Fora de Pauta

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Redação

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  1. Qual a destinação prédio histórico, onde serviu Tiradentes ?

    (Escrevendo muito cansado. Muita informação. Apenas sugestão de pauta)O imóvel e as vastas terras que o circundam foram cedidos pelo Estado de Minas Gerais aos Salesianos em 1893, para desenvolver, exclusivamente, atividades educacionais. Essas atividades foram encerradas na última década de 90.Possivelmente na década de 1970 (é fácil conferir), o patrimônio começou a ser vendido.Em 2010 a comunidade de Cachoeira do Campo (distrito pertencente ao município de Ouro Preto), onde ficam os imóveis, foi surpreendida com a informação de que as terras haviam sido vendidas por R$ 20 milhões de reais (é preciso conferir este valor em um dos links abaixo) para virar condomínio de luxo, e que o prédio havia sido alugado para se instalar nele um hotel também de luxo.A comunidade local se mobilizou, criou o Movimento O Dom Bosco é Nosso e foi à luta.A assunto repercutiu na imprensa mineira e os promotores Ronaldo Crawford, da 4ª Promotoria de Ouro Preto, e Marcos Paulo Miranda, coordenador da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Histórico, Cultural e Turístico de Minas, se interessaram pelo caso.Depois de intenso trabalho de pesquisa, que contou com a colaboração voluntária da geógrafa ouro-pretana Kátia Campos e do jornalista Mauro Werkema, além de equipe técnica do próprio MP, foi proposta Ação Civil Pública em face da Inspetoria São João Bosco (Salesianos).Os investidores desistiram do negócio.Nesse meio tempo, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico promoveu o tombamento do prédio, antigo Quartel do Regimento de Cavalaria da Capitania de Minas Gerais. http://iepha.mg.gov.br/component/content/article/1-ultimas/1298-iepha-conclui-tres-processos-de-tombamentoSegue trecho da sentença da juíza da 2ª Vara Cível de Ouro Preto, contida neste link: file:///C:/Users/User/Downloads/0461%2011%20004644-2%20(2).pdf“Na hipótese dos autos, merece destaque a história das edificações, hoje conhecidas como Colégio Dom Bosco. Construídos pela Coroa Portuguesa no século XVIII, o Palácio dos Governadores e o Quartel do Regimento de Cavalaria da Capitania de Minas Gerais foram erguidos nos arredores de um dos campos mais importantes de batalha da Guerra dos Emboabas (1708 a 1709). As antigas edificações tomaram parte destacada no cenário do movimento da Inconfidência Mineira, na medida em que uma das edificações foi sede do Quartel General da Cavalaria de Minas Gerais, tendo servido ali como alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Nessa época, residia no Quartel o Visconde de Barbacena, autoridade que comandou as ações de repressão ao movimento rebelde”.Acontece que, para nova surpresada do Movimento O Dom Bosco é Nosso, os Salesianos apresentaram documentos dando conta de que em 1964 (ano do Golpe) o então governador Magalhães Pinto teria doado tudo, definitivamente, para os Salesianos. Argumento que embasou a decisão judicial desfavorável à demanda da comunidade, representada pelo Ministério Público. O Processo 00464427920118130461 encontra-se, agora, em 2ª Instância, creio que devido recurso do MP.**************************

    Para acompanhar o andamento: http://www.tjmg.jus.br/portal/Nº do Processo 00464427920118130461

     

    Mais um pouco da história: http://www.jornaloliberal.net/artigo/destino-do-dom-bosco-na-justica-de-ouro-preto/ (Senteça em OP foi a favor dos Salesianos – íntegra em “Todos Andamentos”)

     

    Outro artigo do jornalista Mauro Werkema, publicado após a decisão judicial http://www.jornaloliberal.net/artigo/o-destino-do-dom-bosco-continua-em-discussao/Vídeos:1) https://www.youtube.com/watch?v=zvdYPtZfMRk2) https://www.youtube.com/watch?v=2O2g72Hdmhw

     

    Foto e + história – http://www.ouropreto-ourtoworld.jor.br/dbosco.htm

  2. O SUS e os coxinhas

    Colunista do 247, Paulo Moreira Leite afirma que o bom atendimento recebido pelos apresentadores da TV Globo, Angélica e Luciano Huck, seus três filhos e duas babás, na rede pública de saúde, em Mato Grosso do Sul, após um acidente de avião, no domingo (24), “criou uma oportunidade rara para se debater o Sistema Único de Saúde e as responsabilidades de cada um na solução dos problemas que afligem a maioria dos brasileiros”; “Depois de receber um atendimento tão especial, nossos apresentadores poderiam fazer o possível para que mais brasileiros pudessem ser atendidos nas mesmas enfermarias, pelos mesmos profissionais, com a mesma atenção, que eles receberam no Mato Grosso. Poderiam assumir uma campanha pelo retorno da CPMF, que está na base de tudo. Seria uma grande homenagem para a equipe médica, para os enfermeiros, para o pessoal da limpeza. Acima de tudo, seria um gesto de solidariedade para ajudar milhões de brasileiros a ter um atendimento digno. Eles também querem falar bem do SUS”, defende.

    Além dos milionários apresentadores globais, o tal do Kim, um dos membros do movimento fascista, que quer o impedimento da Presidenta Dilma Rousseff e a implantação do Estado mínimo, em favor da iniciativa privada, após sofrer acidente numa rodovia próximo à Brasília,  foi soorrido pelo SAMU, que faz parte do SUS.

     

     

     

  3. A privatização do mundo

    A privatização do mundo

    por Robert Kurz [*]

    Robert Kurz É de supor que a natureza já existisse antes da economia moderna. Daí o facto de a natureza por si própria ser grátis, sem preço. Isso distingue os objectos naturais sem elaboração humana dos resultados da produção social, que já não representam a natureza “em si”, mas a natureza transformada pela actividade humana. Esses “produtos”, diferentemente dos objectos naturais puros, nunca foram de livre acesso; desde sempre estavam sujeitos, segundo determinados critérios, a um modo de distribuição socialmente organizado. Na modernidade, é a forma da produção de mercadorias que regula essa distribuição no modo do mercado, segundo os critérios de dinheiro, preço e procura (solvente). Mas é um problema antigo que a organização da sociedade tenda a obstruir também o livre acesso a um número crescente de recursos pré-humanos da natureza. Essa ocupação traz, das mais diversas formas, o mesmo nome que os produtos da actividade social, a chamada “propriedade”. Ou seja, acontece um quiproquó: outrora livres, os objectos naturais não elaborados pelo ser humano são tratados exactamente como se fossem os resultados da forma de organização social, e daí submetidos às mesmas restrições.

