Fora de Pauta

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Redação

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  1. A matéria é de ontem.
    insisto

    A matéria é de ontem.

    insisto em escrever sobre ele porque era o ídolo de minha mãe–junto com Emilinha Borba.

     Ela me levava, quando criança, na rua direita aonde tinha uma rádio famosa e essas pessoas cantavam ao vivo.

              

    Viva voz

    Primeiro ídolo de massa da MPB e para muitos o maior cantor do país de todos os tempos, Orlando Silva faria cem anos amanhã; festa será aquém de seu peso

    FABIO VICTOREDITOR-ADJUNTO DA “ILUSTRADA”

    Se entre críticos e pesquisadores é quase unânime que Orlando Silva, cujo centenário de nascimento se comemora neste sábado (3), foi o maior cantor popular brasileiro, há outras certezas mais certas.

    Uma delas é que ele foi também o primeiro ídolo de massa da MPB, durante a era de ouro do rádio, simultânea ao auge de Orlando, entre a metade dos anos 1930 e o começo dos anos 1940.

    Para quem nunca ouviu falar –senão o confundindo com o político homônimo, ex-ministro do Esporte e hoje deputado federal pelo PC do B-SP–, cabe outra verdade irrefutável: muitos dos grandes intérpretes de hoje beberam em Orlando.

    João Gilberto o teve como primeiro ídolo. Roberto Carlos já se declarou seu fã, assim como Caetano Veloso e Paulinho da Viola.

    Os discípulos vinham de antes: Nelson Gonçalves dizia que começou imitando Orlando. Lucio Alves e Roberto Silva seguiram a escola dele.

    Soa esquisito, portanto, que o centenário de Orlando Silva venha cercado de comemorações isoladas e discretas.

    Fã do cantor desde a infância em Juazeiro do Norte (CE), quando ouvia os pais acompanharem o ídolo pelo rádio, Zé Guilherme é um dos raros intérpretes a homenageá-lo com um disco no centenário.

    No independente “Abre a Janela”, o cantor reinterpreta 18 canções consagradas por Orlando, que jamais foi compositor, pelo menos não “stricto sensu”.

    “Como Elis, ele foi quase um coautor das músicas que interpretava. Tinha uma estética de canto que o aproximava de um compositor”, observa Zé Guilherme.

    Noutro sintoma do desdém em torno do centenário, o cantor cearense conta que bancou do próprio bolso o disco e uma reedição da biografia “O Cantor das Multidões”, de Jonas Vieira, que estava esgotada.

    Entre as raras boas iniciativas está também uma série especial em cinco capítulos na rádio on-line Batuta (radio batuta.com.br), do Instituto Moreira Salles, capitaneada pelo jornalista João Máximo. O primeiro foi ao ar na última terça, o último será publicado no sábado –depois toda a série ficará disponível no site.

    O Instituto Cravo Albin, presidido pelo pesquisador Ricardo Cravo Albin, coordena uma série de festejos no Rio, de uma sessão na Assembleia Legislativa que concederá uma comenda “post mortem” a Orlando a saraus e shows (leia abaixo).

    Por fim, em novembro deve vir à luz, com uma exibição na Cinemateca, o longa-metragem “Quero Dizer-te Adeus”, dirigido por Dimas Oliveira Junior, uma cinebiografia de Orlando sem previsão de entrar em circuito.

    SUAVE

    Foi graças a Orlando que os intérpretes descobriram ser possível cantar bem sem precisar se esgoelar. Até ele, que explodiu quase junto com o advento do microfone elétrico, os ídolos –como Vicente Celestino e Chico Alves– dependiam mais dos pulmões que da garganta.

    “Na voz dele, os versos não têm medida, não terminam nem começam, se intercalam. Você se pergunta: que horas ele respirou?”, comenta o historiador e crítico José Ramos Tinhorão, para quem jamais houve outro cantor, no Brasil ou no mundo, como Orlando.

    Outra verdade cristalina em torno de Orlando Silva é a de que tornou-se astro graças unicamente à sua voz.

    “Vicente Celestino, Chico Alves, Silvio Caldas –eram todos galãs. Orlando era um homem feio, que enfeitiçou o público pela magia da sua voz”, afirma o pesquisador Ricardo Cravo Albin.

    “Ele não sabia dançar, não requebrava. Mas em Porto Alegre uma vez o público de um Gre-Nal o obrigou a cantar ‘A Jardineira’ [‘Ó, Jardineira, por que estás tão triste…’]; noutra, em Belém, reuniu multidão maior que o Círio de Nazaré. Conquistou as massas graças à sua voz e seu repertório”, relata o biógrafo Jonas Vieira.

    AUTODIDATA

    Nascido numa família pobre no subúrbio do Rio, Orlando foi autodidata e começou a chamar a atenção pela voz quando era cobrador de ônibus –cantando durante as viagens. Foi levado ao rádio pelo ídolo Francisco Alves, e acabaria por superá-lo.

    Em turnês a São Paulo em 1938, arrastou milhares de fãs ardorosos às suas apresentações nos teatros das rádios, o que lhe rendeu o apelido de “Cantor das Multidões”.

    “Assim como Roberto Carlos foi o primeiro ídolo criado pela TV, Orlando foi o primeiro produzido pelo rádio, embora a comparação pare aí –Roberto é bom cantor, mas não tem a excepcionalidade de Orlando”, diz o pesquisador Jairo Severiano.

    São notórias histórias de fãs pelo Brasil burlando a segurança de hotéis e se escondendo nos armários do quarto dele, tietagem inédita até ali, tanto mais para um astro feio.

    MORFINA

    Clássicos como “Carinhoso”, “Lábios que Beijei”, “Rosa”, “Abre a Janela” e “Alegria” são até hoje associados às interpretações irretocáveis de Orlando.

    O melhor dele foi lançado entre 1935 e 1942 (para alguns 1943). A partir daí, a droga e o álcool acabaram com sua voz. O astro tombou junto.

    Segundo o jornalista Ruy Castro, que dedicou um capítulo a Orlando em “A Onda que se Ergueu no Mar”, a droga que infernizou o cantor foi a morfina, a partir de 1943. Jonas Vieira, que em sua biografia de Orlando evita nominar a droga (usa “tóxico”), defende que era cocaína injetável.

    Quando morreu, em 1978, aos 62 anos, Orlando vivia escanteado já fazia tempo.

  2. mariliz pereira jorge 
    É

    mariliz pereira jorge

     mariliz pereira jorge

    É jornalista e roteirista. Apresenta o programa “Sem Mimimi com Mariliz”, no YouTube. 
    Escreve às quintas e sábados.

    Comentarista-gato

    O site UOL, que faz parte do Grupo Folha, fez um concurso chamado Belas da Torcida, que elegeu no final de setembro a vencedora, Sabrina Candreva, representante do time do São Paulo. Bicampeonato do São Paulo.

    O concurso me chamou a atenção por algumas coisas. Ingenuidade minha pensar que em 2015 futebol e mulheres seminuas fossem um elo do passado, mas lá está uma fila de garotas prontas para tirar a roupa e passar por um escrutínio digital e depois por uma final que teve MC Guimé, como um dos jurados, e João Kleber, como apresentador.

    Os comentários nas fotos das concorrentes, que estão no site, são dignos de um estudo antropológico. Pelo tanto que eu li, daria para escrever uma tese sobre o que os homens querem.

    Sabrina Candreva não ganhou à toa. Para os homens, ela é “uma mulher de classe”, “linda sem ser vulgar”, “não fica se escancarando tipo funkeira”, “carinha linda de menina”, mas teve gente que reclamou que ela “não tem bunda” e “que era uma pena ela não ter postado uma foto dos pés”. Pois é.

    Coitadas dessas garotas que se matam por uma barriguinha tanquinho, pernões de jogador de futebol e bunda na nuca, que é a última pedida do verão. Pelo concurso, os homens querem mulheres “naturais”, para horror das feministas que acham que homem não tem que querer coisas nenhuma.

    Não sei como não fizeram um piquete na porta do concurso para protestar contra a exploração do corpo feminino, mostrando elas mesmas seus peitos.

    Entre as concorrentes não faltaram modelos, aspirantes à atriz e uma delas, numa sinceridade admirável, disse que era Maria Chuteira. Adoro essa parte do feminismo em que uma mulher pode ser o que quiser, inclusive piriguete com orgulho.

    A única coisa que me incomodou no tal concurso é que os jornalistas esportivos continuam ignorando que há milhões de mulheres que curtem futebol, que admiram pernas e abdomens malhados dos jogadores.

    Por que não há ao menos uma enquete para eleger a barriga mais sarada da rodada ou as pernas que merecem uma bola de ouro?

    Dei de cara também com vários blogs e sites que fazem enquetes para escolher a jornalista esportiva mais bonita.

    Queria saber onde estão enquetes para que a gente possa escolher o comentarista-gato, o locutor-sarado, o repórter-gostosão.

    Futebol ainda é e será por muito tempo um dos ambientes mais machistas que existem, por razões óbvias. Há mais torcedores homens, os campeonatos masculinos ainda são os mais atrativos para o público, inclusive o feminino.

    Mas o jornalismo esportivo poderia parar de ignorar que futebol também é assunto de mulher. E mulher também gosta de ver homem sarado, bonito, gostoso. Dentro e fora do campo.

    Lanço aqui a campanha para eleger o comentarista-gato. Todo mundo malhando o tanquinho e os quadríceps. 

     

  3. Cancelei minha assinatura do

    Cancelei minha assinatura do O Globo–tempos difícies,cortando despesas.

      E Carta Capital não precisa passar o endereço.né ? rs

  4. Conheça o Clementinum, uma

    Conheça o Clementinum, uma das bibliotecas mais maravilhosas do mundo

    O Clementinum fica em Praga, República Tcheca (Foto: sean yan | reprodução)O CLEMENTINUM FICA EM PRAGA, REPÚBLICA TCHECA (FOTO: SEAN YAN | REPRODUÇÃO)

    Bibliotecas definitivamente não são apenas edifícios construídos para abrigar livros. Em termos práticos, elas podem até ter essa finalidade, mas a verdade é que são algo muito mais especial do que isso. Há algo de mágico no ar das bibliotecas. É como se as incontáveis obras literárias que repousam serenas em suas prateleiras concedessem sacralidade ao lugar. Penso nos livros como materializações empoeiradas das ideias de seres humanos que deixaram este mundo há muito tempo. Ou, em alguns casos, de autores que ainda vivem – todos se encontram na biblioteca. É ali, naquele templo democrático do saber, que o conhecimento da humanidade se condensa dentro de miolos e lombadas, tornando-se eterno e maravilhosamente acessível.

    Muitas bibliotecas não são belas apenas no aspecto simbólico: várias delas são construções majestosas que contribuem ainda mais para o ar sagrado que domina o ambiente. É o caso doClementinum, que fica em Praga, na República Tcheca. Ele foi eleito pelo site Bored Panda como a biblioteca mais bonita do mundo. Construído em 1722, o edifício é uma pérola da arquitetura barroca. O Clementinum abriga cerca de 20 mil livros e foi por muito tempo considerado como o terceiro maior colégio jesuíta do mundo. O teto é repleto de afrescos do pintor Jan Hiebl. Confira algumas fotos:

     (Foto: LuizLouisLuix | reprodução)(FOTO: LUIZLOUISLUIX | REPRODUÇÃO) (Foto: klementinum | reprodução)(FOTO: KLEMENTINUM | REPRODUÇÃO) (Foto: klementinum | reprodução)(FOTO: KLEMENTINUM | REPRODUÇÃO) (Foto: Olivier Martel Savoie | reprodução)(FOTO: OLIVIER MARTEL SAVOIE | REPRODUÇÃO)

  5.  DUBAI TERÁ VILA COM CASAS
     

    DUBAI TERÁ VILA COM CASAS FLUTUANTES DE TRÊS ANDARES

    flutua_2

    Vários prédios de Dubai chamam a atenção pela arquitetura diferente e durante o Dubai Boat Show outra novidade em arquitetura foi apresentada, uma vila com casas flutuantes de três andares. O mais interessante é que as casas terão um andar submerso permitindo que os moradores possam desfrutar da vista submarina. O condomínio exclusivo ficará localizado a quatro quilômetros da costa de Dubai e flutuará sobre um recife de coral.

    O empreendimento The Floating Seahorse é da empresa Kleindienst Group e o preço estimado de cada residência é de 1,8 milhão de dólares.

       

     

  6. Esperteza de Cunha foi tanta

    Esperteza de Cunha foi tanta que comeu o dono

    Josias de Souza

     

    É preciso fazer justiça a Eduardo Cunha: mais cedo ou mais tarde, o deputado acaba correspondendo aos que não têm nenhum motivo para acreditar nele. Há seis meses, esteve na CPI da Petrobras sem ser chamado. Foi prestar um “depoimento espontâneo”. Perguntaram-lhe se tinha conta na Suíça ou em paraísos fiscais. E foi por livre e espontânea vontade que Cunha respondeu:

    — Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta que está declarada no meu Imposto de Renda. E não recebi qualquer vantagem ilícita ou qualquer vantagem com relação a qualquer natureza vinda desse processo.

    Hoje, submetido à mesma indagação, Cunha recomenda aos curiosos que procurem o seu advogado. Reage assim porque conhece as normas da Casa que dirige. Sabe que a mentira e a omissão de patrimônio constituem quebra de decoro parlamentar. Algo que pode levar à cassação do mandato.

    Deve-se à Promotoria da Suíça o sumiço da valentia de Cunha. O deputado perdeu a língua depois que a Procuradoria-Geral da República confirmou ter recebido das autoridades suíças dados sobre contas secretas que têm o presidente da Câmara e familiares dele como beneficiários. São bem fornidas. Armazenam algo como US$ 5 milhões, já devidamente retidos.

    Por muito menos, a Câmara passou na lâmina o mandato de André Vargas, hoje recolhido à carceragem de Curitiba, na ala da Lava Jato. Numa época em que ainda era o orgulho do PT e ocupava a vice-presidência da Câmara, Vargas embarcou num jatinho fretado pelo doleiro Alberto Youssef para uma viagem de férias com a família. Pilhado, subiu à tribuna para negar o inegável. E amargou uma cassação escorchante. Votaram ‘sim’ 359 dos presentes à sessão. Apenas um deputado disse ‘não’. Contabilizaram-se meia dúzia de abstenções.

    Afora a relação atribulada que mantém com a verdade, Cunha notabiliza-se pela ostentação da esperteza. Na sua passagem pela CPI, o deputado despejou sobre os colegas a célebre versão segundo a qual a Procuradoria pegou no seu calcanhar sob influência do governo. “Querem transferir a crise do outro lado da rua para cá”, disse, referindo-se ao pedaço de asfalto que separa o Palácio do Planalto do Congresso Nacional.

    Antes da revelação sobre as contas na Suíça, já era difícil engolir a teoria conspiratória de Cunha. Para digerí-la, era necessário supor que participavam do complô: o procurador-geral da República Rodrigo Janot; os delegados e os procuradores da força-tarefa da Lava Jato; o juiz Sérgio Moro, que remeteu os dados para Brasília; e até o ministro Teori Zavascki, que abriu o inquérito no STF. Como se fosse pouco, exige-se agora que a Promotoria da Suíça também seja incluída no rol dos conspiradores.

    Cunha foi muito aplaudido na CPI. Mais: afagaram-no com rasgados elogios. Pior: concederam-lhe um atestado prévio de bons antecedentes. O líder do PSDB, Carlos Sampaio, talvez se arrependa do comentário que dirigiu a Cunha naquele fatídico dia 12 de março: “Vossa excelência não perde em momento nenhum a autoridade para presidir essa Casa.”

     

     

    A autoridade de Eduardo Cunha, que já era de vidro, se quebrou. Ao converter uma CPI de fancaria em palco do seu “depoimento espontâneo”, o morubixaba da Câmara esqueceu de observar um velho ensinamento atribuído a Tancredo Neves: “A esperteza, quando é muita, engole o dono.” Até aqui, a banda muda da Câmara passava por cúmplice. Agora, passa também por otária.

  7. Lula “fez o lobby” na Guiné
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    Lula “fez o lobby” na Guiné

    O STF autorizou a PF a interrogar Lula.

    Um documento revelado neste sábado pela Época incrimina-o antes mesmo do interrogatório.

    Em 2013, Lula foi à Guiné Equatorial num jato particular fretado pela Odebrecht.

    Ali, encontrou-se com o vice-presidente do país.

    A embaixadora brasileira testemunhou a conversa entre os dois e reproduziu-a num despacho para o Itamaraty:

    “Lula citou telefonema que dera ano passado ao Presidente Obiang sobre a importância de se adjudicar obra de construção do aeroporto de Mongomeyen à empresa Odebrecht (este aeroporto servirá às cidades de Mongomo, terra de Obiang, e à nova cidade administrativa de Oyala)”.

    Como disse a reportagem:

    “Lula falou como homem de negócios. Disse que estava ali para conseguir contratos para a Odebrecht. Usou sua influência sem meias palavras. O mais poderoso lobista da Odebrecht entrava em ação”.

     

    O caixeiro-viajante que viaja de jatinho

     

    1. vá se informar melhor seu inútil.

      vá se informar melhor seu inútil. é issso que dá só ler época, veja, globo….

      essa obra nem saiu como o Lula pode ter culpa.

  8. Cachoeira, o intransitivo
    O

    Cachoeira, o intransitivo

    O bandido Carlinhos Cachoeira, tratado como “contraventor” pela imprensa, pegou mais 3 anos de cana por ter comprado um delegado que fazia as vezes de seu informante.

    Com mais essa condenação, Carlinhos Cachoeira já acumula 40 anos de prisão. Mas está solto, porque espera as penas transitarem em julgado, uma evidente excrescência que o Ministério Público Federal luta para banir e, assim, começar a dar um fim à impunidade no Brasil.

    Os jornais quiseram ouvir Carlinhos Cachoeira, mas o seu advogado, Nabor Bulhões, informou que o cliente estava viajando. Compreende-se: o “contraventor” intransitivo deve estar estressado e precisa espairecer.

  9. Como pode um cara condenado

    Como pode um cara condenado 40 anos, ficar solto ? Isso deixa qualquer um indignado.

     Carlinhos Cachoeira é condenado por ter delegado da PF como informanteEstadãoGoiânia – O empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, foi condenado a três anos de prisão por violação de sigilo funcional por contar com um delegado da Polícia Federal como seu informante. A decisão do juiz Carlos Roberto Alves dos Santos, da 11ª Vara da Justiça Federal em Goiânia, ocorreu em 23 de setembro, mas só foi divulgada nesta sexta-feira, 2, pelo Ministério Público Federal. Segundo os procuradores, as penas contra o contraventor acusado de comandar uma rede de jogos ilegais já somam mais de 40 anos de prisão.

     

    De acordo com investigações da Operação Monte Carlo, que prendeu Cachoeira em 2012, o contraventor pagou R$ 200 mil para contar com os serviços do delegado da Polícia Federal Fernando Antonio Heredia Byron Filho, que está foragido. Eles se comunicariam por meio de aparelhos de rádio habilitados no exterior para tentar escapar de escutas telefônicas. O papel do delegado era garantir a exploração de máquinas de caça-níqueis, vazar e direcionar investigações para favorecer o empresário.

     

    A condenação é atípica porque violação de sigilo funcional geralmente é um crime atribuído a funcionário público, o que foi alegado pela defesa. No entanto, para o juiz, mesmo Carlinhos Cachoeira não sendo servidor, “houve inegável violação de sigilo funcional”. “Embora se trate de crime formal (praticado por servidor contra a administração pública), há nos autos farta prova do que se poderia chamar de objeto material de conduta delitiva”, justificou.

     

    Seis crimes

     

    Com a decisão, Cachoeira completa seis crimes pelos quais foi condenado: associação criminosa, corrupção ativa, advocacia administrativa, peculato e violação de sigilo funcional por duas vezes. Com as condenações anteriores, ele já tinha somado 39 anos e 8 meses de prisão. No entanto, ficou preso somente por nove meses, no presídio da Papuda, em Brasília.

     

    Cachoeira responde em liberdade porque as ações penais ainda não transitaram em julgado, cabendo recursos em instâncias superiores. Segundo seu advogado, Nabor Bulhões, ele não iria falar sobre a condenação porque estava viajando.

     

    Esta semana, o juiz federal Alderico Rocha Santos também condenou 46 réus envolvidos em outra etapa das denúncias e pediu o bloqueio de bens de Cachoeira e dos condenados.

     

    Escândalo

     

    O nome do contraventor surgiu em 2004, quando uma gravação mostrava Waldomiro Diniz, então assessor da Presidência da República para Assuntos Parlamentares no governo Luiz Inácio Lula da Silva, cobrando propina de Cachoeira. Diniz elaborava uma medida provisória para legalizar os bingos no País e foi exonerado. O vídeo havia sido gravado dois anos antes, quando o ex-assessor presidia a empresa de loterias estaduais do Rio de Janeiro (Loterj), no governo Anthony Garotinho. Waldomiro Diniz e Cachoeira foram condenados em 2012 por corrupção e fraude contra a lei de licitações.

     

    Cachoeira já foi investigado por duas operações da Polícia Federal, além de ter sido alvo de uma CPI mista no Congresso. A Operação Monte Carlo apurou a máfia dos jogos de azar e suas ligações com políticos e empresários, principalmente no Distrito Federal e em Goiás. Já a Operação Saint-Michel investigou a participação do grupo de Cachoeira na tentativa de fraudar uma licitação para o serviço de bilhetes eletrônicos no DF.

     

    A CPI mista foi instalada após a divulgação dos resultados da Operação Monte Carlo, que mostrava Cachoeira como líder do esquema de jogos ilegais. A comissão especificava mais de uma dezena de crimes cometidos pelo contraventor e seu grupo. Na lista estão corrupção, formação de quadrilha, fraude em licitações e tráfico de influência.

     

  10. Dólar fecha semana abaixo de R$ 4 e bolsa tem maior alta

    Dólar fecha semana abaixo de R$ 4 e bolsa tem maior alta em dez meses

    Agência Brasil

    Dolar-Moeda estrangeira

    Dolar-Moeda estrangeiraMarcello Casal Jr/Agência Brasil

    Em um dia de otimismo nos mercados externos e de anúncio de medidas de reforma da gestão pública no Brasil, o dólar fechou no menor valor em 15 dias e a Bolsa de Valores de São Paulo teve a maior alta em dez meses. O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (2) vendido a R$ 3,946, com baixa de R$ 0,057 (-1,42%). O índice Ibovespa subiu 3,79% e fechou a 47.033 pontos.

    A alta da bolsa foi a maior desde 21 de novembro de 2014. Apesar de ter subido 4,9% nesta semana, o Ibovespa acumula queda de 6% em 2015. As ações da Petrobras, as mais negociadas, subiram 10,68%. O dólar encerrou o dia no menor valor desde 17 de setembro (R$ 3,882). A divisa acumula queda de 0,75% na semana e de 48,4% no ano.

    O dólar iniciou o dia em alta. Na máxima do dia, por volta das 10h, chegou a ser vendido a R$ 4,04. A cotação, no entanto, começou a cair no fim da manhã, após o anúncio da reforma ministerial que extinguiu oito ministérios e cortou 30 secretarias. O mesmo ocorreu com o índice Ibovespa, que caiu no começo da sessão, mas inverteu a tendência depois do anúncio.

    No cenário externo, contribuiu para a alta da bolsa e do dólar o recuo no mercado de trabalho norte-americano. O Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgou que o país criou 136 mil postos de trabalho em agosto e 142 mil postos de trabalho em setembro, a menor criação em dois meses em mais de um ano.

    Os números mostram desaceleração da maior economia do planeta. Um eventual atraso na recuperação dos Estados Unidos indica a possibilidade de o Federal Reserve, Banco Central do país, adiar o aumento de juros.

    O adiamento favorece países emergentes, como o Brasil, porque desestimula a fuga de capitais para os títulos do Tesouro norte-americano, considerados o investimento mais seguro do planeta.

    http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2015-10/dolar-fecha-semana-abaixo-de-r-4-e-bolsa-tem-maior-alta-em-dez-meses

     

  11. Alemanha, 25 anos depois

    ALEMANHA

    Para alemães, Reunificação ainda não está concluída

    Vinte e cinco anos depois, alemães dizem que a reunificação do país é bem-sucedida e serve de modelo, mas que ainda há o que fazer para acabar com as diferenças entre Leste e Oeste, conclui pesquisa encomendada pela DW.

    Deutschland Symbolbild Bevölkerung schwarz rot gelb

    Há cada vez menos ossis e wessis, constatou recentemente o presidente da Alemanha, Joaquim Gauck, com satisfação. E ele está certo. Um quarto de século depois da Reunificação, o sentimento de unidade prevalece sobre o antigo padrão Leste-Oeste, principalmente entre os jovens com menos de 30 anos, de acordo com uma pesquisa do instituto alemão Infratest-Dimap, encomendada pela DW.

    Os pesquisadores ouviram mais de mil alemães maiores de 18 anos sobre a Reunificação. Termos como ossi – como os antigos alemães-orientais eram chamados popularmente – e wessi – para os alemães-ocidentais – estão caindo em desuso. Para um jovem que, por exemplo, nasceu em Dortmund (Oeste) e cresceu em Dresden (Leste), essa divisão não faz mais muito sentido.

    Infografik Einstellungen zur Wiedervereinigung BRA

    Juventude otimista

    As pessoas que hoje têm entre 18 e 29 anos fazem uma avaliação positiva da Reunificação. Para 90% delas, trata-se de um exemplo para para outros países. Quase 80% afirmam que a unidade do país é bem-sucedida – um percentual maior do que entre os seus pais e avós.

    Mesmo nos casos em que a Reunificação não se provou tão fácil, os participantes nascidos em anos próximos da queda do Muro de Berlim têm uma visão simpática sobre o assunto: apenas 58% afirmam que a Reunificação continua inacabada, o que também é bem menos que os mais velhos.

    E as pessoas que só conhecem o Muro de Berlim de livros, filmes e da história têm pouco interesse sobre os custos financeiros da unificação. Apenas 30% dizem que ela custou demais.

    Diante desses números, não é uma surpresa que os mais jovens também façam um balanço pessoal positivo. Dois terços dos entrevistados entre 18 e 29 anos afirmam que foram beneficiados pela Reunificação, enquanto que, entre os mais velhos, apenas um em cada dois afirma o mesmo.

    Infografik Persönliche Folgen der Wiedervereinigung Brasilianisch

    Satisfeitos com a Reunificação

    O desemprego no Leste continua sendo maior do que no Oeste. Mesmo assim, dois entre cada três alemães orientais estão satisfeitos com a Reunificação – isso é 10% menos que na parte ocidental.

    Perguntados se o processo da reunificação já está concluído, os alemães orientais são mais críticos do que os ocidentais.

    Por outro lado, oito em cada dez entrevistados afirmam que a unificação alemã é exemplar e poderia servir de modelo para outros países. Em relação a esse ponto, os alemães do Leste e do Oeste estão de acordo (respectivamente 77% e 84% dos entrevistados).

