Fora de Pauta

O espaço para os temas livres e variados.

Redação

18 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. http://cbn.globoradio.globo.c

    http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/miriam-leitao/2015/11/25/PRISAO-DE-DELCIDIO-POE-PROJETOS-ECONOMICOS-DO-GOVERNO-EM-DUVIDA.htm

    MIRIAM LEITÃO NO MURO DE BERLIM – Miriam Leitão é um ícone do jornalismo economico brasileiro, ganhadora do Premio Maria Moors Cabot, um dos mais importantes do jornalismo dos EUA, Miriam é uma fervorosa partidaria do neoliberalismo desde os tempos heroicos das grandes privatizações. Na juventude foi de ultra esquerda e a evolução de esquerdistas para o neoliberalismo doutrinario deixa as sequelas da conversão. Hoje no seu omentario radiofonico da CBN se superou.

    Disse que a Lava Jato deveria prosseguir não importa o que custasse para a economia, que os operadores da Lava Jato não deveriam se importar com a economia, deveriam ir em frente porque depois o pais ficaria melhor, à coté Sardenberg

    aplaudindo, bem pensante como é, não enxerga um palmo alem do sapato e não consegue sair do pensar pedestre.

    É uma loucura. É o mesmo que um general dizer à sua tropa que deveriam conquistar uma posição não importa quantos soldados morressem. Nenhum exercito do mundo civilizado tem tal doutrina hoje em dia. O custo de ganhar a batalha é tão importante quanto a vitoria. O mesmo se aplica à Lava Jato. Os custos colaterais tem que ser colocados na balança;

    Comabter a corrupção é uma batalha mas é preciso medir as perdas, o custo não pode ser ilimitado, a ponto de destruir

    sistemas e estruturas fundamentais do Pais que são insubstituiveis para o desenvolvimento futuro.

    Não são apenas os efeitos diretos sobre empresas e executivos. O clima de terrorismo contagia o ambiente de novas iniciativas pela aumento exponencial do nivel de risco de ser empreendedor. Poucas empresas no mundo são limpas como agua benta, entre as firmas bandidas e a Curia Metropolitana há um grande meio de campo de empresas normais mas que todo dia resvalam com areas de risco regulatorio, fiscal, de relações de consumo, cartel, operações de cambio.

    Se a vulnerabilidade do empresario é elevada a grau maximo muitos desistirão de empreender. Ao mesmo tempo que o empreendedor pode ser punido com extrema facilidade todos veem que em certas corporações de Estado funcionarios que cometem graves deslizes são punidos apenas com uma aposentadoria com salario e vantagens integrais.

     

    O processo de a pretexto de se combater corrupção destruir grandes empresas e agora um grande banco pode não fazer sentido porque a perda para o Pais sera mil vezes do que valia a corrupção. Digo destruição porque a prisão do principal executivo de uma grande empresa ou banco ao atingir pelo trauma a credibilidade da instituição pode leva-la à quebra.

    NOs EUA na crise de 2008, onde os malfeitos foram infinitamente maiores do que os que ocorreram no Brasil, não se prendeu nenhum banqueiro ou executivo de grande empresa, ao contrario, o Tesouro emprestou 700 bilhões de dolares para salva-los e não há nenhuma duvida que executivos cometeram mega fraudes e crimes financeiros.

    Não entra em jogo a moral ou a ética e sim a politica de realidade economica do Pais, do capital técnico, humano e de experiencia representado por essas empresas. Elas são parte do patrimonio nacional no sentido macro, porque estão dentro do Pais e nele dão empregos diretos e inderetos, mantem rede de fornecedores que fazem girar a economia,

    são contribuintes diretos e indiretos, mantem cidades e atividades especializadas, projetam o Pais no exterior.

    Entre Justiça e Estado, prevalece o Estado acima da Justiça. Nenhum Estado se deixa destruir em nome da Justiça.

    Quando terminou a Segunda Guerra o Secretario do Tesouro dos EUA, Henry Morgenthau, revoltado com a destruição que o nazismo produziu na Europa, propos ao Presidente Truman que se obrigasse a Alemanha a ser uma Pais exclusivamente agricola e pastoril para que nunca mais tivesse os meios de travar outra guerra. Morgenthau era movido por um sentimento de justiça e vingança, era judeu e estava traumatizado pelo o que se sabia do holocausto.

    Mas Truman representava a realpolitik dos interesses americanos no seu sentido mais lato de precisar no futuro da aliança

    da Alemanha para enfrentar o novo inimigo que despontava, a União Sovietica. O Plano Morgentahu foi arquivado, a Alemanha foi reindustrializada com dinheiro americano, a despeito dos crimes de guerra a recuperação alemã era

    mais importante para os EUA do que puni-la por seus pecados. Dez anos depois do fim da guerra um general alemão

    que serviu a Hitler, Hans Spiedel, era o comandante das forças terrestres da OTAN com quartel general em Paris.

    Nenhum Estado comete suicidio mas talvez estejamos inovando. Miriam Leitão está errada. A busca da Justiça não pode prevalecer sobre os interesses da economia que são os interesses do Estado, superiores ao da Justiça. Sua fala de hoje representa um erro imenso de avaliação da realidade objetiva, é melhor ter uma economia tendo nela alguns corruptos do que não ter economia nenhuma. O Pais melhor que ela vaticina pode ser um pais sem corruptos e sem empresarios.

    O abalo sobre o BTG é uma consequencia.  A queda de 40% das suas ações é uma prova cabal disso. A queda só foi amenizada porque o proprio banco entrou recomprando suas ações.Não vem ao caso se seu executivo chefe é um tipo execravel. O BTG tem como seu principal negocio administrar dinheiro de fundos estrangeiros, a prisão de seu emblematico CEO terá os desdobramentos esperados, não só sobre o proprio BTG, afetará outros bancos brasileiros por contaminação inevitavel, nunca um banco vai a lona sozinho, ele sempre arrasta outros.

    Nota zero para o jornalismo cego da Globo que ao fim vai atingir a propria organização Globo que vive da economia funcionando com todos os seus erros, pecados, maldades e desvios, no cemiterio não há anunciantes.

     

     

  2. O príncipe e o Captagon, a droga sintética

    No blog Informação Incorrecta

     

     

     

    Há quase um ano falámos do Captagon, a droga sintética utilizada pelos combatentes do Oriente 
    Médio. Na altura o blog relatava:

    Em 2013, o governo libanês já tinha apreendido 12,3 milhões de pílulas de Captagon perto da fronteira entre o Líbano e a Síria, enquanto a polícia turca ficou pelo 7 milhões de comprimidos. Além disso, as autoridades do Dubai têm relatado que uma outra apreensão, desta vez de 4,6 milhões de pílulas de Captagon em Dezembro do ano passado. Números que desaparecem perante os 55 milhões de pílulas que por ano são confiscados na Arábia Saudita: provavelmente, isso representa 10% do total que é contrabandeado no reino.E acerca da droga:
    O Captagon permite que os soldados lutem mais horas sem sentir fadiga, permite ficar activos por longos períodos de tempo com poucas horas de sono e sem reduções significativas do estado de alerta ou de desempenho: se capturados, os soldados podem resistir melhor à dor.

    O Captagon, muitas vezes misturado com haxixe ou outras drogas mais convencionais, é a causa dos estados de alteração das milícias: desta forma conseguem ultrapassar o medo, sentir-se imbatíveis e sempre prontos.Tudo confirmado, mas agora há algumas novidades.
    Mas antes um pouco acerca do passado.

    Hitler e o Pervitin
    A utilização de drogas para os soldados não é novidade. Tanto para falar dum conflito relativamente recente, já Wehrmacht, o exército do Terceiro Reich, fazia amplo uso de anfetaminas. de doping. O Dr. Theodor Temmler,, com o director dr laboratório Fritz Hauschild, tinha conseguido produzir uma metanfetamina sintética, patenteada como Pervitin (em 1937. Em seguida, os comprimidos eram regularmente distribuídos por médicos militares entre os soldados.
    Quando, em 1939, Hitler invadiu a Polónia, os médicos da Wehrmacht elogiaram os efeitos; afirmava Otto Ranke, psicólogo-chefe do exército:A substância tem grande valor militarPor isso, von Kleist, Guderian ou Rommel distribuíam o Pervitin aso soldados juntos com a racção de comida. E no momento da ofensiva contra os franceses através de Bélgica, a capacidade de resistência das tropas alemãs tornou-se um factor decisivo. 72 horas de avançada ininterrupta, tanto que o exército francês foi literalmente aniquilado, juntamente com o corpo de expedição inglês.Efeito surpresa, logística e superioridade técnica, sem dúvida: mas, como os ciclistas modernos também sabem, os soldados dopados podem ter um desempenho quase sobre-humano.