    A mais antiga ocupação dessa espécie é a da terra. A terra em si não é naturalmente o resultado da actividade produtiva humana. Por isso também teria de ser, em si, de livre acesso. Quando muito, a terra já transformada, lavrada e “cultivada” poderia estar submetida aos mecanismos sociais; e, nesse caso, teria de se tornar propriedade daqueles indivíduos que a cultivaram. Mas, como se sabe, não é exactamente esse o caso. Justamente a terra ainda de todo inculta é usurpada com violência. Já na Bíblia há a disputa entre lavradores e criadores de gado por território (Caim e Abel) e, entre os pastores nómadas, por “pastos mais férteis”. A usurpação do solo “virgem” é o pecado original e hereditário da “dominação do homem sobre o homem” (Marx). As aristocracias de todas as altas culturas agrárias repressivas se formaram na origem por essa apropriação violenta da terra, literalmente à clava e dardo. Contudo a propriedade nas culturas agrárias pré-modernas nem de longe se parecia com a propriedade privada no sentido atual. Isso significava, antes de tudo, que a propriedade não era exclusiva ou total. A terra podia ser utilizada e cultivada também por outros, que em troca pagavam certos tributos (a renda feudal na forma de víveres ou serviços) aos proprietários, estes originariamente violentos. Mas havia ainda possibilidades de uso gratuito. Por exemplo, em muitos lugares, os camponeses tinham a permissão de conduzir seus porcos até às terras incultas do senhor feudal, segar ali forragens crescendo livremente ou recolher outras matérias naturais. Diferentes possibilidades de uso livre nunca deixaram de ser controversas, como o direito à caça e à pesca. Quando os senhores feudais tentavam estabelecer proibições nesse sentido, estas quase nunca eram obedecidas. Assim, o caçador e o pescador ilegais passaram a figurar entre os heróis da cultura popular pré-moderna.

    A DITADURA DA PROPRIEDADE

    A propriedade privada moderna reforçou monstruosamente a submissão da natureza “livre” à forma da organização social, obstruindo assim o acesso aos recursos naturais com um rigor nunca visto. Essa intensificação da tendência usurpadora tem sua razão no facto de a ocupação ser efectuada agora não mais pelo acto pessoal e imediato de violência, mas pelo imperativo económico moderno, representando uma violência “coisificada” de segunda ordem. A violência armada imediata manifesta-se ainda hoje na ocupação dos recursos naturais, mas ela é já coisificada de forma institucional na própria figura da polícia e do Exército. A violência que sai dos canos das espingardas modernas já não fala por si mesma; ela tornou-se mero agente do fim em si mesmo económico. Esse deus secularizado da modernidade, o capital como “valor que se autovaloriza” incessantemente (Marx), não aparece, porém, apenas na figura de uma coisificação irracional; ele é ainda muito mais ciumento que todos os outros deuses antes dele. Por outras palavras: a economia moderna é totalitária. Ela tem uma pretensão total sobre o mundo natural e social. Por isso, tudo o que não está submetido e assimilado à sua lógica própria é para ela fundamentalmente uma espinha na garganta. E, como sua lógica consiste única e exclusivamente na valorização permanente do dinheiro, ela tem de odiar tudo o que não assume a forma de um preço monetário. Não deve haver nada mais debaixo do céu que seja gratuito e exista por natureza. A propriedade privada moderna representa somente a forma jurídica secundária dessa lógica totalitária. Ela é, por isso, tão totalitária quanto esta: o uso deve ser um uso exclusivo. Isso vale particularmente para os recursos naturais primários da terra. Sob a ditadura da propriedade privada moderna, não é mais tolerado nenhum uso gratuito para a satisfação das necessidades humanas, além das oficiais: os recursos têm de servir à valorização ou ficar em pousio. Dada a forma da propriedade privada, mesmo a parte da terra que o próprio capital não pode de modo nenhum usar deve ser excluída de qualquer outro uso. Essa imposição descabida suscitou repetidas vezes o protesto social. Na época anterior a 1848, uma experiência crucial para o jovem Marx, amiúde enfatizada na sua biografia, foi a discussão em torno da “lei prussiana contra o roubo de lenha”, que queria proibir os pobres de recolher gratuitamente a lenha nas florestas. O conflito sobre o uso livre de bens naturais, sobretudo da terra, jamais cessou em toda a história do capitalismo. Mesmo hoje, em muitos países do Terceiro Mundo, há movimentos sociais de “ocupantes da terra” que colocam em questão a ditadura totalitária da propriedade privada moderna sobre o uso do solo.

    No desenvolvimento do moderno sistema produtor de mercadorias, o problema primário do acesso a recursos naturais gratuitos foi sobrepujado pelo problema secundário do acesso a recursos “públicos”, directamente relacionados ao todo da sociedade: as chamadas infraestruturas. Com a industrialização capitalista e a inerente aglomeração de massas gigantescas de seres humanos (urbanização), surgiram carências sociais, tornando necessárias medidas que não podiam ser definidas pela lei do mercado, mas somente pela administração social directa. Por um lado, trata-se agora de sectores inteiramente novos, resultantes do processo de industrialização, como o serviço público de saúde, as instituições públicas de ensino (escolas, universidades, etc.), as telecomunicações públicas (correio, telefone), o abastecimento de energia e os transportes públicos (caminho de ferro, metropolitano, etc.). Por outro lado, também os recursos naturais antes livremente acessíveis sem nenhuma organização social e os processos vitais humanos que se efectuam por si mesmos tiveram de ser socialmente organizados e colocados sob a administração pública: é o caso do abastecimento público de água potável, da recolha pública de lixo, dos esgotos públicos etc., chegando aos sanitários públicos nas grandes cidades. Sob as condições do moderno sistema produtor de mercadorias, a “administração de coisas” pública e colectiva não pode assumir senão a forma distorcida de um aparelho burocrático estatal. Pois a forma moderna “Estado” representa somente o reverso, a condição estrutural e a garantia do “privado” capitalista; o Estado não pode, por natureza, assumir a forma de uma “associação livre”. A administração pública de coisas permanece assim nacionalmente limitada, burocraticamente repressiva, autoritária e ligada às leis fetichistas da produção de mercadorias. Por isso os serviços públicos assumem a mesma forma-dinheiro que a produção de mercadorias para o mercado. Ainda assim não se trata de preços de mercado, mas somente de tarifas; algumas infra-estruturas até são oferecidas gratuitamente. O Estado financia esses serviços e agregados de coisas somente para uma pequena parte, por meio de tarifas cobradas dos cidadãos; no essencial, eles são subvencionados com a taxação dos rendimentos capitalistas (salários e lucros). Desse modo, a administração pública de coisas permanece ligada ao processo de valorização do capital.