    Apesar de os alemães orientais serem mais pessimistas na avaliação global da Reunificação, eles são mais otimistas quanto às experiências pessoais. Mais de dois terços deles dizem que se beneficiaram com o processo, enquanto que, no país como um todo, um em cada seis diz que a queda do Muro e a Reunificação trouxe mais consequências desfavoráveis.

    http://www.dw.com/pt/para-alem%C3%A3es-reunifica%C3%A7%C3%A3o-ainda-n%C3%A3o-est%C3%A1-conclu%C3%ADda/a-18758451

     

        1. Minha cara e preclara

          Minha cara e preclara amiga,

            Vc tem o meu mail.—aliás o blog inteiro tem.

             Mas eu não tenho o seu,

              Então, quem escreve pra quem ?

             rs,

                     Um abraço carinhoso !

  12. E o final de semana chega com

    E o final de semana chega com pelo menos duas notícias favoráveis à oposição: a entrega de Lula a Moro pelo STF, e a desaprovação das contas de Dilma pelo incompetente TCU, representado por Nardes.

    Eduardo Cunha, que poderia ser o centro das atrações, será ofuscado com a novidade sobre Lula, pois é disso que se cuida e cuidará até que se ponha as algemas nas mãos dele. 

    Nos primeiros movimentos tomados para a nova prisão de Dirceu, li num dos bogues sujos, artido de um jornalista que dizia sbae por fontes fidedignas que após Dirceu viria Palocci, e que o ano não terminaria sem que Lula não estivesse nas mãos de Moro. Infelizmente tenho pouca memória, daí não lembrar do nome desse jornalista. 

    Estamos em outubro. Por que não acreditar nessas previsões? Vamos ver que Moro e sua tropa vai arrastar essa situação até dezembro, enchendo a Internet e toda a imprensa contra o ex-presidente. Que Deus ilume Lula.

    1. Tudo como dantes…

      Cara Maria, o PIG,  e seu “escudeiro” Moro, precisavam desviar a atenção da sociedade, que estava se concentrando no E.C, e outros achacadores, que gradativamente estão sendo desmascarados, e nada melhor, que um nome de pêso, para isso, e o Lula… 

      Entretanto, esta convocação dele, e dos demais citados(quase trombeteados) pela grande mídia, não afetam suas credibilidades, pois eles poderão até usar da prerrogativa constitucional, de ficarem em silêncio, durante o interrogatório ao qual ficarão expostos,pois o STF, declarou-os apenas como informantes, poetanto nem testemunhas, nem indiciados em nada. Que a imprensa, vai fazer de tudo, para tentar convencer aos menos esclarecidos, que eles estariam sendo interrogados como participantes(ou cúmplices) dos processos envolvendo corrúptos e corrúptores, ah isso vai…

  13. A Al Qaeda não é mais terrorista?

    Terroristas: EUA, OTAN e países do Golfo

     

     “Os ataques devem atingir o estado islâmico, apenas o estado islâmico”, disse François Hollande, presidente da França. Vários países reunidos ontem em Paris emitiram a seguinte declaração conjunta:

    “Nós, os governos da França, Alemanha, Qatar, Arábia Saudita, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos da América declaramos o seguinte tendo em vista as recentes ações militares da Federação Russa na Síria:

    Nós expressamos nossa profunda preocupação no que concerne à escalada militar russa na Síria e, especialmente, os ataques pela Força Aérea da Rússia sobre Hama e Homs ontem que levaram a mortes de civis e não tinham como alvo o Da’esh.

    Estas ações militares constituem uma nova escalada e só vão alimentar mais o extremismo e a radicalização.

    Apelamos à Rússia para que cesse imediatamente seus ataques à oposição síria e civis e concentre os seus esforços na luta contra o ISIS.”

    Caso falassem apenas da morte de civis seria a mais hipócrita declaração possível. Neste exato momento a Arábia Saudita bombardeia o Iêmen. Há poucos dias matou mais de cem civis num único ataque. A Turquia segue massacrando os curdos no seu território e no Iraque, muitos deles civis. Estados Unidos, França e Reino Unido são os três maiores assassinos da população civil em países estrangeiros. Na própria Síria, na Líbia, no Iraque, no Afeganistão, no Paquistão, no Iêmen, no Chade, na Somália, na Iugoslávia, etc. etc. e etc. apenas nos últimos vinte anos. 

    Todos estes governos possuem pleno conhecimento da presença terrorista da Al Qaeda na Síria. Tanto sabem disto que os apoiavam dissimuladamente. Agora é oficial: 

    “We call on the Russian Federation to immediately cease its attacks on the Syrian opposition and civilians and to focus its efforts on fighting ISIL.”

    Há poucos dias os americanos foram “humilhados” pelos seus mercenários do terror que fornecerem veículos e armamentos à Al Qaeda. Por quê já não reconheceram que este era o real objetivo? O fato apenas não deveria ser público naquele momento, tendo em vista que depois dos últimos acontecimentos foram forçados a admitir que a consideram oposição legítima ao regime sírio. Passou apenas uma semana e a abordagem mudou. Todos os demais grupos reconhecidos internacionalmente como terroristas agora são oposição? Não devem ser atacados? Para os que assinaram a declaração eles não praticam o terror e devem ser apoiados!

    Na semana passada a direção da Al Jazeera ordenou aos seus funcionários que abstivessem de chamar a Frente Al Nusra de Al Qaeda. A rede de comunicação é propriedade do governo do Qatar, um dos signatários da declaração conjunta. A produtora executiva de língua inglesa do grupo, Kelly Jarrett, em e-mail enviado aos empregados, disse:

    “A guerra na Síria é complexa, o campo de batalha está cheio de ideologias e objetivos concorrentes (…) nos já temos dificuldades o suficiente para ficar explicando a situação para incluir rótulos que induzam ao erro”.

    A realidade é que a Al Qaeda não é mais a organização que era e é irrelevante neste contexto. A Frente Al Nusra é parte da coalização rebelde da Síria, que é composta por vários grupos rebeldes armados, incluindo muitos que se baseiam na ideologia religiosa com várias fontes de financiamento. Os nossos telespectadores precisam entender que esses grupos armados constituem a principal oposição ao governo liderado pelo presidente Assad.”

    Esta mesma abordagem está começando a surgir na dita imprensa livre. Seja ela americana ou européia.

    Todos os grupos “rebeldes” sírios que se baseiam na “ideologia” religiosa são takfiristas. Para eles todos que “renegam Alá”, ou seja, todos que não seguem o wahabismo, a corrente mais retrógrada do islamismo sunita, devem se converter ou morrer. A grande patrocinadora mundial deste obscurantismo sangrento é a Arábia Saudita, outra signatária da declaração acima.

    Assim o mundo, com o apoio da mídia corporativa, assiste o retorno do terrorismo islâmico à sua origem. “Combatentes da liberdade” apoiados pelos americanos, europeus e árabes sunitas. Como foi no início, no Afeganistão. Obama apenas segue os passos de Ronald Reagan.

    A intervenção russa na Síria obriga o chamado mundo livre ou ocidental a reconhecer como seus os terroristas. Os mesmos que teriam atacado por vontade própria as torres gêmeas.

  14. Muito além da VW.

    Debaixo do caso da VW (e das outras montadoras que fazem o mesmo, mas ainda não foram pegas), há duas perguntas que ficam incomodamente não respondidas:

    1ª) os limites impostos pela legislação ambiental são justos e compatíveis com a tecnologia existente?

    2ª) é o fim dos carros a diesel? A questão é quase irrelevante para o maior mercado consumidor do mundo, os Estados Unidos, mas crucial para o mercado europeu.

    Do Diário de Notícias de Lisboa

    Dieselgate. Cerco à indústria automóvel pede alternativas. É o fim do gasóleo?

    por Rafaela Burd Relvas   Hoje

    Dieselgate. Cerco à indústria automóvel pede alternativas. É o fim do gasóleo?

    A fraude das emissões afetou mais do que a credibilidade da VW. A indústria consegue ter motores diesel que cumpram os parâmetros exigidos pela UE ou tem de se virar para outras energias?

    Não foi assim há tanto tempo. Era a década de 1990 e as autoridades europeias incentivavam a indústria automóvel a investir tudo o que tinham nos carros a diesel, que emitiam menos dióxido de carbono do que os carros a gasolina. Agora, o escândalo da manipulação das emissões de gases poluentes fez muito mais do que arrasar a credibilidade da maior fabricante automóvel do mundo. Passadas apenas duas semanas desde a confissão de culpa da Volkswagen, ninguém arrisca dizer que esta fraude é a sentença de morte do diesel, mas uma coisa é certa: a indústria dos carros a gasóleo está cercada por reguladores e por alternativas mais verdes e já não tem como fugir à mudança de paradigma.

    Qualquer que seja o futuro da indústria, o escândalo das emissões nunca será o culpado da mudança; será só o catalisador. Muito antes do 18 de setembro de 2015, quando a VW assumiu a instalação do software que permite a manipulação de emissões de óxido de nitrogénio, já as autoridades europeias tinham os carros a diesel na mira. “O foco está a virar-se para a qualidade do ar, o que levanta questões sobre a viabilidade destes carros, que emitem muito mais gases prejudiciais à saúde”, comenta Alessandra Agnello, analista da Petromatrix.

    Aliás, lembra António Comprido, presidente da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas, “os motores produzidos desde 1 de janeiro de 2015 já cumprem a nova norma”, Euro VI, que “tem exigências muito maiores”. Não é difícil, por isso, prever uma quebra das vendas de carros a gasóleo, até porque as novas normas “vão aumentar os custos de produção, o que irá refletir-se nos preços de venda”, aponta ao Dinheiro Vivo Anna-Marie Baisden, analista da BMI Research.

    Este aumento nos custos de produção vai ser motivado por um maior escrutínio dos reguladores, testes mais rigorosos aos fabricantes automóveis e, em última instância, um agravamento dos impostos ambientais, se se concluir que o gasóleo é mais poluente do que se pensava.

    Em Portugal, por exemplo, já é esse o caminho fiscal que tem sido seguido. Os impostos ambientais totalizaram 3,87 mil milhões de euros em 2014, um aumento de 4,2% face ao ano anterior e um valor que coloca Portugal acima da média europeia quanto ao peso destes impostos no total das receitas fiscais (6,4% contra 6,3%). Uma das consequências destes três fatores “é já de médio prazo: “os carros a diesel de pequena cilindrada vão, pura e simplesmente, acabar”. A certeza é de António Costa e Silva, presidente da Partex, que explica que “a competição na indústria é muito grande e as margens são diminutas”. Além disso, sublinha, as fabricantes vão ter de instalar sistemas de controlo de emissões que custam entre 1300 e 1500 euros por motor. “Com as margens já reduzidas, é muito difícil os carros de pequena cilindrada manterem-se no mercado e, se calhar, vão acabar em menos de uma década.”

    Mas “é exagerado dizer que os carros a diesel vão terminar”, ressalva o presidente da Partex. E é essa, também, a posição das petrolíferas. Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa, diz não ter dúvidas de que a fraude levada a cabo pela VW vai dar “um impulso a uma energização alternativa”, mas não é possível que isso aconteça amanhã. Desde logo porque “não se pode deitar para a lixeira, de um dia para o outro, centenas de milhões de carros”. Os números são conhecidos: os carros a diesel representavam, no ano passado, 53,6% dos novos registos de carros na União Europeia. Em Portugal, o domínio é ainda mais expressivo: em 2000, quando países como a Áustria já tinham mais de 60% da frota automóvel movida a gasóleo, este combustível só representava 24,2% da frota portuguesa: em 2014, já representava 71,2%. De qualquer forma, diz Nuno Ribeiro da Silva, o escândalo das emissões deixou a questão no ar. “Consegue a indústria automóvel, a custos competitivos, ter no mercado motores diesel que cumprem os parâmetros estabelecidos de qualidade do ar?”

    Vai ser difícil. Principalmente “se se chegar à conclusão de que, generalizadamente, mais gente manipula valores”, o que “levaria a uma completa mudança de paradigma”, aponta António Comprido. É que, mesmo que os valores não sejam manipulados, os testes que existem atualmente nunca resultam em valores fiáveis. A própria BMW admite isso. “Os testes são feitos em rolos, com o carro parado. Portanto, os consumos e emissões que são anunciados não correspondem à realidade, porque é diferente o carro estar em rolos, sem atrito de massa de ar, ou estar na estrada. Esse esforço não é refletido nos testes” e, por isso, “nenhuma marca apresenta valores que correspondem à realidade, mas nenhuma está a cometer um crime”, explica João Trincheiras, diretor de comunicação da BMW Portugal. Não sendo um crime, levanta questões de transparência. “Um consumidor compra um carro que a marca diz que gasta menos de 4 litros aos 100 e nunca consegue gastar menos de 6 litros”, exemplifica.

    Assim, apesar de “ainda ser cedo para tirar conclusões”, certo é que “não vai ficar tudo na mesma”, assegura o presidente da Apetro. “Deverá haver um maior investimento, outra vez, nos motores a gasolina e noutros combustíveis alternativos – não vamos negar que isso está em cima da mesa”, detalha. E o desafio não é só para a indústria automóvel. No meio do escândalo, a indústria petrolífera não sai sem marcas. “Há uma tendência que coloca um desafio à indústria, que é a questão de a mobilidade elétrica ser, hoje, uma alternativa que começa a fazer sentido e a ter expressão”, reconhece Ribeiro da Silva. Não é por acaso, aliás, “que há 15 anos que o peso do petróleo no cabaz de produtos energéticos a nível mundial está a cair”. E não é por acaso que “em sociedades já altamente motorizadas, como os EUA ou a Europa, os consumos de combustíveis petrolíferos tem vindo a cair consistentemente”. Não é “porque haja menos carros, é porque os carros consomem menos e porque as pessoas têm alternativas de mobilidade”. A própria Galp, apesar de não comentar o caso da VW, reconhece ao Dinheiro Vivo que “acompanha as grandes tendências mundiais e promove ativamente a adoção de práticas mais sustentáveis por parte dos seus clientes, disponibilizando, neste caso, os combustíveis mais avançados, eficientes e amigos do ambiente”, como o gás natural. No pior dos cenários para a evolução do gasóleo, vai ser este o escape da indústria petrolífera. “Havendo uma mudança para o gás natural, as petrolíferas já lá estão”, diz o presidente da Endesa. O desafio já existe. “A VW só o acelera”, remata.

    Próximo paradigma

    Qual é então o próximo momento da indústria automóvel? Os elétricos e o gás natural. “Sem dúvida nenhuma que o escândalo da Volkswagen vai favorecer a solidez e o maior desenvolvimento dos veículos elétricos e a gás, que já começaram a penetrar nos EUA e cujas emissões são cerca de 40% inferiores face aos carros movidos a combustíveis fósseis”, acredita Costa e Silva. Mesmo o gás, que, em Portugal, por exemplo, era posto de lado pela maioria dos condutores, por não poder entrar em garagens, vai ser uma alternativa séria. “O normativo de não entrar em garagens já foi alterado” e “o gás natural tem-se tornado mais barato nos EUA”, onde está a haver “uma reconversão muito intensa da frota movida a gasolina ou gasóleo”, salienta o presidente da Endesa.

    Mas, para isso, vai ser preciso investimento e disponibilidade por parte dos consumidores. “A capacidade dos combustíveis alternativos para aproveitar esta situação depende de um número de fatores, como os custos, infraestrutura e conveniência”, salienta Anna-Marie Baisden. França “seria um dos países mais bem posicionados para promover os carros elétricos como alternativa, porque o governo investiu em infraestrutura de carregamento e já anunciou que vai financiar um programa de incentivo para substituir os carros por alternativas elétricas”, acrescenta. A analista alerta que os elétricos “não vão representar o mesmo volume de vendas que os carros a diesel”, mas sublinha que este é “o momento oportuno para os carros elétricos”.

    Também é oportuno em Portugal? “Infelizmente, as pessoas estão pouco preocupadas com as emissões de CO2. Pensam numa lógica de “façam os outros” e continuam a fazer o mesmo”, critica António Sá da Costa, presidente da Associação Portuguesa do Veículo Elétrico (APVE). Mas, mesmo que demore algum tempo, não há como parar a mudança. “Costumo dizer que a idade do petróleo não vai acabar por falta de petróleo, da mesma forma que a idade da pedra não acabou por falta de pedra; houve foi uma mudança na tecnologia e aqui também vai haver uma mudança de paradigma”, garante. Até porque, independentemente do escândalo das emissões, os condutores vão acabar por ver as vantagens: menos de 1,5 euros chega para fazer um carro elétrico andar 100 quilómetros, o seguro é mais barato, o imposto de circulação não existe, a manutenção é quase desnecessária, enumera Sá da Costa. Sem falar, claro, da vantagem ecológica: “o meu carro emite menos de 5 gramas de CO2 por quilómetro, quando a diretiva europeia diz que as emissões não podem passar dos 110 gramas por quilómetro”.

    O que falta? Por um lado, não há pressão para que se construa uma rede maior de abastecimento, aponta Sá da Costa. Uma situação que, acredita, vai mudar depois desta fraude. Por outro, há o maior entrave à utilização dos elétricos, reconhecido pelas próprias marcas que investem nestes carros. “Ainda não temos baterias que consigam armazenar energia suficiente para autonomias superiores a 200 quilómetros”, diz o diretor de comunicação da BMW. “O sucesso dos motores de combustão deve-se à facilidade de transportar e de armazenamento dos combustíveis líquidos”, diz. Já no caso dos elétricos, na melhor das hipóteses, existe o carregador rápido, que, teoricamente, “carrega 80% das baterias em 30 minutos”. A questão da autonomia “faz com que estes veículos só possam ser usados em deslocações urbanas”, mas um estudo da BMW conclui que, em média, as pessoas conduzem 37 quilómetros por dia. Ou seja, “para uma utilização diária normal, o carro elétrico está perfeito”. Depois, há o já incontornável dieselgate. “Não sabemos exatamente qual será a dimensão, mas seguramente que vai haver um impacto” para as outras marcas, diz João Trincheiras. Para uma marca onde os carros a gasóleo são responsáveis por mais de 90% das vendas e que, ainda por cima, é alemã, “a notícia é péssima”. O que nos leva, de novo, à alternativa elétrica. “A única coisa boa desta crise é que pode ser um boost para o BMW i [modelo elétrico da marca alemã”, brinca João Trincheiras. Atualmente, a BMW Portugal vende cerca de dez carros elétricos por mês e, no final deste ano, deverá ter vendido 100 destes carros, o que representará à volta de 1% das vendas totais. Mas o facto de ser uma das pioneiras neste segmento vai ser um fator decisivo no futuro. “Normalmente, quem arranca do princípio tem uma posição de vantagem face aos outros quando o sistema der a volta”, diz o diretor de comunicação.

    A Renault, por seu lado, admite que o escândalo das emissões tem um impacto em toda a indústria, mas garante que não será o responsável por uma mudança de estratégia, até por que a aposta na eletricidade já faz parte do plano da empresa. “O carro elétrico já era uma questão estratégica para a Renault e vai continuar a ser”, salienta Ricardo Oliveira, responsável pela comunicação da empresa em Portugal. O caso da VW vai levar as pessoas a olhar para o carro elétrico de outra forma? “Vamos ver.” Mas “as pessoas já estão a olhar para o elétrico de outra forma e, em Portugal, as vendas vão duplicar”. Essa tendência já começa a verificar-se na União Europeia. O número de registos de carros movidos a energias alternativas aumentou 17,4% no segundo trimestre deste ano e já totaliza 143.595. Destes, mostram dos dados da Associação Europeia dos Construtores Automóveis, foram os carros elétricos que mais cresceram (53%), passando de 18 mil unidades no segundo trimestre de 2014 para 27.575 no final de junho deste ano.

    Num momento incerto para a indústria, António Costa e Silva tem uma certeza: a era em que as inovações eram ditadas pelos players tradicionais da indústria automóvel… já era. Agora, a inovação vem de fora, “com a Tesla, com as baterias da LG e da Panasonic, com os sistemas de informação da Google e da Microsoft”. Das duas uma, resume: ou a indústria automóvel reage, ou “arrisca-se a ser uma assembler das inovações dos outros sectores”.

     

  15. A transformação das ruas do centro de Londres

    A transformação das ruas do centro de Londres

     Publicado em 02/10/2015 por  Centro de Londres

    Centro de Londres

    “Tudo funciona melhor em uma cidade, quando nos preocupamos com as necessidades das pessoas e não com as dos carros”

    Iain Simmons, City of London Corporation

    Iain Simmons é o simpático diretor assistente da City of London Corporation. Em uma entrevista concedida para o site StreetFilms ele apresenta as principais intervenções realizadas nos últimos anos no centro da cidade. Todas elas apontam para uma mesma direção: a valorização do espaço público como o lugar da sociabilidade.

    Pesquisas indicaram que a maioria das pessoas queria ruas diferentes. Para realizar esta transformação, foi necessário desmontar parte da estrutura urbana anterior, que entendia o espaço da cidade como área de circulação de veículos. Uma das principais medidas foi a definição de um novo limite de velocidade para a região central da cidade: 20 milhas por hora, o equivalente a 32 km/h. Além disto, várias travessias de pedestres foram redesenhadas. Em algumas delas foram instaladas lombadas que eliminaram o desnível entre a calçada e a faixa de travessia. Assim, são os veículos que devem subir na faixa para cruzá-la, o que também serve como limitador de velocidade.

    Foram empregados materiais de acabamento e design de alta qualidade. Todo o mobiliário especificado possui sofisticado desenho que ajuda na qualificação do ambiente urbano. Segundo Iain, estas ações permitiram aos motoristas uma leitura mais clara do espaço público. Eles passaram a identificar estas áreas como de uso prioritário de pedestres, o que as tornou mais seguras.

    Em algumas ruas as calçadas dobraram de tamanho e passaram a ter 6 metros de largura. A paginação do piso marca o tamanho das antigas calçadas. Apesar da diminuição do espaço das vias o volume de tráfego permaneceu o mesmo. Com mais espaço para os pedestres, foram instalados mais bancos, fontes e árvores foram plantadas. O novo desenho das ruas fez com a velocidade dos veículos diminuísse.

    Com o espaço organizado de forma mais clara e didática, cada um dos atores das ruas passou a adotar um comportamento mais respeitoso em relação aos demais: pedestres não atravessam mais fora das faixas, bicicletas respeitam os pedestres, e os carros evitam ultrapassar as bicicletas. Conclusão, a velocidade máxima destas ruas passou a ser a das bicicletas, ou seja, menos do que o limite de 20 mph.

    Próximo à Catedral de St. Paul, uma das principais atrações turísticas da cidade, havia uma parada de ônibus. Durante quatro anos de paciente debate com a Igreja, as companhias de ônibus, e outros interessados, a CLC acabou os convencendo das vantagens de se transformar o local. Deste modo a parada de ônibus foi ligeiramente transferida de local e em seu lugar surgiu um espaço urbano de alta qualidade na paisagem londrina. A pequena praça criada melhorou a visualização da Igreja, assim como a conexão ao seu complexo entorno.

    Uma série de ciclovias estão em construção no centro de Londres. Apesar do limite de 20 mph, ainda ocorrem mortes de ciclistas na cidade. As ciclovias são instaladas nas vias de maior tráfego e com maiores índices de acidentes.

    Estas intervenções urbanas foram alvo de muitas críticas. Algumas afirmaram que o caos se abateria sobre Londres, transformando a cidade em pedaços. Apesar disto Iain afirma que as previsões catastrofistas “Jamais se realizaram”. Qualquer semelhança com o que vivenciamos em São Paulo (e em outras cidades brasileiras), não é mera coincidência.

  16. Os vídeos do Porta dos Fundos

    “O Brasil e mais 192 países da ONU se comprometeram com 17 Metas Globais para o Desenvolvimento Sustentável”. Já produziram três vídeos abordando Corrupção e suborno, Igualdade e Gênero e Racismo, Todosmuito bem feitos, impactantes, mas o de hoje, sobre o Racismo, é uma porretada:

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=NxzUU-cZD1o%5D

     

  17. Amanhã pretendo escrever as 3

    Amanhã pretendo escrever as 3 formas de ler A Folha de São Paulo.

       Primeira forma, jornal impresso que já dei o endereço;Basta atiualizar pra le-lo todo dia,

        Segunda forma: Ler a Pensata pra quem gosta de ler articulistas.Lembro que nesse apêndice da Folha há uma montanha a mais de articulistas que não escrevem no Folha impressa.

                  O endereço é este :

                   http://www1.folha.uol.com.br/colunistas/

                    Os colunistas estão em ordem alfabética.Mas se vc quiser ler apenas os do dia,basta clicar em ”mais recentes”

                     A terceira opção é pra quem gosta de acompanhar minuto a minuto as notícias do dia 

                      Neste caso é aqui:

                       http://www.folha.uol.com.br/

                      Atenção: No meio do caminho é possível que seja pedido sua senha e mail.

                    Como sou assinante Uol , tenho direiro a 5 senhas que disponobillarei*( não consigo escrever essa palavra) 4 delas pra vcs,

                          Boa leitura !

                          Pensando bem > Esqueçam o amanhã, pois escrevi tudo hoje,

                   

  18. Pergunta pra todos:
      Eu

    Pergunta pra todos:

      Eu escrevi que minha mãe me levava na rua Direita,numa rádio famosa, pra ouvir cantores ao vivo.

       Era esquina com outra rua num prédio de 2/3 andares.

        Caminhando menos de 50 metros havia uma loja chamada ”Americana” aonde eu me deliciavacom sorvetes e petiscos.

               Alguém lembra o nome da rádio?: E da rua da esquina ?

                        Estou falando dos anos 50,

  19. Estou com saudades do arguto

    Estou com saudades do arguto Elio Gaspari.

       Diz ele que está no ‘semiaberto”( férias,)

        Toda pessoa intekigente e culta faz falta,

        Mesmo que pense diferente de mim,

              Estou tentando encontrar uma pessoa inteligente e culta no PT.( me refiro a jornalista)

          O único que encontrei foi Marcelo Coelho.

       Mas as colunas dele não me despertam tesão.

  20. Existe povo mais criativo ? Somos os reis da gabiarra.

    30 Provas de que o Brasileiro é o povo da Gambiarra!

    http://fatosmarcantes.info/30-provas-de-que-o-brasileiro-e-o-povo-da-gambiarra/?3241029402120451518=KJHSNBSD&c=1

    Churrasqueira

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    Batedeira de bolo

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    Ainda dá para usar

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    Toca CD

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    Quem aguenta esse calor ?

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    Emprestei a churrasqueira para o vizinho e ainda não devolveu, então..

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    Não dá para perder um minuto da conversa, o assunto é importante.

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    Na boa.

    gamb7

    Que bagulho doido é esse ?

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    Futuro consultor da NASA

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    Tem dia que não dá para tomar banho frio

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    Está rindo de que ?

    gamb14

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