    O Captagon é o neto do Pervitin.

    O Captagon Sintetizada pelo primeira vez na empresa Degussa AG de Essen (Alemanha, óbvio) em 1961, a fenetilina (este o nome do composto-base do Captagon) foi utilizada ao longo de 25 anos para tratar as crianças com hiperactividade (!!!) e também para melhorar ilegalmente as prestações dos atletas.Até que, nos anos ’80, o Captagon foi proibido em muitos Países pois provoca dependência.

    A partir do começo da guerra na Síria, os grupos anti-governamentais tornaram-se os primeiros produtores mundiais de Captagon, que é subministrado misturado com a cafeína. A droga assim produzida é utilizada pelos grupos na Síria mas também é exportada para o Isis e para a Arábia Saudita e as restantes monarquias do Golfo. Segundo os dados ,40% dos drogados entre 12 e 22 anos de idade na Arábia Saudita utilizam o Captagon.
    Abdul Mohsen Bin Walid bin AbdulazizE aqui chegamos até as últimas novidades.No passado dia 26 de Outubro, duas toneladas de pílulas de Captagon escondidas em quarenta sacos foram apreendidas no aeroporto internacional de Beirute (Líbano) a bordo de um jacto particular dirigido na Arábia Saudita.

    Tem sido a maior apreensão de droga efectuada alguma vez no aeroporto da capital: o valor da droga é de 270 milhões de Euros, mais ou menos 1 bilião de Reais.

    As autoridades libanesas prenderam também cinco cidadãos sauditas. E entre eles havia o dono do jacto, o príncipe saudita Abdul Mohsen Bin Walid bin Abdulaziz. E este é um problema, pois a Abdul é membro da casa real saudita. Nada que a casa de Riad não possa controlar: o Líbano está profundamente endividado com a Arábia por via dos custos da reconstrução após as invasões israelitas. E o Ministro do Interior libanês, Nouhad Machnouk, já escolheu o silêncio, recusando comentários pois tudo está “nas mãos da justiça”.

    Todavia, fica ainda mais claros quais os vários meios de financiamento que a Arábia utiliza para apoiar tanto os “rebeldes moderados” da Síria quanto os terroristas do Isis.

    O reinado e a droga
    Al-Anoud Al-Fayez com as filhasMas não é a primeira vez que a Arábia tem problema com drogas. Aliás, este foi apenas o ultimo duma série de acontecimentos relacionados com substancias ilegais.É bastante conhecida a história sobre as filhas do falecido rei saudita Abdullah bin Abdul Aziz, Hala, Maha, Sahar e Jawaher, que ainda estão presa nos palácios reais não é um novo.

    A culpa? Em Abril de 2014, o site Al-Manar conduziu uma entrevista com o ex-esposa do rei saudita Abdullah bin Abdul Aziz. A princesa, de raízes jordanas, descobriu que as filhas estão sendo maltratadas porque descobriram que os prisioneiros no reino são injectados com drogas e torturados. De acordo com o testemunho de Hala Abdullah Abdul Aziz Al Saud: 
    Os prisioneiros sauditas ficam detidos nas alas psiquiátricas, injectados com drogas e sujeitos a tortura e humilhação.E o mesmo tratamento tocou a ela, pois tinha sido Hala a descobrir isso durante um dos seus estágios em alguns dos centros de doenças mentais. A saúde de Hala piorou até for isolada das suas irmãs.

    Isso não deve surpreender: o sistema prisional da Arábia é um dos piores do mundo. Uma reportagem de France 24, publicada em Agosto de 2015, mostram como os  prisioneiros sejam injectados ​​com heroína.

    Mas o problema não está apenas nas prisões: de acordo com as estatísticas da ONU, a Arábia Saudita é o primeiro entre os Países do Golfo por número de número de toxicodependentes cujas as idades se situa entre os 12 e os 20 anos. 10% dos estudantes de nível elementar (11 anos de idade e menos) são viciados em drogas; a percentagem aumenta para 33% entre os estudantes de nível intermediário (até 15 anos), e 38% para estudantes de nível secundário (até aos 18 anos de idade).
    E um papel de relevo é desenvolvido pelo Captagon: o mesmo relatório da ONU sobre as drogas no mundo (ano de 2013) mostra que um terço da quantidade global de Captagon que foi confiscado no mundo tinha sido encontrado na Arábia Saudita.
    Num documentário da BBC intitulado “Captagon: a droga da guerra Síria”, é explicado como os produtores de Captagon (os tais “rebeldes moderados”) consigam “montes de dinheiro” com a venda da droga aos Sauditas: este dinheiro é depois utilizado para comprar armas.
    Após a crise síria, alguns dos sírios tendiam a negociar Captagon e promovê-lo em troca de dinheiro e armas. Em parte, o Captagon é produzido na Síria, em parte nos Países do Leste europeu (em primeiro lugar a Bulgária), atravessa a Turquia para chegar na Síria e juntar-se à produção local. Daqui, como descrito, a droga entra no Líbano e espalha-se até os Países do Golfo.

    Ipse dixit. Fontes: The IndependentAl ManarArab NewsIl Corriere della SeraLook OutVoltaire Net,

    Alguns vídeos relacionados:France 24RTJourneyman (inglês)  بط اطنان من حبوب الكبتاجون المخدره (sem áudio)

     

    http://informacaoincorrecta.blogspot.com.br/#sthash.ATB7FlpU.dpuf

     

  3. Nassif
    O celular é o aparelho mais usado nestes tempos.
    Testei em quatro navegadores, vários sites jornalísticos, e:

    1- Seu site é bem mais lento que os de mais;
    2-Diferentemente dos demais, no seu as letras ficam muito miúdas obrigando o leitor a aumentar o tamanho delas.

    Espero estar contribuindo para a melhoria desse maravilhoso jornal.

  4. A diferença entre Teori e Moro. Por Carlos Fernandes

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-diferenca-entre-teori-e-moro-por-carlos-fernandes/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=a-diferenca-entre-teori-e-moro-por-carlos-fernandes

    A diferença entre Teori e Moro. Por Carlos Fernandes

    O ministro do STF, Teori Zavascki, vem desempenhando desde a sua posse na mais alta corte brasileira, um papel extremamente corajoso e determinante para o fiel cumprimento da Constituição Brasileira e a justa aplicação das leis.

    A sua atuação como relator do processo referente à operação Lava Jato está se revelando oposta à do juiz federal Sérgio Moro e os seus caçadores de uma sigla só. A sobriedade, o cuidado, a imparcialidade, a discrição e a tomada de decisões baseada na estrita confirmação dos fatos que tanto sobram em Teori e tanto faltam em Moro são motivos para acreditar que se de um lado existem atitudes seletivas, do outro temos a justiça, líquida e certa.

    Com a decisão inédita de autorizar a prisão de um senador no pleno exercício de seu mandato além da de um poderoso banqueiro com um velho histórico de relações nem sempre republicanas com sujeitos como Eduardo Cunha e Aécio Neves, Zavascki deixou todo o Congresso Nacional em estado de abatimento e preocupação com o que pode estar por vir.

    Se a decisão de Teori para autorizar a prisão do líder do PT no Senado se baseou numa gravação efetuada pelo filho de Nestor Cerveró, mais contundente foi o motivo que o fez decidir pela prisão de André Esteves, presidente do banco BTG Pactual.