    A PRIVATIZAÇÃO DO PÚBLICO

    Por um período de mais de cem anos, os sectores do serviço público e da infra-estrutura social foram reconhecidos em toda parte como o necessário suporte, amortecimento e superação de crises do processo do mercado. Nas últimas duas décadas, porém, impôs-se no mundo inteiro uma política que, exactamente às avessas, resulta na privatização de todos os recursos administrados pelo Estado e dos serviços públicos. De modo algum essa política de privatização é defendida apenas por partidos e governos explicitamente neoliberais; há muito ela prepondera em todos os partidos. Isso indica que não se trata aqui só de ideologia, mas de um problema de crise real. Seguramente, desempenha um papel nisso o facto de a arrecadação pública de impostos retroceder com rapidez por conta da globalização do capital. Os Estados, as Províncias e as comunas super-endividadas em todo o mundo tornaram-se factores de crise económica, ao invés de poderem ser activos como factores de superação da crise. Uma vez delapidadas as “pratas” dos sistemas socialmente administrados, as “mãos públicas” acabam por assemelhar-se fatalmente às massas de vítimas da velhice indigente, que nas regiões críticas do globo vendem nos mercados de segunda mão a mobília e até a roupa para poderem sobreviver. Porém o problema reside ainda mais no fundo. No âmago, trata-se de uma crise do próprio capital, que, sob as condições da terceira revolução industrial, esbarra nos limites absolutos do processo real de valorização. Embora ele deva expandir-se eternamente, pela sua própria lógica, ele encontra cada vez menos condições para tal, nas suas próprias bases. Daí resulta um duplo acto de desespero, uma fuga para a frente: por um lado, surge uma pressão assustadora para ocupar ainda os últimos recursos gratuitos da natureza, por fazer até mesmo da “natureza interna” do ser humano, da sua alma, da sua sexualidade, do seu sono o terreno directo da valorização do capital e, com isso, da propriedade privada. Por outro, as infraestruturas públicas de propriedade do Estado devem ser geridas, também, por sectores do capitalismo privado.

    SOCIEDADE AUTO-CANIBALÍSTICA

    Mas essa privatização total do mundo mostra definitivamente o absurdo da modernidade; a sociedade capitalista torna-se auto-canibalística. A base natural da sociedade é destruída com velocidade crescente; a política de diminuição dos custos e a terceirização a todo o preço arruinam a base material das infraestruturas, o conjunto organizador e, com isso, o valor de uso necessário. Há tempos é conhecido o caso desastroso das ferrovias e, de modo geral, dos meios de transporte, outrora públicos: quanto mais privados, tanto mais deteriorados e mais perigosos para a comunidade. O mesmo quadro se constata nas telecomunicações, nos correios etc. Quem hoje precisa, com uma mudança de casa, mandar instalar um telefone novo passa por incumprimento de prazos, confusão de competências entre as instâncias “terceirizadas” e técnicos pseudo-autónomos e praguejantes. O correio alemão, que se transformou num consórcio e global player ansioso por sua capitalização nas Bolsas, em breve distribuirá cartas na Califórnia ou na China; em troca, o serviço mais simples de entrega mal continua a funcionar internamente. Que prodígio sectores inteiros de actividade serem ajustadas a salários baixos, as zonas de entrega de poucos carteiros dobradas e triplicadas, e as filiais, extremamente desguarnecidas! As estações de correio ou de caminho de ferro transformam-se em quilómetros cintilantes de lojas estranhas à sua alçada, enquanto a qualidade do serviço próprio decai. Quanto mais estilizados os escritórios, tanto mais miserável o serviço.

    PRIVATIZAÇÃO  —>   AUMENTO DE PREÇOS

    Apesar de todas as promessas, a privatização significa cedo ou tarde não só a piora mas também o aumento drástico de preços. Porque és pobre, tens de morrer mais cedo: com a privatização crescente dos serviços de saúde, essa velha sabedoria popular recebe novas honras mesmo nos países industriais mais ricos. A política de privatização não dá trégua nem sequer às necessidades humanas mais elementares. Na Alemanha, as casas de banho das estações de combóio passaram a ser recentemente controladas por uma empresa transnacional chamada “McClean”, que cobra pela utilização de um mictório tanto como por uma hora de estacionamento no centro da cidade. Portanto agora já se diz: se és pobre, tens de mijar nas calças ou aliviar-te ilegalmente!

    A privatização do abastecimento de água na cidade boliviana de Cochabamba, que, por determinação do Banco Mundial, foi vendida a uma “empresa de água” norte-americana, mostra o que ainda nos espera. Em poucas semanas, os preços foram elevados a tal ponto que muitas famílias tiveram de pagar até um terço dos seus rendimentos pela água diária. Juntar água da chuva para beber foi declarado ilegal, e ao protesto respondeu-se com o envio de tropas. Logo também o sol não brilhará de graça. E quando virá a privatização do ar que se respira? O resultado é previsível: nada funcionará mais, e ninguém poderá pagar. Nesse caso, o capitalismo terá de fechar tanto a natureza como a sociedade humana por “escassez de rentabilidade” e abrir uma outra.
    _______________
    [*] Filósofo alemão. O original deste artigo encontra-se em http://www.krisis.org (“Die Privatisierung der Welt”). Tradução de Luís Repa publicada na Folha de São Paulo de 14/Jul/02.

    Este artigo encontra-se em http://resistir.info

  4. Audiência da Globo em queda livre

     Globo perde 35% do ibope aos domingos

    http://altamiroborges.blogspot.com.br/2015/05/tv-globo-perde-35-do-ibope-aos-domingos.html#more

     Por Altamiro Borges

    Fantástico e Domingão do Faustão, entre outros programas enfadonhos exibidos pela TV Globo aos domingos, que se cuidem. Seus índices de audiência neste dia tão nobre para os anunciantes seguem em franco declínio. Segundo reportagem do site UOL desta sexta-feira (22), nos últimos dez anos, na medição das 24 horas dominicais, a emissora perdeu 35% em pontos do ibope na Grande São Paulo. O cenário exposto na matéria é dramático e deve ter assustado as empresas – inclusive do governo federal – que bancam os bilionários anúncios publicitários na TV Globo.

    “Durante décadas a TV Globo se mantém líder isolada em audiência em todos os dias da semana, em todas as faixas horárias. No domingo, em especial, o dia mais caro para os anunciantes, a emissora sempre se deu ao luxo de não apenas liderar, mas também de registrar, sozinha, mais ibope que a segunda e terceira colocadas somadas (SBT e Record). Esse tempo acabou. Nos últimos dez anos, a Globo perdeu cerca de 35% em pontos de ibope na Grande São Paulo (hoje cada ponto é igual a 67 mil domicílios nessa região). Dos 16,39 pontos registrados de média em 2005, a média caiu para 10,46 no ano passado e está em 10,51 este ano (até o último dia 17)”, descreve a reportagem do UOL.

    Há cinco anos, a TV Globo não consegue mais audiência do que SBT e Record somados. Em 2005, as duas emissoras tinham em conjunto 12,34 pontos no ibope, contra 16,39 do império global. Hoje, os dois canais somam 11,32 pontos – quase um ponto a mais do que a poderosa rival, que tem 10,51. “Tudo isso ocorreu exclusivamente porque a Globo perdeu pontos, e não porque SBT e nem Record aumentaram os seus. Pelo contrário. Houve uma ‘compensação’: o SBT perdeu quase três pontos na última década, mas a Record ganhou outros três, então na soma dos dois está tudo como era… O problema, portanto, foi causado unicamente pela queda mais acentuada da líder Globo”.

    Vários fatores explicam esta queda acentuada – de quase 35% – nos últimos dez anos. Uma delas é a perda de credibilidade do império global – que transformou a emissora num partido político, cada vez mais editorializado e partidarizado. Outra é a chatice da programação da TV Globo, que se acomodou aos altos índices de audiência do passado. Por último, vale registrar a explosão da internet – que afetou todas as emissoras de tevê. No início de maio, a internet completou 20 anos de existência no Brasil. É pouco tempo, mas os seus estragos já são enormes – tanto para os jornais e revistas, que continuam falindo e demitindo, como para as emissoras, que assistem a migração, principalmente da juventude.

    Como apontam vários estudos, o acesso à internet no Brasil atinge 60% da população. Neste período, ele deixou de ser concentrado nas faixas mais ricas da população. Em 1º de maio de 1995, a Embratel começou a oferecer o acesso ao mercado em geral – antes, ele era limitado a universidades e alguns funcionários de órgãos oficiais. À época, 250 consumidores foram selecionados para testar a nova tecnologia. Só quem tinha dinheiro podia comprar um computador. Atualmente, 54% dos internautas pertencem à chamada Classe C, segundo pesquisa do instituto Data Popular. O Brasil hoje possui cerca de 120 milhões de pessoas conectadas, segundo levantamento do instituto Nielsen Ibope, de julho de 2014.

    Pesquisa ainda mais recente, intitulada “O futuro digital do Brasil em foco”, revela que o número de usuários da internet móvel no país subiu 7% em apenas seis meses – até março último. Segundo Alex Banks, vice-presidente para a América Latina da empresa de medição comScore, este vertiginoso crescimento fez com que o Brasil já se aproxime das economias mais desenvolvidas, como a da Alemanha. A população digital no país é de 84 milhões de visitantes únicos. Segundo a pesquisa, “mais de 29 milhões acessam o conteúdo digital por meio de mais de uma plataforma mensalmente”. O estudo mostra, ainda, que as redes sociais “continuam crescendo, com uma audiência altamente engajada”.

    Estas acentuadas mudanças afetam duramente as mídias tradicionais, colocando na berlinda o seu modelo de negócios. A TV Globo já sente seus efeitos! Fantástico e Faustão que se cuidem!

     

  5. Indenização por danos morais a agressores

    Nassif,

    no meu sentir o caso a seguir transcrito, encaixa nos casos dos ex-ministros Mantega e Padilha, pois o estabelecimento comercial se omitiu, configurando prestação de serviço defeituoso, conforme preconiza o artigo 14 do CDC, a única de diferença é que os ex- ministros foram agredidos em suas honras.

    Do site do TJDFT:

    “Consumidora será indenizada por agressão sofrida no interior de supermercado

     

    É manifesta a falha do serviço prestado pelo estabelecimento comercial ao não garantir ao consumidor a segurança legitimamente esperada de realizar compras sem ser agredido. Com base nesse entendimento, a 3ª Turma Recursal do TJDFT confirmou a condenação imposta pelo 2º Juizado Especial de Samambaia ao supermercado Tatico. 

     

    A autora ingressou com pedido de indenização por dano moral em face na inércia do estabelecimento comercial quanto à prestação do serviço de segurança, diante das agressões que lhe foram desferidas por terceiro no interior do estabelecimento. Embora o supermercado alegue intervenção de funcionários, preposto da empresa e testemunha confirmaram que o estabelecimento não possui seguranças, mas tão somente fiscais. 

     

    Na sentença monocrática, a juíza cita decisão do STJ, a qual assenta que “a prestação de segurança aos bens e à integridade física do consumidor é inerente a atividade comercial desenvolvida pelo supermercado e pelo shopping Center, porquanto a principal diferença existente entre esses estabelecimentos e os centro comerciais tradicionais reside justamente na criação de uma ambiente seguro para a realização de compras e afins capaz de conduzir o consumidor a tais praças privilegiadas, de forma a incrementar o volume de compras”. 

     

    A juíza destaca documentos juntados aos autos que confirmam as lesões sofridas pela autora, inclusive com fratura de escafóide. Assim, concluiu que os fatos vivenciados extrapolaram o simples aborrecimento, uma vez que gerou dor, sofrimento e angústia, além do normal, a ensejar indenização pelo dano moral sofrido, sendo certo que a parte requerida (supermercado) responde civilmente em face da má prestação dos serviços. 

     

    A Turma Recursal lembra, ainda, que o artigo 14, §1º, da Lei 8.078/90 atribui ao fornecedor responsabilidade objetiva pelos danos que causar decorrentes da prestação defeituosa dos seus serviços. E chama a atenção para “a marcante omissão dos empregados do estabelecimento comercial” diante da violenta agressão física sofrida pela consumidora por terceiro que estava no supermercado, a tornar evidente a configuração do dano moral, passível, portanto, de indenização. 

     

     

  6. É o maior produzido por estaleiro holandês
    25.05.2015 / 14:52

    Iate de Alexandre Grendene de R$ 253 mi faz barulho na Europa

    Glamurama – UOLIate Madame Kate || Créditos:

    Iate Madame KateCréditos: Daniel Sola (Yatching Concept)

    Ancorado desde a semana passada em Puerto Banús, uma marina ao sul de Marbella, na Espanha, o iate “Madame Kate”, do bilionário Alexandre Grendene, se tornou ponto turístico por lá. Com seus 60 metros de comprimento e atrações inovadoras, como pintura perolizada e um sistema de luzes LED que o deixa ainda mais imponente de noite, o iate está sendo bastante fotografado por turistas e locais.

    Madame Kate foi construído entre 2013 e abril deste ano, quando foi entregue para Alexandre pelo estaleiro holandês Amels. Com um custo total de 74 milhões de euros (R$ 253 milhões), é o maior já produzido pelo Amels e foi batizado em homenagem a Kate, a inseparável bichon frisé do bilionário.

    Neste fim de semana, o iate recebeu convidados ilustres – Pedro Grendene, irmão de Alexandre, e sua mulher, a empresária Tania Bulhões – estiveram lá para conferir de perto a luxuosa embarcação. Já Alexandre e sua mulher, Nora Teixeira, pretendem ficar na Europa até outubro velejando pelos melhores destinos do velho continente. (Por Andeson Antunes)

     

    http://glamurama.uol.com.br/iate-de-alexandre-grendene-de-r-253-mi-faz-barulho-na-europa/

     

  7. O ISIS E O ECLIPSE DO PODER

    O ISIS E O ECLIPSE DO PODER AMERICANO  – A extraordinaria apatia dos EUA para enfrentar o ISIS, uma força equivalente a meia divisão de infantaria se tanto, que muda toda percepção de poder nessa regiaõ estrategica e o capitulo mais dramatico da Administração Obama. Incapaz de agir por indecisão e falta de capital politico, o ISIS segue conquistando territorios e aterrorizando e matando populações inocentes, em Palmira foram 400 mulheres e crianças.

    A unica arma para aniquilação do ISIS é a de terra. Bombardeios não acabarão com essa força assassina, o que impede Obama de colocar em terra 4 ou 5 Brigadas? Risco de vida de soldados? Mas não há poder sem expressão de força e em conflitos há risos militares sempre. Não é problema de numeros para moilização de forças de combate, se aberto o recrutamento vão aparecer um ou dois milhões para alistar. O Exercito americano paga muito bem e nunca teve problema de montar forças. Essa é uma causa que vale a pena e daria aos EUA imediata presença e prestigio na região, onde seu cacife politico diminue a cada dia, pelos imensos erros de sua diplomacia.

    E claro que o problema regional é mais vasto e complicado mas o ISIS é uma questão clara, estão matando mulheres e crianças diariamente, aterrorizando e estuprando livremente sem opositores, é uma questão de hoje e agora.

    A gestão da politica americana na região está a cargo de quatro experientes diplomatas, Anne Patterson, chefe do Bureau de Assuntos do Oriente Médio, ex-Embaixadora no Egito e no Paquistão, experimentada figura no xadrez arabe, Gerald Feirstein, numero 2 do Bureau, tambem experiente mas judeu, o que pesa contra especificamente na questão do Oriente Médio, o numero tres Lawrence Silverman, tambem muito experiente na area, tambem judeu e a numero  Susan

    Ziadeh,  de origem libanesa, formada na Universidade Americana de Beirute, com o rank de Embaixadora, ultra experiente na região. Manpower diplomatico não é o problema e sim a fraqueza de Obama. Como vai ficar?

    Sem tropa de terra não se vence o ISIS e sem vence-los logo só tende a aumentar seu prestigio e recrutamento

    interno e externo. É uma questão clara mas Obama não tem apoio no Congresso e tem a fraqueza de ser um liberal, o que no mundo politico americano significa um anti-guerra, mas Roosevelt, Truman, Kennedy e Johnson tambem eram Democratas e travaram as maiores guerras do Seculo XX. A diferença é que sabiam manejar capital politico, embora Kennedy e Johnson sofressem ataques do mundo liberal da contra-cultura que nasceu nos anos 60 e não existia antes, o que lhes afligiu campanhas domesticas contra a guerra do Vietnam que provocaram os acordos de Paris.

    A questão ISIS tem o poder de desestabilizar ainda mais uma região já confusa, a inação americana vai fazer os EUA perderem rapidamente o que resta de algum prestigio no Oriente Médio.

  8. Nem tudo que reluz é ouro.

    Do Diário de Notícias de Lisboa

    “UE parece uma democracia, mas está longe de o ser”

    por Abel Coelho de Morais   Hoje

    Rick FalkvingeRick Falkvinge Fotografia © Carlos Martins-Global Imagens

    Esteve nas Conferências do Estoril para falar sobre as possibilidades de ação democrática. Em entrevista ao DN, o fundador do primeiro Partido Pirata fala sobre o fenómeno dos novos partidos na Europa.

    O Partido Pirata sueco fez sensação ao eleger um deputado nas europeias de 2009. Qual a sua opinião sobre a União Europeia (UE)?

    A UE não é uma democracia. O Parlamento Europeu (PE) não tem qualquer poder de iniciativa legislativa. Só a Comissão. A UE parece uma democracia, tem elementos democráticos, mas está longe de ser uma democracia. Só quando o PE tiver o poder de criar leis é que se poderá falar de democracia. Outro elemento essencial seria a criação de um registo do sentido de voto de cada eurodeputado para responsabilizá-los pelas suas decisões.

    Como vê fenómenos como o Syriza na Grécia ou o Podemos e o Ciudadanos em Espanha?

    São um sintoma da falta de representação popular que deve ser levado a sério. Poderia ainda acrescentar o movimento de Beppe Grillo em Itália, mas o ponto essencial é a questão da falta de representação, que é sentida de forma particular pelos mais novos. Estas gerações, pura e simplesmente, sentem-se desiludidas, desapontadas com os partidos tradicionais. Para elas, os candidatos destes partidos não os representam e nem se preocupam em irem votar. E quando aparece alguém que os faz acreditar numa mudança, a partir de um conjunto de ideias, como aquelas que nós defendemos, esse alguém encontra apoios. Há um fenómeno de identificação com essas pessoas. Mas a questão decisiva para o Syriza, o Ciudadanos, o Podemos, o movimento pirata é se estes partidos vão sobreviver à primeira mudança na liderança.

     

  9. Qual a destinação do prédio histórico, onde serviu Tiradentes ?

    (Dei uma mexida no texto. Adicionei algumas informações. De qq maneira, repito, é apenas uma sugestão de pauta)O imóvel onde, durante o Império, funcionou a Quartel do Regimento de Cavalaria da Capitania de Minas Gerais e as vastas terras que o circundam foram cedidos pelo Estado de Minas Gerais aos Salesianos em 1893, para desenvolverem, exclusivamente, atividades educacionais. Essas atividades foram encerradas na última década de 90.No lugar, serviu o Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Nessa época, residia no Quartel o Visconde de Barbacena, autoridade que comandou as ações de repressão ao movimento rebelde. Ali estiveram D Pedro I e D Pedro II. A região foi um dos campos mais importantes de batalha da Guerra dos Emboabas (1708 a 1709).Na década de 1970 (é preciso conferir essa data), as terras começaram a ser comercializadas.Em 2010 a comunidade de Cachoeira do Campo (distrito pertencente ao município de Ouro Preto), onde ficam os imóveis, foi surpreendida com a informação de que o terreno havia sido vendidas em sua totalidade por R$ 20 milhões de reais (é preciso conferir o valor exato) para virar condomínio de luxo, e que o prédio fora arrendado para se instalar nele um hotel também de luxo. O povo se mobilizou, criou o Movimento O Dom Bosco é Nosso, liderado pelo professor José Augusto da Conceição, o “Guto”, e foi à luta. Reuniões, abaixo-assinados, fechamentos da BR 356 que corta o distrito, audiências públicas da Câmara Municipal etc.O assunto repercutiu na imprensa mineira e os promotores Ronaldo Crawford, da 4ª Promotoria de Ouro Preto, e Marcos Paulo Miranda, coordenador da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Histórico, Cultural e Turístico de Minas, se interessaram pelo caso.Depois de intenso trabalho de pesquisa, que contou com a colaboração voluntária da geógrafa ouro-pretana Kátia Campos e do jornalista Mauro Werkema, além de equipe técnica do próprio MP, foi proposta Ação Civil Pública em face da Inspetoria São João Bosco (Salesianos).Os investidores desistiram do negócio, os imóveis foram devolvidos e, pelo que sabemos, o dinheiro da quitação parcialmente realizada foi ressarcido.Nesse meio tempo, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico promoveu o tombamento do prédio, antigo Quartel do Regimento de Cavalaria da Capitania de Minas Gerais. http://iepha.mg.gov.br/component/content/article/1-ultimas/1298-iepha-conclui-tres-processos-de-tombamentoAcontece que, para nova surpresada do Movimento O Dom Bosco é Nosso, os Salesianos apresentaram documentos dando conta de que em 1964 (ano do Golpe) o então governador Magalhães Pinto teria doado tudo, definitivamente, para os Salesianos. Argumento que embasou a decisão da juíza de 1ª Instância, 2ª Vara Cível da Comarca de Ouro Preto, de 11 de novenbro de 2014, desfavorável à demanda da comunidade, representada pelo Ministério Público.O processo 00464427920118130461 encontra-se, agora, sob análise do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, creio que devido a recurso do MP.**************************Íntegra da sentença file:///C:/Users/User/Downloads/0461%2011%20004644-2%20(2).pdfPara acompanhar o andamento: http://www.tjmg.jus.br/portal/ Nº do Processo 00464427920118130461Mais um pouco da história: http://www.jornaloliberal.net/artigo/destino-do-dom-bosco-na-justica-de-ouro-preto/Outro artigo do jornalista Mauro Werkema, publicado após a decisão judicial http://www.jornaloliberal.net/artigo/o-destino-do-dom-bosco-continua-em-discussao/Vídeos:1) https://www.youtube.com/watch?v=zvdYPtZfMRk2) https://www.youtube.com/watch?v=2O2g72Hdmhw

  10. Como surgem os caga-regras

    Por Edson Júnior

    Não existe formação específica para cagar regras. Não há vestibular, faculdade, sequer curso técnico. É quase um processo de geração espontânea dentro da organização.

                                                 Gráfico atividades - Caga-regras       

    Quando surge uma necessidade, como no caso da implantação de programas como ISO 9000, por exemplo, os potenciais caga-regras são “voluntariamente” pinçados pela gerência da empresa dentre os empregados que estavam mais ou menos desocupados no momento. Se possível, escolhem aqueles com perfil altamente burocrático, pois essa é a principal característica da atividade de cagar regras. Outro critério adotado pelo chefe é escolher um cara que ele não goste ou que tenha problemas de relacionamento com os colegas. Ter exercido a função sobre a qual irá legislar é desejável, porém não mandatório, pois tal qual deputados e senadores, o caga-regras pode legislar sobre tarefas as quais não ele tem a mínima idéia de como devem ser executadas.

    Ao lhes ser atribuída a nova função, os futuros caga-regras continuam exercendo sua função anterior em meio expediente, mas aos poucos vão se distanciando da organização principal, constituindo um mundo à parte, não apenas desfalcando sua área antiga de um funcionário (ele próprio), mas também criando procedimentos que geralmente aumentam o serviço dos que ficaram, os carregadores de piano, os quais passarão a detestá-lo por isso. Como a chefia também não gosta muito dele, caso contrário não o teria designado para tão abjeta atividade, tampouco lhes concede aumentos de salário. Portanto, caga-regras costumam ganhar muito mal.

    Por outro lado, alguns poucos caga-regras destacam-se em sua função, demonstrando um amor tão incondicional pelos procedimentos que acabam promovidos a… auditores.

    A meta da organização caga-regra é que todas as atividades da empresa possam ser descritas de tal maneira que qualquer imbecil com salário mais baixo, que saiba ler instruções simples, possa fazer o serviço de um empregado muito mais experiente (e com salário mais alto).

    Fonte: http://edisonjr.blogspot.com.br/2009/12/como-surgem-os-caga-regras.html

  11. Monsenhor Romero, o beato da revolução

     

    Monsenhor Romero, o beato da revolução

    Por Marina Terra

    Do Opera Mundi

    Romero sempre foi para os salvadorenhos uma figura sagrada, independente de fé ou crença

    Monsenhor Oscar Arnulfo Romero Galdámez agora é, segundo o Vaticano, um beato. Mas para aqueles presentes neste sábado (23/05) à Praça Salvador do Mundo — emblemático endereço da capital salvadorenha escolhido para abrigar a cerimônia de beatificação -— se trata de um ato protocolar e de um reconhecimento há tempos esperado. Onipresente no consciente coletivo do país, Monsenhor Romero sempre foi para os salvadorenhos uma figura sagrada, independente de fé ou crença.

    Mais do que um beato — o passo anterior à santificação, nos processos da Igreja Católica —, um mártir, um revolucionário, a “voz dos sem voz”, que tentou ser silenciada a bala em um 24 de março de 1980, mas que se multiplicou e ainda reverbera com força, dentro e fora de El Salvador. Hoje, a beatificação de Romero, 35 anos depois de seu assassinato, refresca a lembrança de um tempo de sombras para a pequena nação centro-americana, que naquele ano estava prestes a entrar em uma das guerras civis mais sangrentas do século XX.

    Mas, também, o momento de celebração e a distância histórica obrigam a analisar o quanto os sermões proferidos por Monsenhor Romero naquela época, carregados de críticas à violência e à opressão inflingidas sobre os mais pobres, continuam atuais em El Salvador e na América Latina — ainda assombrados pelo fantasma da desigualdade e ameaçados por conhecidos inimigos.

    Curiosamente, a nomeação de Romero como Arcebispo de São Salvador pelo Papa Paulo VI, em 1977, foi foi vista como um sinal de conservadorismo. Ele, supostamente, agiria para conter setores mais progressistas da Igreja e da sociedade em geral, que se manifestavam contra a crescente repressão da ditadura.

    Porém, pouco menos de dois meses após assumir o posto, um trágico episódio de proporções pessoais determinou a conduta que seria assumida por ele nos três anos seguintes. O padre Rutilio Grande, um grande amigo, é assassinado em uma emboscada promovida pelos Esquadrões da Morte, grupos paramilitares que conduziam execuções extrajudiciais a mando do governo. A proximidade dele com as comunidades camponesas miseráveis decretou seu fim. 

    Dali em diante, Monsenhor Romero enfrentou os grupos de poder que aterrorizavam a população e que, conforme demonstravam atentados que continuaram acontecendo contra membros da Igreja, não poupavam ninguém. A temperatura subia vertiginosamente e a guerra se aproximava. Naquele período de selvageria, se incubava nas ruas e nas montanhas a eclosão de uma resistência organizada e armada, posteriormente representada no grupo guerrilheiro de esquerda FMLN (Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional). 

    Por sua vez, Monsenhor Romero continuou fortalecendo uma espécie de aliança por justiça social com as organizações populares. Pregava a cordura e a reflexão daqueles que colecionavam corpos de civis indefesos. No entanto, assim como seu ativismo crescia, também aumentavam as ameaças. 

    Um dia antes de sua morte, na homilia do Domingo de Ramos, Monsenhor Romero fez um apelo aos corpos militares: “Eu queria fazer um chamado, de maneira especial, aos homens do Exército. E concretamente às bases da Guarda Nacional, da polícia, dos quartéis… Irmãos, são do nosso mesmo povo. Matam seus irmãos camponeses. E frente a uma ordem de matar que seja dada por um homem, deve prevalecer a lei de Deus, que diz: ‘Não matarás’. Nenhum soldado está obrigado a obedecer uma ordem contra a Lei de Deus. Uma lei imoral, ninguém precisa cumpri-la”. 

    WIkicommons

    Em El Salvador, Romero sempre foi figura sagrada, independente de fé ou crença

    A última “rebeldia” lhe custou a vida. Na manhã seguinte, mesmo ciente do risco que corria, Monsenhor Romero decidiu rezar uma missa. No altar, recebeu um tiro disparado por um atirador de elite do Exército salvadorenho. Durante seu enterro, na catedral de São Salvador, homens armados dispararam contra a multidão — em sua maioria pessoas muito humildes —, instaurando o caos e matando dezenas de salvadorenhos. O episódio é apontado como o gatilho inicial da guerra que perduraria até 1992.  

    Seu sacrifício o alçou à figura de beato. De fato, a gênese do mito em torno da figura de Romero está justamente na valentia com a qual enfrentou a brutalidade da repressão institucional. Mesmo sabendo que poderia ser morto a qualquer momento, Romero não deixou de denunciar as numerosas violações de direitos humanos em El Salvador. Esteve do lado dos pobres até o fim.

    Mas sua morte também foi símbolo de um momento de recrudescimento da direita não só salvadorenha, mas latino-americana, em sua ofensiva contra as lutas populares. Por meio da bala, governos fantoches continuavam no poder sob a tutela dos Estados Unidos, então preocupados em isolar as revoluções cubana e nicaraguense e em ampliar seu escopo de domínio. Eram tempos de Guerra Fria, que, para a América Latina, não foram nada frios. 

    Décadas depois, essas ditaduras já não existem. Em El Salvador, governa há seis anos a FMLN, convertida em partido após a assinatura dos Acordos de Paz de 1992. Governos progressistas no Brasil, Argentina, Uruguai, Equador, Bolívia e outros países foram sequencialmente eleitos após a chegada ao poder de Hugo Chávez na Venezuela em 1998, que inaugurou uma nova era na região. 

    No entanto, ao mesmo tempo em que acontece a beatificação de Monsenhor Romero, a América Latina se vê novamente de frente com os desafios e as consequências de se enfrentar não somente a herança colonial, mas também a dominação estadunidense. 

    A pobreza e a desigualdade social ainda são barreiras reais ao pleno desenvolvimento do continente. Além disso, há recentes exemplos de desestabilização de Washington, como as ameaças contra o governo de Nicolás Maduro, os golpes contra Manuel Zelaya em Honduras (2009) e Fernando Lugo no Paraguai (2012) e a falsa “Guerra às Drogas” refletida principalmente na ascensão do narcotráfico mexicano e que é usada para aumentar a presença militar na América Central com uma nova estratégia: a aliança do Triângulo do Norte.

    “É preciso mudar desde a raiz todo o sistema”, disse uma vez Monsenhor Romero, em uma frase que poderia facilmente ser atribuída a tantos outros revolucionários. Personagens que, assim como o agora beato Romero, simplesmente tiveram a ousadia de querer um mundo melhor.

     

  12. Lava Jato

    Exclusivo: O juiz Sérgio Moro não persegue o PT e protege o PSDB, o problema dele é com a matemática

    Num curso de direito civil preparatório para concurso no centro do Rio, tive aula de Direito Civil com o professor Sylvio Capanema, que era então desembargador no Rio. Certa vez, disse o mestre: “Tudo que sou devo à matemática”. Como? Perguntávamos e ele respondia: “Na época do vestibular, perguntei qual o curso que não tinha matemática, e me responderam que seria Direito”. A matemática se livrou de um desafeto e o direito ganhou um juiz, um desembargador, e um dos melhores professores que tive em sala de aula.

     

    Digo isso porque creio que o juiz Sérgio Moro, chefe da operação Lava jato, é da mesma escola desse desembargador, pois tem muita dificuldade com a matemática.

     

    O juiz Moro arquivou a denúncia contra o senador Aécio Neves do PSDB que, segundo o doleiro Alberto Youssef, recebia propina, através de sua irmã, de uma diretoria de Furnas que Aécio controlava. Estadão de 04/03/15: “… Youssef disse que recolheu o dinheiro em dez vezes, numa delas foi informado de que o repasse não seria feito integralmente – faltariam R$ 4 milhões porque alguém do PSDB já teria coletado essa quantia antes…”.

     

     

    O jornal A Tarde, de 09/01/15, divulgou e o procurador Geral da República denunciou o ex-governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, do PSDB, de receber do Policial Federal, Jayme Alves de Oliveira filho, conhecido como “careca”, que  distribuiu R$ 16,9 milhões em propina e diz ter entregue a Anastásia hum milhão de reais. Ao invés de apurar, o juiz Sérgio Moro soltou Careca e arquivou a denúncia.

     

    Notícia do Estadão de 16/10/14,  Sergio Guerra, falecido ex-presidente do PSDB, recebeu R$ 10 milhões de propina para enterrar a CPI no Senado em 2009, segundo delação premiada do ex diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa.

     

    E mais, um dos tesoureiros do PSDB, Márcio Forte, está envolvido nas contas do HSBC na Suíça para lavagem de dinheiro.   O Globo de 26/03/15, publicou que o.ex-tesoureiro de FHC e José Serra, nunca declarou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) a existência de suas três contas internacionais; e  em 2002, Fortes usou notas frias e o   PSDB chegou a ser multado em R$ 7 milhões.

     

    Diante desses números fantásticos de propina que envolvem o PSDB, o juiz Sérgio Moro prende o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto e deixa de fora o tesoureiro do PSDB.

     

    Segundo notícia do Blog, Brasil 247 de 26/05/15, Vaccari é acusado de desviar R$ 583 mil depositados em conta de sua mulher, de 2008 a 2014. Vaccari diz que o dinheiro depositado na conta da mulher vieram de seus salários, inclusive esses valores foram declarados no Imposto de Renda. O valor – que daria R$ 6,9 mil por mês – seria, segundo ele, compatível com a renda bruta de R$ 3,4 milhões que teve no período.

     

    Diante da discrepância dos valores envolvidos no escândalo do PT e do PSDB, sendo os do PSDB  infinitamente maiores que o do PT, com o agravante de que o tesoureiro do PT declarou os valores no Imposto de Renda. Chego à conclusão de que o juiz Sérgio Moro, que chefia a operação Lava jato, não tem problema político com o PT, o problema dele é com a matemática como o do professor e desembargador citado acima. Sugiro ao juiz Sérgio Moro contratar o matemático Oswaldo de Sousa ou outro para entender melhor os números e julgar com imparcialidade.  

     

    Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

    Rio de Janeiro, 26 de maio de 2015

     

    emanuelcancella.blogspot.com.br

     

     

     

  13. Ruim sem água, pior com água contaminada. Viva a Sabesp!

    LN, 

     

    mais uma vez abro meu coração e tento debater um assunto que julgo relevante a partir de minha experiência como professor em São Paulo. Agradeço mais uma vez sua consideração. Grande abraço. 

     

    Sou professor desde outubro de 1993.

    Ao longo desse tempo já tive muitos casos de alunos afastados por doenças. Desde as mais corriqueiras, exageradas pelo zelo que apenas as mães podem ter, até as mais graves, com tristes casos de óbito

    – Obs.: nenhuma situação de sala de aula é mais triste do que a perda de alguém: aluno, colega professor ou professora, pai ou irmão de aluno. Tudo se supera, menos a morte.

    Sem estudos cientificamente válidos ou metodologicamente confiáveis afirmo: infecções renais por superbactérias não são normais. Não digo pelo que estudei ou li. Afirmo pelo que vivi, em mais de 20 anos de exercício de magistério, com experiência em nas zonas Norte, Sul, Oeste, Leste e cidades da região metropolitana de SP, como Osasco, Barueri-Santana de Parnaíba (leia-se Alphaville), Cotia (Alô, Granja Viana) e Suzano. Inclua-se Campinas também.

    Por todo esse tempo, em diferentes lugares, juntando Grande São Paulo e Grande Campinas, num total que tranquilamente ultrapassa hoje a cifra de 20 milhões de habitantes, NUNCA TESTEMUNHEI tantos casos de infecções renais por superbactérias.

    Em 2015 tenho pelo menos 2 alunos e parentes de conhecidos com infecções renais de grandes proporções.

    Meu palpite: água contaminada.

    Em São Paulo há uma empresa irresponsável, estelionatária (pois cobra o que não entrega) e incompetente ( pois perde pelo menos 25% do que diz distribuir de água) que atende pelo vulgo de SABESP.

    Há meses sabemos que essa empresa, conhecida pela ALCUNHA de SABESP, diminui ou simplesmente fecha os fluxos dos dutos de abastecimento de água pretensamente potável da Grande São Paulo.

    O corte diário de água em São Paulo não reduz o consumo nas casas, pois a maioria possui caixas d’água.

    O corte diário de água em São Paulo reduz as perdas que os dutos rachados e furados da SABESP provocam. Para quem não sabe, a maior DESPERDIÇADORA de água de São Paulo atende pelo vulgo de SABESP.

    Ao reduzir a pressão dos canos, diminui-se a perda de água para o solo. O problema é simples: com maior pressão a água sai dos canos para o solo. Com menor pressão, a água dos solos, CONTAMINADA, volta para os canos. Essa é a razão das caixas d’água terem o fundo com terra. De onde você acha que veio essa terra???????

    O problema é que, a água que infiltra nos canos, vinda dos solos, vem CONTAMINADA. Natural que tenhamos portanto uma elevação de casos de doenças provocadas por bactérias e outros microorganismos passíveis de sobrevivência na água. Mesmo clorada.

    Esta é a explicação que encontro para os casos de viroses e infecções renais que tenho testemunhado ou tomado conhecimento nos últimos meses e, em especial, nas últimas semanas.

    Não sou médico sanitarista ou especialista no assunto. Admito e aceito qualquer argumentação contrária. E provoco: quem pode me desmentir?

    (Caso você saiba de algum caso de infecção renal ou algo a respeito dos índices normais de incidência, por favor informe. A imprensa paulistana está muito preocupada com as ciclofaixas do Haddad e não tem tempo para tratar de assuntos banais como gente doente e com risco de morte provocadas pelo consumo de água podre…)

    Minha proposta: levantar dados dos casos de infecções passíveis de contaminação pela água, comparar com o histórico registrado pelos serviços de saúde e produzir um mapa com as área com maior e menor incidência. Difícil para uma única pessoa. Com a colaboração de muitas pessoas sérias fica mais fácil. Quem topa???

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