ao do antigo Presídio Tiradentes, para onde foram levados vários presos políticos durante a ditadura (1964-1985). O mandato da comissão, criada pela Lei 16.012, de 16 de junho, é de dois anos, prorrogável por mais um.

    O objetivo anunciado da comissão é esclarecer o papel da prefeitura e de agentes públicos municipais no período de 1964 a 1988. “A comissão buscará esclarecer o papel desempenhado pela prefeitura e agentes públicos municipais, no período de 1964 a 1988, e garantir o direito do cidadão à memória e à verdade. As investigações deverão apurar indícios de perseguição e demissão de funcionários por motivação política, a ocultação de pessoas em cemitérios públicos municipais e a censura e repressão a educadores da rede pública municipal, entre outras frentes”, diz comunicado da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, à qual a comissão estará vinculada.

    Também ex-deputado federal, Audálio Dantas foi presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo. Estava à frente da entidade quando Vladimir Herzog, o Vlado, então diretor de Jornalismo da TV Cultura, foi assassinado no DOI-Codi de São Paulo, em outubro de 1975.

    Ex-procurador-geral do município de São Paulo (governo Luiza Erundina, 1989-1992) e ex-conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cesar Cordaro integra o Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça.

    Também advogado, Fermino Fecchio foi ouvidor nacional da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República e ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo. Presidiu o Centro Santo Dias de Direitos Humanos e o Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana, além de coordenar o Movimento Nacional de Direitos Humanos. Fecchio também foi secretário de Administração durante a gestão de Erundina na prefeitura paulistana.

    O jornalista Fernando Morais se destaca como autor de livros como A Ilha, Olga, Chatô, o Rei do Brasil, Corações Sujos e Os Últimos Soldados da Guerra Fria, entre outros. Também ocupou cargo público: foi secretário estadual da Cultura durante o governo de Orestes Quércia em São Paulo (1983-1986).

    A professora da rede estadual Tereza Lajolo foi vereadora em São Paulo e também integrou o secretariado municipal (Transportes) na época de Erundina.

    Segundo o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili, os cinco integrantes da comissão foram escolhidos a partir de uma lista de 20 nomes encaminhada ao prefeito Fernando Haddad. Pessoas com “relação pública” com o tema e trânsito na sociedade. “Essa comissão não deve disputar agendas de trabalho com outras”, afirma, definindo o colegiado como complementar ao da comissão nacional. A preocupação é investigar casos de perseguição de funcionários públicos durante a ditadura, o uso inadequado dos cemitérios durante aquele período e averiguar denúncias sobre utilização de locais da administração municipal em graves violações dos direitos humanos.

    Um dos casos mais emblemáticos refere-se às 1.049 ossadas da vala clandestina encontrada em 1990 no Cemitério Dom Bosco, em Perus. Recentemente, acordo que envolveu a SDH garantiu a remoção das ossadas para a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), para análise e tentativa de reconhecimento. Segundo Sottili, 415 ossadas já estão no centro de arqueologia da Unifesp. Técnicos do Brasil, da Argentina e do Paraguai estão reunidos nesta semana para discutir procedimentos. O estado do material, mal conservado durante anos, pode dificultar a perícia, mas o secretário diz que agora o importante é chegar a alguma resultado. “O trabalho será feito com total transparência e vamos com determinação até o fim. O que as famílias precisam é de uma solução”, afirma.

    A cerimônia desta quinta-feira começará com apresentação de trechos da peça Liberdade é pouco, da Cooperativa Paulista de Teatro, uma livre adaptação da obra  Liberdade, Liberdade, de Millôr Fernandes e Flávio Rangel, que estreou em 1965 e foi proibida no ano seguinte.

     

    http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2014/09/prefeitura-de-sao-paulo-define-nomes-de-sua-comissao-da-verdade-9879.html

  7. India successfully sends satellite into Mars orbit – video

    India successfully sends satellite into Mars orbit – video

    India’s prime minister Narendra Modi celebrates with scientists as India successfully sends a satellite into orbit around Mars on Wednesday. Clapping and cheering erupt from the Indian Space Research Organisation at mission control in Bangalore as India becomes the first nation to achieve the feat on its first attempt, and the first Asian nation to do so

    http://www.theguardian.com/science/video/2014/sep/24/india-successfully-sends-satellite-into-mars-orbit-video

  8.  
    Por causa de crise da água,

     

    Por causa de crise da água, Haddad vai abrir poços artesianos

     

     

    Perfurações serão feitas em caso de ‘emergência’ e servirão como alternativa nas subprefeituras; licitação será concluída em 1 mês

     

     

    23.09.2014 | 03:00

     

    Por causa de crise da água, Haddad vai abrir poços artesianos

    Nilton Fukuda/Estadão Fabio Leite – O Estado de S. Paulo

    SÃO PAULO – Diante do agravamento da crise da água em São Paulo, a gestão Fernando Haddad (PT) vai contratar uma empresa para perfurar poços artesianos na cidade em caso de “emergência”. A ideia é construir uma fonte alternativa de abastecimento por cada uma das 32 subprefeituras da capital para suprir uma possível falta de água em equipamentos públicos essenciais, como creches e hospitais.

    A Secretaria de Coordenação das Subprefeituras pretende concluir a licitação por ata de registro de preço em um mês, para ter o serviço à disposição por um ano e perfurar os poços em um prazo mais curto. “São para casos de emergência. Com esse modelo, conseguimos fazer um poço em 20 dias”, explica o engenheiro José Carlos Masi, assessor técnico de obras e serviços da secretaria. Em média, uma contratação por concorrência leva mais de 60 dias.

    Por causa de crise da água, Haddad vai abrir poços artesianos

     

    Crise de estiagem que acometeu o Sistema Cantareira colocou em risco o abastecimento da capital

    Nilton Fukuda/Estadão

     

    Segundo ele, a licitação prevê a construção de quatro tipos de poços semiartesianos, com profundidade média de 120 metros, dependendo da condição geológica do solo. A capital paulista está predominantemente sobre os Aquíferos São Paulo e Cristalino. De acordo com um fornecedor consultado pelo Estado, cada poço desse tipo custa, em média, R$ 15 mil.

    Após uma consulta feita em maio, a secretaria recebeu de 24 subprefeituras a indicação de 60 endereços onde os poços podem ser construídos. Segundo Masi, os locais são hospitais e as próprias sedes das administrações regionais. Agora, técnicos da prefeitura estão visitando as áreas apontadas para uma avaliação hidrogeológica.

    “Foi o prefeito quem nos pediu esse levantamento em função dessa crise de estiagem. A ideia é não precisar usar, mas precisamos ter uma alternativa nas mãos caso seja necessário”, afirmou Masi. “Assim que a subprefeitura comprovar a necessidade de um poço, acionamos a empresa contratada, que ficará encarregada de obter a licença ambiental, a outorga e construir o poço”, completou.

    Para construir um poço, é preciso obter outorga de uso de água subterrânea do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e licença da Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb), ambos do governo estadual. Segundo Masi, em casos de emergência, essas autorizações podem ser emitidas em poucos dias. Em 2013, o Estado tinha 17.822 poços cadastrados, dos quais 30% eram para uso industrial ou doméstico. Apenas 11% são destinados ao abastecimento público. Muitos poços, contudo, são feitos de forma clandestina e não entram no levantamento oficial.

    Abastecimento. Segundo o DAEE, 52% dos 646 municípios paulistas usam exclusivamente água subterrânea em seu abastecimento público e 19% utilizam sistema misto, com água subterrânea e superficial. Não é o caso da capital paulista, que é abastecida pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) com água dos mananciais.

    Neste ano, porém, a crise de estiagem que acometeu o Sistema Cantareira, o maior fornecedor de água para os cerca de 11 milhões de paulistanos, em especial das zonas norte, oeste e central, colocou em risco o abastecimento da capital. O Sistema Alto Tietê, o segundo maior da Grande São Paulo e que abastece a zona leste, também está em nível crítico, apenas 12,6% da capacidade, e o Guarapiranga tem alcance limitado.

    Conforme o Estado revelou em agosto, a Sabesp planejou em janeiro a criação de rodízio de água na parte atendida pelo Cantareira, no qual dividia a região em três blocos e livrava do racionamento as áreas onde ficam escolas e hospitais. O plano foi descartado e considerado inadequado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que garante o abastecimento sem rodízio oficial de água até março de 2015.