    Além da denúncia de que Esteves tinha oferecido 4 milhões de reais para que Cerveró não efetuasse o acordo de delação, surgiu a notícia de que o banqueiro obtivera cópias de documentos sigilosos sob a guarda do complexo prisional da PF em Curitiba. Nas palavras do próprio Teori: “Vem à tona a grave revelação de que André Esteves tem consigo cópia de minuta do anexo do acordo de colaboração premiada assinado por Nestor Cerveró, confirmando e comprovando a existência de canal de vazamento na operação Lava Jato que municia pessoas em posição de poder com informações de complexo investigatório”.

    É estarrecedor.

    Se os vazamentos seletivos que o país inteiro presenciou durante todas as fases da Lava Jato já eram um escândalo, chegamos agora à constatação de que não só existem pessoas no grupo de trabalho de Moro ou da PF ou de ambos vazando informações como também entregando cópias de documentos para poderosos envolvidos nos esquemas de corrupção.

    Ou seja, existe um movimento que trabalha para salvar a pele dos homens de maior poder e influência desse país. Tal movimento,  longe de pretender exterminar com a corrupção no Brasil, em boa medida trabalha para que ela seja mantida e jamais importunada. É difícil imaginar que as medidas que foram tomadas por Teori pudessem acontecer caso o relator do processo fosse alguém como Gilmar Mendes ou se toda a operação estivesse a cargo unicamente de Sérgio Moro.

    O simples fato de a mulher e a  filha de Eduardo Cunha ainda estarem livres, sem sequer possuírem qualquer imunidade parlamentar, mostra o quanto a Lava Jato parece empenhada em combater a corrupção quando os envolvidos pertencem ao PT. A questão final é: com a comprovação de que existem corruptos dentro da própria operação Lava Jato, ojuiz Sérgio Moro tomará finalmente alguma medida para punir os culpados e acabar com os vazamentos seletivos de informações e documentos?

    Ou será preciso que o ministro Teori Zavascky faça lembrar ao magistrado que a justiça do Brasil de hoje já atinge banqueiros, políticos e até juízes federais?

    Sobre o Autor:

    Economista com MBA na PUC-Rio, Carlos Fernandes trabalha na direção geral de uma das maiores instituições financeiras da América Latina.

    1. mcn
      Deposito grandes esperanças em Teori.
      Mas li, e não tenho confirmação, que se tornou professor – portanto criou vínculos pecuniários – da escolinha do Sr. Gilmar Mendes. Se isso for verdade, arranha sua reputação.
      Tem se mostrado um juiz de verdade. A ver como “caminha a humanidade”.

  5. Com a prisão de Delcídio, o impeachment volta à pauta

    http://www.brasil247.com/pt/colunistas/renatorovai/206826/Delc%C3%ADdio-e-Andr%C3%A9-Esteves-inauguram-o-momento-passe-livre-da-Lava-Jato.htm

    Delcídio e André Esteves inauguram o momento passe livre da Lava Jato

    Por Renato Rovai

    O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral, e o banqueiro André Esteves, do BTG-Pontual, foram presos nesta quarta-feira.

    A prisão foi solicitada por Rodrigo Janot e autorizada pelo ministro do Supremo, Teori Zavaski.

    É a primeira vez na história do país que um senador da República é preso.

    Também é a primeira vez que um grande banqueiro é preso na Operação Lava Jato.

    O que pesa contra Delcídio é que ele teria operado no sentido de atrapalhar as investigações.

    Parece que teria oferecido facilidades para um delator se o preservasse.

    Isso é crime e justifica a prisão.

    Mas não é nada muito diferente do que Cunha teria feito segundo o delator Júlio Delgado, que ainda acusou o então deputado e atual ministro Celso Pansera de “pau mandado” do presidente da Câmara.

    E Cunha ainda está solto e atrapalhando como pode as ações de investigação contra ele.

    Em relação a André Esteves ainda não se sabe direito o que teria feito.

    Mas o recado é claro.

    Não existe mais limite algum para a Lava Jato.

    E isso pode significar muita coisa, mas principalmente que há passe livre para qualquer operação contra quem quer que seja, incluindo a presidenta da República e seus ministros. E claro, o ex-presidente Lula.

    Passe Livre foi o nome da operação que prendeu José Carlos Bumlai, que, segundo os investigadores, tinha acesso livre ao Palácio do Planalto nos tempos do ex-presidente.

    Ou seja, até o Natal ainda pode acontecer muita coisa no Brasil.

    Porque o Natal é uma referência.

    Uma data simbólica.

    E tudo o que mais há na Lava Jato são símbolos.

    Para entendê-la não é preciso conhecer profundamente investigações ou o sistema policial e jurídico.

    É preciso saber ler os sinais.

    E a prisão de Delcídio e de André Esteves é um imenso clarão no céu.

    Os reis magos e os pastores já devem ter percebido do que se trata.

    E hoje o Congresso vai estar em polvorosa.

    E num momento desses, a luta pela sobrevivência pode levar todos a escolherem um alvo comum.

    O impeachment de Dilma volta a subir no telhado.

  6. VAMOS CUIDAR COM CARINHO DO PLANETA TERRA

    Ban Ki-moon: O que espero da Conferência do Clima

    Publicado em 25/11/2015 Atualizado em 25/11/2015   AUMENTAR LETRA DIMINUIR LETRA  

    “Minha mensagem para os líderes mundiais é clara: o sucesso em Paris depende de vocês. Agora é o momento para bom senso, compromisso e consenso. É hora de olhar para além dos horizontes nacionais e de colocar o interesse comum em primeiro lugar.” Leia o artigo de Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, publicado esta semana em um jornal da imprensa brasileira.

    Desertificação na Namíbia. Foto: PNUMA/A.Gloor

    Desertificação na Namíbia. Foto: PNUMA/A.Gloor

    Por Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU (*)

    Em quase nove anos como secretário-geral da ONU, tenho viajado o mundo nas linhas de frente da mudança climática e tenho conversado repetidamente com líderes mundiais, empresários e cidadãos sobre a necessidade de uma resposta global urgente.

    Por que eu me importo muito com esta questão?

    Em primeiro lugar, como qualquer avô, quero que meus netos desfrutem da beleza e generosidade de um planeta saudável. E, como qualquer ser humano, me entristece ver que inundações, secas e incêndios estão ficando piores, que as nações insulares desaparecerão e que incontáveis espécies serão extintas.

    Como Sua Santidade o papa Francisco e outros líderes religiosos têm nos lembrado, temos a responsabilidade moral de agir em solidariedade com os mais pobres e vulneráveis, que têm menos responsabilidade com a mudança climática e sofrerão primeiro, e mais, com seus efeitos.

    Em segundo lugar, como chefe das Nações Unidas, tenho priorizado a mudança climática porque nenhum país pode enfrentar este desafio sozinho. A mudança climática não carrega nenhum passaporte; emissões liberadas em qualquer lugar contribuem para o problema em todos os lugares. É uma ameaça às vidas e aos meios de subsistência em todos os lugares. A estabilidade econômica e a segurança das nações estão ameaçadas. Só por meio das Nações Unidas podemos responder coletivamente a esta questão global.

    O processo de negociação tem sido lento e pesado. Mas estamos vendo resultados. Em resposta ao apelo da ONU, mais de 166 países, que representam em conjunto mais de 90% das emissões, já apresentaram planos climáticos nacionais com metas. Se implementados com sucesso, esses planos nacionais reverterão a curva de emissões para baixo, para um aumento previsto da temperatura global de aproximadamente 3 graus Celsius até o final do século.

    Este é um progresso significativo. Mas ainda não é suficiente. O desafio agora é ir muito mais longe e rápido para reduzir as emissões globais de modo a manter o aumento da temperatura global abaixo de 2 graus Celsius. Ao mesmo tempo, temos de apoiar os países na adaptação às consequências inevitáveis que já recaem sobre nós.

    Quanto mais cedo agirmos, maiores serão os benefícios para todos: aumento da estabilidade e da segurança; crescimento econômico mais forte e mais sustentável; resiliência reforçada aos choques; ar e água mais limpos; melhoria da saúde.

    Nós não teremos sucesso do dia para a noite. A conferência de Paris não é o ponto final. Ela deve estabelecer o piso, e não o teto, de nossa ambição.

    Em todo o mundo, o momento é de construção. Cidades, empresas e investidores, líderes religiosos e cidadãos estão agindo para reduzir as emissões e aumentar a resiliência. A responsabilidade agora recai sobre os governos, para que definam em Paris um acordo significativo e vinculante, que forneça regras claras do caminho. Para isso, os negociadores precisam de orientação clara vinda de cima.

    Eu acredito que este momento está próximo. Os líderes do G-20, que se reuniram no início deste mês em Antália, na Turquia, mostraram um forte compromisso com a ação sobre o clima. E mais de 120 chefes de Estado e de governo confirmaram a sua participação, em Paris, apesar das preocupações de segurança após os ataques terroristas.

    Eu vejo quatro elementos essenciais para que a conferência de Paris seja um sucesso: durabilidade, flexibilidade, solidariedade e credibilidade.

    Em primeiro lugar, a durabilidade. Paris deve fornecer uma visão de longo prazo consistente com uma trajetória para uma meta inferior a 2 graus, bem como enviar um sinal claro aos mercados de que a transformação de baixo carbono da economia global é inevitável, benéfica – e já está em curso.

    Em segundo lugar, o acordo deve fornecer flexibilidade para que não precise ser renegociado continuamente. Ele deve ser capaz de acomodar as mudanças na economia global e encontrar um equilíbrio entre o papel de liderança dos países desenvolvidos e as crescentes responsabilidades dos países em desenvolvimento.

    Em terceiro lugar, o acordo deve demonstrar solidariedade, inclusive por meio do financiamento e transferência de tecnologia para países em desenvolvimento. Os países desenvolvidos devem manter seu compromisso de fornecer US$ 100 bilhões por ano até 2020 para adaptação e mitigação.

    Em quarto lugar, um acordo deve demonstrar credibilidade na resposta à rápida escalada dos impactos climáticos. Deve incluir ciclos regulares de cinco anos para que os governos avaliem e reforcem os seus planos climáticos nacionais de acordo com o que exige a ciência. Paris também deve incluir mecanismos transparentes e sólidos para medir, monitorar e relatar o progresso.

    A ONU está plenamente comprometida em apoiar os países na implementação de um acordo desse tipo.

    Um acordo climático significativo em Paris vai construir um melhor “hoje” – e um melhor “amanhã”. Ele vai nos ajudar a acabar com a pobreza. Limpar nosso ar e proteger os nossos oceanos. Melhorar a saúde pública. Criar novos empregos e catalisar inovações verdes. Vai acelerar o progresso em prol de todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. É por isso que eu me importo profundamente com o tema da mudança climática.

    Minha mensagem para os líderes mundiais é clara: o sucesso em Paris depende de vocês. Agora é o momento para bom senso, compromisso e consenso. É hora de olhar para além dos horizontes nacionais e de colocar o interesse comum em primeiro lugar. Os povos do mundo – e as futuras gerações – contam com vocês para que tenham a visão e a coragem de aproveitar este momento histórico.

    * * *
    Ban Ki-moon é secretário-geral da Organização das Nações Unidas. Artigo publicado no jornal Valor Econômico de 25 de novembro de 2015.

     

  7. Procurando sarna para se coçar!

    Como se a agenda dele estivesse light!

    Cameron vai escutar o “Chiclete com Banana”

    https://letras.mus.br/chiclete-com-banana/7580/

    Do Diário de Notícias de Lisboa

    Cameron defende que Reino Unido deve juntar-se a ataques ao EI

    Pub

    Primeiro-ministro britânico já tinha anunciado que ia defender esta posição perante o parlamento

    O primeiro-ministro britânico, David Cameron, defendeu hoje que a Grã-Bretanha deverá juntar-se aos ataques aéreos contra o grupo Estado Islâmico na Síria e não “subcontratar” a sua segurança aos aliados.

    “Temos de tomar uma decisão agora quanto aos ataques aéreos na Síria”, escreveu David Cameron numa declaração aos deputados, acrescentando ser errado “o Reino Unido subcontratar a sua segurança a outros países”.

    Na missiva, David Cameron vicou que deve, ser defendidos os interesses e a segurança do país e salientou que a carga não deve cair somente nos aliados da Grã-Bretanha.

    O primeiro-ministro britânico já tinha anunciado esta semana que ia defender, perante o parlamento, o início da participação do Reino Unido nos bombardeamentos internacionais contra as posições do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria.

    O grupo ‘jihadista’ “não é um problema remoto a milhares de quilómetros”, antes “tirou a vida a reféns britânicos e perpetrou nas praias de Tunes o pior ataque terrorista contra cidadãos do Reino Unido desde os atentados de Londres em 2005”, disse Cameron.

    “Vou defender a necessidade de nos unirmos aos nossos aliados internacionais para perseguir o Estado Islâmico nos seus próprios quartéis-generais, na Síria, e não apenas no Iraque”, disse o primeiro-ministro, após o seu regresso de Paris, onde a 13 de novembro uma série de ataques terroristas coordenados provocou 130 mortos, em atentados reivindicados pelo estado Islâmico.

    Em 2013, o parlamento britânico negou ao primeiro-ministro autorização para atacar o regime sírio do Presidente Bashar al-Assad e desde setembro de 2014 que Londres se tem limitado a colaborar com os bombardeamentos internacionais contra o EI no Iraque.

    “Explicarei [na câmara] que a nossa ação deve estar integrada numa ampla estratégia e de longo prazo para derrotar o Estado Islâmico, em paralelo com os esforços internacionais para pôr termo à guerra na Síria”, afirmou Cameron.

    O chefe do executivo britânico compareceu na segunda-feira perante a Câmara dos Comuns para apresentar um plano que prevê um aumento em 12 mil milhões de libras (17.040 milhões de euros) no orçamento militar do Reino Unido para a próxima década.

     

  8. Turquia destrói o Curdistão,

    Turquia destrói o Curdistão, o mundo silencia

    https://resistenciacurda.wordpress.com/2015/11/26/turquia-destroi-o-curdistao-o-mundo-silencia/

    23 de Novembro de 2015

    Por Uzay Bulut

    Originalmente publicado no Instituto Gatestone

    Retirado de Kurdish Question.

    Em 1990, o exército turco foi usado para queimar aldeias turcas; hoje eles queimam cidades curdas.

    Neste mês, três bairros da cidade curda de Silvan na província de Diyarbakir – Tekel, Konak e Mescit – foram colocados sob toque de recolher militar e, em seguida, atacados do dia 03 de novembro a 14 de novembro. As linhas de telefone, de água e eletricidade foram cortadas.

    Os bairros, sitiados por veículos blindados da polícia, foram então bombardeados por tanques e artilharia foi disparada das colinas. Muitas casas foram atingidas por balas e bombas; algumas casas foram queimadas. [1]

    Representantes do gabinete do governador em Diyarbakir alegaram que as operações militares eram destinadas a “remover as valas e barricadas” construídas por alguns jovens curdos, mas os relatórios provenientes da cidade revelaram que a operação, na verdade, parecia visar a limpeza étnica da cidade a partir da sua população nativa de mais de dois mil anos, os curdos. [2]

    “Nós não conseguimos receber informações desses bairros por qualquer meio” Disse Firat Anli, o co-presidente da Câmara de Diyarbakir,  a agência de notícias Firat (ANF). “Nós não podemos mandar nenhum alimento ou ajuda humanitária. Pacientes de diálise, crianças, idosos … Não temos nenhuma informação sobre a sua situação. Eles têm sido mantidos isolados do resto do mundo.”

    Edip Erk, um antigo deputado do Partido Democrático do Povo pró-curdo, HDP, falou à agência Bianet News: “Três deputados do HDP foram a esses bairros. Dizem que há muitos feridos. Mesmo a lei marcial permite que os feridos sejam levados para hospitais, mas em Silvan eles [autoridades turcas] não estão permitindo fazer isso.

    “As instituições públicas nesses bairros, tais como os centros de saúde, estão fechados. Há uma enorme escassez de alimentos. Nós informamos as autoridades que gostaríamos de enviar um caminhão com comida, mas ainda não recebemos resposta. O caminhão então, ainda está aguardando.

    “O chefe de polícia da cidade nos disse que ele não está administrando a operação. O Ministério está. É uma operação militar. Aqui, ele é utilizado para ser como uma prisão aberta;…. Agora, é um centro de tortura aberto” [3]

    As operações policiais especiais, a partir de suas mesquitas e veículos blindados, disse aos moradores da cidade para “evacuem os bairros ou vamos atirar em todos vocês.”

    Se os curdos deixaram suas casas, eles irão atirar. Se eles ficarem, vão ser bombardeados.

    Silvan não foi o primeiro alvo do exército turco depois das eleições de 7 de junho. Muitas cidades e municópios que são a fortaleza do movimento nacional curdo – tal como Diyarbakir, Cizre, Sirnak e Hakkari — tem sido atacadas [4]

    “Esta deve ser a “nova Turquia” prometeram”, disse Abdullah Zeydan, um deputado da cidade de Hakkari. “Agora eles nos têm como alvo e  mesmo os deputados. Eu não sei de onde eles tiram este poder. Antes das eleições, o AKP prometeu estabilidade e paz; sua visão de estabilidade e paz é usar violência contra as MPs. “[5]

    Ziya Pir, um deputado do HDP, disse que um funcionário do Ministério do Interior lhe contou que “eles vão apagar esses três bairros de Silvan do mapa … Equipes de operações especiais abrem fogo contra tudo que se move. [6]

    Pir acrescentou que as conversações com as autoridades não deram nenhum resultado; o governador e o gabinete do governador lhes disse que “eles receberam as ordens das autoridades superiores.”

    O gabinete do governador de Diyarbakir, no entanto, anunciou: “No centro da cidade, tomamos todos os tipos de precauções para garantir a vida e a segurança da propriedade dos cidadãos, a preservar a paz e a estabilidade atual, para proteger os cidadãos de todos os tipos de atos de terror, e para garantir a segurança e a ordem em conformidade com toda a legislação vigente. “

    Os meios de comunicação pró-governo comemoraram os ataques. O jornal Haberturk, por exemplo, relatou com alegria: “Uma grande operação foi iniciada em Silvan com a ação de tanques de guerra. “

    Silvan se transformou numa cidade fantasma. 20.000 pessoas tem segundo os relatos, fugido de uma cidade que tinha 86.600 habitantes.

    E depois de Silvan, o novo alvo do governo é a cidade Turca de Nusaybin onde 89.4% da população votou no partido pró-curdo HDP nas eleições de primeiro de Novembro.

    Um toque de recolher militar foi declarado na cidade em 13 de novembro e ainda está em curso. Pessoas estão presas em suas casas.

    Ramazan Kaya, um médico que trabalha no Hospital estadual de Nusayabin, disse a BBC que um de seus parentes teve de colocar sua criança numa geladeira para reduzir sua febre.

    Aqueles que saem são alvejados pela polícia. Selamet Yesilmen (44), uma mãe de cinco filhos e grávida, era uma delas. Ela foi morta a tiros em frente de sua casa por um atirador de elite em 15 de novembro. Seus dois filhos foram gravemente feridos e hospitalizados. Yilmaz Tutak, que tentou socorrê-la, também foi baleado e ferido pela polícia.

    Tahir Elci, presidente da Associação Diyarbakir Bar, confirmou que Yesilmen foi atingida com uma arma que é usada por atiradores de elite (snipers); ela atinge o alvo rapidamente e explode dentro do seu corpo.

    Em 18 de Novembro, Hasan DAl, 45 anos, foi assassinado no jardim de sua casa. 13 pessoas se feriram desde então. Um deles se chamava Gule Tutak, a mãe de Yilmaz Tutak, morta prematuramente pela polícia [7].

    Este é o segundo toque de recolher que a cidade está exposta desde as eleições de 7 de junho. O primeiro foi decretado no dia primeiro de outubro e durou seis dias. Ahmet Sonmez (61) e Sahin Turan (25) foram assassinadas pela polícia.

    A maioria das pessoas nessas cidades tem resistido por longas décadas contra a assimilação imposta pelo Estado turco. Elas continuam falando curdo, e continuam exigindo seus direitos e autonomia. Esses são motivos suficientes para o Estado turco ver essas cidades como inimigas que precisam ser destruídas.

    O Estado turco nunca tratou um grupo não-turco ou não-muçulmano de maneira moralmente justa. Assassinato e destruição tornaram-se em séculos longas tradições do domínio turco. Hoje, a opressão contra as minorias na Turquia continua inabalável. Há cem anos, o regime turco abatia Armênios, Assírios e gregos da Anatólia, enquanto o mundo era mais silencioso. Agora é a vez curdos. O mundo ainda está em silêncio.

    Uzay Bulut, nasceu e cresceu em Muslim, é um jornalista turco que reside em Ankara.

    [1] Veja fotos e vídeos do toque de recolher aqui: “Apagando do mapa? Cenas de destruição do exército turco na cidade curda de Silvan (VIDEO)”, 11 Nov 2015, Russia Today

    [2] “Não há dúvida de que um povo curdo existia como um grupo identificável há  possivelmente, mais de dois mil anos”, escreveu o pesquisador David McDowall em “História Moderna dos curdos,” IB Tauris; 2004.

    [3] Na semana do 3 de novembro, seis curdos — Muslum Tayar, Sertip Polat, Engin Gezici, Ismet Gezici, Mehmet Gunduz ile Yakup Sinba – foram atingidos mortalmente pela polícia. Um deles, Engin Gezici, tinha 24 anos, pai de três filhos, foi morto em frente a sua casa. Sua tia, Ismet Gezici, de 55 anos, correu para socorrê-lo mas também foi morta. Os deputados do HDP e outros representantes curdos tentaram buscar seu corpo, mas a polícia não permitiu ninguém entrar na vizinhança. Depois disto, três parentes de Gezici, sob intenso tiroteio, entraram no bairro e resgataram seu corpo. Mas eles foram impedidos e presos pela polícia que aprendeu seu corpo desfalecido. Engin e Ismet Gezici repousaram sob o som de explosões e armas de fogo.

    [4] O jornal Ozgur Gundem noticiou que a polícia abriu fogo num café no bairro de Feridun, que não estava sob toque de recolher. Mehmet Yavuz (45), Seyfettin Kurt (44) e Abdulsamet Kesici (50) foram gravemente feridos Yavuz morreu a caminho do hospital. Abdullah Guney, de 7 anos, foi atingido por balas, e Ibrahim Yazkent, de 12, por uma granada. Enquanto isso, estudantes universitários na província curda de Hakkari organizaram um protesto onde também se juntaram dois deputados do HDP. Ambos, e Selma Irmak, foram feridos pela polícia. “Nós nos juntamos a manifestação dos deputados de Hakkari,” disse Zeydan. “Os Panzers nos pararam e sem dar nenhum aviso , começaram a nos atacar. Isso foi um ataque direcionado. Minha mão quebrou;  há queimaduras e cicatrizes no meu corpo.

    [5] “Enquanto estávamos falando com a polícia, eles dispararam suas armas”, disse Irmak, que também foi ferido. “Uma bala de plástico bateu no meu ouvido. Eles miraram e atiraram em nós numa distância de uma cuspida. De repente, eles usaram as bombas de gás e balas de borracha.” (Vídeo)

    [6] Pir continuou: “E é isso o que eles estão fazendo agora. Eles estão abrindo fogo em todos os lugares – incluindo atirar indiscriminadamente contra civis. Os soldados, policiais ou algumas pessoas não registradas que eu chamo de ” Caçadores de cabeças ” fuçam em tudo de cima a baixo, onde eles vêem qualquer sinal de vida. “Pir disse que armas pesadas foram usadas nesses bairros, os tanques foram postos nas colinas que da região; os edifícios foram atingidos com fogo de artilharia, os civis em grupos de 10 ou 15 se refugiaram nos pisos ou sótãos de suas casas.

    [7] A Agência de Notícias Dicle noticiou alguns dos feridos. Suleyman Altekin, 65 anos, foi baleado e ferido pela polícia durante a tentativa de ir à casa de seu filho. Faysal Cakar e seu filho de 10 anos de idade, Cano Cakar foram feridos por estilhaços de uma granada lançada pela polícia. Sirin Bilgin foi baleado nas costas na varanda de sua casa. Abdulkadir Yilmaz, de 65 anos, teve um ataque cardíaco e morreu porque ele só pode ser levado para o hospital apenas 3 horas mais tarde devido ao bloqueio das estradas. Halime Guner (35), uma mãe de 3 filhos, levou  um tiro no pé, na frente de sua casa. Fatma Kulat, 42 anos, foi baleada e gravemente ferida pela polícia, enquanto estava em sua cozinha.

    Siga Uzay Bulut no Twitter

    Tradução: Rafael V.

  9. Prisão do senador Delcidio Amaral

    O outro lado das gravações do filho do Ceveró que a grande mídia não vai mostrar

    http://1.bp.blogspot.com/-HtNWO9ns1V4/VaAvPfxmI8I/AAAAAAACDG0/Him-Pz7pW0/s640/lava-jato-vaza-policia-federal-tucana.jpg

    Lava Jato não vaza somente para a imprensa, vaza também para banqueiros. Gilmar Mendes e Dias Tofoli são citados na gravação. E o senador Romário, segundo Delcidio,  apoiaria o candidato de Paes para esconder a conta na Suíça.   

    É fundamental que as redes sociais divulguem trechos da gravação de Bernardo Ceveró, filho do ex-Diretor da Petrobrás, Nestor Ceveró. Nessa  reunião, no último dia 4, em Brasília, participou  Bernardo Ceveró e o advogado de Nestor Ceveró, Edson Ribeiro, bem como o senador Delcídio do Amaral e seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira.

    Na gravação, o senador se referiu ao banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, como “quem entraria com a grana” para financiar a fuga do ex-diretor da Petrobras. O parlamentar e o banqueiro foram presos, na manhã desta quarta-feira (25).

    No jornal Valor de 25/11: “Acesso de Esteves à delação revela perigoso canal de vazamento. (…) Essa informação revela a existência de perigoso canal de vazamento, cuja amplitude não se conhece: constitui genuíno mistério que um documento que estava guardado em ambiente prisional em Curitiba, com incidência de sigilo, tenha chegado às mãos de um banqueiro privado em São Paulo, observa o procurador-geral da República Rodrigo Janot.”

    O vazamento das delações premiadas do Lava Jato para a imprensa, principalmente o Globo, já era questionado pelos juristas, agora descobrimos o vazamento das delações do Lava Jato para banqueiro. Vale lembrar que o banqueiro citado ofereceu um mensalão de R$ 50 mil por mês pelo silêncio de Ceveró. E o Lava Jato, pelo vazamento das delaçõespara o banqueiro, recebeu o quê? 

    O ministro Gilmar Mendes é citado na gravação, Redação do Pragmatismo de 25/11/15, ás 16p9: “ No áudio, o senador expõe proposta a filho de Ceveró e cita ministros do STF que poderiam ajudá-lo. Gilmar Mendes e Dias Toffoli são mencionados.”.

    Em discurso, no STF, ontem, a vice-presidente do Supremo, a ministra Cármen Lúcia afirmou que, com o mensalão, o cinismo venceu a esperança, e apontou que o crime não vai vencer a Justiça. É preciso lembrar à ministra Carmem Lúcia que o mensalão tucano, anterior ao do PT, não foi julgado e já está prescrevendo. E quanto ao ministro Gilmar Mendes, citado na gravação, não seria a primeira vez que ele é visualizado, como disse a ministra, “em águas turvas”, pois foi ele que deu, em 24 horas, dois habeas corpus para o banqueiro Daniel Dantas; e mandou soltar o médico estuprador, Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos, que depois fugiu.

    Gravação também  insinua conta na Suíça em acordo de Paes e Romário, conforme o Dia, 25/11: “Em troca, ex-jogador apoiaria Pedro Paulo Carvalho Teixeira à Prefeitura do Rio nas eleições municipais do ano que vem. (…).  Em julho, a revista Veja publicou que Romário tinha conta não declarada na Suíça. O ex-jogador foi então a Genebra e divulgou declaração do Banco BSI que negava a existência da tal conta.(…) Desde julho de 2014, que  o BSI pertence ao Banco BTG Pactual, de André Esteves, também preso hoje. E Guilherme da Costa Paes, irmão do prefeito do Rio, é diretor do BTG Pactual.”

    Delcídio está preso e o que vai acontecer com o Lava Jato, ministros do STF, o prefeito do Rio Eduardo Paes  e o senador Romário?

    Parafraseando  Stanislaw Ponte Preta: “Ou restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos!”.

     

    Rio de Janeiro, 26 de novembro de 2015 

     

    Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

    OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

    http://emanuelcancella.blogspot.com.

     

     

  10. O futuro do PT e dos governos populares.

    O povo, os pobres e trabalhadores, sempre não foi assistido neste pais. O Brasil deve poucos governos que olhassem as necessidades dos trabalhadores, em 120 anos de repúbiica só teve dois ciclos, 1930-1945, 1950-1954 e o este de 2002 até hoje. O povo sempre buscando a moral, ficou na mão nos demais anos. Parece que esse ciclo termina nesse governo. Qual a saída? Pobre povo!! Pobre de nós!

    Abaixo um reflexão importante sobre esse momento:

     

    Você está aqui: Página Inicial / Brasil / Recuar a defesa e garantir o empate!

     

    Recuar a defesa e garantir o empate!

    O que se salva é a honradez da Dilma! publicado 26/11/2015eneas troia

    Enéas salva o pai e o filho e foge da Troia destruída

    O ansioso blogueiro participou da parte final de um debate, ontem, no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo sobre o direito de resposta.

    Nessa quinta-feira, 26/11, ali estará o destemido Senador Requião, autor da  lei.

    O ansioso blogueiro considerou que se sentia, ali, como um habitante de Troia, assim que Odisseu abriu a porta do cavalo.

    Um habitante de Hiroshima, quando o Enola Gay jogou seu artefato lá em baixo.

    Um morador de Pompéia ao receber as primeiras manifestações do Vesúvio.

    O Brasil fez um a zero com a eleição de Lula em 2002.

    Dois a zero com a reeleição.

    Três a zero com a eleição de Dilma.

    Quatro a zero, na reeleição de Dilma.

    Aí, o time da Casa Grande foi lá com o mensalão e a Lava Jato e empatou o jogo.

    O que fazer?

    4 a 4.

    Botar os onze na defesa e, se possível, chamar o banco para ajudar a fechar o gol.

    Com a prisão do líder do Governo do PT no Senado e do banqueiro André Esteves, o melhor que pode acontecer é garantir o resultado.

    Um empate com sabor de vitória.

    Porque, daqui para a frente, as instituições estão TODAS desmoralizadas.

    Mesmo aquelas que sustentavam o projeto do Lula e da Dilma.

    Não se surpreendam.

    A Lava Jato ainda vai tirar dinheiro do Bolsa Família!

    Então, o jeito é garantir, pelo menos, o Direito de Resposta que, provavelmente, cairá no Supremo, com as adocicadas palavras do Big Ben de Propriá.  

    Na aposentadoria, o ex-petista, indicado por Lula, continuou a defender a Casa Grande, com empenho e doutos pareceres.

    A Globo sairá vitoriosa, na derrota!

    Como é que o Delcídio entrou para o PT?

    Como é que o Delcídio foi candidato a Governador pelo PT?

    O PT não sabia do que o Delcídio fazia na Braspetro do Farol de Alexandria?

    Como é que um diretor de subsidiária da Petrobras tinha aquele padrão de vida?

    Como é que o Delcídio chegou a líder de um Governo do PT?

    Um diálogo entre El Chapo e Pablo Escobar seria menos asqueroso do que o do Delcídio com seus asseclas, no gabinete do Senado!

    O PT vai levar anos e anos, talvez mais do que o PSOE espanhol, para se recompor diante de tanta sordidez.

    Se não acabar como os comunistas italianos que sumiram depois das Mãos Limpas!

    O Senado cedeu sua autonomia e entregou ao Supremo.

    Não podia fazer diferente !

    Os indícios contra o suave Delcídio, o patrono da patranha da repatriação – agora se sabe por que! – eram arrasadores.

    O PT é que não precisava votar contra a prisão dele!

    Para que?

    Para defender o que?

    Um malfeitor?

    O Senado tem vários Delcídios, como se sabe.

    De Minas a Pernambuco!

    O Ministro Teori e seus colegas do Supremo se indignaram com a sugestão de que Delcídio queria “chegar” a eles!

    A reação dos ministros foi exemplar!

    Mas, só agora descobriram que há um vazamento na Lava-Jato para beneficiar os “graudos”!

    Um, não.

    São quatro, cinco vazamentos por dia.

    Dali da Lava Jato saem vazamentos diários contra os inimigos e para os amigos: o PiG!

    Isso é gravíssmo?

    Claro!

    E alguém fez alguma coisa?

    Nada!

    Porque, até agora, os vazamentos eram só para ferrar o PT!

    E, como o Eduardo Cunha, que não será preso porque serve aos adversários do PT, os vazamentos tinham direção política.

    Por isso ninguém “percebia”!

    Porque a Justiça brasileira, como o Ministro (sic) Gilmar, tem lado ! (Leia “o PT acusa e Gilmar e Moro se calam”).

    A Operação Lava Jato tem lado: prender o Lula para não ser candidato em 2018.

    A Justiça também se esborrachou nos grampos da gang do Delcídio.

    Ela foi vítima e sua cumplicidade se tornou evidente!

    Dali, da Justiça de Guantánamo, vaza tudo!

    O Ministério Público é outro!

    São Procuradores que procuram o que querem achar!

    Estão indignados com o Delcídio, mas se lavam nas aguas as mornas de Furnas!

    Por que ainda não mandou prender o Cunha?

    O Fernando Bezerra, que talvez saiba quem é o dono do jatinho do Eduardo Campos, não é isso, Youssef?

    A Polícia Federal foi aparelhada!

    E o PiG é serviçal da Casa Grande!

    Serviçal, cúmplice e agente de toda a patifaria!

    O que sobra?

    A honradez da Dilma!

    Mas, e o Governo Dilma?

    E esse Levy, discípulo atrasado dos Chicago Boys do Pinochet?

    Cuja estratégia é jogar o Brasil numa vala de depressão e tentar reconstrui-lo com os sobreviventes!

    E o Ministro da Justiça, que só abre a boca para dizer bobagem – para ser gentil!

    Um Ministro da Justiça que operou a CPI dos Correios com o Delcídio, para tirar o Daniel Dantas da forca!

    Ora, me engana que eu gosto!

    A Dilma não vai cair.

    Os Golpistas se desmoralizaram.

    Como disse o Franklin Martins, no Sindicato, ela não vai cair porque o povo brasileiro aprendeu a prezar a Democracia!

    E os Golpistas do café da manhã na casa do Cunha estão acuados.

    Aecím passou a lua de mel no Waldorf Astoria à custa do banqueiro encarcerado.

    O Cerra foi xavecar o Delcídio para salvar seu cunhado e sócio o notório Preciado.

    (O Amaury Ribeiro Junior, do Privataria Tucana, escreveu a biografia não-autorizada doPríncipe da Privataria, do Padim Pade Cerra e do notório Preciado!)

    As lavas do Vesúvio se espalharam por toda a República.

    Não sobrou nada de Hiroshima.

    A esperança do ansioso blogueiro é que, de Tróia, Eneas consiga escapar e fundar Roma!

    Paulo Henrique Amorim

    LinK: http://www.conversaafiada.com.br/brasil/recuar-a-defesa-e-garantir-o-empate

     

  11. BELO EXEMPLO E INICIATIVA

    EM APOIO À COLEGA, CLASSE INTEIRA USA TAPA-OLHO POR UM DIA

    O desafio foi lançado pela professora Fabiana Marques Dourado para prevenir bullying e incentivar o respeito dentro e fora da classe

     FacebookPinterestTwitterGoogle+Giz de cera com 12 “cores de pele” promove a diversidade racialtapa-olho bullying

    Foto: Fabiana Marques/Arquivo Pessoal

    Usar tapa-olho pode ser um grande desafio na época escolar. Isto porque existem muitas crianças que não compreendem as diferenças e dificuldades do próximo e praticam bullying com os colegas, que acabam sofrendo com a exclusão e a vergonha de ser diferente.

    Era este o receio de Murilo Gotardo, um garoto de 8 anos que precisaria usar um tapa-olho por três meses por conta de uma hipermetropia. Para evitar este tipo de efeito dominó, Fabiana Marques Dourado, uma professora do Distrito Federal criou um desafio diferente para seus alunos: passarem um dia inteiro com um tapa-olho. A atitude super inteligente foi na Escola Classe 05, em apoio ao estudante.

    “Conversei com a mãe do Murilo e ela enviou uma caixa com os tampões para usarmos. A experiência foi gratificante porque meu objetivo foi alcançado. Foi maravilhoso ver a alegria dele e o respeito dos colegas. Acredito que com a brincadeira evitamos comentários ou brincadeiras desagradáveis”, disse Fabiana.

    Além de usarem o acessória, depois as crianças fizeram desenhos para representar o dia delas. E o resultado foi tão bom que outras turmas quiseram viver a mesma experiência.

    tapa-olho bullying

    Desenhos feitos pelos estudantes da Escola Classe 05 do Núcleo Bandeirante, em Brasília, representando crianças com tapa-olhos. Foto: Fabiana Marques/Arquivo Pessoal

    “Os alunos das outras salas ficaram curiosos e queriam saber por que nossa turma estava com o tampão. Expliquei e eles entenderam, acharam legal e ainda querem usar depois”, contou a professora.

     

    “A atitude ajudou muito o Murilo a aceitar o uso [do tapa-olho]. Ele estava muito receoso com  as reações que os colegas poderiam ter. Toda mãe tem medo que o filho seja alvo de bullying. Porém, ele chegou em casa muito feliz e contando para todo mundo. Ele está muito receptivo com o tapa-olho”, comemora a mãe.

    Uma atitude incrível, parabéns à professora!

    Por Thamirys Teixeira

     

  12. HERÓI NACIONAL

    Moradores da Floresta da Tijuca, no Rio, idosos vivem sem luz há 46 anos

    25

    Hanrrikson de Andrade
    Do UOL, no Rio

    24/11/201506h00  Ouvir texto  0:00 Imprimir Comunicar erroAmpliar

    Conheça a rotina do casal de idosos que vive sem luz na Floresta da Tijuca11 fotos

    1 / 11Com um facão em mãos, Afrânio Dias Gomes, 75, faz rondas diárias pela Floresta da Tijuca para verificar se está tudo bem. “Me sinto um guardião da floresta”, diz ele, que mora em uma casa em meio à imensidão do Parque Nacional da Tijuca, no Rio. Ele e a mulher, Maria do Carmo Gonzaga Gomes, 71, vivem sem energia elétrica há 46 anosMauro Pimentel/UOL

    O dia costuma começar cedo para Afrânio Dias Gomes, 75, que mora em uma pequena casa situada dentro do Parque Nacional da Tijuca, na zona norte doRio de Janeiro. Vizinho do Bosque dos Eucaliptos e das ruínas da Fazenda, na estrada da Cascatinha, ele diz ainda acordar com o canto do galo, antes das 6h, e empenhar parte da manhã em fazer “rondas”. “Me sinto um guardião da floresta”, afirma ele, com um facão em uma das mãos, usado eventualmente para abrir caminho pela mata. “Gosto de preservar a calma e a paz desse lugar.”

    Afrânio e a mulher, Maria do Carmo Gonzaga Gomes, 71, residem juntos há 46 anos em meio à imensidão da Floresta da Tijuca. Ele vive lá há mais tempo, desde que seu pai e seu tio passaram a morar no parque, em 1943, para cuidar de um viveiro a convite de Raymundo Ottoni de Castro Maya, famoso colecionador de obras de arte e gestor do histórico trabalho de remodelação do Parque Nacional da Tijuca. Esse mesmo viveiro foi destruído por uma tromba d’água durante temporal em 1996.

    Já Maria do Carmo se mudou para a casa do marido após o casamento, em 1969. O casal vive até hoje sem energia elétrica. “Eu diria que somos privilegiados porque, mesmo sem luz, não deixamos de fazer nada. A floresta faz parte da gente, e nós fazemos parte dela”, afirmou Afrânio.

    De fato, dificuldades são mero detalhe para o casal, que consegue driblar as adversidades do dia a dia com poucos recursos. A iluminação interna da casa é baseada em um lampião a gás, instalado na sala, próximo ao portão e às janelas, para que o ambiente não fique muito quente, e velas. Se o calor aperta, Maria do Carmo apela para o leque. “Aqui também faz aquele calorão, às vezes, mas nada que tire o sono.”

    Na cozinha, a geladeira é representada por um isopor velho, que conserva alimentos como carne e frango por dois ou três dias, desde que haja gelo suficiente. Saladas e temperos são provenientes de uma hortinha mantida por Maria do Carmo em seu “quintal”. “Buscamos o gelo na rua e já compramos porções mínimas para que nada estrague. É tudo calculado”, afirma a idosa, discursando com orgulho sobre improvisos e conhecimentos adquiridos ao longo das últimas quatro décadas.

     

    Luz? Melhor não ter

    Afrânio e Maria do Carmo tiveram energia elétrica por cerca de um ano, em 2013, quando um gerador foi instalado na residência, com auxílio do filho mais velho –que já não mora na casa dos pais há dez anos anos. Porém, o equipamento apresentou defeito, e o casal chegou a uma conclusão pouco provável nos dias de hoje.

    “A vida era melhor quando não tinha luz”, pensou Afrânio.

    Eles chegaram a comprar uma TV, hoje inútil na sala da casa. “Sonhava ver uma novela, pois trabalhei na casa de uma senhora que falava muito sobre novela. Ela ficava espantada como eu era a única pessoa que ela conhecia que não tinha televisão. Mas depois pensei bem e vi que não ligava muito para isso. Meu negócio é roupa no tanque, louça na pia, comida na panela… Deixo a televisão para quem gosta.”

    Maria do Carmo usa um antigo ferro a gás, aquecido no fogão, para passar as roupas da casa. Ela traz na memória uma passagem com o filho mais velho, que, logo quando começou a trabalhar, tinha seu uniforme diariamente passado pela mãe. “Uma vez, ele foi elogiado no trabalho porque estava sempre engomadinho. Aí eu disse para ele falar no trabalho que o bom mesmo é o ferro a gás, não é ferro elétrico, não”, relatou a idosa, sorrindo. As roupas são lavadas por ela em uma nascente bem perto da casa. “Lavar a roupa na mão faz toda diferença.”

    Todas as despesas da casa, que não são muitas, são custeadas pela aposentadoria de Afrânio, que trabalhou praticamente a vida inteira na Fundação Parques e Jardins (órgão da Prefeitura do Rio) e hoje recebe um salário mínimo. A mulher consegue ajudá-lo fazendo pequenos bicos, como serviços de costura. “Sempre fiz faxina e trabalhei na casa dos outros, mas hoje não tenho mais forças para isso. Então, sempre dá para ganhar um dinheirinho costurando”, disse ela.

    Últimos moradores da floresta

    Afrânio diz que sua família é uma das poucas remanescentes entre as que moravam no interior do Parque Nacional de Tijuca desde o trabalho de remodelação feito na década de 40. “Eram dez famílias e hoje existem poucas, talvez três ou duas”, contou ele.

    Ao lado de sua casa, há outras duas ocupadas por membros da família Dias Gomes. Em uma área pouco mais afastada, ao lado das ruínas da Fazenda (onde funcionava o viveiro administrado pelo pai e pelo tio de Afrânio), há duas casas abandonadas. Lá, moravam famílias que foram retiradas por força de uma ação civil pública de desapropriação movida pelo MPF (Ministério Público Federal).

    O órgão defende que esses imóveis sejam demolidos por estarem em uma área de preservação ambiental e de propriedade da União –o parque é gerido pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade),uma autarquia do Ministério do Meio Ambiente). O ICMBio foi procurado pela reportagem do UOLpara comentar o assunto, mas não se pronunciou até o fechamento deste texto.

    O próprio Afrânio também já teve sua tranquilidade ameaçada, em 2012, quando um oficial de justiça lhe deu 90 dias para deixar o seu imóvel. “Passaram 90 dias e nada… Depois, veio outro e deu 120 dias. Então, eu pensei que, se passou de 90 para 120, pelo menos houve um avanço”, ironizou. “Construímos uma vida neste lugar e não pretendo sair. Mas se nos colocarem em uma casa melhor, aqui mesmo pelo Alto da Boa Vista [bairro], a gente aceitaria”, disse. Na visão dele, o casal está “velho demais” para recusar uma oportunidade de ter uma rotina mais acessível.

    O processo em que Afrânio e a mulher são réus ainda está tramitando na Justiça, segundo ele. Apesar de o MPF ter base legal, já que a legislação federal prevê a desapropriação em áreas de parques naturais, com objetivo de “preservar ecossistemas”, a defesa do casal de idosos afirma que eles não podem ser vistos como simples invasores.

    “Quem nos colocou aqui foi a prefeitura, na época do antigo Distrito Federal. O prefeito da época veio aqui [Henrique Dodsworth, interventor federal de 1937 a 1945] e nos deu esse espaço. Nossa vida está aqui.”

    Procurado, o Parque Nacional da Tijuca afirmou, por meio de nota, que não é possível a existência de moradias dentro da unidade, a menos que sejam residências funcionais ocupadas por servidores do ICMBio, órgão responsável pela gestão da unidade. “Moradores que não possuam mais vínculo funcional com a unidade de conservação terão que desocupar os imóveis”, diz a nota.

     

    Mauro Pimentel/UOLAlém de frutas e outros alimentos, o casal planta na parte externa da casa ervas e raízes que, segundo Maria do Carmo, são a sua “farmácia particular”. Por isso, se o problema é uma dor de cabeça, enjoo ou mal-estar, por exemplo, não há necessidade de ir até a farmácia. “Aqui eu tenho erva-cidreira, saião, macaé… Já tomou chá de macaé? É muito bom para o fígado.”

     

    Veja também

  13. “Em troca de apoio a

    “Em troca de apoio a candidato de Paes, banqueiro preso teria escondido conta de Romário na Suíça”.

    “O senador Romário (PSB-RJ) é apontado em novo escândalo envolvendo a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS). Em troca de apoio do senador para o candidato de Eduardo Paes (PMDB-RJ) à sua sucessão na Prefeitura do Rio de Janeiro, o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, teria ajudado a ocultar as informações referentes à conta de Romário na Suíça.

    O senador deixaria de concorrer ao cargo em prol do secretário-executivo de Coordenação de Governo de Paes, Pedro Paulo Carvalho, que já foi acusado na polícia por ter agredido a sua ex-mulher. O secretário carioca chegou a dizer “quem não tem uma briga dentro de casa?”, após revelação da segunda agressão à sua ex.

    As informações foram reveladas em diálogo gravado entre o senador Delcídio do Amaral e o advogado Edson Ribeiro, que defende Nestor Cerveró na Lava Jato, ambos presos. Na conversa, Ribeiro revela um esquema de apoio à candidatura de Pedro Paulo à Prefeitura do Rio em que Romário seria beneficiado com a ocultação de sua conta em troca de não concorrer ao cargo em 2016.

    Veja o diálogo a seguir:

    Edson Ribeiro — Ué, fizeram acordo, né?
    Delcídio do Amaral — Diz o Eduardo que fez.
    Ribeiro — Tranquilo. Foi Suíça.
    Delcídio — Foi?
    Ribeiro — Tinha conta realmente do Romário.
    Bernardo Cerveró — Tinha essa conta?
    Delcídio — E em função disso fizeram acordo.
    Ribeiro — Tinha dinheiro no banco que foi encontrado. Tira, senão você vai preso.
    Delcídio — O que eu achei estranho, ele ter chegado. Eu perguntei “o que você está fazendo aqui, Romario? “Não, não, vim acompanhar o Eduardo”…
    Ribeiro — Esquisito né? Essa é a informação que me deram”.

    Fonte: R7.com

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador