Fora de Pauta

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Lourdes Nassif

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  1. Meu mundo encantado

    Devo confessar aos que me leem que já tive medo de Papai Noel, fantasmas e almas penadas. Hoje, mesmo desconfiando das bruxas, não acredito mais em coelhinho da páscoa e que, independentemente de ser rico ou pobre, “o velhinho sempre vem”.

    Infelizmente.

    Fazer o que?

    Como era bom quando a gente acreditava que existia um bicho papão e um papai ou uma mamãe para nos salvar.

    A vida ficou tão sem graça, sem índios malvados e soldados bonzinhos. Sem o Rin Tin Tin.

    Como é triste ficar velho e não acreditar mais em mocinhos e bandidos. Em capitalistas e comunistas, em cristãos e protestantes. Sim! Deus me livre entrar na igreja evangélica. O diabo vinha e matava a gente na hora.

    Como era bom quando eu assistia a Globo, lia Reader’s Digest e sonhava que um dia o bem triunfaria contra mal.

    Mas hoje tudo acabou. Os mocinhos, o papai Noel, a cuca malvada.

    Que pena.

    Sinto tanta inveja daqueles que mesmo com o passar dos anos ainda conseguem acreditar em tudo isso.

    Eu, não mais.

    Como diria Cervantes, nos ninhos de antanho não há pássaros – para mim.

  2. O lado raivoso do fascismo à brasileira.

    O lado raivoso do fascismo à brasileira….

    Todos os que desejam aparecer, “estar bem na fita”, numa sociedade cujas classes alta e média têm ódio e desprezo pelo PT e suas lideranças, podem ter seus minutos de sucesso e fama em seus grupos sociais, com extrema facilidade: basta repetir bordões toscos conhecidos por todos, contra “os petralhas”, e ser o máximo que puder, grosseiro e agressivo nas críticas, principalmente se forem dirigidas a Lula e Dilma.
    Só nos últimos dias, um líder sindical dos caminhoneiros e um médico, diretor de um grande hospital em MG, chamaram a presidente de “anta” (sem criatividade, esse cognome já pertencia a Lula…), “assaltante”, e outras ofensas do tipo.

    Interessante, que muitos que se pensam educados, civilizados, pertencentes à “elite social”, vibram com essas coisas, as reverberam, as apoiam, sorriem satisfeitos com a repetição desses fatos, acham normal, afinal, “são petralhas, como tratar bem ou com respeito, a essa gentalha”….?

    Uma das consequências de se tornar REBANHO, e não pessoa, de se permitir essa massificação rasa, que desintegra a personalidade, é essa INCAPACIDADE CRÍTICA, o ex-ser-humano pensante, com valores e princípios de vida próprios, hoje reduzido à um “ser de manada”, não percebe seu apequenamento moral, espiritual, psíquico, intelectual. Aplaude comportamentos, que antes, teria profunda vergonha, alegra-se com vulgaridades, ódios, que à distância, e se dirigidos contra outras pessoas que não “os petralhas”, se entristeceria, e provavelmente diria: “disso aí, não quero fazer parte…”

    Quando minha ética, minha decência, minha civilidade, minha educação, minha noção de RESPEITO HUMANO, meu amor à verdade e à justiça estão tão deploravelmente agastados, que não me importam mais os métodos, os jeitos de ser dos grosseiros e medíocres, só porque “eles estão do lado certo contra o mal…” – então, aí começa minha ruína, minha desumanização em si.

    Eis os tempos que vivemos hoje, no Brasil.  Particularmente, a mim, isso desespera!

    1. grosseria mútua

      A grosseria é mútua. Qualquer exame imparcial na internet mostra isso claramente.  Os comportamentos das duas partes são imagens espectrais uma da outra. Uma perfeita simetria!

  3. DESFILE PATRIÓTICO

    Dia 15, os DERROTADOS farão realizar grande desphile patrótico nas principaes cidades do bananal.

    Faça sua parte, leve toda a famiglia fantasiada de coxinha.

    É sua vez de protestar contra tudo o que ai está, contra os impostos, contra a quantidade de carro umpontozero nas estradas, contra o excesso de phalta de agua, contra o calor reinante, emphim, contra tuto que te APERREIA.

    À LUCTA IRMÕES!

  4. Ando meio ocupado, mas

    Ando meio ocupado, mas prometo escrever um texto legal ainda nestes IDOS DE MARÇO.

    Repito:

    TEXTO LEGAL!

  5. A manifestação pró governo Dilma será no dia 13 de março

    Stédile defende Lula, convoca o povo às ruas e diz que a direita usa a mídia e o Congresso para fazer chantagem

    publicado em 02 de março de 2015 às 18:08 no Vi o Mundo

    http://www.viomundo.com.br/politica/stedile-defende-lula-convoca-ruas-e-diz-que-direita-usa-midia-e-o-congresso-para-fazer-chantagem.html

    pedro-stedile

    Da Redação

    O jornalista Ricardo Noblat, em coluna publicada pelo jornal O Globo, escreveu que o ex-presidente Lula está se tornando “uma forte ameaça à democracia”.

    Disse o preposto dos irmãos Marinho:

    Para o bem ou para o mal, este país carregará na sua história a marca indelével de um ex-retirante nordestino miserável, agora um milionário lobista de empreiteiras, que disputou cinco eleições presidenciais, ganhou duas vezes e duas vezes elegeu uma sem voto, sem carisma e sem preparo para governar.

    Para justificar sua opinião,  Noblat citou o discurso no qual Lula falou em convocar o “exército” do MST para defender a Petrobras nas ruas.

    Como se sabe, os irmãos Marinho tem pregado à exaustão, em editoriais, a discussão sobre a privatização da Petrobras, o fim do regime de partilha e da política de conteúdo nacional.

    Sintonizado com eles, o senador José Serra defendeu, em entrevista ao UOL, o fatiamento da Petrobras e a saída da empresa de áreas não ligadas diretamente à exploração do petróleo.

    A direita argumenta que a Petrobras perdeu a capacidade de investir e, portanto, o encolhimento de suas atividades seria a única saída.

    A possibilidade de uma reação popular convocada por Lula é, nos dias de hoje, um dos poucos temores da direita em sua campanha pelo impeachment de Dilma que, lá adiante, poderia levar à retomada dos planos para fazer da Petrobras a Petrobrax.

    Uma coisa não leva necessariamente à outra, mas não faltará apoio externo à elite que pretende entregar o filé mignon do pré-sal.

    Diante disso, fizemos uma única pergunta, muito simples, àquele que foi convocado por Lula para levar os Sem Terra às ruas, o coordenador-geral do MST.

    Viomundo: Lula é uma ameaça à democracia por convocar o povo para ir às ruas, o que inclui o MST?

    João Pedro Stédile: Lula é um líder popular, legitimado pelos movimentos populares em que se envolveu nos últimos 30 anos e pelas vitórias eleitorais de 2002 a 2014.

    Pedir pro povo ir à rua, incluindo os militantes do MST, faz parte de um direito legítimo e necessário para a democracia participativa, que toda sociedade deve ter.

    Quem tem medo da democracia participativa e das ruas sempre foram os reacionários, a direita, os privilegiados, que ao longo do século 20, na História do Brasil, sempre que se assustaram com avanços populares apelaram aos militares e a processos golpistas, como foi na República Velha — em 37, 54 e 64 — e em 1984, impedindo as Diretas Já.

    Estamos vivendo um momento político em que a maioria da população votou na reeleição da Dilma. E votou com clara intenção de que deveriam haver mudanças estruturais no país, para melhorar as condiçoes de vida da população.

    Mudanças na política, com uma reforma política que devolva ao povo a democracia, com a convocação de uma assembleia constituinte. Por que não querem convocar um plebiscito popular sobre isso?

    Uma reforma tributária, que penalize os milionários, entre eles os 8.667 que desviaram R$ 14 bilhões pro Exterior apenas via HSBC.

    Uma reforma educacional que de fato garanta investimentos de 10% do PIB para acesso de todos os jovens à universidade — e não apenas os atuais 15%.

    E uma reforma urbana que garanta moradia popular e transporte de qualidade aos trabalhadores.

    A burguesia, as elites, a direita — eles não querem nenhuma reforma. Ao contrário, querem voltar às politicas neoliberais, como ficou claro no debate sobre a Petrobras ,nas propostas dos senadores José Serra e Aloysio Nunes.

    Por isso estão usando os meios de comunicação, sobre os quais tem controle total, e o Congresso para chantegear o governo e impor derrotas ao povo, pois não se conformam com o resultado eleitoral.

    Por tudo isso, o povo precisa ir às ruas para lutar pelas reformas, começando pela reforma política, única maneira de combater a causa da corrupção, que envolve a maioria dos políticos.

  6. Jornalista americano alerta que governo dos EUA estão agindo…

    Jornalista americano alerta que governo dos EUA estão agindo para derrubar Dilma

     Jornalista americano conta como os norte-americanos agem para derrubar a presidente Dilma e buscam seus interesses perdidos após a Era FHC; intitulado de “um por todos e todos pelo Pré Sal” jornalista explica que o governo norte-americano tenta de tudo para conseguir a presidente fora do comando do governo Por Redação 

    William Engdahl, norte-americano, engenheiro e jurisprudente (Princeton, EUA-1966), pós-graduado em economia comparativa (Estocolmo, Suécia-1969) escreveu um artigo em um dos jornais mais vendidos nos EUA, o New Eastern Outlook.

    William alerta que o governo dos Estados Unidos estão agindo para derrubar a presidente Dilma Rousseff e conta como estão fazendo para tal.Ele também conta que Washington apoiou até o ultimo minuto, o PSDB nas eleições de 2014. Confira o texto do jornalista norte americano traduzido pelo Portal Metrópole. Um por todos, e todos pelo Pré-Sal

    Entenda como o governo dos Estados Unidos quer reconquistar seus direitos no Brasil, perdidos no governo de Luiz Inácio Lula da Silva do Partido dos Trabalhadores e hoje age para derrubar a presidente reeleita.

    Por William Engdahl

    Para ganhar o segundo turno das eleições contra o candidato apoiado pelos Estados Unidos, Aécio Neves, em 26 outubro de 2014, a presidenta recém-reeleita do Brasil, Dilma Rousseff, sobreviveu a uma campanha maciça de desinformação do Departamento de Estado estadunidense. Não obstante, já está claro que Washington abriu uma nova ofensiva contra um dos líderes chave dos BRICS, o grupo não alinhado de economias emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Com a campanha de guerra financeira total dos Estados Unidos para enfraquecer a Rússia de Putin e uma série de desestabilizações visando a China, inclusive, mais recentemente, a “Revolução dos Guarda-Chuvas” financiada pelos Estados Unidos em Hong Kong, livrar-se da presidente “socialmente propensa” do Brasil é uma prioridade máxima para deter o polo emergente que se opõe ao bloco da Nova (des)Ordem Mundial de Washington.
    A razão por que Washington quer se livrar de Rousseff é clara. Como presidente, ela é uma das cinco cabeças do BRICS que assinaram a formação do Banco de Desenvolvimento dos BRICS, com capital inicial autorizado de 100 bilhões de dólares e um fundo de reserva de outros 100 bilhões de dólares. Ela também apoia uma nova Moeda de Reserva Internacional para complementar e eventualmente substituir o dólar. No Brasil, ela é apoiada por milhões de brasileiros mais pobres, que foram tirados da pobreza por seus vários programas, especialmente o Bolsa Família, um programa de subsídio econômico para mães e famílias da baixa renda. O Bolsa Família tirou uma população estimada de 36 milhões de famílias da pobreza através das políticas econômicas de Rousseff e de seu partido, algo que incita verdadeiras apoplexias em Wall Street e em Washington.
    Apoiado pelos Estados Unidos, seu rival na campanha, Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), serve aos interesses dos magnatas e de seus aliados de Washington.
    O principal assessor econômico de Neves, que se tornaria Ministro da Fazenda no caso de uma presidência de Neves, era Armínio Fraga Neto, [cidadão norte-americano e brasileiro] amigo íntimo e ex-sócio de Soros e seu fundo hedge “Quantum”. O principal conselheiro de Neves, e provavelmente seu Ministro das Relações Exteriores, tivesse ele ganhado as eleições, era Rubens Antônio Barbosa, ex-embaixador em Washington e hoje Diretor da ASG em São Paulo.
    A ASG é o grupo de consultores de Madeleine Albright, ex-Secretária de Estado norte-americana durante o bombardeio da Iugoslávia em 1999. Albright, dirigente do principal grupo de reflexão dos Estados Unidos, o “Conselho sobre Relações Exteriores”, também é presidente da primeira ONG da “Revolução Colorida” financiada pelo governo dos Estados Unidos, o “Instituto Democrático Nacional” (NDI). Não é de surpreender que Barbosa tenha conclamado, numa campanha recente, o fortalecimento das relações Brasil-Estados Unidos e a degradação dos fortes laços Brasil-China, desenvolvidos por Rousseff na esteira das revelações sobre a espionagem norte-americana da Agência de Segurança Nacional (NSA) contra Rousseff e o seu governo.

    Surgimento de escândalo de corrupção

    Durante a áspera campanha eleitoral entre Rousseff e Neves, a oposição de Neves começou a espalhar rumores de que Rousseff, que até então jamais fora ligada à corrupção tão comum na política brasileira, estaria implicada num escândalo envolvendo a gigante estatal do petróleo, a Petrobras. Em setembro, um ex-diretor da Petrobras alegou que membros do governo Rousseff tinham recebido comissões em contratos assinados com a gigante do petróleo, comissões essas que depois teriam sido empregadas para comprar apoio congressional. Rousseff foi membro do conselho de diretores da companhia até 2010.
    Agora, em 2 de novembro de 2014, apenas alguns dias depois da vitória arduamente conquistada por Rousseff, a maior firma de auditoria financeira dos Estados Unidos, a “Price Waterhouse Coopers” se recusou a assinar os demonstrativos financeiros do terceiro trimestre da Petrobras. A PWC exigiu uma investigação mais ampla do escândalo envolvendo a companhia petrolífera dirigida pelo Estado.
    A Price Waterhouse Coopers é uma das firmas de auditoria, consultoria tributária e societária e de negócios mais eivadas de escândalos nos Estados Unidos. Ela foi implicada em 14 anos de encobrimento de uma fraude no grupo de seguros AIG, o qual estava no coração da crise financeira norte-americana de 2008. E a Câmara dos Lordes britânica criticou a PWC por não chamar atenção para os riscos do modelo de negócios adotado pelo banco “Northern Rock”, causador de um desastre de grandes proporções na crise imobiliária de 2008 na Grã-Bretanha, cliente que teve que ser resgatado pelo governo do Reino Unido. 
    Intensificam-se os ataques contra Rousseff, disso podemos ter certeza.

    A estratégia global de Rousseff

    Não foi apenas a aliança de Rousseff com os países dos BRICS que fez dela um alvo principal da política de desestabilização de Washington. Sob seu mandato, o Brasil está agindo com rapidez para baldar a vulnerabilidade à vigilância eletrônica norte-americana da NSA.
    Dias após a sua reeleição, a companhia estatal Telebras anunciou planos para a construção de um cabo submarino de telecomunicações por fibra ótica com Portugal através do Atlântico. O planejado cabo da Telebras se estenderá por 5.600 quilômetros, da cidade brasileira de Fortaleza até Portugal. Ele representa uma ruptura maior no âmbito das comunicações transatlânticas sob domínio da tecnologia norte-americana. Notadamente, o presidente da Telebras, Francisco Ziober Filho, disse numa entrevista que o projeto do cabo será desenvolvido e construído sem a participação de nenhuma companhia estadunidense.
    As revelações de Snowden sobre a NSA em 2013 elucidaram, entre outras coisas, os vínculos íntimos existentes entre empresas estratégicas chave de tecnologia da informática, como a “Cisco Systems”, a “Microsoft” e outras, e a comunidade norte-americana de inteligência. Ele declarou que:
    “A questão da integridade e vulnerabilidade de dados é sempre uma preocupação para todas as companhias de telecomunicações”.
    O Brasil reagiu aos vazamentos da NSA periciando todos os equipamentos de fabricação estrangeira em seu uso, a fim de obstar vulnerabilidades de segurança e acelerar a evolução do país rumo à autossuficiência tecnológica, segundo o dirigente da Telebras.
    Até agora, virtualmente todo tráfego transatlântico de TI encaminhado via costa leste dos Estados Unidos para a Europa e a África representou uma vantagem importante para espionagem de Washington.
    Se verdadeiro ou ainda incerto, o fato é que sob Rousseff e seu partido o Brasil está trabalhando para fazer o que ela considera ser o melhor para interesse nacional do Brasil.

    A geopolítica do petróleo também é chave

    O Brasil também está se livrando do domínio anglo-americano sobre sua exploração de petróleo e de gás. No final de 2007, a Petrobras descobriu o que considerou ser uma nova e enorme bacia de petróleo de alta qualidade na plataforma continental no mar territorial brasileiro da Bacia de Santos. Desde então, a Petrobras perfurou 11 poços de petróleo nessa bacia, todos bem-sucedidos. Somente em Tupi e em Iara, a Petrobras estima que haja entre 8 a 12 bilhões de barris de óleo recuperável, o que pode quase dobrar as reservas brasileiras atuais de petróleo. No total, a plataforma continental do Brasil pode conter mais de 100 bilhões de barris de petróleo, transformando o país numa potência de petróleo e gás de primeira grandeza, algo que a Exxon e a Chevron, as gigantes do petróleo norte-americano, se esforçaram arduamente para controlar.
    Em 2009, segundo cabogramas diplomáticos norte-americanos vazados e publicados pelo Wikileaks, a Exxon e a Chevron foram assinaladas pelo consulado estadunidense no Rio de Janeiro por estarem tentando, em vão, alterar a lei proposta pelo mentor e predecessor de Rousseff em seu Partido dos Trabalhadores, o presidente Luís Inácio Lula da Silva, ou Lula, como ele é chamado.[Foi revelado pelo Wikileaks que José Serra, o então candidato do PSDB que competia contra Dilma pela presidência, prometera confidencialmente à Chevron que, se eleito, afastaria a Petrobras do pré-sal para dar espaço às petroleiras estadunidenses].
    Essa lei de 2009 tornava a estatal Petrobras operadora-chefe de todos os blocos no mar territorial. Washington e as gigantes estadunidenses do petróleo ficaram furiosos ao perderem controles-chave sobre a descoberta da potencialmente maior jazida individual de petróleo em décadas.
    Para tornar as coisas piores aos olhos de Washington, Lula não apenas afastou a Exxon Mobil e a Chevron de suas posições de controle em favor da estatal Petrobras, como também abriu a exploração do petróleo brasileiro aos chineses. Em dezembro de 2010, num dos seus últimos atos como presidente, ele supervisionou a assinatura de um acordo entre a companhia energética hispano-brasileira Repsol e a estatal chinesa Sinopec. A Sinopec formou uma joint venture, a Repsol Sinopec Brasil, investindo mais de 7,1 bilhões de dólares na Repsol Brasil. Já em 2005, Lula havia aprovado a formação da Sinopec International Petroleum Service of Brazil Ltd, como parte de uma nova aliança estratégica entre a China e o Brasil, precursora da atual organização do BRICS.

    Washington não gostou

    Em 2012, uma perfuração conjunta, da Repsol Sinopec Brazil, Norway’s Stateoil e Petrobras, fez uma descoberta de importância maior em Pão de Açúcar, a terceira no bloco BM-C-33, o qual inclui Seat e Gávea, esta última uma das 10 maiores descobertas do mundo em 2011. As maiores [empresas] do petróleo estadunidenses e britânicas absolutamente sequer estavam presentes.
    Com o aprofundamento das relações entre o governo Rousseff e a China, bem como com a Rússia e com outros parceiros do BRICS, em maio de 2013, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, veio ao Brasil com sua agenda focada no desenvolvimento de gás e petróleo. Ele se encontrou com a presidenta Dilma Rousseff, que havia sucedido ao seu mentor Lula em 2011. Biden também se encontrou com as principais companhias energéticas no Brasil, inclusive a Petrobrás.
    Embora pouca coisa tenha sido dita publicamente, Rousseff se recusou a reverter a lei do petróleo de 2009 de maneira a adequá-la aos interesses de Biden e de Washington. Dias depois da visita de Biden, surgiram as revelações de Snowden sobre a NSA, de que os Estados Unidos também estavam espionando Rousseff e os funcionários de alto escalão da Petrobras. Ela ficou furiosa e, naquele mês de setembro, denunciou a administração Obama diante da Assembleia Geral da ONU por violação da lei internacional. Em protesto, ela cancelou uma visita programada a Washington. Depois disso, as relações Estados Unidos-Brasil sofreram grave resfriamento.
    Antes da visita de Biden em maio de 2013, Dilma Rousseff tinha uma taxa de popularidade de 70 por cento. Menos de duas semanas depois da visita de Biden ao Brasil, protestos em escala nacional convocados por um grupo bem organizado chamado “Movimento Passe Livre”, relativos a um aumento nominal de 10 por cento nas passagens de ônibus, levaram o país virtualmente a uma paralisação e se tornaram muito violentos. Os protestos ostentavam a marca de uma típica “Revolução Colorida”, ou desestabilização via Twitter, que parece seguir Biden por onde quer que ele se apresente. Em semanas, a popularidade de Rousseff caiu para 30 por cento.

    Confira o artigo original no Portal Metrópole: http://www.portalmetropole.com/2015/03/jornalista-americano-alerta-que-governo.html#ixzz3TJqcfeoZ

     

    1. Crap, lixo. A democracia

      Crap, lixo. A democracia americana aceita qualquer debate de qualquer nivel. A MAIOR RESERVA DE PETROLEO DO MUNDO está na Venezuela, 560 bilhões de barris, fora o gas, o dobro da Arabia Saudita, um governo que não vale um traque e os EUA ficam apenas olhando. O pre-sal tem 14 bilhões de barris, reserve pequena, ruim de tirar, arriscada e cara, o governo brasileiro não criou o minimo obstaculo aos interesse americanos, porque deixam a venezuela nas mãos do chofer de onibus e iriam criar caso com o Brasil? Não faz o MENOR SENTIDO.

      1. falando merda
        Faz muito sentido sim, só na tua cabeça que não.
        Os números da Cia World são outros en quanto Brasil està em 9 lugar com 2,51 milhões de barris diários, Venezuela está em 12 lugar com 2,4 milhões ao dia.

  7. Putin?

    Do Diário de Notícias de Lisboa

    É fácil apontar dedo a Putin

    por LEONÍDIO PAULO FERREIRA    Ontem

    Um ex-vice-primeiro-ministro crítico da intervenção na Ucrânia, que dias antes dissera temer ser assassinado por Vladimir Putin, abatido a tiro com o Kremlin à vista, onde mora um antigo agente do KGB feito presidente que ainda hoje lamenta o fim da URSS. Enredo tão óbvio que nunca Le Carré iniciaria assim um romance, ele que ficou célebre por temas da Guerra Fria, mas que escreveu também sobre o caos da Rússia pós-soviética.

    “O assassínio de Boris Nemstov é uma tentativa de complicar a situação do país criando tensões entre o governo e a oposição”, alertou Gorbachev, ex-líder soviético e figura que oscila no apoio a Putin, embora reconhecendo que cuida melhor da Rússia do que Ieltsin, o homem que fez a ponte no Kremlin entre os dois. Gorbachev faz um raciocínio elementar: que interesse teria Putin em eliminar um político que estava longe de ser figura de proa da oposição?

    É interessante notar que foi Ieltsin quem deu protagonismo tanto a Nemtsov como a Putin. A um promoveu a vice-primeiro-ministro em 1997, fazendo-o cair quando se revelou incapaz de contrariar a crise económica, ao outro fê-lo primeiro-ministro em 1999, para meses depois lhe entregar a presidência. De resto tudo separava os dois políticos, com Nemtsov, um cientista nuclear, a ser um entusiasta do liberalismo, e Putin a revelar-se um nacionalista, respeitador dos formalismos da democracia, mas decidido a refazer um Estado forte.

    Depois do governo, Nemtsov chegou a ter um partido. E do benefício da dúvida à crítica a Putin foi um passo. Mas os holofotes preferiram centrar-se noutros opositores, como Khodorkovsky, o magnata hoje exilado, ou Kasparov, o xadrezista. E, de qualquer forma, por muita visibilidade que tenha na imprensa anglo-saxónica, a oposição liberal conta pouco numa Rússia que fora de Moscovo vota em quem lhe garante bem-estar e segurança. Não por acaso, os mais consistentes opositores a Putin, na hora de ir às urnas, continuam a ser o comunista Zyuganov e o nacionalista Jirinovsky.

    Então, se Nemtsov ameaçava tão pouco, porquê a suspeita quase automática sobre Putin? Primeiro, porque este criou uma imagem de frieza, disposto a tudo para triunfar. Segundo, porque se acumulam os casos de vozes críticas que tiveram mortes nunca esclarecidas, da jornalista Politkovskaya ao ex-espião Litvinenko. Terceiro, porque é tentador apontar o dedo a um líder que de parceiro do Ocidente se transformou num rival, sobretudo depois de ter anexado a Crimeia e dado a mão aos separatistas da Ucrânia.

    Putin promete encontrar os assassinos de Nemtsov. Até uma recompensa de três milhões de rublos existe. Nota-se no Kremlin um quase desespero por provar inocência.

    Veremos se a verdade virá um dia ao de cima. E tudo é possível. Os tempos andam bons para teorias da conspiração. Até para aquelas que dizem que foi uma morte tão óbvia para que ninguém inteligente pensasse que Putin pudesse estar por trás dela. Le Carré que achará disso?

     

  8. http://operamundi.uol.com.br/

    http://operamundi.uol.com.br/media/noticias/Tratado+de+bl+wwi+trotsky.jpg

    3 DE MARÇO DE 1918 – É assinado o Tratado de Brest-Litwosk, entre a Russia Sovietica e os Imperios Centrais, Alemanha, Austria, Bulgaria e Imperio Otomano, que põe fim ao conflito no Leste Europeu, que continu na frente ocidental. Brest-Litvosk era uma pequena cidade da Bielo Russia.

    Com esse Tratado a Aleamnha pode retirar da Frente Oriental 4 milhões de soldados e joga-los no outro lado do conflito, com o que chega a 30 quilonetros de Paris, avançando mais que em qualquer outro momento da Guerra, alcançando posiçõs estrategicas de vencedor MAS a vitoria foi impedida por dois fatores: falta de combustivel e alimentos por causa do bloqueio naval britanico e entrada dos Estados Unidos na Guerra. Como fator tático, a grande habilidade do Marechal Joffre ao deslocar tropas tambem rapidamente para a frente do Marne, utilizando até os taxis de Paris. O avanço alemão foi tão rapida que pegou os franceses de surpresa, em Paris se ouviam os estrondos da artilharia alemã.

    Com o Tratado de Brest-Lotwosk a Russia Sovietica abre mão da Finlandia, Paises Balticos, Ucrania, Bielo Russia (ou Russia Branca), troca territorio por tempo, a Revolução precisa do fim da Guerra para se consolidar.

    A delegação russa era chefiada por Trotsky, o fim das hostilidade na frente leste era uma das condições acertadas com o Estado Maior Imperial Alemão que tirou Lenin de Zurich e o enviou em um trem lacrado da Suissa à Finlandia, atravessando a Alemanha, abastecido com vinte milhões de dolares para financiar a queda do regime czarista.

    Os russos cumpriram escrupulosamente o combinado e a Alemanha ganhou momentaneamente uma enorme vantagem estrategica que a fez quase ganhar a guerra no Ocidente. Registre-se o extraordinario planejamento e eficiencia do sistema ferroviario alemão que moveu 4 milhões de homens com seus equipamentos da fronteira russa até a França em 3 semanas, sem um acidente ou atraso, atravessando a Europa continental.

    Lembremos que a Alemanha perdeu a guerra em 11 de Novembro de 1918 MAS seu territorio estava intacto.

    O Tratado de Brest-Litvosk foi um dos grandes eventos geopoliticos do Seculo XX, mudou a Historia de nosso tempo.

     

     

  9. Filme conta a história do

    Filme conta a história do primeiro dia de aula de uma menina com paralisa cerebral e provoca debate sobre inclusão

    06 de maio de 201318

    Tudo começou com um livro. Por que Heloísa narra a primeira infância de uma menina que tem paralisia cerebral. Na obra, a autora Cristiana Soares aborda as dificuldades que uma criança com deficiência enfrenta – em casa e na escola. A trajetória de Heloísa é baseada em uma história real e agora virou um filme de animação. O curta tem o mesmo nome e foco no primeiro dia de aula de uma pessoa com paralisia cerebral em uma escola comum.

    O projeto Por que Heloísa tomou corpo, ainda, com um blog. Outro exemplo é o documentário Todos com Todos, que registra experiências de inclusão de crianças com deficiência em escolas da rede pública e privada. O livro, o blog e os filmes são oportunidades de professores e instituições adotarem a tecnologia a favor da inclusão. Todos os materias estão disponíveis na internet e são gratuitos.

    [video:https://vimeo.com/62175113#embed%5D

     

    Por que Heloísa? – versão Libras from cristiana soares on Vimeo.

    http://wp.clicrbs.com.br/educacaoaz/2013/05/06/filme-conta-a-historia-do-primeiro-dia-de-aula-de-uma-menina-com-paralisa-cerebral-e-provoca-debate-sobre-inclusao/?topo=52%2C1%2C1%2C%2C171%2C77

     

  10. Juíza manda deportar Cesare

    Juíza manda deportar Cesare Battisti

    Redação

    03 março 2015 | 12:44

    http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/juiza-manda-deportar-cesare-battisti/

    Ex-ativista italiano foi condenado à prisão perpétua na Itália por envolvimento em quatro assassinatos na década de 1970

    Atualizada às 13p5

    Por Julia Affonso e Fausto Macedo

    A Justiça Federal determinou, na quinta-feira, 26, que o ex-ativista italiano Cesare Battisti, condenado na Itália por assassinato, seja deportado. Em janeiro de 2009, governo brasileiro concedeu status de refugiado político ao italiano. Em seu último dia de mandato, Lula recusou o pedido da extradição feito pela Itália.

    “No presente caso, trata-se, na verdade, de estrangeiro em situação irregular no Brasil, e que por ser criminoso condenado em seu país de origem por crime doloso, não tem o direito de aqui permanecer, e portanto, não faz jus à obtenção nem de visto nem de permanência. Ante o exposto, julgo procedente o pedido para declarar nulo o ato de concessão de permanência de Cesare Battisti no Brasil e determinar à União que implemente o procedimento de deportação aplicável ao caso”, afirma a juíza.

    Cesare Battisti. Foto: Beto Barata/AE. 9-6-2011.

    Cesare Battisti. Foto: Beto Barata/AE. 9-6-2011.

    Membro do grupo Proletários Armados para o Comunismo, Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por envolvimento em quatro assassinatos na década de 1970. A decisão da juíza federal Adverci Rates Mendes de Abreu, titular da 20ª Vara do Distrito Federal, foi tomada após ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal, no Distrito Federal. que questionava a concessão de visto a Battisti. A Justiça considerou que a concessão do visto é ilegal e concluiu que ele deve ser deportado.

    “Não fomos intimados da decisão, ainda não tem prazo correndo. Nós entendemos que a sentença tenta modificar uma decisão do Supremo Tribunal Federal e do Presidente da República. Fora do que é o objeto próprio da ação, portanto vamos recorrer”, afirmou o advogado de Battisti, Igor Sant’Anna Tamasauskas. Também integra o núcleo de defesa de Battisti o advogado Pierpaolo Bottini.

    Segundo a juíza, ’os institutos da deportação e da extradição não se confundem, pois a deportação não implica em afronta à decisão do Presidente da República de não extradição, visto que não é necessária a entrega do estrangeiro ao seu país de nacionalidade, no caso a Itália, podendo ser para o país de procedência ou outro que consinta em recebê-lo’.

    Na ação, o MPF menciona o instituto da deportação e destaca que este “se amolda perfeitamente à situação, vez que a permanência (de Battisti) no país é ilegal e sem possibilidade de regularização em razão de sua condenação por crimes dolosos passíveis de extradição” – conforme prevê o artigo 7.º, IV, da lei 6815/80. A Procuradoria observa que o ativista “entrou no Brasil de forma irregular”.

    O MPF assinala que o Supremo Tribunal Federal entendeu que “os delitos cometidos por Battisti não se caracterizam como crimes políticos, competindo-lhe somente examinar a legalidade e a procedência do pedido, e ao Presidente da República, em ato político, decidir pela execução ou não da extradição”, observados os termos e os limites do Tratado que o Brasil e a Itália firmaram em 17 de outubro de 1989. A instituição destaca que o então presidente Lula, no último dia do seu governo (31 de dezembro de 2010), negou a extradição de Battisti ao Estado italiano, o que implicou em sua permanência no Brasil, “fazendo-se necessária por parte da União, uma desesperada tentativa de regularização jurídica da estada do estrangeiro no País, pois do ponto de vista migratório, o estrangeiro não possuía status de refugiado, não foi extraditado pelo Presidente da República e, ainda, reponde por crime de falso no Brasil”.

    A Procuradoria sustenta que diante dessa circunstância, Battisti pleiteou perante o Conselho Nacional de Imigração, órgão vinculado do Ministério do Trabalho em Emprego, documento que atestasse a legalidade de sua permanência no Brasil, o que, com base em parecer da Advocacia Geral da União (AGU) culminou na concessão de autorização de permanência. O MPF aponta “a ilegalidade deste ato do Conselho Nacional de Imigração, que contrariou norma de observância obrigatória, qual seja, a lei 6.815/80, que estipula em seu artigo 7.º que não se concederá visto a estrangeiro condenado ou processado em outro país por crime doloso (o que foi expressamente reconhecido pelo STF), passível de extradição segundo a lei brasileira”.

    “O pedido merece provimento”, decidiu a juíza federal Adverci Rates Mendes de Abreu. “De fato, ao julgar a extradição de Cesare Battisti, processo número 1085, de autoria do Governo italiano, o Supremo Tribunal Federal deferiu o pedido, porém, entendeu que caberia ao Presidente da República um juízo discricionário em executá-la, ou não, o que culminou com a concessão de permanência deste (Battisti) no país, não obstante estivesse em situação totalmente irregular.”

    A juíza alerta que “o poder normativo das resoluções assim como dos decretos, na qualidade de normas de hierarquia inferior, não pode disciplinar matéria reservada à lei, ou seja, extrapolar os limites da reserva legal e, assim, não podem inovar no ordenamento jurídico, criando situações jurídicas não previstas em lei”.

    A magistrada acolheu o argumento central do Ministério Público Federal no sentido de que “o ato do Conselho Nacional de Imigração (CNI) que concedeu a Cesare Battisti, visto de permanência definitiva no Brasil, contrariou norma de observância obrigatória, qual seja, a lei 6.815/80, que estipula em seu artigo 7º, que não se concederá visto a estrangeiro condenado ou processado em outro país por crime doloso (o que foi expressamente reconhecido pelo STF), passível de extradição segundo a lei brasileira”.

    “Além de existir óbice legal à concessão de permanência do estrangeiro no Brasil – condenação em outro país por crime doloso passível de extradição segundo a lei brasileira -, a situação se amolda à hipótese de deportação, em face da situação irregular em que se encontra”, determinou a juíza federal.

    Adverci Rates Mendes de Abreu observou, ainda. “Tem-se, assim, que a discussão sobre a natureza jurídica do ato que confere a permanência do estrangeiro no país não reabre a questão já decidida pela Suprema Corte, que conferiu tal discricionariedade ao Presidente da República, pois esta foi no sentido de não execução da extradição, ou seja, na não entrega de Cesare Battisti ao Governo italiano, enquanto que o que se busca com a presente demanda é a deportação. No presente caso, trata-se, na verdade, de estrangeiro em situação irregular no Brasil, e que por ser criminoso condenado em seu país de origem por crime doloso, não tem o direito de aqui permanecer, e portanto, não faz jus à obtenção nem de visto nem de permanência.”

    VEJA A DECISÃO DA JUÍZA NA ÍNTEGRA

  11. George Stinney Jr

     

    A absolvição 70 anos depois da eletrocussão nos EUA

    Stinney Jr foi condenado, após um julgamento injusto, pelo assassinato de duas meninas brancas.

    The Independent | Loulla-A-Eleftheriou Smith | 18/12/14

    O garoto negro foi considerado inocente, 70 anos após a execução, aos 14 anos de idade, na cadeira elétrica na Carolina do Sul

    Stinney Jr tornou-se a pessoa mais jovem a ser executada no século 20, nos EUA, quando foi enviado para a cadeira elétrica em 1944, após ser condenado por uma sentença que foi anulada, mais de 70 anos depois da sua morte.

    A juíza Carmen Tevis Mullen disse que a velocidade com a qual o Estado condenou o menino foi chocante e extremamente injusta e que o seu caso foi uma “grande injustiça”, decidindo pela inocência de Stinney Jr.

    O garoto negro de 14 anos de idade foi condenado à morte pelo assassinato de duas meninas brancas em uma cidade segregada na Carolina do Sul, em um julgamento que durou menos de três horas e, segundo informações, sem nenhuma evidência e quaisquer depoimentos de testemunhas.

    Amie Ruffner recebeu apoio da família e amigos após prestar depoimento na audiência para reabrir o caso do irmão

    Ele foi mantido afastado dos seus pais e de qualquer assistência jurídica, quando foi interrogado pelas autoridades. Seus defensores afirmam que o menino pequeno e fragilizado estava tão assustado que teria dito tudo o que ele imaginava que poderia fazer os investigadores felizes, apesar de não existir nenhuma evidência física ligando-o à morte das meninas.

    Stinney Jr e sua irmã Amie Ruffner foram as últimas pessoas a ver as duas meninas, com idades entre 7 e 11 anos, vivas quando elas passeavam em uma área rural perto da cidade de Alcolu. O pai de Stinney Jr fez parte da equipe de buscas que encontrou os corpos das meninas, horas mais tarde, em uma vala, espancadas com golpes que provocaram o esmagamento dos seus crânios.

    Apontado como o autor dos crimes, Stinney Jr foi preso e executado no espaço de cerca de três meses. Os carrascos notaram que ele era muito pequeno para a cadeira elétrica, porque as correias não se encaixavam nele e o eletrodo era grande demais para a sua perna. Para encaixar corretamente na cadeira, Stinney Jr teve que se sentar em uma bíblia.

    O caso de Stinney Jr tornou-se um exemplo de como uma pessoa negra era atropelado por um sistema de justiça durante a era das leis de segregação Jim Crow, quando os investigadores, promotores e júris eram todos brancos.

    A família do garoto insistiu que ele era inocente, e, em janeiro, pediram ao juiz local um novo julgamento para declarar inocente e limpar o nome de Stinney Jr, alegando que não havia novas provas sobre o crime.

    Katherine Stinney-Robinson testemunha na defesa do irmão em janeiro de 2014

    Desta vez, foi concedida uma audiência de dois dias para julgar o caso de Stinney Jr, permitindo que os especialistas questionassem a sua confissão e os resultados da autópsia, enquanto o juiz ouvia relatos dos irmãos e irmãs do menino e de pessoas que tinha sido envolvidas nas buscas das meninas desaparecidas. A maioria das evidências do julgamento original tinha desaparecido e quase todas as testemunhas já tinham morrido.

    Comparado com o prazo da prisão e execução em 1944, a juíza Carmen Mullen demorou quase quatro vezes mais tempo para publicar a sua decisão sobre o caso de Stinney Jr. Ela disse em sua decisão que ela nunca poderia “pensar em nenhuma injustiça maior” do que a condenação do garoto indefeso.

    Carmen Tevis Mullen ouve o defensor Ernest Finney no caso de George Stinney | Foto: REUTERS/Randall Hill

    Mullen descobriu que a confissão de Stinney Jr foi, “altamente provável”, obtida sob coação das autoridades, porque nenhuma testemunha foi encontrada para revelar como ocorreu o julgamento.

    A juíza disse que ela estava derrubando a convicção sobre a culpa do menino porque o tribunal Carolina do Sul não tinha conseguido conceder um julgamento justo em 1944. [ Reportagem adicional de AP ]

    Cenas chocantes da execução de Stinney Jr apresentadas em “Carolina Skeletons” de David Stout  – 1988

    [video:http://youtu.be/HIC-qBLDWUg width:600 height:450]

    [video:http://youtu.be/f_7aC7Uf2ww width:600 height:450]

    A leitura da sentença determinando a absolvição de George Stinney Jr em 17 dezembro de 2014

    [video:http://youtu.be/R3Ezj0QrWe4 width:600 height:450]

  12. Juíza Federal decide deportar Battisti

    “A juíza Federal Adverci Rates Mendes de Abreu, da 20ª vara do DF, considerou nulo o ato do governo que concedeu permanência no Brasil a Cesare Battisti, condenado na Itália à prisão perpétua por homicídio quando integrava o grupo Proletariados Armados pelo Comunismo.

    Com a decisão, a União deve iniciar o procedimento de deportação do ex-ativista para a França ou para o México – países pelos quais ele passou após fugir da Itália e antes de chegar ao Brasil.

    Decisão

    A determinação foi proferida em ação civil pública ajuizada pelo MPF. Na sentença, a julgadora afirma que o ato do Conselho Nacional de Imigração, que concedeu a Battisti visto de permanência definitiva no Brasil, contrariou a lei 6.815/80, que estipula em seu art. 7º, que não se concederá visto a estrangeiro condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível de extradição segundo a lei brasileira.

    Histórico

    Battisti fugiu para o Brasil em 2004 e foi preso no ano de 2007. A Itália pediu extradição, e o STF autorizou. A última palavra sobre a entrega ou não do italiano, entretanto, cabia ao presidente da República – à época, Luis Inacio Lula da Silva. Lula considerou Battisti alvo de perseguição e negou a extradição.

    Em 2011, o Supremo voltou a discutir o caso, mas os ministros concluíram que a decisão do ex-presidente de negar a extradição seria um “ato de soberania nacional” que não pode ser revisto pela Corte.

    Extradição x Deportação

    Na decisão, Adverci ainda afirma que não se pode confundir deportação com extradição. A deportação visa enviar o estrangeiro ao seu país de origem ou procedência caso esteja em situação irregular, enquanto a extradição é determinada para permitir o cumprimento de uma pena.

    “Tem-se, assim, que a discussão sobre a natureza jurídica do ato que confere a permanência do estrangeiro no país não reabre a questão já decidida pela Suprema Corte, que conferiu tal discricionariedade ao Presidente da República, pois esta foi no sentido de não execução da extradição, ou seja, na não entrega de Cesare Battisti ao Governo italiano, enquanto que o que se busca com a presente demanda é a deportação.” (Do Migalhas).

    Processo: 54466-75.2011.4.01.3400

    Confira a decisão.

  13. A resposta de um fotógrafo

    A resposta de um fotógrafo brasileiro a uma crítica machista sobre seus ensaios nus femininos
    pedrinho-fonseca
    literatortura – 03/03/2015 Tweet

     

    Publicado em Hypness,

    Pedro Fonseca é fotógrafo, pai e marido. Criativo, ele usa do texto e da imagem para mostrar o mundo e suas pessoas. Em um desses projetos, chamado A Olho Nu, ele fotografa mulheres e mostra, através do corpo despido, suas histórias, medos e desejos.

    Para ser clicada por Fonseca e participar do projeto há até fila de espera. Contudo, há duas semanas, uma das mulheres que seria retratada desistiu. Não foi um compromisso urgente que surgiu ou uma doença, mas seu namorado que, ao descobrir que seria fotografada nua, causou uma grande confusão.

    O rapaz não só impediu a moça de participar do projeto como enviou um email para Fonseca, questionando como ele não pede autorização também aos parceiros dessas mulheres que se candidatam ao ensaio. “E se fosse a sua mulher?“, perguntou o namorado indignado.

    O fotógrafo respondeu de forma incrível, usando um outro projeto que mantém, o Do Seu Pai, em que Pedro escreve textos para que seus três filhos leiam no futuro (o Hypeness falou do projeto aqui). Desta vez, o fotógrafo, pai e marido escreveu à pequena Irene, sua filha, e contou sobre o ocorrido. Leia o texto completo abaixo. Por um mundo em que mais pais sejam assim!

    pedrinho-fonseca

    Irene,
    algo estarrecedor aconteceu hoje, 20 de fevereiro de 2015, no meu e-mail. Um texto enviado por um rapaz equivocado me tirou um pouco da fé que procuro ter na humanidade. Tirou do chão que havia sob meus pés a confiança nas coisas que podem e devem mudar nas relações humanas – nesse caso, no que tange às relações entre homens e mulheres, mais especificamente. Deixa eu voltar duas casas para que no futuro, ao ler, você entenda o contexto. Estou fazendo um trabalho, filha, fotografando nus femininos. Um registro de mulheres que têm algo relevante a dizer e que através da sua voz e do seu corpo delimitam a fronteira invisível do respeito. As fotos delas vão para um site e também para um perfil no Instagram, junto com um texto que escrevo. Os ensaios duram em média duas horas e meia: duas de conversa, meia de cliques. Porque ao ouvi-las, entendo em que momento da vida estão e – agora sim o intuito final do projeto – que mulher é essa que, em 2015, caminha para o futuro. Saber que lugar é esse que elas querem chegar. Até agora foram mais de trinta mulheres e uma lista de espera bem grande. Hoje, uma das mulheres que seria fotografada, amanhã, cancelou o seu ensaio. Na véspera. Ela me disse que o namorado criou a maior confusão quando soube do ensaio e isso se estendeu até hoje à tarde. Já ele me mandou um e-mail que dizia que eu “deveria contactar os parceiros das mulheres para saber, antes, se eles autorizavam suas namoradas a posarem nuas”. Ainda perguntou: “se fosse a sua mulher?”. Mandei o link do ensaio da sua mãe para ele. Olha, filha: JAMAIS deixe um homem pensar que ele é dono do seu corpo. JAMAIS. Seu corpo, esse presente que o Universo deu, é só seu. Faça com este corpo o que VOCÊ MESMA quiser. NUNCA deixe que seu companheiro ou companheira mande nisso. Pense no seu corpo como algo único, raro: só você tem. Ninguém mais. O corpo é a capa da alma e nos protege dos mais violentos ventos. Se um dia você quiser posar nua, filha, tem o meu apoio. E se não quiser, tem o meu apoio também. Agora, se um dia você namorar um babaca, filha, vou infernizar a sua vida.

    Do seu pai,
    Pedro

    http://literatortura.com/…/a-resposta-de-um-fotografo-bras…/

     

  14. Sobre poder e abuso.
     
    Há uma

    Sobre poder e abuso.

     

    Há uma tese em diversas análises do poder que Lebrun resume do seguinte modo: “o poder que possuo é a contrapartida do fato de que alguém não o possui”. Como essa posse é idêntica à posse de certos meios para fins escolhidos, parece à primeira vista que a “soma zero” opera na divisão prática da desigualdade social. Entretanto, vamos tomar a sério o exemplo que Lebrun oferece na sequência de seu texto “O que é poder”. Diz ele: “Tomemos um exemplo anódino: um professor pode ser amigo de seus alunos, deixá-los chamarem-no de ‘você’, etc. Ainda assim, detém um poder (de dar-lhes notas) que os alunos não têm sobre ele. Isto é o essencial. E é por isso que só se pode compreender uma relação intersubjetiva (em qualquer plano que seja: profissional, comercial, sentimental…) se for possível responder à questão: quem está em posição inferior? Quem em posição superior? – quem é o soldado? quem é o oficial?”.

    Essa maneira de congelar as relações de poder para identificar certa hierarquia fez com que discutisse a opressão muitas vezes com base em uma posição já determinada, uma função que alguém pode ou não assumir. Assim, partimos da estrutura – relação professor e aluno, homem e mulher, rico e pobre – para identificar os sujeitos nessas categorias e, a partir daí, lutar contra a opressão que estudantes, mulheres, pobres etc. sofrem. E sofrem, efetivamente. E esse sofrimento é a regra, não a exceção. Então, a reflexão sobre novas formas de abuso de poder não pode deixar a menor dúvida quanto à realidade dessas formas de violência tradicionais. Mas, por outro lado, novas formas de poder podem mostrar como o raciocínio que parte exclusivamente das funções sociais previamente determinadas é uma fonte de injustiças. E por mais que elas possam ser exceções do ponto de vista geral (certamente ainda são), não se pode negligenciar um abuso de poder. Seria uma maneira bastante liberal e moralmente suspeita de contabilizar “efeitos colaterais” como eventos aceitáveis.

    A luta contra a opressão em suas figuras já bem conhecidas, combinada com as novidades da técnica virtual dessa era que iniciou nos anos 80, abriu espaços de voz e defesa para tantos sofrimentos. Sofrimentos que antes permaneciam na surdina ou no cinismo da sociedade, que certamente não ignorava nada do que se passava nas relações de poder e força. Estudantes, mulheres, pobres, muitos puderam usar a sociedade virtual para denúncias e para a reflexão. Felizmente, aos poucos muitos entenderam que a simples manifestação de dúvida daquele que ouve um relato de abuso sexual de uma mulher pode ser já outra violência. Enfim, novos espaços serviram para a luta necessária contra essas formas de violência e abuso de poder tradicionais arraigadas em nossa sociedade.

    Mas assim como nenhum sujeito se define por um aspecto apenas de sua vida, as relações de poder também são muito mais complexas. A teoria da soma zero parte de um simplismo estridente. E o grande exemplo de hoje vem justamente desse espaço aberto que permitiu a defesa contra muito abuso de poder e que pode ajudar na construção de um imaginário social mais igualitário (ou mais reacionário… enfim, um espaço relativamente aberto). E fez isso porque deu poder às pessoas. Todos têm certo poder de voz, denúncia e testemunho nesse espaço aberto das redes sociais, blogs etc. Isso é poder. Felizmente. Mas por que imaginar que onde há poder não há abuso de poder? Por que imaginar que o poder de indicar suspeitos e culpados não envolve a sedução pelo abuso desse novo poder, acessível agora a tantos homens e mulheres? Um exemplo concreto é o dedo em riste de uma pessoa que, a parir das redes sociais, acusou e julgou alguém que seria então massacrado em um linchamento público, sem direitos, sem direito de defesa ou voz. Há linchamentos atrozes e reais, como esse há não muito tempo, e outros simbólicos. Hoje são feitas muitas ameaças gratuitas e chantagens que se valem de um uso abusivo e irresponsável da fala e da acusação.

    A pergunta que podemos fazer ao considerar essa ambiguidade do poder aberto e compartilhado talvez seja pela maturidade dos sujeitos no uso do seu poder de intervenção. Discutir, debater, refletir sobre o uso da palavra e dos espaços “públicos”, ainda que virtuais (e certamente não tão igualitários quanto se prega), enfim, discutir os novos sentidos do poder e do abuso que ele pode sempre acarretar parece-me estar na ordem do dia. Talvez possamos encontrar os limites do poder de todos e de cada um na própria reflexão coletiva e na luta contra toda forma de opressão – seja a opressão nas figuras horrendas das relações de poder tradicionais, seja nas novas formas de abuso de poder. Isso depende de um olhar capaz de distinguir o caso, ao invés de dissolver todas as disputas nas categorias tradicionais que dão ao juízo o conforto de dispensar a análise crítica. 

     

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