     

    http://m.estadao.com.br/noticias/saopaulo,por-causa-de-crise-da-agua-haddad-vai-abrir-pocos-artesianos-,15644

  9. o nAO RESPEITO AO ESTADO

    o nAO RESPEITO AO ESTADO LAICO

     

    16/05/2008 – 23:44 | EDIÇÃO Nº 522 
     

    De Ipanema para a floresta

    Sai a seringueira Marina Silva, entra o ecologista carioca Carlos Minc. O que pode mudar na política ambiental e no desenvolvimento do país

    ANDREI MEIRELES E RICARDO AMARAL

    Comente a matériaLeia os comentáriosImprimir 
    MISTÉRIOS DA FÉ
    Marina Silva defendia o ensino criacionista nas escolas públicas

    O lado culto de Marina Silva

    Como a fé evangélica criacionista gerou uma polêmica no Ministério do Meio Ambiente

    Em 2005, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva participava do lançamento do Festival Ecocultural do São Francisco, em Brasília. A comitiva de prefeitos da região presenteou-a com uma carranca, adorno usado na proa das embarcações, para proteção espiritual. É um símbolo da cultura que envolve o São Francisco. Mas Marina se recusou a receber o presente e deixou a festa. A carranca ficou coberta no fundo do palco durante todo o evento. Hoje, está no hall de entrada comum aos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Cultura. “Foi quando eu comecei a ver que a fé dela às vezes esbarra em sua atuação pública”, afirma a bióloga Claudia Magalhães, do Ministério do Meio Ambiente.

    Marina Silva é da bancada evangélica no Congresso há uma década. Em 2004, foi consagrada missionária da igreja Assembléia de Deus. Já defendeu o ensino do criacionismo, que nega a teoria da evolução das espécies. “Todos são livres para seguir sua fé”, diz Claudia. Mas, segundo ela, várias reuniões técnicas foram interrompidas para que um pastor fizesse cultos evangélicos dentro do ministério. “Numa dessas vezes discutíamos assuntos com técnicos que vieram do Rio de Janeiro para a reunião. Não acredito que isso deva acontecer dentro de um órgão público.”

    O pastor dos cultos no ministério seria Roberto Vieira, da Assembléia de Deus. Ele coordenava as orações reservadas no gabinete da ministra. Contratado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, tem cargo de consultor técnico da Conferência Nacional de Meio Ambiente. Foi responsável por quatro eventos. Ganhou R$ 70 mil pelo último deles. “Como organizador de eventos ambientais, ele é um ótimo pastor”, diz Anaelise Schüller, que foi assessora de Vieira nos últimos três anos. A falta de separação entre Igreja e Estado também está estampada em um panfleto para o encontro “O Cristão e Criação”. O telefone de contato é o da sala de Roberto Vieira no ministério.

    Procurado por ÉPOCA, Roberto Vieira não foi encontrado. Mas o responsável por sua contratação e diretor no ministério, Pedro Ivo, afirmou que tudo não passa de perseguição religiosa. “Vieira é um funcionário competente. Existem funcionários de umbanda, católicos e de todas as religiões no ministério. Jamais interrompemos reuniões para cultos religiosos”, diz. “O que acontece é que, durante o intervalo de almoço, alguns funcionários se juntavam para rezar nas salas de reunião.” Marina Silva não foi encontrada para falar sobre o caso.

    Em 2003, a ministra de Assistência e Promoção Social, e também evangélica Benedita da Silva, foi criticada por ter usado uma passagem do ministério para participar de um culto evangélico em Buenos Aires. Foi obrigada a devolver o dinheiro. “Usar os espaços públicos com foco religioso não é um crime, mas é um desvio ético”, diz Marcílio Moreira, ex-presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República. “Os representantes de Estado não podem privilegiar interesses ou crenças pessoais.”

     

    Juliana Arin

     

  10. AJUDA CONTRA O EBOLA

    PAPA PEDE AJUDA INTERNACIONAL CONTRA EBOLA

    :

     

    Em celebração na Praça de São Pedro, o papa Francisco pediu “que não falte ajuda necessária da comunidade internacional” no combate à epidemia de ebola nos países africanos; ele lembrou todos os que estão sofrendo devido à epidemia e manifestou sua proximidade “a todas as pessoas afetadas por essa terrível doença”

     

    24 DE SETEMBRO DE 2014 ÀS 08:45

     

    Da Agência Lusa – Durante discurso após celebração na Praça de São Pedro, o papa Francisco pediu hoje (24) “que não falte ajuda necessária da comunidade internacional” no combate à epidemia de ebola nos países africanos. Francisco lembrou todos os que estão sofrendo devido à epidemia e manifestou sua proximidade “a todas as pessoas afetadas por essa terrível doença”.

    O papa pediu aos fiéis que rezassem por todos os que perderam a vida por causa do ebola, apelando ainda para que “não falte a ajuda da comunidade internacional para aliviar o sofrimento desses irmãos e irmãs”.

    O ebola já matou mais de 2,8 mil pessoas na África Ocidental. Ontem (22), a Organização Mundial da Saúde alertou que as infecções pelo vírus podem triplicar para 20 mil casos até novembro, aumentando em milhares todas as semanas, caso os esforços para conter o surto não sejam reforçados.

    Na celebração litúrgica, o papa recordou a viagem que fez à Albânia no domingo.“[Vi] um povo [que esteve] tanto tempo oprimido por um regime desumano, mas hoje se pode constatar um renascimento da Igreja e também a possibilidade concreta de uma convivência pacífica e frutífera entre as pessoas e as comunidades de diferentes religiões”, disse Francisco.

    O papa explicou que essa convivência pacífica se baseia “num diálogo autêntico, na busca do que têm em comum nas diversas formas religiosas: o caminho da vida, rejeitando o relativismo e [pregando] a vontade de fazer o bem ao próximo, sem renegar a respectiva identidade”.

     

  11. Cia matou Campos?

    Em:https://br.noticias.yahoo.com/blogs/claudio-tognolli/exclusivo-jornalista-e-ex-oficial-de-inteligencia-da-122442862.html

    Exclusivo: jornalista e ex-oficial da Marinha dos EUA sustenta que CIA matou Campos e diz que “Marina é a predileta dos EUA e dos especuladores”

    Por | Claudio Tognolli – ter, 23 de set de 2014

    Jornalista de renome nos EUA, Wayne Madsen publicou em sua coluna no jornal online Strategic Culture Foundation o texto em que denuncia  que a morte do candidato a presidente Eduardo Campos (PSB), em acidente de avião no dia 13 de agosto, teria resultado de uma trama da CIA.

    O artigo é intitulado “All Factors Point to CIA Aerially Assassinating Brazilian Presidential Candidate” (“Todos os Fatores indicam que a CIA assassinou por via aérea candidato brasileiro à Presidência”). Madsen estabelece que uma derrota de Dilma Rousseff representaria uma vitória para os planos de Barack Obama de eliminar “presidentes progressistas” da América Latina.

    Wayne Madsen concedeu entrevista exclusiva a este blog, em que reafirma a tese de que a CIA matou Campos. Ex-oficial da Marinha dos EUA, o jornalista Wayne Madsen é taxativo: “Marina Silva é a favorita de Obama e do George Soros. Marina defende que os EUA comandem a globalização, livre comércio, investimentos privados e Marina é pró-Israel: Marina é do jeito que o Pentágono e Wall Street adoram”. Ele é taxativo: os técnicos da National Transportation Safety Board, órgão dos EUA que investiga acidentes, vieram ao Brasil para levar as provas do acidente de Campos para os EUA – e sumiram com elas.

    Wayne Madsen é jornalista e ex-oficial da Marinha dos EUAWayne Madsen é jornalista e ex-oficial da Marinha dos EUABlog do Tognolli – Você conhece algum caso nos EUA que envolva não gravação de conversações e fatos similares aos de Campos?

    Wayne Madsen- O caso da queda do avião de Campos não recebeu nenhuma cobertura na mídia dos EUA. Mas aqui nos EUA já vimos casos similares em não divulgação de teor de caixas pretas após grandes acidentes, como no caso da quedas do TWA 800, vôo American Airlines 587 de Nova York a Santo Domingo, na República Dominicana, e queda dos aviões do senador Paul Wellstone e de John F Kennedy Jr. 

    Nota do blog: sobre a morte de Wellstone há esse site:

    http://www.fromthewilderness.com/free/ww3/110102_wellstone.html

    Nota do blog: John Fitzgerald Kennedy, Jr. (25 de Novembro de 196016 de Julho de 1999), conhecido também como John F. Kennedy, Jr., JFK Jr., John Jr., John Kennedy ou John-John, era um advogado, jornalista e editor estadunidense. Era filho de John F. Kennedy e de Jacqueline Kennedy Onassis e irmão mais novo de Caroline Schlossberg.

    Em 1995, John Kennedy, Jr. fundou a revista George.

    Em 21 de Setembro de 1996, casou-se com Carolyn Bessette.

    Três anos depois, em 16 de Julho de 1999, John, sua esposa Carolyn e sua cunhada Lauren morreram num acidente de avião.1 Kennedy estava pilotando o monomotor. Os três estavam indo para o casamento da prima de John, Rory. Ele faleceu aos 38 anos e seu corpo foi cremado.

    Blog do Tognolli -Você apenas opina sobre a participação da CIA na morte de Campos ou tem elementos como indícios de prova material?

    Wayne Madsen  -Os rastros do envolvimento da CIA na morte de Campos são as anomalias técnicas que envolvem a queda e a confusa história da propriedade do avião. A L3 Communications and Textron prestam serviços para a CIA.

    Nota do Blog: A L-3 Communications, Inc. é uma empresa de Defesa americana, baseada em Manhattan, Nova York, que fabrica equipamentos de “Controle e Comando”, Comunicações, Inteligência, Monitoramento, sistemas de reconhecimento, aviônica, além de instrumentação e produtos oceânicos e aeroespaciais. A empresa possui 63.000 funcionários e um faturamento superior a 15 bilhões de dólares. Seus principais clientes são o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a CIA, a NASA e diversas empresas de telecomunicação e forças armadas internacionais.

    A Textron Company é uma holding norte-americana que controla empresas fabricantes de aeronaves civis e militares.

    A Textron foi fundada em 1923, por Royal Little, como Special Yarns Company hoje inclui empresas em diversos ramos de negócios como:

    Bell Aircraft CorporationCessna Aircraft CompanyLycoming Engines

    Blog do Tognolli – Quais outros casos envolvem a CIA?

    Wayne Madsen  – A CIA dispõe de vasta experiência em derrubar aviões: derrubaram o avião dos presidents Roldos, no Equador, Torrijos, no Panamá, do líder revolucionário cubano Camilo  Cienfuegos, em 1959, e o também o avião da Cubana 455, em Barbados. A CIA também derrubou o avião do primeiro-ministro de Portugal, Sá Carneiro, e de seu ministro da defesa, mortos na queda do Cessna 421 em Lisboa, em 1980, numa pré-eleição muito parecida agora com a pré-eleição de Campos. Essa queda pavimentou a entrada de um governo português pró-EUA.

    Temos também a morte do candidato presidencial venezuelano Renny Ottolina, morto numa suspeita queda de um Cessna 310, em 1978. Renny Ottolina era um apoiador dos ideias bolivaristas para a integração total da América Latina, ideais que foram mais tarde adotados por Hugo Chavez e eram obviamente combatidos pela CIA. Renny Ottolina seria um futuro alvo primordial da CIA por sustentar esses ideais no poder. O líder político indiano Madhavrao Scindia morreu numa queda suspeita de Cessna C 90 em 2001. Ele era o autêntico marajá da cidade de Gwalior, e se desse certo como líder politico nacional teria trazido de volta as regras de antigos principados, muitas das quais seriam radicalmente opostas à globalização da sociedade Indiana. Ele seria um dos maiores estorvos para a CIA.

    Nota do Blog:

    Gwalior é uma cidade do estado de Madhya Pradesh, na Índia. Localiza-se no centro do país. Tem cerca de 917 mil habitantes. Foi capital de um principado semi-independente até 1947.

    Blog do Tognolli – Por que na sua opinião a CIA escolheu Campos, e não o venezuelano Maduro ou nossa presidente Dilma ?

    Wayne Madsen -Porque o PT de Dilma teria nomeado rapidamente um substitute petista caso ela fosse assassinada. Campos virou um alvo para poder elevar Marina e garantir uma derrota a Dilma e ao PT.

    Blog do Tognolli  – Há casos similares de queda de Cessna 560XLS, como o de Campos?

    Wayne Madsen -Não, esse avião tem índices de segurança exemplares. Mas o avião de John F Kennedy Jr era um Cessna que suspeita-se tenha sofrido sabotagem. Um Cessna 310 caiu e matou o republicano Hale Boggs, um membro dissidente da comissão Warren, que investigava a morte do president John Kennedy. Hale Boggs acusava a CIA de estar por detrás do assassinato do president John Kennedy. A queda de um Cessna 335 matou também o governador do estado do Missouri, Mel Carnahan, um dia antes das eleições.

    Nota do Blog:

    A Comissão Warren (nome oficial The President’s Commission on the Assassination of President Kennedy), foi estabelecida em 29 de Novembro de 1963 pelo presidente dos Estados Unidos da América Lyndon B. Johnson para investigar o assassinato do presidente John F. Kennedy.

    Blog do Tognolli  – Por que você não confia nos membros da National Transportation Safety Board, que veio ao Brasil investigar a queda do Cessna de Campos?

    Wayne Madsen -Porque esse pessoal da NTSB foi publicamente acusado de acobertar as causas da quada do TWA 800

    Blog do Tognolli –  Como ex oficial da Marinha dos EUA, você foi um dos responsáveis por ter implantado o primeiro programa de segurança deles. Você dispoõe de fontes militares para acusar a CIA na morte de Campos?

    Wayne Madsen -Eu de fato tenho muitas fontes da comunidade de inteligência dos EUA que acusam o diretor da CIA, John Brennan, de participar de mortes praticadas pela CIA em serviços clandestinos que fazem parte rotineira das operações diárias da CIA.

    Blog do Tognolli – Como a CIA mascara crimes, como você sugere tenha sido feito com Campos?

    Wayne Madsen – Mascaram fazendo com que tais crimes se pareçam com acidentes e depois passam a acusar quem os põe em xeque como sendo teóricos da conspiração, fazendo uso de jornalistas pagos pela CIA para disseminar a propaganda dos serviços de inteligência dos EUA.

    Blog do Tognolli – Como a  National Transportation Safety Board  opera então no Brasil?

    Wayne Madsen  – O pessoal da NTSB só atua em nome do governo doa EUA, sempre acusando alguém pela queda de aviões, para despistar, como fizeram agora contra o governo da Rússia, acusando-o de ter derrubado o avião da Malásia Airlines 17 na Ucrânia.

     Blog do Tognolli  – Quem são os políticos favoritos dos EUA no Brasil e quem são os mais odiados?

    Wayne Madsen – Marina Silva é a favorita de Obama e do Soros. Marina defende que os EUA comandem a globalização, livre comercio, investimentos privados e Marina é pró-Israel: Marina é do jeito que o Pentágono e Wall Street adoram.

    Blog do Tognolli  – Como um repórter investigativo brasileiro poderia ter atuado no caso Campos?

    Wayne Madsen -Jamais deveriam ter permitido que o pessoal da National Transportation Safety Board tivesse sido permitido a retirar evidências e dados físicos da cena da queda do avião de Campos e os levado aos EUA: jamais.

    Nota do Blog: George Soros (Budapeste, 12 de Agosto de 1930) é um empresário e homem de negócios húngaro-americano. Ficou famoso pelas suas atividades enquanto especulador, nomeadamente em matéria de taxas de câmbio, chegando a ganhar 1 bilhão de dólares em um único dia apostando contra o banco da Inglaterra, bem como pela sua atividade filantrópica, que apoiou entre outros, a Universidade Central Europeia.

  12. Das coisas que pouco sabemos que ocorrem no Brasil

    A Orquestra Sinfônica Juvenil da Bahia obteve grande sucesso em sua participação no Festival de Música Clássica Montreux-Vevey (Suíça), sob a regência de Ricardo Castro.

    A orquestra faz parte do projeto Neojiba, mantido pelo governo do estado da Bahia, e que utiliza a música em projetos sociais. É inspirado nos moldes do também bem sucedido projeto similar criado na Venezuela.

    Bom para os olhos, para os ouvidos e para a alma.

     

    Orquestra Sinfônica Juvenil da Bahia é sucesso na Suíça

    Ouça a íntegra da entrevista

    http://www.swissinfo.ch/por/neogiba-na-suíça/40675280

    Convidada como residente do Setembro Musical , Festival de Música Clássica Montreux-Vevey, a Orquestra Sinfônica Juvenil da Bahia (YOBA, na sigla em inglês) passou uma semana no festival e apresentou cinco concertos. Sempre com casa cheia e sucesso indiscutível.

    Montreux é mais conhecida pelo seu festival de jazz, mas o festival de música clássica está este ano em sua 69ª edição, ou seja, começou vinte anos antes do jazz.

    Uma das grandes atrações desta edição foi a presença da Orquestra Sinfônica Juvenil da Bahia – 140 músicos de 12 a 26 anos – foi a primeira orquestra brasileira a ser convidada como residente pelo Setembro Musical. A orquestra juvenil é parte de um projeto maior conhecido pela sigla Neojiba – Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia, iniciado em 2007 e deste o início dirigido pelo pianista baiano e consagrado internacionalmente Ricardo Castro. O Neojiba é financiado pelo governo da Bahia e tem atualmente sete núcleos em Salvador, região metropolitana e interior, envolvendo 4.500 pessoas. Na entrevista a seguir, Ricardo Castro conta os detalhes do que considera como uma grande família.

    swiissinfo.ch: Na imprensa só se vê críticas à Venezuela e o Neojiba é inspirado no projeto deles?

    Ricardo Castro: É verdade, a ideia não é dos venezuelanos mas a realização é. É o programa de educação musical e de desenvolvimento social através da prática musical em conjunto maior do mundo. Esse programa venezuelano é reconhecido por todos os grandes músicos do planeta.

    swissinfo.ch: Em 2007, quando começou, você imaginava que, em pouco tempo, o projeto teria essa dimensão?

    R.C.: Eu esperava e espero grandes proporções justamente por causa da Venezuela. Eles estão com quase 400 mil crianças e jovens e a situação deles é muito parecida com a nossa. Então, se eles conseguiram isso, eu sempre achei que nós iríamos conseguir sim e estamos seguindo o caminho.

    swissinfo.ch: Justamente quantos são hoje na Bahia?

    R.C.: Atendidos direta e indiretamente são 4.500, número que cresceu substancialmente nos últimos doze meses devido ao fato que a gente se concentrou desde o início a criar um núcleo central forte de multiplicadores, de músicos comprometidos, com ideias claras do projeto com competência para tocar e ensinar também. Esse núcleo forte tem mais ou menos quinhentos jovens em Salvador e mais trezentos na zona metropolitana e cidades do interior. Com esse núcleo conseguimos expandir para o resto do estado muito rapidamente.

    [video:http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=v77SLVCp02w%5D

    swissinfo.ch: Quais são os princípios básicos do projeto?

    R.C.: A música é um meio, não um fim. A música não é obrigatoriamente uma profissão, mas uma atividade inerente e necessária ao desenvolvimento humano de todos, sem exceção. Que não é uma arte somente para talentosos ou iluminados que teriam recebido um dom de Deus. A música é uma linguagem para os seres humanos e que muitos vão poder chegar a um nível muito alto. Então nós queremos levar plateia para o palco e estamos mostrando que isso é possível.

    swissinfo.ch: Esse princípio de que os que sabem mais ensinam os que sabem menos requer uma grande organização?

    R.C.: Claro que é um trabalho de grupo. Cada pessoa que entra no Neojiba recebe essa mensagem e é conscientizada do que realmente está acontecendo. Um dos nossos lemas é aprende quem ensina. Eu ainda não ouvi falar de outro exemplo em que uma das condições para ser membro é ser multiplicador. Você não pode se preocupar apenas consigo, com sua própria carreira, se você não é capaz de passar adiante os seus conhecimentos. Então, músico juvenil da Bahia é multiplicador também. Eu espero que isso sirva de exemplo para outros programas e outras orquestras, para que os músicos saiam de sua bolha isolante, desse pseudo mundo artístico onde eles seriam superiores aos outros e se integrem à comunidade e assumam um papel importante que eles têm. A música tem um poder transformador muito forte e nós músicos temos o papel de transmitir essa mensagem.

    swissinfo.ch: Você falava hoje aos jovens que música é um exército, que tipo de exército?

    R.C.: Sim, porque realmente é preciso lutar muito por esse ideal, por essa mensagem de beleza, de paz, de comunidade. Essa orquestra integra hoje todos os segmentos da sociedade na Bahia, sem qualquer discriminação econômica, social, religiosa ou étnica. Temos aí uma ferramenta de integração social única e que realmente pode transformar a sociedade. Isso é uma guerra justa e bela, feita através da música.

    swissinfo.ch: Como a Suíça entra nesse projeto?

    R.C.: Primeiro porque esse meu segundo país. Eu tenho a nacionalidade suíça e exatamente 30 anos atrás eu tive que vir para cá para ser um melhor músico porque a formação no Brasil não oferecia as condições para me transformar no músico que eu hoje tento ser, como pianista. Vim estudar em Genebra em setembro de1984, Hoje, exatos 30 anos depois, eu volto para a Suíça trazendo uma orquestra de 135 músicos, a maioria da periferia de Salvador, jovens que tocam faz apenas três anos. Estamos fazendo uma turnê com onze concertos em três países (Suíça, Itália e Inglaterra). Em fevereiro fizemos doze concertos nos Estados Unidos. Toda essa turnê é financiada pelos produtores locais, não gastamos nem em passagens aéreas. Tudo isso graças a esses jovens que estão transformando a sociedade lá na Bahia e espero que sirvam de exemplo para o país.

    swissinfo.ch: musicalmente, em que nível estão esses músicos?

    R.C.: É o topo da pirâmide, por isso estamos em turnê com 18 peças diferentes e mais um programa dedicado somente à percussão, ou seja, é uma turnê que exige um nível elevadíssimo de performance musical, capacidade de concentração, disciplina. São jovens, mas que têm uma capacidade de trabalho impressionante e fazendo isso na alegria, no companheirismo. Nessa orquestra estão os jovens melhor preparados para multiplicar o sistema no Brasil.

    swissinfo.ch: Como foi para eles essa experiência de passar uma semana em Montreux?

    R.C.: Para mim é muito simbólico poder mostrar a esses jovens o que é possível. Nós temos o mesmo DNA. Alguns pensam que é possível porque é a Alemanha ou os Estados Unidos. Ou então porque alguém bate bem um tambor e dizem que só é possível porque é na África. Eu contesto essas ideias. Todos têm o mesmo DNA e o que as crianças precisam é de oportunidades e condições para se desenvolver. Foi o que foi feito na Bahia e, em menos de sete anos, nossa orquestra recebe convites do mundo inteiro e que levanta plateias. Me disseram aqui que tivemos o primeiro “standing ovation” do festival de Montreux, e já foram dois! Um num programa dedicado às Américas, mas o segundo para a 1ª Sinfonia de Mahler. Não viemos aqui tocar samba para ter “standing ovation” e isso é a prova de que as crianças necessitam nossa atenção e nosso investimento. Precisar acreditar na nossa juventude que é nosso futuro e elas têm muito mais capacidade do que as pessoas imaginam.

    swissinfo.ch: Como será a Najiba dentro de sete anos?

    R.C.: Temos um planejamento estratégico muito sério para que em 2017 tenhamos dez mil integrantes. Nós iniciamos o Neojiba no estado da Bahia, que é tão grande quanto a Espanha, onde não havia nada semelhante e existe uma fome muito grande de entrar no mundo da música. Nós sabemos disso por causa da lista de espera do nosso programa. O que temos diante de nós é 30 ou 40 anos de trabalho ininterrupto, de uma gincana continua, que é essa a nossa vida lá hoje, para que todas as crianças do estado da Bahia tenham finalmente acesso à linguagem musical, que possam escolher que instrumento querem tocar, que tipo de música eles querem tocar, que possam transmitir o que têm dentro nessa linguagem universal.

    swissinfo.ch.: Desde o princípio, o projeto é financiado pelo governo da Bahia. Esse financiamento é garantido se o governo mudar?

    R.C.: Isso é importante dizer. É política pública do estado implantada em 2007 pelo governo Jacques Vagner, que me convidou sabendo que eu tinha essas ideias em mente. Me convidou para implantar o projeto em Salvador. Esse projeto hoje tomou dimensões inesperadas e os partidos de oposição também mencionam o Neojiba como bandeira de campanha e que não deve ser interrompido. Tentamos explicar desde o início que ninguém pode abrir uma escola num vilarejo e depois dizer que acabou o dinheiro e fechar a escola. O que estamos fazendo é a mesma coisa. Isso não uma atividade de lazer, mas uma atividade essencial para o ser humano e queremos que essa mensagem seja entendida por todos, inclusive aqui na Europa. A música é uma atividade absolutamente necessária e faz um bem enorme ao ser humano. Então é uma política pública e duvido que alguém tenha coragem de interrompê-la.

    swissinfo.ch: Como você consegue conciliar esse imenso trabalho na Bahia com seus concertos e suas aulas em Conservatório aqui na Suíça?

    R.C.: Eu me alimento bem, durmo bem, viajo muito e tenho uma vida muito organizada. Sempre que posso estou no piano estudando. Durante essa turnê eu também sou solista. No mês, estive como maestro e solista convidado de outras orquestras no Brasil, por exemplo. Mantenho a atividade de professor porque é algo forte dentro de mim que iniciei antes de ganhar os prêmios principais que ganhei como pianista. Do ponto de vista financeiro são elas por elas e venho todo mês aqui na Suíça para dar aulas. Para mim é importante transmitir o que aprendi com grandes mestres e também do contato com o piano, que é o instrumento que conheço desde os três anos de idade. É uma atividade tão importante para mim como comer e dormi. Nunca vou poder parar de fazer isso. Tempo nós tempos todos para tudo, é uma questão de organizar. É uma questão de decidir que nós não estamos aqui somente para se preocupar consigo mesmo ou com os seus. Enquanto o ser humano não acordar para se comunicar, para colaborar… Os bebês nascem todos prontos para salvar a humanidade e nós estamos impedindo que isso aconteça. Então nosso papel é abrir vias de comunicação e a música para mim é a linguagem mais imediata e mais rápida para conseguir isso.

    swissinfo.ch: Quando você vê os meninos tocarem, você se emociona?

    R.C.: Eu vivo emocionado nesse programa porque não são só histórias musicais, são histórias de vida. Eles me chamam de Ricardo, eles têm meu celular, às vezes toca no meio da noite e é um problema pessoal, como se eu fosse o pai deles. Então eu estou totalmente envolvido nisso. Obviamente tento evitar que isso não ultrapasse as minhas capacidades, mas é de coração sentir que as pessoas, juntas, podem fazer alguma coisa. Se você ajudar, não vai esperar governo nem dizer se Deus quiser. A minha casa hoje é muito maior (estamos falando de 4.500 pessoas). Tem uma equipe fantástica trabalhando no Neojiba. São 70 funcionários. Nós começamos com 50 mil dólares e hoje nosso orçamento é de 3 milhões de dólares. Então você pode ir muito além da ideia de se preocupar somente com os que estão à sua volta.

    swissinfo.ch: Finalmente você acabou arrumando uma imensa família?

    R.C.: Sim sim, não só arrumei como ela continua crescendo. Esses jovens que acabaram de tocar são minha família, meus alunos também são minha família. A humanidade tem de ser um network. Nós estamos juntos, nossa família é a família humana. Se nós não nos reunirmos, que é que vai se reunir? Será preciso um ataque extraterrestre para o ser humano se dar conta de que somos uma família? Então eu estou no caminho normal de estar ligado com as pessoas, preocupado com os outros. Não adianta eu estar bem, se do lado esta todo mundo mal. Isso vai acabar caindo em cima de mim de alguma forma.

  13. Tão de brincadeira

    O trânsito virando um caos em Belo Horizonte e a polícia olhando. Ou seja, sentem-se no direito de Fu*** com a vida de milhões.

    O manifesto Despejo Zero em Minas assinado pelas ocupações informa: “Os movimentos sociais organizados, as ocupações urbanas e a sociedade civil não admitirão despejos forçados no Estado de Minas Gerais! Se o Estado e seu aparato repressivo forem utilizados contra o povo pobre das ocupações responderemos com TRANCAMENTOS PERIÓDICOS da cidade como forma de pressionar os governos a respeitarem o povo que constrói cotidianamente as cidades, mas que contraditoriamente não tem acesso a ela, sendo alijados de direitos essenciais como à moradia digna”.

  14. PROJETO: A HORA DO PLANETA CRIANÇA
    Rio de Janeiro, 24 de setembro de 2014 ONU: DireçãoPROJETO: A HORA DO PLANETA CRIANÇA Caros amigos (as) gosto de ajudar quem precisa de ajuda, por isso vou sugerir um projeto, que pode ajudar as crianças do mundo inteiro: A HORA DO PLANETA CRIANÇA, onde a ONU convocaria os empresários e trabalhadores do mundo inteiro, para uma vez por ano, doarem uma hora de trabalho (fazer uma hora extra) para ajudar Instituições de Caridade e ONGs que trabalham pelo futuro das crianças. Amigos (as) com um pouco de criatividade e boa vontade nós podemos tentar melhorar esse mundo em que vivemos.  Atenciosamente:
    Cláudio José, um amigo do povo e da paz. 

  15. A última causa de

    A última causa de Saramago

     

     

    O Nobel português escreveu Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas, nos seus últimos meses de vida, um livro inacabado que chega hoje às livrarias. A VISÃO leu este inédito sobre armas e violência, escrito com a ironia humanista de José Saramago. LEIA AQUI OS PRIMEIROS PARÁGRAFOS

     

    Sílvia Souto Cunha (texto publicado na VISÃO 1125, de 18 de setembro)

     

    9:49 Quarta feira, 24 de Setembro de 2014 

     

     

    Alabardas - Porto Editora, 136 págs., €15,50 - O livro apresenta três capítulos, nove notas retiradas do Caderno de José Saramago (datadas entre 15 de agosto de 2009 e 22 de fevereiro de 2010), dez ilustrações de Günter Grass (Nobel da literatura em 1999), e dois posfácios impactantes: Um Livro Inacabado, uma Vontade Firme, da autoria do poeta espanhol e ensaísta Fernando Gómez Aguilera; e Também Eu Conheci Artur Paz Semedo, um relato-
-homenagem escrito pelo jornalista italiano Roberto Saviano

     

    Alabardas – Porto Editora, 136 págs., €15,50 – O livro apresenta três capítulos, nove notas retiradas do Caderno de José Saramago (datadas entre 15 de agosto de 2009 e 22 de fevereiro de 2010), dez ilustrações de Günter Grass (Nobel da literatura em 1999), e dois posfácios impactantes: Um Livro Inacabado, uma Vontade Firme, da autoria do poeta espanhol e ensaísta Fernando Gómez Aguilera; e Também Eu Conheci Artur Paz Semedo, um relato-
-homenagem escrito pelo jornalista italiano Roberto Saviano

     

    LEIA A ENTREVISTA DE PILAR DEL RIO

     

    “Afinal, talvez ainda vá escrever outro livro. Uma velha preocupação minha (porquê nunca houve uma greve numa fábrica de armamento) deu pé a uma ideia complementar que, precisamente, permitirá o tratamento ficcional do tema. Não o esperava, mas aconteceu, aqui sentado, dando voltas à cabeça ou dando-me ela voltas a mim.” José Saramago escrevia estas notas no Caderno (na verdade, no seu computador portátil) a 15 de agosto de 2009. Escassos meses após terminar Caim, romance com “tempestuosas consequências”, o escritor acendia, assim, outro rastilho – distante dos temas bíblicos, e em paisagens crivadas por balas e outras ímpias invenções. E regista outra frase: “O gancho para arrancar com a história já o tenho e dele falei muitas vezes: aquela bomba que não chegou a explodir na Guerra Civil de Espanha, como André Malraux conta em L’Espoir.” É uma história verdadeira, a que os jornais da década de 30 deram atenção, a da bomba lançada na Extremadura contra as tropas da Frente Popular (a coligação de partidos de esquerda espanhóis, criada em 1936, que venceu as eleições antes do golpe de Estado que conduziria à guerra civil): o dispositivo não explodiu devido a um ato de sabotagem, tendo-se encontrado no seu interior um papel com a mensagem “esta bomba não rebentará”. Duas semanas depois, Saramago corrige a memória: afinal, não conhecera esse detonador narrativo através da letra de Malraux nem tão-pouco de Hemingway em Por Quem os Sinos Dobram. Mas a ideia do romance disparara já, ganhando lonjura no pensamento, e até L’Espoir tem um lugar nos três capítulos inéditos deixados pelo Nobel português, e agora revelados.

    O título, esse, demorou seis meses a ser encontrado, saltitando entre Belona (o nome da deusa romana da guerra) ou Produtos Belona S.A. (a fábrica de armamento central na narrativa), até Saramago assestar a pontaria em Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas – um verso de Gil Vicente na tragicomédia Auto da Exortação da Guerra. À VISÃO, Pilar del Río, mulher do escritor e “presidenta” da Fundação José Saramago, explicita a ligação: “Que Gil Vicente esteja numa obra de José Saramago integra uma forma de este entender o trabalho que inclui o respeito por aqueles que fizeram grande literatura em português. Os casos mais evidentes, ainda que haja numerosas referências em todos os seus livros, são Camões, em Que Farei Com Este Livro?; Pessoa, em O Ano da Morte de Ricardo Reis; Almeida Garrett, na epígrafe de Levantado do Chão; e o Padre António Vieira, em Viagem a Portugal, em cujo arranque é homenageado… Não é de estranhar que encerre a sua obra com Gil Vicente.”

    Peões em posição

    Pode dizer-se que, à maneira vicentina, também há farsas, tragédias e comédias de enganos em Alabardas (Porto Editora). Saramago dá-nos a conhecer um homem obcecado por armas, e uma mulher que as despreza com igual paixão. Marido e mulher separados por profaníssimos mecanismos e engatilhadas convicções. O “grande sonho profissional” de artur paz semedo (as minúsculas são de Samarago), homem cinzento que “jamais disparou um tiro, não é sequer caçador de fim de semana”, traduz–se em ser nomeado “responsável pela faturação de uma das secções de armas pesadas em vez da miuçalha das munições para material ligeiro”. Entre outros prodígios letais, os “morteiros de goela aberta” ou as “lançadeiras de mísseis  do tipo órgão de estaline”, lê-se, eram “o maior prazer que a vida lhe podia oferecer”. A par da preciosa coleção de filmes de guerra – “um autêntico curso de estado-maior”, atira Saramago com fina ironia. Felícia, a protagonista (antagonista) feminina, é pacifista, desafiadora. Uma Eva que ajudará a plantar a semente da dúvida no abotoado Artur. “Felícia é, no século XXI, Blimunda [heroína de Memorial do Convento]”, define Pilar del Río. “É a mulher valente, ousada, que desencadeia a ação e mantém a coerência. Provoca, a partir dos seus traços distintivos, mas é irmã da Maria Sara, de História do Cerco de Lisboa, das mulheres de A Jangada de Pedra, de Maria Madalena, do Evangelho Segundo Jesus Cristo, da mulher do médico, de Ensaio sobre a Cegueira, e das mulheres de Levantado do Chão”, defende a tradutora e jornalista.

    Saramago desenhou ainda outros personagens para estas trincheiras: o administrador-delegado e o pai, capitalistas temerosos da “tranquilidade social” reinante que, ruminam, “nunca é de fiar”; e Arsénio e Sesinando, Bucha e Estica respeitosos das minudências burocráticas e da sabedoria popular. Paz Semedo, nome que é todo um programa (paz sem medo), irá vasculhar os arquivos contabilísticos da Belona S.A. em busca da verdade: a fábrica vendeu armas aos intervenientes das guerras na década de 30? Houve gente a praticar o “crime de lesa-economia” de sabotagem de obuses? É Felícia que lhe recorda, à queima-roupa, que “(…) os ditadores só usam a caneta para assinar condenações à morte.” O narrador, presença familiar e omnisciente na obra saramaguiana, avisa a quem o lê: “A prudência manda que no passado só se deva tocar com pinças, e mesmo assim desinfetadas para evitar contágios.” Não saberemos se o despertar ético de Artur acontece, se o casal se reencontra, se a conspiração bélica se revela: não existem as páginas finais onde se desenlaçam as pistas lançadas, quase detetivescas, ou onde se revela a arquitetura literária de Alabardas em toda a sua glória. E face à promessa brilhante contida nestas linhas, emerge uma inevitável sensação de orfandade. 

    Escrever, sempre

    Regressamos aos sinais de vida do Caderno: em outubro de 2009, Saramago corrigiu os três primeiros capítulos de Alabardas produzidos, sublinhando que “é incrível como o que parecia bem o deixou de ser”, e prometendo trabalhar no novo livro “com maior assiduidade”. “Sairá ao público no ano que vem se a vida não me falta”, afiança. Em dezembro, depois de dois meses sem escrever, o autor confessa não estar “nada seguro de poder levar o livro a cabo”. Em fevereiro de 2010, o entusiasmo ressurge: “As ideias aparecem quando são necessárias”, declara. A doença, essa persegue-o desde 2006. Quando o escritor se lhe rende definitivamente, a 18 de junho de 2010, deixa 22 páginas escritas do novo romance. Um último fôlego narrativo que já exibe a “música da prosa” saramaguiana: a oralidade, os diálogos céleres e encadeados uns nos outros, a pontuação singular, o vocabulário rico e justo, as causas humanistas, os conflitos éticos, as personagens delineadas… ?A ironia “não sarcástica” e a narrativa “sem moralismos nem falsos didatismos” de que fala Pilar. Ouve-se, por exemplo, a voz familiar e insurreta do escritor, ao ler sobre a entrada da Belona S.A. no mercado, “com um modelo inspirado no [tanque] merkava do exército de Israel”, rematando assim: “Não podiam ter escolhido melhor, que digam os palestinos.”

    “Não entendo Alabardas como uns capítulos soltos, mas como uma obra, porque estão lá a pulsação, os personagens, a trama, os andaimes – ou a alma – que sustêm o livro. E, de alguma forma, está presente a proposta de que cada leitor acabe a história à sua responsabilidade”, afirma Pilar del Río. E ela confessa à VISÃO que, quando leu os três capítulos sobreviventes, foi uma experiência “demolidora”: “Senti vertigens porque sabia que, quando chegasse ao final da leitura, era verdadeiramente o fim.” 

    Cerimónia do adeus

    José Saramago não expressou o desejo de publicar este livro incompleto, confirma a sua mulher. “Simplesmente, um dia, deixou de escrever e não se falou mais de trabalho”, conta Pilar. Mas o escritor, nascido na vila da Azinhaga em 1922, sentia a “urgência moral” de criar uma narrativa literária explícita sobre a “monstruosidade” da guerra. Alabardas vai ser publicado simultaneamente em português, catalão, espanhol e italiano. A edição portuguesa inclui dois textos, além das palavras suspensas de Saramago, cada um fulminante à sua maneira. Em Um Livro Inacabado, uma Vontade Firme, Fernando Gómez Aguilera, poeta, crítico e curador da Fundação José Saramago, escreve que, “em última instância, não se tratava senão de construir a sua visão [de Saramago] sobre a banalidade do mal, o assunto controverso que Hannah Arendt pôs em cima da mesa intelectual”. A denúncia desejada foi traída pelo tempo. “A pulsação da sua literatura acelerava-?-se contra a morte” e, diz o académico espanhol, José Saramago transfigurou esse cerco numa “metáfora eloquente”: “Talvez a analogia perfeita seja a da vela que lança uma chama mais alta no momento em que se vai apagar.” Também Eu Conheci Artur Paz Semedo é um manifesto do italiano Roberto Saviano, o autor do célebre Gomorra, que aqui recorda aqueles para quem a “arma era uma palavra”: jornalistas assassinados ou perseguidos, como é ainda o seu caso. 

    O volume, com grafismo discreto, de Alabardas é pontuado pelas ilustrações de outro Nobel da Literatura, Günter Grass, num preto e branco de neve suja: cães–lobos, silhuetas fantasmagóricas, soldados em fardas e paisagens que remetem para a Primeira Guerra Mundial, tão recordada por estes dias, conflito fundador de uma violência global, em que as armas eram mais importantes que o pão. Os editores escolheram ainda acompanhar o texto com pequenas frases destacadas a vermelho, que evocam o gesto das anotações manuscritas na página. “Objeto belíssimo”, de “uma modernidade magnífica”, opina Pilar. É uma preciosidade, sim: o último material inédito de um Nobel que não tem arcas por abrir. O que torna ainda mais desconcertante e desassombrado o final de Alabardas indiciado por Saramago no Caderno, a 16 de setembro de 2009: “O livro terminará com um sonoro ‘Vai à merda’, proferido por ela. Um remate exemplar.”

    Pré-publicação – Primeiros parágrafos do último livro 

    “O homem chama-se artur paz semedo e trabalha há quase vinte anos nos serviços de faturação de armamento ligeiro e munições de uma histórica fábrica de armamento conhecida pela razão social de produções belona s.a., nome que, convém aclarar, pois já são pouquíssimas as pessoas que se interessam por estes saberes inúteis, era o da deusa romana da guerra. Nada mais apropriado, reconheça-se. Outras fábricas, mastodônticos impérios industriais armamentistas de peso mundial, se chamarão krupp ou thyssen, mas esta produções belona s.a. goza de um prestígio único, esse que lhe advém da antiguidade, baste dizer-se que, na opinião abalizada de alguns peritos na matéria, certos apetrechos militares romanos que encontramos em museus, escudos, couraças, capacetes, pontas de lança e gládios, tiveram a sua origem numa modesta forja do trastevere que, segundo foi voz corrente na época, havia sido estabelecida em Roma pela mesmíssima deusa. Ainda não há muito tempo, um artigo publicado numa revista de arqueologia militar ia ao ponto de defender que alguns recém-descobertos restos de uma funda balear provinham dessa mítica forja, tese que logo seria rebatida por outras autoridades científicas que alegaram que, em tão remotos tempos, a temível arma de arremesso a que se deu o nome de funda balear ou catapulta ainda não havia sido inventada. A quem isso possa interessar, este artur paz semedo não é nem solteiro, nem casado, nem divorciado, nem viúvo, está simplesmente separado da mulher, não porque ele assim o tivesse querido, mas por decisão dela, que, sendo militante pacifista convicta, acabou por não suportar mais tempo ver-se ligada pelos laços da obrigada convivência doméstica e do dever conjugal a um faturador de uma empresa produtora de armas. Questão de coerência, simplesmente, tinha explicado ela então. A mesma coerência que já a tinha levado a mudar de nome, pois, tendo sido batizada como berta, que era o nome da avó materna, passou a chamar-se oficialmente felícia para não ter de carregar toda a vida com a alusão direta ao canhão ferroviário alemão que ficou célebre na primeira guerra mundial por bombardear paris de uma distância de cento e vinte quilómetros.” 

    http://visao.sapo.pt/a-ultima-causa-de-saramago=f796349

     

  16. Gentem!

    Axo qui estou pedendo minha acuidade visual… Ou foi o blog que diminui todos seus caracteres ? Ao invés de ficar mais confortavel, fica mais dicifil. Agora sim que vou escrever mais embaralhado ainda !

  17. ” Por uma Pedagogia da Descoberta “

    ” Por uma Pedagogia da Descoberta ”   Por Derbi Casal, em Bibliotecas Sem Fronteira

    A escola mata a descoberta. Ela entrega o conhecimento pronto em um currículo, definido de acordo com aquilo que é considerado por autoridades como conhecimento válido, todo o resto é excluído.

    O que há nesse “resto”?  Toda  a experimentação, o conhecimento informal, aprendido nas vivências, os saberes tradicionais, transmitidos pelos mais velhos e a descoberta.

    A serendipidade (o princípio da descoberta) só existe quando há liberdade de escolha por caminhos diferentes e aleatórios. A descoberta se dá, principalmente, quando não estamos procurando exatamente aquilo. Esse processo, que não pode ser controlado, é inexistente na grade escolar. Na escola somos todos considerados incompetentes para adquirir nosso próprio conhecimento. E nunca somos estimulados à fazê-lo.

    A palavra serendipidade surgiu em referência a um antigo conto persa sobre os três príncipes de Serendip. Em suas aventuras eles viviam se deparando com situações inusitadas e fazendo descobertas ao acaso, encontrando respostas para questões que eles sequer haviam feito. Tinha um pouco de sorte envolvida, mas era a sagacidade dos meninos, um toque genial de mentes abertas para a descoberta, que realmente operava a magia.

    Essa qualidade da descoberta não é de forma alguma privilégio de mentes superiores. É uma habilidade e um posicionamento, uma forma de ver o mundo, disponível para qualquer pessoa.

    Bibliotecas são um excelente lugar para o exercício de serendipidade e nas escolas elas ficam isoladas das pessoas, que mal as frequentam nos intervalos das aulas. Temos alguma contação de história, mas livros previamente escolhidos. Mesmo quando eles não são previamente escolhidos, raramente é o acervo todo ofertado à escolha e, mesmo que fosse, ainda assim seria apenas uma atividade controlada, algum livro teria de ser “o escolhido”, os outros permanecerão inertes nas estantes.

    Em geral é proibido (ou vigiado) andar entre as estantes a procura de livros que não se sabe ainda quais são. Isso é feito em nome da “ordem” que sempre vem de cima, e está sempre acima da vivência, pairando sobre ela, limitando suas possibilidades libertadoras.

    Há um tipo de acesso à biblioteca, que é transversal, não linear, baseado quase que puramente na serendipidade. Ao conduzir uma leitura, indo de um texto à outro, colecionando trechos diferentes de cada livro sobre determinado assunto, eu estou praticando a descoberta. Aliás foi essa prática que desenvolveu a ciência como hoje a conhecemos e o acesso não linear a uma coleção de livros foi o embrião do hipertexto.

    Essa forma de utilizar acervos surgiu lá na antiguidade e se tornou evidente na Biblioteca de Alexandria. Foi responsável pelo desenvolvimento da filologia, da geografia, da matemática, da astronomia, da medicina, da poesia, da filosofia, da história e de muitas outras ciências e saberes.

    A serendipidade foi a maior consequência de se acumular livros em uma sala. Isso desenvolveu toda uma economia e ergonomia do saber: o surgimento da paginação, da referência, da citação, da glosa, do colofão, dos sumários, dos resumos, das bibliografias, dos catálogos, das resenhas… Todas essas formas de diálogo entre livros, escritores e leitores.

    Uma biblioteca nunca é a mesma para duas pessoas praticando a descoberta. As escolhas, mais ou menos aleatórias, de livros formam caminhos, percursos diagonais, transversais, paralelos, pela coleção toda. O prazer de percorrê-los é como o prazer do desconhecido, é desbravar os universos não domesticados do saber. E é possível reiniciar muitas vezes o processo, sempre com resultados inusitados.

    A autonomia de percorrer estantes, pegar livros, ler um trecho, procurar outro livro, compará-lo com um terceiro, pegar uma enciclopédia e, partindo de um verbete qualquer, buscar outras fontes, é o principio do amor pela pesquisa e do autodidatismo. São qualidades fundamentais para o pensamento livre e crítico.

    Não provoca nenhum espanto a pouca valorização das bibliotecas e da leitura nos dias de hoje. É um reflexo do que a educação faz com a descoberta. Em tempos em que a homogeneidade de ideias, comportamentos e atividades e a obediência a regras, controles e currículos é o que está nas bases da educação, é bastante esperado que as capacidades revolucionárias e libertadoras das bibliotecas sejam caladas.

    A busca por uma forma de educação livre passa pelo resgate da descoberta como veículo da potência humana. A serendipidade em substituição à rigidez curricular. É aí que está a importância esquecida das bibliotecas!

    Em uma pedagogia da serendipidade, a descoberta é o centro do aprendizado e  a biblioteca é o coração da escola.

    ( * )  http://outraspalavras.net/outrasmidias/destaque-outras-midias/por-uma-pedagogia-da-descoberta/

     

  18. Está na primeira página do

    Está na primeira página do Yahoo que a Polícia Federal está à procura de Lula para esclarecer denúncias de Marcos Valério sob sobre intemediação de Lula com a Portugal Telecom… Lá vem outra bomba contra o PT.

  19. Por que?

    Caro Luna, amigos,

    no “Cafezinho”, o Miguel do ros´rio disse ter recebido esta notícia da Assessoria de Imprensa da Petrobrás:

     

    Petrobrás confirma pré-sal em Sergipe/Alagoas

    Por , postado em setembro 24th, 2014 | 24 comentários

    ScreenHunter_4905 Sep. 24 18.41

    Enquanto os cães ladram, a Petrobrás segue descobrindo novas jazidas de gás e petróleo, enriquecendo o patrimônio do país e garantindo o nosso futuro.

    Hoje a estatal confirmou o potencial de gás naquela que vai se revelando, aos poucos, a nova grande fronteira do pré-sal [creio que dizer pré-sal aqui é um rngano. Eduardo CPQ] brasileiro: a bacia de Sergipe/Alagoas.

     

    Muito petróleo, dinheiro, emprego e desenvolvimento tecnológico e industrial, jorrarão dos poços de Sergipe!

     

    Abaixo, o texto que recebi há pouco da assessoria de imprensa da Petrobrás.

    *

    Caro Luna, amigos,

     

    o Miguel do rosário, do “cafezinho”, disse ter recebido a notícia abaixo da Assessoria de Imprensa da Petrobrás:

     

    “24 de setembro de 2014

    Novo poço confirma potencial de gás na Bacia de Sergipe-Alagoas

    A Petrobras identificou a presença de gás durante a perfuração do poço de extensão 3-BRSA-1022-SES (3-SES-181), localizado na área do Plano de Avaliação da Descoberta (PAD) do Poço Verde, na concessão BM-SEAL-4, em águas ultraprofundas da Bacia de Sergipe-Alagoas.

    O poço, conhecido informalmente como Poço Verde 1, está localizado a 58 km da costa de Aracaju, em local onde a profundidade d’água é de 2.196 metros. Foi verificada a existência de reservatórios com boas condições de porosidade, confirmando as expectativas do projeto. A acumulação Poço Verde integra o programa de desenvolvimento da Bacia de Sergipe-Alagoas em águas profundas.

    A Petrobras, operadora do BM-SEAL-4, com 75% de participação, em parceria com a companhia indiana ONGC, detentora de 25%, dará continuidade às atividades previstas na área.”

     

    ===

     

    Não é uma notícia bombástica, mas é muito importante, por confirmar o potencial de produção de uma nova província petrolífera, independente das já conhecidas.

     

    No entanto, parece que, fora o Cafezinho, ninguém a divulgou, não aparece nem mesmo no “Fatos e dados” (aqui, imagino, por causa do período eleitoral).

     

    Luna, pode me explicar esta anomalia?

     

    Abraço.

     1 209

    – See more at: http://www.ocafezinho.com/2014/09/24/petrobras-confirma-pre-sal-em-sergipealagoas/#sthash.HBeChD9W.dpuf

     

  20. A gestão antiperspirante:

    A gestão antiperspirante: rumo à pobreza inodora, incolor e insípida

    http://reporterbrasil.org.br/gentrificacao/blog/a-gestao-antiperspirante-rumo-a-pobreza-inodora-incolor-e-insipida/ 8Manifestação de camelôs no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo, após ambulante ser morto por PM. Foto: Oswaldo Corneti/Fotos Públicas

    Manifestação de camelôs no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo, após ambulante ser morto por PM. Foto: Oswaldo Corneti/Fotos Públicas

    Por Luciana Itikawa* 

    “Antiperspirante é a substância que inibe a saída de suor quando aplicada topicamente. De uma maneira simplificada, o antiperspirante impede que o suor surja na pele e se encontre com as bactérias que estão ali e, assim, também evita o mau cheiro. Nesse ponto, ele é completamente diferente do desodorante, que é um produto que não impede a transpiração, mas apenas a liberação do mau cheiro.” (site de empresa de cosméticos)

    Em menos de uma semana, dois episódios sobre o comércio ambulante mostram a capacidade mágica de ocultação da pobreza, quando ela teima em aparecer, porém, de forma trágica, com a morte de três ambulantes: um em São Paulo e dois no Rio de Janeiro nesta semana de setembro de 2014.

    A morte, com certeza, é o extremo da gestão militarizada de uma questão, entre outras, urbana. Apesar de todo o esforço dos governos em aumentar e complementar seu efetivo repressivo às várias manifestações da pobreza, esses trabalhadores continuarão a expor seus suores, enquanto esta não for um espectro que aparece apenas nas estatísticas.

    O comércio ambulante está profundamente ligado à constituição do trabalho livre no Brasil e à permanência sistemática de trabalhadores à margem do mercado formal de trabalho, malgrado um dos maiores índices de formalização de carteiras profissionais da história recente.

    Por que, então, os ambulantes “teimam” em aparecer e desafiar esses policiais armados nas grandes cidades? Por que eles ainda estão trabalhando apesar do prefeito paulistano anterior ter proibido todas as licenças na cidade em 2012? Por que eles são permitidos em alguns locais e em outros não?

    Aqui vão algumas ponderações:

    Em primeiro lugar, por que, então, eles insistem em desafiar o Estado trabalhando sem licença? Existem 138 mil ambulantes no município e 158 mil na região metropolitana de São Paulo segundo o DIEESE em 2010, apesar do atual número irrisório de licenças na cidade (1.940) representando apenas 1,4% do total de trabalhadores no município. Os outros cerca de 136.000 trabalhadores, portanto, são obrigados a correr diariamente para fugir da fiscalização. O ambulante morto na Lapa, Carlos Augusto Muniz de Souza, de 30 anos, era um deles. Ele havia prometido à esposa na noite anterior: “Não vamos mais correr da polícia”. Não deu tempo, esta morte faz parte da manutenção da ocultação da pobreza através da interface armada do Estado. A Operação Delegada atua na superfície visível da ponta do iceberg daqueles que estão à margem, simultaneamente, do direito ao trabalho, direito à cidade, direito à proteção social, etc. Vide a violenta reintegração de posse de um imóvel realizada pela polícia militar ocorrida pouco dias antes no Centro de São Paulo.

    Em segundo, por que ainda permanece o limbo jurídico sobre a regulamentação das licenças deles? O prefeito anterior proibiu todas as licenças, e mesmo aqueles 1.940 que ainda as teriam enfrentam o constrangimento de trabalhar há 2 anos por força de uma liminar da Justiça cuja fundamentação foi calcada no direito à cidade. A Ação Civil Pública movida pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo e pelo Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos ainda precisa ser julgada para que o impasse institucional entre Prefeitura e Justiça se resolva. Apesar da tentativa dos trabalhadores e da sociedade civil ter instituído no ano passado um canal de diálogo quinzenal com a Prefeitura por 6 meses para resolver politicamente, nada avançou para a resolução do problema.

    Em terceiro, por que o abismo entre o número de licenças e o número total de ambulantes que trabalham por toda a cidade? Quem frequenta todo dia os terminais intermodais espalhados nas periferias para embarcar ou fazer a baldeação às 5-6hs ou 21-22hs já deve ter visto algumas dezenas de ambulantes servindo a imensa população que se desloca entre casa-trabalho. Isso não seria novidade para ninguém se não tivéssemos a dimensão de que quase um estado de Sergipe inteiro (1,9 milhão) se movimenta todos os dias de um lado pro outro na região metropolitana, segundo o estudo A Mobilidade pendular na Macrometrópole paulista. Este estudo mostra que apesar do crescimento da população da região metropolitana ter estacionado, seus movimentos pendulares quase duplicaram (de 1,1 milhão em 2000 para 1,9 milhões em 2010). Esses espaços de conexões de transporte passaram a ser territórios de comércio e serviços a essa imensa população itinerante, apesar das leis e secretarias de transporte subestimarem este fato.

    Por este motivo, os trabalhadores ambulantes em 2013 se organizaram e conseguiram incluir pela primeira vez em um Plano Diretor do município de São Paulo, a necessidade desse comércio atender esse imenso fluxo de pessoas pelo território. Este coletivo de trabalhadores, chamado de Fórum dos Ambulantes, se organizou em 2012 para participar das audiências públicas do Plano Direto e encaminhou três propostas, apesar de apenas uma ter sido incorporada: “criação de centros comerciais populares em áreas de grande circulação, como terminais de transporte coletivo e estações de metrô e trem” (pag. 10– Centralidades Polares e Lineares).

    Em quarto lugar, por que eles são permitidos em alguns locais e em outros não? Existe apenas um tipo de licença no espaço público, a “permissão de uso”, que é dirigida aos artesãos, jornaleiros, ambulantes, food trucks e até parklets.  Por se tratar de ocupação em logradouros públicos, a permissão tem que ser precária e sem segurança na posse, ou seja, pode ser retirada unilateralmente pelo Poder Público. Entretanto, por que a vista grossa em alguns locais e a intolerância em outros? O comércio ambulante faz parte das inúmeras manifestações de pobreza que têm sido exterminadas dos espaços públicos e privados das áreas em valorização quando estes ameaçam os interesses imobiliários. A desculpa é quase sempre a execução de obras de infraestrutura, transporte, etc., mesmo quando aquilo que ocupar o lugar seja o mesmo tipo de atividade, porém, mais elitizado. Esse é, por exemplo, o caso dos food trucks, que conseguiram 900 licenças no município; ou das empresas de bebidas durante a Copa, que conseguiram o direito de ocupar todo o Vale do Anhangabaú para comercializar com exclusividade seus produtos.

    Os trabalhadores ambulantes da cidade real não são um fato isolado a ser vencido por força da cidade legal. As manifestações de pobreza irão sempre desafiar as gestões que ainda creem governar pela pobreza, contanto que elas não tenham cheiro, nem cor e nem gosto.

    * Luciana Itikawa é arquiteta e urbanista

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador