Fora de Pauta

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Redação

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  1. Os 18 anos do sistema de metas de inflação no Brasil

    A MAIORIDADE DO SISTEMA DE METAS DE INFLAÇÃO NO BRASIL – Em 2016 completar-se-ão 18 anos de utilização do sistema de metas de inflação em nosso país.

    O sistema foi implementado em 1999, no começo do segundo mandato de FHC.

    Este padrão já existia em outros países e começou na Nova Zelândia, em 1990. A título de ilustração, o Reino Unido e o Chile o adotaram em 1992.

    Atualmente o modelo está disseminado pelo mundo afora e é utilizado pelas principais economias do globo terrestre (aproximadamente 80 países adotam o sistema).

    Para se ter uma ideia da abrangência deste modelo, vamos citar alguns países que o utilizam: EUA, Canadá, Reino Unido, todos os países da Zona do Euro, Japão, Coreia do Sul, Chile, Peru, Colômbia, México, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Islândia, Indonésia, Israel, Nigéria, Filipinas, Polônia, Suíça, Turquia, Uruguai, Vietnã, etc.

    O que muda de país para país é o centro da meta e as margens, além do intervalo temporal para o cumprimento das normas e de outros itens que são ou não observados pelos Bancos Centrais, em conjunto com o parâmetro inflacionário.

    No Brasil, nestes 18 anos de implementação do sistema (1999 a 2016), verifica-se que em apenas 04 oportunidades a inflação fugiu ao controle do parâmetro pré-estabelecido pelo Banco Central e extrapolou o teto da meta. Isto ocorreu nos anos de 2001, 2002, 2003 e 2015.

    O índice inflacionário ficou abaixo do centro da meta estabelecida pelo Banco Central também em apenas 04 oportunidades. A saber: nos anos de 2000, 2006, 2007 e 2009.

    O sistema atual compreende uma meta inflacionária de 4,5% ao ano, com margem de 2% para cima ou para baixo. Estes índices completam agora 11 anos consecutivos de manutenção (vigoraram entre 2006 e 2016).

    A partir do ano que vem o centro da meta será mantido mas a tolerância vai cair de 2% para 1,5% para cima ou para baixo (meta fica entre 3% e 6% ao ano ao invés da atual meta que é de 2,5% a 6,5% ao ano).

    Em 17 anos, entre 1999 e 2015 (para 2015 utilizo um índice de 10,72%, sujeito a modificações na semana que vem), tivemos uma inflação acumulada de 208,23%. Isto dá uma média de 6,8% ao ano para a inflação oficial (IPCA).

    As críticas ao sistema de metas de inflação acontecem no mundo inteiro, em maior ou menor escala. No Brasil as críticas centram fogo no fato de que o sistema seria um “entulho neoliberal”. É uma crítica ideológica, portanto.

    Seria de se perguntar, de modo bastante sincero, se países como Rússia, China, Índia, Coreia do Sul ou EUA, entre outros, adotam políticas neoliberais nos tempos atuais. Penso que definitivamente não.

    Outra crítica seria ao que uns e outros consideram como sendo uma espécie de culpa do sistema de metas inflacionárias: a questão dos juros nominais em patamar elevado. Isto simplesmente não procede.

    O que se vê na Zona do Euro, nos EUA, no Japão, no Canadá, na China, na Índia, no México, no Reino Unido e em vários outros países é que o sistema de metas de inflação em nada atrapalhou na questão dos juros nominais, muito antes pelo contrário (estes e outros países tem taxas nominais de juros bem baixas, algumas delas pouco acima de 0% ao ano).

    Outra crítica que se faz é que o sistema de metas supostamente inibe um processo de expansionismo fiscal e monetário, tão necessário nestes dias em que o mundo não consegue se livrar da pesada herança do Crash de 15 de setembro de 2008.

    É forçoso admitir que essa crítica é absurda e ridícula. E o é porque é uma crítica falsa dos pés a cabeça.

    O sistema de metas de inflação não impediu nem por um segundo que os países centrais adotassem políticas fiscais e monetárias ultra expansionistas, com colossais déficits fiscais, enorme aumento em suas respectivas dívidas públicas e programas consecutivos de afrouxamento monetário – Quantitative Easing – muitos deles ainda em vigor.

    Penso que seria necessário aperfeiçoar o sistema de metas de inflação e não terminar com o mesmo.

    Poderíamos focar em controlar não apenas a inflação, mas em construir parâmetros que incluíssem na análise do Banco Central a questão da taxa de emprego. É o que é feito, por exemplo, nos EUA. 

  2. Cartas entre Vinicius e Chico

     

    Cartas entre Vinicius e Chico

    Chico e Vinicius.

    Cartas trocadas há mais de trinta anos e parece que foi ontém. Lindo processo criativo entre Vinicius de Moraes e Chico Buarque que contam um pouco da história de uma das mais belas músicas da MPB, a gloriosa Valsinha.

     

    de vinícius de moraes para chico buarque

    Chiquérrimo,

    Dei uma apertada linda na sua letra, depois que você partiu, porque achei que valia a pena trabalhar mais um pouquinho sobre ela, sobre aqueles hiatos que havia, adicionando duas ou três idéias que tive. Mandei-a em carta a você, mas Toquinho, com a cara mais séria do mundo, me disse que Sérgio [Buarque de Hollanda] morava em Buri, 11, e lá se foi a carta para Buri, 11.

    Mas, como você me disse no telefone que não tinha recebido, estou mandando outra para ver se você concorda com as modificações feitas.

    Claro que a letra é sua, e eu nada mais fiz que dar uma aparafusada geral. Às vezes, o cara de fora vê melhor essas coisas.
    Enfim, porra, aí vai ela. Dei-lhe o nome de “Valsa hippie”, porque parece-me que tua letra tem esse elemento hippie que dá um encanto todo moderno à valsa, brasileira e antigona. Que é que você acha? O pessoal aqui, no princípio, estranhou um pouco, mas depois se amarrou na idéia. Escreva logo, dizendo o que você achou.

    Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
    Olhou-a dum jeito mais quente do que comumente costumava olhar
    E não falou mal da poesia como mania sua de falar
    E nem deixou-a só num canto; pra seu grande espanto disse: vamos nos amar…
    Aí ela se recordou do tempo em que saíam para namorar
    E pôs seu vestido dourado cheirando a guardado de tanto esperar
    Depois os dois deram-se os braços como a gente antiga costumava dar
    E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a bailar…
    E logo toda a vizinhança ao som daquela dança foi e despertou
    E veio para a praça escura, e muita gente jura que se iluminou
    E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouviam mais
    Que o mundo compreendeu
    E o dia amanheceu em paz.

    de chico buarque para vinícius de moraes

    Caro poeta,

    Recebi as duas cartas e fiquei meio embananado. É que eu já estava cantando aquela letra, com hiato e tudo, gostando e me acostumando a ela. Também porque, como você já sabe, o público tem recebido a valsinha com o maior entusiasmo, pedindo bis e tudo. Sem exagero, ela é o ponto alto do show, junto com o “Apesar de você”. Então dá um certo medo de mudar demais. Enfim, a música é sua e a discussão continua aberta. Vou tentar defender, por pontos, a minha opinião. Estude o meu caso, exponha-o a Toquinho e Gesse, e se não gostar foda-se, ou fodo-me eu.

    “Valsa hippie” é um título forte. É bonito, mas pode parecer forçação de barra, com tudo que há de hippie por aí. “Valsa hippie” ligado à filosofia hippie como você a ligou, é um título perfeito. Mas hippie, para o grande público, já deixou de ser filosofia para ser a moda pra frente de se usar roupa e cabelo. Aí já não tem nada a ver. Pela mesma razão eu prefiro que o nosso personagem xingue ou, mais delicado, maldiga a vida, em vez de falar mal da poesia. A sua solução é mais bonita e completa, mas eu acho que ela diminui o efeito do que se segue. Esse homem da primeira estrofe é o anti-hippie”. Acho mesmo que ele nunca soube o que é poesia. É bancário e está com o saco cheio e está sempre mandando sua mulher à merda. Quer dizer, neste dia ele chegou diferente, não maldisse (ou “xingou” mesmo) a vida tanto e convidou-a pra rodar.

    “Convidou-a pra rodar” eu gosto muito, poeta, deixa ficar. Rodar que é dar um passeio e é dançar. Depois eu acho que, se ele já for convidando a coitada para amar, perde-se o suspense do vestido no armário e a tesão da trepada final. “Pra seu grande espanto”, você tem razão, é melhor que “para seu espanto”. Só que eu esqueci que ia por itens.

    Vamos lá:

    Apesar do Orestes (vestido de dourado é lindo), eu gosto muito do som do vestido decotado. É gostoso de cantar vestido decotado. E para ficar dourado, o vestido fica com o acento tendendo para a primeira sílaba. Não chega a ser um acento, mas é quase. Esse verso é, aliás, o que mais agrada, em geral. E eu também gosto do decotado ligado ao “ousar” que ela não queria por causa do marido chato e quadrado. Escuta, ô poeta, não leva a mal a minha impertinência, mas você precisava estar aqui para ver como a turma gosta, e o jeito dela gostar dessa valsa, assim à primeira vista. É por isso que estou puxando a sardinha mais para o lado da minha letra, que é mais simplória, do que pelas suas modificações que, enriquecendo os versos, talvez dificultem um pouco a compreensão imediata. E essa valsinha tem um apelo popular que nós não suspeitávamos.

    Ainda baseado no argumento acima, prefiro o “abraçar” ao “bailar”. Em suma, eu não mexeria na segunda estrofe.

    A terceira é a que mais me preocupa. Você está certo quanto ao “o mundo” em vez de “a gente”. Ah, voltando à estrofe anterior, gostei do último versos onde você diz “e cheios de ternura e graça” em vez de “e foram-se cheios de graça”. Agora, estou pensando em retomar uma idéia anterior, quando eu pensava em colocá-los em estado de graça. Aproveitando a sua ternura, poderíamos fazer “Em estado de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar”. Só tem o probleminha da junção “em-estado”, o “em-e” numa sílaba só. Que é o mesmo problema do “começaram-a”. Mas você mesmo disse que o probleminha desaparece dependendo da maneira de se cantar. E eu tenho cantado “começaram a se abraçar” sem maiores danos. Enfim, veja aí o que você acha de tudo isso, desculpe a encheção de saco e responda urgente.

    Há um outro problema: o pessoal do MPB-4 está querendo gravar essa valsa na marra. Eu disse que depende de sua autorização e eles estão aqui esperando.

    Eu também gostaria de gravar, se o senhor me permitisse, por que deu bolo com o “Apesar de você”, tenho sido perturbado e o disco deixou de ser prensado. Mas deu para tirar um sarro. É claro que não vendeu tanto quanto a “Tonga”, mas a “Banda” vendeu mais que o disco do Toquinho solando “Primavera”. Dê um abraço na Gesse, um beijo no Toquinho e peça à Silvana para mandar notícias sobre shows etc. Vou escrever a letra como me parece melhor. Veja aí e, se for o caso, enfie-a no ralo da banheira ou noutro buraco que você tiver à mão.

    Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
    Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
    E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
    E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou- a pra rodar
    Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
    Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
    Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
    E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar
    E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
    E foi tanta felicidade que toda a cidade se iluminou
    E foram tantos beijos loucos
    Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
    Que o mundo compreendeu
    E o dia amanheceu
    Em paz.

    Colaboração de Guto de Lima.

     

    1. Eu COLOQUEI essa notícia há

      Eu COLOQUEI essa notícia há 3/4 dias.

        E só hoje se interessou ?

       

      O ”sereno ” Barroso , no quarto casamento, não tem nada de sereno.

    2. Barroso não convence
      Luís

      Barroso não convence

      Luís Roberto Barroso tentou culpar a edição que mostrava a malandragem do ministro do STF ao omitir a parte que legitimava a votação secreta no Regimento Interno da Câmara. Mas descreveu uma situação diferente da apresentada no vídeo. Leiam o que escreveu para o Jota.Info:

      “Enquanto raciocinava para responder a ele, li de novo exatamente a mesma passagem que ele havia lido. Antes que eu concluísse o meu raciocínio, o Min. Teori fala: ‘V. Exa. tem razão’. Nessa hora, paro de responder a ele e volto para o meu voto. Simples assim. O que a edição do vídeo fez, seguindo o padrão ético que nós precisamos superar no Brasil, foi cortar a parte inicial e final do diálogo, criando o erro deliberado na percepção do ouvinte.”

      O vídeo segue no ar e basta apertar novamente o play para notar que a descrição de Barroso não condiz com o que os olhos veem:

      O trecho é abruptamente omitido da leitura de Barroso antes mesmo de qualquer intervenção de Teori.O raciocínio de Barroso não é interrompido mesmo com a intervenção de Teori Zavascki.Pelo contrário, é Barroso quem interrompe o aparte de Teori evitando que seja lido por completo o inciso III.

       

  3. Traições e pedidos de perdão.

    E se você fosse o corno, perdoaria ?

    Dez faixas e outdoors de pessoas traídas (e que traíram) que parecem coisa do Sensacionalista

     

    http://sensacionalista.uol.com.br/2015/09/10/dez-faixas-e-outdoors-de-homens-e-mulheres-traidos-e-traidores-que-parecem-coisa-do-sensacionalista/?cmpid=fb-uol

    Ontem, em uma das avenidas mais movimentadas de Juazeiro do Norte, no Ceará, uma mulher chamada Lili se vingou do ex colocando um outdoor dizendo que a fila andou.Não foi a primeira vez que um brasileiro ou uma brasileira usou o espaço público para deixar claro em letras bem grandes que a fila andou, que se arrependeu de trair, que ainda ama ou que vai dedurar uma traição.

    Porque não adianta ser corno: tem que deixar claro.

    Começamos com a Gabriela, que apesar de não ser perfeita conseguiu colocar um textão de Facebook numa faixa minúscula:  

    Não adianta fingir que é corno, tem que assumir.

    Já o Edu é um discípulo da escola “Aceita que dói menos”:  

    images (2)

    Corno vingativo.

     

     

     

    “Um marido traído” quis deixar claro até o dia exato em que pegou a Nilzelene com o Ramon:  

     

     

     

    images (3)

    Aceita a menina de volta corninho.

    Ana achou um jeito estranho de avisar que vai largar o noivo. Se bem que esta mensagem não tem como dizer que “não visualizou”: 

    Suzy, não acredita nesse safado, se fez uma vez, vai fazer sempre. Bota a fila para andar.

    Marcílio é outro capaz de espremer mais letras numa faixa do que gente no metrô às seis da tarde:  

    Mulher traída é pior que cobra venenosa.

    Pior que mulher traída é uma amante sem convite do seu casamento: 

    Mete o pé nesse Ferando, Gabi, esse cara é duro.

    Gabi preferiu contratar uma empresa de design para dar um toque de sofisticação ao recado:  

    ô Ricardo !!!, vai deixar o Jorjão na mão.

    Essa tem cara de amigo sacaneando o outro, mas entra porque é muito boa:   

    Bebezão, dá um pé na bunda desse cara.

    Ele tem pinta de ser chato, vai te perturbar o resto da sua vida.

    Para fechar, o “Bebezão” sem sabedoria: 

     

  4. O MITO DA ESTABILIDADE

    O MITO DA ESTABILIDADE MONETARIA – O Plano Real de 1994 construiu o telado da casa sem fazer as paredes.

    A montagem da estabilidade através de formulas de conversão não desmontou os buracos negros da Constituição de 1988, COMO A AUTONOMIA FINANCEIRA COM DINHEIRO PUBLICO, COISA QUE NÃO HÁ NO PLANETA, beneficiando o Congresso, o Poder Judiciario, o MP, universidades, corporações e programas que tem direito a um pedaço do Orçamento sem necessidade de prestar contas a outro Poder. AUTONOMIA é para as funções, não é para o dinheiro publico mas aqui

    se confundiu o que é autonomia de uma Instituição, o Tesouro entrega cheques da verba total e quem recebe faz o que quer com o dinheiro, geralmente 100% vai para salarios, mordomias, vantagens, beneficios, dentistas, Hospital Sirio Libanes, para o funcionario e toda a familia até a mãe da sogra.

    Esses imensos dispendios  forçosamente trariam a inflação de volta como MECANISMO DE AJUSTE de um modelo que matematicamente faz as despesas superarem as receitas por causa da estabilidade.

    No tempo da inflação todo mês a arrecadação subia e a despesa não, era corroida pela inflação.

    No conjunto do ideario do Plano Real venderam varios dogmas falsos.

    1. “A estabilidade é uma conquista da sociedade”. Não. A estabilidade é uma conquista dos RENTISTAS , aqueles que detem ESTOQUE DE MOEDA. Para estes a estabilidade é essencial, para quem vive de salario não. Os pregadores da estabilidade, todos alinhados à escola monetarista que eleva a santidade da moeda acima de qualquer outro valor,

    diziam “o trabalhador recebia um salario e durante o mês ele era corroido pela inflação”. Falso. O trabalhador recebia o salario no dia 5 e no dia 6 toda a compra do mês para a casa já estava feita, assim como material de construção, ele NÃO guardava dinheiro no bolso para ser corroido pela inflação, o trabalhador brasileiro nunca foi o imbecil que esses economistas imaginam, ele sabia que precisava aplicar o salario imediatamente em bens de necessidade de sua casa.

    De 1946 a junho de 1994 o Brasil NÃO teve estabilidade monetaria,  48 anos de inflação, duas gerações de trabalhadores,

    25 milhões de casas foram construidas nesse periodo nas PERIFERIAS das metropoles brasileiras, como? Comprando lotes de terreno a prestação e a cada mês material de construção, depois faziam a casa sob sistema de mutirão.

    O trabalhador brasileiro se virou perfeitamente bem sob inflação, ele de forma intuitiva sabia se proteger da inflação.

    2.A estabilidade da moeda é FUNDAMENTAL para os rentistas. Todos os economistas do REAL vivem de administrar fortunas de rentistas, nunca houve uma concentração de capital financeiro no Brasil como ocorreu APÓS O PLANO REAL, que possibilitou a formação de imensas reservas de liquidez geridas pelos economistas da escola do monetarismo,

    todos ficaram milionarios com escritorios de “”asset management””, negocio que depende de moeda estavel para existir.

    Com a atual crise os RENTISTAS nada perdem, desde que os juros se mantenham altos,  ao contrario, ganham mais do que sem crise. Com a crise ATIVOS FICAM MAIS BARATOS, quem tem dinheiro liquido pode comprar imoveis a preço de liquidação, o dinheiro aplicado a cada mes engorda com os juros e os ativos reais tem o preço no chão porque a economia está parada.

    3.A inflação não é sempre ruim, pode ser necessaria para reativar a economia e aguar o endividamento do Estado, das empresas e dos cidadãos. A inflação é um metodo de AJUSTE da economia interna, assim como a DESVALORIZAÇÃO DA MOEDA é um metodo de AJUSTE DO CAMBIO, tornando as exportações mais competitivas.

    4.Há mecanismos testados para derrubar a inflação causada por excesso de demanda , é um processo relativamente simples, baseado no Plano alemão de 1923 (Plano Schacht) que foi o mesmo modelo usado no Plano Real.

    MAS NÃO HÁ MECANISMO PARA ACABAR COM UMA RECESSÃO, não se descobriu ainda.

    5. Entre INFLAÇÃO E RECESSÃO, esta ultima é infinitamente pior. Ambas são desequilibrios da economia mas a RECESSÃO causa desemprego, a inflação não. Então é melhor tolerar inflação COM EMPREGO do que recessão SEM EMPREGO.

    Com emprego o trabalhador se vira mesmo com a inflação, mas não há como se virar sem emprego.

    6. A operação de um programa anti-recessão no Brasil pode ser executado COM GRANDES INVESTIMENTOS EM INFRA ESTRUTURA, só um programa de saneamento pode absorver 600 a 700 bilhões de Reais, o Brasil tem indices pavorosos de falta de saneamento. Não tem dinheiro? Claro que há, basta inverter a politica do Banco Central, ABANDONAR as metas de inflação, começar a resgatar a divida publica com emissão de oeda e financiar um super PAC para infra estrutura, aliás os projetos já existem, o que não há é dinheiro para executa-los, dinheiro cria-se com emissão de moeda. Para resgatar a divida publica basta baixar os juros de 14,5% para 7%, os rentistas não renovam e a divida vai sendo paga, aumenta de imediato a liquidez da economia e os rentistas vão procurar negocios para investir, o juro já não compensa.

    É essencial reavivar a FIRCE do BC, o controle de cambio, para não haver fuga de dinheiro para o exterior, mecanismo PERMITIDO pelas regras do FMI em circunstancias de crise. Hoje é uma aberração, os proprios bancos fazem o controle de cambio, o Banco Central ir irresponsavelmente desde 2013 por uma Circular abriu mão de controlar o cambio, já escrevi aqui um artigo sobre essa leviandade, um Pais no nivel da economia que temos não pode deixar o cambio solto.

    E o mais interessante é que pouca inflação ocorrerá PORQUE HÁ ABUNDANCIA DE OFERTA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO E MÃO DE OBRA, há muita capacidade ociosa no setor e nova demanda não pressionará preços. O que é preciso é coragem, determinação e cara feia

    para enfrentar o sistema financeiro e ir pagando a divida,  eliminando a absurda conta de juros da divida publica QUE EM 2016 chegará a 500 BILHÕES DE REAIS para nada, dinheiro que vai engordar os rentistas QUE NÃO VÃO INVESTIR NADA NO BRASIL, provavelmene esses juros vão direto para o Exterior.

    Evidentemente será preciso trocar toda, sem exceção, a Diretoria do Banco Central, todos pro-rentistas e colocar outro time, com outra visão de Pais e de economia, manda-se de volta para o Canada o Diretor da Area Externa, para nós não serve, aliás ele é o campeão  do time que quer AUMENTAR os juros ainda mais na proxima reunião do COPOM.

    A economia está em CRISE porque ninguem tem a ousadia de agir para combater a crise, todos esperam que a crise desapareça por encanto, sozinha e isso nunca vai acontecer. O Presidente Hoover em 1933 tambem achava que a Grande Depressão iria acabar sozinha, precisou vir Roosevelt com Keynes a tiracolo para fazer exatamente isso, JOGAR LIQUIDEZ NA ECONOMIA e um grande programa de obras para começar a acabar com a recessão pavorosa.

     

     

  5. Clovis Rossi
    O verdadeiro

    Clovis Rossi

    O verdadeiro golpe

    Já que gosta tanto de falar em golpe para se referir ao processo de impeachment que corre contra ela, a presidente Dilma Rousseff bem que poderia prestar um mínimo de atenção ao verdadeiro golpe em marcha.

    Trata-se da iniciativa do governo venezuelano de tentar derrubar a supermaioria (112 deputados em 167) eleita pela oposição no dia 6 de dezembro –e que tomam posse na próxima terça-feira, 5.

    O governo, como vem relatando o excelente correspondente da Folha em Caracas, Samy Adghirni, conseguiu da Justiça a cassação de três dos deputados da oposição, em um “golpe judicial”, segundo a Mesa da Unidade Democrática, o conglomerado oposicionista.

    O governo brasileiro não tem o direito de ignorar que a Justiça venezuelana é mero apêndice do Executivo.

    Um estudo de juristas locais, feito há um par de anos, mostrou que nenhuma iniciativa governamental foi contestada pela Justiça –recorde mundial de competência em um governo notoriamente incompetente.

    É justo dizer que a presidente Dilma já interferiu na eleição venezuelana, por meio de carta em que cobrou de seu colega Nicolás Maduro que respeitasse as regras do jogo antes, durante e depois do processo eleitoral.

     Miguel Gutiérrez – 30.dez.2015/Efe El diputado electo de la coalición opositora Mesa de la Unidad Democrática (MUD) Simón Calzadilla habla con la prensa en la sede del Tribunal Supremo de Justicia (TSJ) hoy, miércoles 30 de diciembre de 2015, en Caracas (Venezuela). La MUD recusó hoy a los cinco magistrados del Tribunal Supremo de Justicia (TSJ) encargados de decidir sobre la impugnación de ocho de sus 112 diputados electos el pasado 6 de diciembre. EFE/Miguel Gutiérrez ORG XMIT: CAR04Simón Calzadilla, deputado eleito pela coalizão MUD, fala a jornalistas na sede do TSJ

    O “antes” foi desequilibrado a favor do governo, que, no entanto, respeitou o “durante” apenas para deturpá-lo “depois”.

    É o que diz, por exemplo, nota emitida por um grupo de parlamentares uruguaios que funcionaram como observadores do processo eleitoral: “Impedir a plena constituição [da Assembleia Nacional] pretende condicionar, uma vez mais, o legítimo pronunciamento eleitoral do povo venezuelano”.

    Como dizia nota emitida por respeitadas entidades americanas de direitos humanos, antes do pleito, as eleições teriam “o potencial de reduzir a tensão política, mas também o de exacerbá-la”.

    É óbvio que deturpar o resultado das urnas só pode exacerbar tensões. A nota das entidades, entre elas a brasileira Conectas e o Centro de Estudos Legais e Sociais da Argentina, acrescenta que “há muito em jogo para a Venezuela e para a região”.

    É do interesse do Brasil, portanto, impedir que o “golpe judicial” em andamento exacerbe a tensão política, até porque tem experiência própria em verificar como crises políticas agravam dificuldades econômicas.

    O governo brasileiro já emitiu nota oficial, antes da eleição, em que “ressalta a importância do pleno respeito à vontade popular expressa nas urnas”. Não seria, portanto, nenhuma violência repetir a sensata observação.

    Se quisesse ser um pouco mais ativa, a diplomacia brasileira poderia lembrar que a cassação dos três deputados oposicionistas não é exatamente a prioridade número 1 da Venezuela, afogada numa crise que torna folgada a situação do Brasil.

    Não custa lembrar que a inflação é a mais alta do mundo, que falta quase tudo no comércio, que as mortes violentas (27.875 em 2015) elevaram a taxa de homicídios para 90 por 100 mil habitantes, das mais altas do mundo.

    Contra tudo isso é que o eleitorado deu ampla vitória à oposição. Desconhecê-la é fechar os olhos à realidade.

  6. Elio Gaspari
    Em novembro

    Elio Gaspari

    Em novembro passado, quando caminhoneiros ameaçavam obstruir estradas em todo o país, o comissariado do Planalto teve a ideia de chamar a tropa do Exército.

    Ouviram de volta uma ponderação de um comandante militar:

    Obstruir estradas é um crime e justifica-se o pedido de tropa para retirar os caminhões. E quando esse mesmo crime for cometido pelo Movimento dos Sem Terra, por índios ou organizações sindicais, os senhores vão chamar o Exército de novo?

    Não se falou mais no assunto.

    Se e quando ele reaparecer, haverá outra questão: O ministro pede a tropa ao general, o general dá a ordem a um coronel e ele desloca os soldados, comandados por um capitão. Quando surgir um cadáver, quem vai para a Comissão da Verdade?

    *

  7. Elio Gaspari
    O retrato do

    Elio Gaspari

    O retrato do capitalismo petista

    O ano que passou e este que está começando entrarão para a história do capitalismo petista. A repórter Natália Cacioli revelou que pela primeira vez desde 2002, quando foi criado o Tesouro Direto, um supermercado de papéis do governo, o número de pessoas que protegeu seu dinheiro com pouca intermediação financeira superou o de investidores na Bolsa de Valores. Em apenas um ano o número de clientes do Tesouro Direto cresceu 72%, chegando a 587 mil.

    Em tese, quem aplica na bolsa brasileira investe na produção. Quem vai para o papelório do Banco Central remunera-se à custa do endividamento do governo. Com a taxa de juros a 14% (e vem mais por aí), quem foi para o Tesouro Direto deu-se melhor do que a clientela da caderneta de poupança (137 milhões de contas). A aplicação preferida do andar de baixo, onde está o dinheiro de quem se previne contra o desemprego, teve rentabilidade negativa, pois pagará 7,95% contra uma inflação de 10,48%.

    A Bolsa foi pior, voltou ao nível 2008, acumulando uma queda de 29% no ano. Isso se deveu em parte à gestão dos comissários na Petrobras e à queda das ações da Vale, produto da conjuntura internacional, bem como da irresponsabilidade de sua sócia Samarco, a mãe do desastre de Mariana.

    O PT produziu a maior taxa de juros do mundo e o pior desempenho internacional do mercado de ações. Vive-se melhor emprestando dinheiro ao governo e aplicando-o diretamente no Tesouro do que investindo na produção de seja lá o que for. Sempre que isso acontece, a vida dos brasileiros piora.

    A expansão dos fregueses do Tesouro Direto reflete uma cautela dos investidores. Além de buscar remuneração nos papéis da Viúva, preferiram evitar aplicações mais sofisticadas em fundos de instituições financeiras. Fugiram de todos os riscos, no que fazem muito bem.

  8. PT reproduziu metodologias

    PT reproduziu metodologias antigas e se lambuzou, diz Jaques Wagner

     Pedro Ladeira/Folhapress Jaques Wagner durante entrevista exclusiva em seu gabinete, no Palácio do PlanaltoO ministro-chefe da Casa Civil Jaques Wagner durante entrevista exclusiva em seu gabinete

    VALDO CRUZ

    Marina Dias

     

    PT reproduziu metodologias antigas e se lambuzou, diz Jaques Wagner

     Pedro Ladeira/Folhapress Jaques Wagner durante entrevista exclusiva em seu gabinete, no Palácio do PlanaltoO ministro-chefe da Casa Civil Jaques Wagner durante entrevista exclusiva em seu gabinete

    Chefe da Casa Civil da presidente Dilma Rousseff, Jaques Wagner, 64, disse, ao avaliar os efeitos da Operação Lava Jato sobre o PT, que seu partido “errou” ao não fazer a reforma política e “acabar reproduzindo metodologias” antigas da política brasileira.

    O resultado, afirmou, é que o PT, “que não foi treinado para isto”, encarnou o ditado: “Quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza”.

    Em entrevista à Folha, o ex-governador da Bahia avaliou que 2015 foi um ano “duro” e que em 2016 não deve haver crescimento no país.

    Wagner fez ressalvas à condução da política econômica pelo ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, a quem atribui uma obsessão pelo ajuste sem mostrar para onde o país iria. Segundo o petista, agora é preciso “modular” o ajuste com propostas que apontem para o desenvolvimento.

    Ele disse que o governo conseguirá “enterrar” o impeachment.

    *

    Folha – O governo começou o ano falando em crescimento e vai acabar com retração de quase 4%, inflação em dois dígitos e juros altos. 2015 foi um ano perdido?
    Jaques Wagner – Foi um ano difícil. Não conseguimos compactar a base de sustentação ao governo no Congresso, a crise da economia mundial repercutiu aqui, assim como repercutiu os ajustes que precisamos fazer no começo do ano por conta das medidas de 2013 e 2014.

    O ajuste foi exagerado?
    Se tivesse feito menos teria conseguido segurar o nível de emprego que seguramos? O senso comum é que exageramos nas desonerações e na equalização de juros para investimentos. Mas as pessoas só olham para as consequências negativas das medidas.

    Porque o reflexo foi ruim.
    Concordo que foi um ano muito duro, mas não vou dizer nunca que foi um ano perdido. Mas se você apurar só a notícia “não boa”, a inflação realmente está onde está, os juros estão lá em cima, o crescimento foi negativo. A foto de final de ano não é boa.

    E qual é a culpa do governo?
    Não sei se foi erro, mas as medidas contracíclicas tomadas produziram um problema fiscal que ela [presidente Dilma] se impôs consertar. O erro para mim é muito mais da oposição, que fez uma agenda do “impeachment tapetão”.

    O que o senhor quer dizer?
    A impopularidade de Dilma hoje é consequência de que a gente teve que consertar medidas tomadas em 2013 e 2014, que tiveram seu lado positivo e, como tudo na vida, também consequências ruins. Mas nunca teve dolo. A banalização do processo como recurso eleitoral é o “impeachment tapetão”, que não é com motivo, é para recorrer do jogo que perdi em campo. Mas isso também será cobrado da oposição, porque impopularidade não é crime.

    E qual a saída para isso?
    O governo passa por um momento ruim de popularidade e a nossa grande tarefa é começar a retomada da economia. Estamos abertos para fazer um governo de unidade nacional, então quero propor dois temas: a reforma política e a da Previdência.

    O impeachment está enterrado?
    Nós vamos enterrá-lo.

    Na Câmara dos Deputados ou vai precisar do Senado?
    Na Câmara. Não tenho dúvida de que a gente vai a 250, 255 votos [Dilma precisa de 171 votos para barrar o pedido de impeachment na Casa].

    A operação Lava Jato atingiu o PT em cheio. O partido errou?
    Errou ao não ter feito a reforma política no primeiro ano do governo Lula. E aí não mudou os métodos do exercício da política.

    Por que o PT se entregou a estes métodos?
    Porque ficou usando ferramentas que já eram usadas.

    Que tipo de ferramentas?
    Do financiamento privado [para campanhas eleitorais] e aí acabou reproduzindo metodologias. Talvez, porque nunca foi treinado para isto, deve ter feito como naquela velha história: “Quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza”. Quem é treinado erra menos, talvez, né?

    O governo vai registrar dois anos seguidos de recessão. O senhor teme que esse quadro leve a um novo enfraquecimento da presidente?
    Não tenho bola de cristal. O governo vai tentar resgatar a economia na questão da inflação, da geração de emprego, do crescimento maior ou de um decréscimo menor. O problema da economia não é ter um momento ou dois ruins, é ter horizonte.

    O senhor acha que Joaquim Levy exagerou na dose?
    Não quero personalizar, porque é óbvio que as coisas têm o arbítrio dela [Dilma]. Mas não sou só eu, tem uma porção de gente que acha que foi apagando o incêndio, e isso era uma obsessão, sem dizer para onde iríamos. Não sei se foi exagerado, mas o momento é de modular.

    Modular é suavizar o ajuste?
    Modular com medidas que apontem para o crescimento. A meta é menos importante que a credibilidade.

    Nelson Barbosa é o melhor quadro para 2016, ano de retomada do crescimento?
    Não é retomada, é preparação para a retomada. Não acho que vamos retomar o crescimento em 2016, mas temos que ter um ambiente mais salutar.

    O PT emitiu nota pedindo mudanças na economia e criticando a reforma da Previdência.
    Este é o DNA do PT e não vai mudar. O PT não é necessariamente refém em tudo do governo, está expressando um pouco o que os movimentos sociais falam.

    Qual será o papel do ex-presidente Lula neste período de enfrentamento ao impeachment?
    Ele quer que Dilma tenha sucesso. É óbvio que, quando ele vê que ela não está com a popularidade que ele gostaria, fica angustiado. Mas ele nunca pretendeu [interferir].

    Como o senhor avalia o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)?
    É um cara determinado. Para mim, o maior erro dele é que ele não foi magistrado na cadeira de magistrado.

     

    E o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)?
    Foi mais equilibrado.

     

     

  9. Governo acaba com ‘Bolsa

    Governo acaba com ‘Bolsa Empresário’ e fica com dívida de R$ 214 bilhões

    http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/01/1724641-governo-acaba-com-bolsa-empresario-e-fica-com-divida-de-r-214-bilhoes.shtml

     Antônio Gaudério/Folhapress Indústria da CSN onde é feita a transformação de ferro líquido em aço líquido, em Volta Redonda (RJ)Indústria da CSN onde é feita a transformação de ferro líquido em aço líquido, em Volta Redonda (RJ)

    DIMMI AMORA
    DE BRASÍLIA

    OS CINCO GRUPOS QUE MAIS RECEBERAM EMPRÉSTIMOS

    Em R$ bilhões

    Vale + VLI Multimodal3,0254,061Norte Energia + CCBM3,999Petrobras3,697Raízen Energia + Rumo Logística3,043Fiat Chrysler3,025Vale + VLI Multimodal   

    AS CINCO PESSOAS QUE MAIS RECEBERAM EMPRÉSTIMOS

    Em R$ milhões

    José Tiecher70,7297,6Erai Maggi Scheffer111,2Nelson José Vigolo80,4Eliseu Zulmar Maggi Scheffer76,3José Oswaldo R. de Mendonça70,7José Tiecher  

  10. Crise e incerteza no Brasil

    Crise e incerteza no Brasil aceleram ‘fuga de elites’

    THAIS BILENKY
    DE NOVA YORK

     

    Incertezas no Brasil aceleraram a procura da elite por alternativas que considera mais seguras para aplicar seus recursos fora do país.

    Corretores e advogados ouvidos pela Folharelataram um aumento na compra de imóveis em Nova York no último ano, quando a crise nacional se aprofundou.

    Além da questão financeira, há um movimento em busca de melhor qualidade de vida. Nesses casos, benefícios fiscais oferecidos por governos europeus, como Portugal, também têm surtido efeito.

    Nos EUA, o controle menos rígido sobre a origem do dinheiro incentiva investimentos em um mercado imobiliário valorizado e com liquidez.

    Instrumentos jurídicos que permitem o uso de empresas de fachada e offshores são comuns na aquisição de imóveis por estrangeiros em Nova York. Além de, em alguns casos, dificultarem a identificação do proprietário, ajudam a evitar o imposto de herança, que nos EUA pode chegar a 50% do valor do imóvel.

     Rickey Rogers/Reuters Paisagem de Manhattan ao pôr do sol, com o One World Trade Center; brasileiros investem na cidade Paisagem de Manhattan ao pôr do sol, com o One World Trade Center; brasileiros investem na cidade

    “Muitos brasileiros compram em nome de empresa constituída em paraíso fiscal (Bahamas ou Bermudas, por exemplo) para evitar a incidência do imposto”, diz a advogada Michelle Viana, especializada no ramo imobiliário, que atua em Nova York.

    Mesmo quem já tem propriedades na cidade tem adquirido outras. Um cliente de Viana, médico paulistano bem-sucedido, comprou o terceiro apartamento em Nova York. Os outros dois ficam parados quase o ano inteiro. Não há intenção de alugar para fazer dinheiro: o objetivo é pôr o dinheiro em investimento que considera seguro.

    Assim como Viana, a corretora Ângela Magarian, da Corcoran, percebeu um aumento na procura. Em Nova York há 40 anos, ela diz que “é incrível como mudou”.

    “O que eu sinto é que quem pode está vindo mesmo. O Brasil está tão complicado.”

    No momento, ela tem seis clientes fechando negócios de US$ 8 milhões a US$ 15 milhões, dois deles se mudando para apartamentos maiores.

    A violência é a gota d’água para pessoas que têm condições de se manter fora do país e já não veem perspectivas econômicas no Brasil.

    Após sofrer um assalto à mão armada no Jardim Europa (SP), a oncologista Emanuelly Castro passou a planejar sua mudança. O carro blindado não bastou para ela se sentir mais segura. “Estou convicta de que, com a deterioração da economia, haverá alta na criminalidade.”

    Dona de imóveis no Brasil, Castro diz que não se desfará deles, mas deixou de investir no mercado nacional. Ela comprou um apartamento em Manhattan, para onde se mudará em 2016 com o filho, de 15 anos.

    “Pretendo descomprimir de todo o estresse e a paranoia que vivo no Brasil.”

    Um executivo de “altíssima renda”, segundo seu advogado, pagou US$ 60 milhões por um imóvel nos EUA pelo EB-5, programa do governo americano que lhe dará cidadania.

    O executivo foi desaconselhado porque, assim, terá de aderir ao pesado regime tributário do país. Mas a insatisfação com o Brasil falou mais alto –sua intenção é se mudar em definitivo.

    CASAS EM BALNEÁRIO

    “Nova York é a capital do mundo. E os Hamptons são a capital do mundo nas férias”, define o corretor JB Santos, da imobiliária de alto padrão Brown Harris Stevens. O balneário a duas horas de Manhattan é célebre pelas mansões e proprietários famosos.

    Desde 2010, Santos vendia um imóvel nos Hamptons por ano, em média. Desde o fim de 2014, diz, foram três. Um de seus clientes é um criador de gado brasileiro, que passa metade do ano em seu apartamento em Nova York e a outra metade no Brasil.

    Nos últimos meses, o fazendeiro comprou duas casas nos Hamptons. A terceira foi vendida a um catarinense que trabalha no mercado financeiro e vive em Manhattan.

    “Ouço muito de compradores que eles querem tirar dinheiro do país por insegurança política. Eles estão cientes de que adquirir imóveis é uma forma de ter investimento sólido, que, em um futuro breve, vai dar retorno substancial”, afirma Santos.

     Divulgação José Eduardo Cazarin, dono da empresa imobiliária brasileira AXPE, que fez parcerias em PortugalJosé Eduardo Cazarin, dono da empresa imobiliária brasileira AXPE, que fez parcerias em Portugal

    ASSESSORIA PARA MIGRAÇÃO

    O escritório de advocacia Mattos Filho viu a procura por assessoria para migração disparar no último ano.

    Há um ano, a equipe atendia cerca de um cliente por mês. Hoje, são de 10 a 12 por mês, informa o sócio Alessandro Fonseca. São pessoas que declaram patrimônio superior a R$ 50 milhões “com tranquilidade”, define.

    “O que chama a atenção nesse fluxo é que tem muita gente de segunda geração”, afirma Fonseca.

    “[São] filhos de milionários com filhos em idade escolar que estão migrando. Gente altamente bem formada, jovem, que trabalhou no mercado financeiro e está indo para educar os filhos com mais qualidade, porque querem uma vida melhor.”

    A maior parte desses clientes tem a Europa como destino, com destaque para Portugal. O governo português oferece benefícios como o Golden Visa, que dá direito de residência ao estrangeiro que aplicar € 500 mil em imóveis ou € 1 milhão em conta bancária. Abrir um negócio que gere dez postos de trabalho também é aceito.

    Outra possibilidade é fazer transferência de residência fiscal. Durante dez anos, o estrangeiro que gerar renda em Portugal pagará alíquota de Imposto de Renda menor que o cidadão português, e eventuais transferências de dividendos ganhos fora do país são isentas de taxação.

    A AXPE, butique do ramo imobiliário que faz a intermediação entre comprador e vendedor, fez parcerias em Portugal há um ano, ao perceber a demanda explosiva batendo à sua porta. Dez imóveis foram vendidos desde fevereiro, e fileiras de potenciais clientes apareceram.

    O dono da empresa imobiliária, José Eduardo Cazarin, define seu público como aquele com “olhar estético apurado, de nível sociocultural mais alto”.

    “Por que esse interesse súbito? As pessoas falam: ‘Nossa, é tanta confusão, tudo é tão difícil. É uma boa ideia eu fazer um investimento em um bem de raiz, em moeda forte, num país de inflação zero'”, acrescenta Cazarin.

  11. Para além da Capa.

    A queda

     

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    Por Fábio Silva

    Ao contrário de 99% dos meus amigos que compartilharam a capa da revista “The Economist”, eu abri a dita e fui ler a matéria intitulada “A queda do Brasil”. O resumo da história é:

    1) A revista diz que a crise brasileira se deve ao fim do boom das commodities somado ao aumento de gastos públicos. Portanto, reconhece haver tanto fatores externos quanto internos;

    2) A revista, seguindo sua linha liberal assumida, diz que o Brasil só vai sair da crise se conseguir fazer reformas na previdência e na legislação trabalhista – exatamente o que 90% da população discorda;

    3) A revista aposta que Nelson Barbosa terá melhores condições de fazer essas mudanças, mas não toma como um dado que elas possam acontecer por vários motivos. Um deles é a “falta de apetite do PT por austeridade”. Mas outro é a estrutura do sistema político, que inclui “fragmentação” e “mercenários políticos” eleitos com campanhas “ruinosamente caras”, que, na visão da revista, são a razão de ser da corrupção verificada na Petrobras;

    4) A revista também critica a oposição por sua opção “misguided” pelo impeachment. “Misguided”, segundo o dicionário Merriam Webster, significa “resultado de motivos ou ideais errados ou inapropriados”;

    5) A revista diz que a maior realização do Brasil foi retirar “dezenas de milhões da pobreza”, embora também diga que isto pode ser “freado ou talvez começar a ser revertido” se a crise persistir;

    6) Ao mesmo tempo, a revista diz que o padrão de endividamento do Brasil não levará a quebras ou calotes, quando muito a um inchaço da dívida;

    Diante de tudo isto, eu diria que, em aspectos FACTUAIS, a “The Economist” acerta muito mais que a mídia brasileira e está anos luz à frente daqueles que compartilham as suas análises sem lê-las.

    Já na avaliação POLÍTICA, desenvolvo a sugestão que iniciei acima: o que o Brasil pediu nas eleições foi outra solução que não a dos ajustes de corte liberal. Estes não serão bem vindos com Dilma, com Temer em cenário de “misguided” impeachment, ou com Aécio no tapetão do TSE.

    A tarefa histórica para o Brasil é encontrar um modelo que responda aos anseios de seu povo, não os da “The Economist”. Talvez por isto estejamos vendo, ao menos no âmbito doméstico, um escandaloso divórcio entre liberalismo e democracia

  12. Fernando Henrique Cardoso

    Fernando Henrique Cardoso nunca foi tão duro contra Lula e o PT quanto na entrevista de hoje à noite, no Manhattan Connection.

    Seus correligionários têm de ouvi-lo.

  13. Rede Walmart é investigada pelo FBI por corrupção no Brasil

    http://www.parana-online.com.br/m/editoria/economia/news/926180/?ref=yfp

    WALMART É INVESTIGADO POR CORRUPÇÃO

    Enquanto leva adiante seu plano de fechamento de lojas, a rede de varejo Walmart é alvo de uma investigação por parte das autoridades americanas por envolvimento em corrupção no Brasil.

    Os investigadores federais norte-americanos se concentram, particularmente, em US$ 500 mil dólares pagos a uma pessoa supostamente contratada pela Walmart para servir de intermediária junto ao governo brasileiro. Representantes e altos funcionários do departamento de Justiça, da autoridade do mercado de valores (SEC), da Receita e do FBI ouviram depoimentos prestados às autoridades brasileiras em novembro. A investigação se encontra em uma etapa preliminar e faz parte de uma operação mais ampla, sobre as atividades da Walmart na América Latina, principalmente no México.

  14. Black Mirror – Uma série sobre a vida de hoje

     

    Black Mirror é uma daquelas maravilhosas séries inglesas que de tão boas acabam gerando outros filmes e ficam gravadas no imaginário popular.

    Está disponível na Netflix. Será continuada em 2016. Cada episódio traz uma história e elencos diferentes

    O que tem Black Mirror de diferente? Basicamente nada. Posso dizer que seria uma “Além da Imaginação” com muita mais realidade do que imaginação. É  a perspectiva que ela nos apresenta que causa o impacto. Humor negro muitas vezes,  mas principalmente a crueza com que mostra o comportamento humano em situações limites.

    Vivemos em uma sociedade em que cada um cria seu(s) avatar(es) e a realidade muitas vezes se perde. Black Mirror traz isso para a frente. Tira-nos da zona de conforto.

    O primeiro episódio é clássico. Ultrajante: Chamado de “Hino Nacional” ele nos conta a história do sequestro da princesa inglesa. Pra salvá-la da morte os sequestradores exigem que o primeiro-ministro inglês transe com uma porca (sim, o animal) com a transmissão em rede nacional, ao vivo e para todo o país. As exigências são postadas no youtube e o mundo todo fica sabendo.

    A partir dai assistimos o comportamento dos políticos, da imprensa e do povo sobre essa situação absurda.

    Tudo muio factível, especialmente como se dá o relacionamento de jornalistas com os politicos ou funcionários do governo. As “trocas” que são feitas. E também do que os governantes são capazes de fazer.

    Os outros episódios…. Bom, vários deles tem propostas para se tornarem filmes. Um deles, o episódio “The Entire History of You” já está em produção a cargo de Robert Downey Jr.

    Série absolutamente primorosa.

  15. Para desopilar o fígado

    Curso Presencial de Inglês

    Por Otaciel de Oliveira Melo

    (Para desopilar o fígado depois da cachaçada de final de ano)

     

    Vi um curso de inglês na internet que é ministrado por um professor canadense que, salvo engano, é casado com uma brasileira chamada Leda.

     

    Pelo fato da pronúncia ser canadense, este curso seria desaconselhado por uma professora que eu tive e que todos os anos passava dois meses em New York, Estados Unidos. Ela era muito fresca e dizia que o Inglês que ela falava era novaiorquino (assim mesmo, dessa maneira).

    Não sei como ela conseguiu esta façanha (falar inglês novaiorquino), já que New York é uma cidade cosmopolita, com gente de tudo quanto é lugar do mundo, e o que menos você encontra na cidade são americanos da gema. Numa das brigas que eu tive com ela eu disse o seguinte: “eu nunca falarei inglês como um americano, nem como um canadense, nem como um súdito da Rainha da Inglaterra: Eu sempre falarei inglês com o sotaque de nordestino que sou. Agora, se na próxima reencarnação eu nascer filho de um embaixador brasileiro e começar a estudar inglês numa escola americana ainda quando criança, talvez eu chegue a falar inglês como a Senhora”.

    Ela notou a gozação e quase que a gente vai às tapas.

    A mulher era tão perfeccionista que nos aconselhava a pronunciar as palavras diante de um espelho. Só uma bruxa saberia explicar a necessidade de tal refinamento. Mais tarde, num encontro com um casal em Londres, a profecia se confirmou: ficou provado que eu falava Inglês como um nordestino.

    Vale a pena narrar o episódio.

     

    Estávamos, eu e minha mulher, em uma rua de Londres depois de passar umas três horas olhando os bonecos de cera da Madame Tussaud e de entrar numa centena de lojas, dessas que vendem tudo a 1.99 libras. Não sei explicar o porquê, mas uma vez no museu de cera eu sentia uma vontade incontrolável de tirar fotos ao lado dos piores assassinos que aquela cidade já teve o desprazer de conviver. Coisa de maníaco.

     

    Naquela rua, olhei o mapa da cidade e constatei que estávamos a uns trezentos metros do nosso hotel, que ficava em Marble Arch.

    E, ao procurar pelo hotel, me deparei, para minha surpresa, com algo típico das cidades interioranas brasileiras: as ruas na localidade estavam escuras, num cenário adequado para a filmagem ou o aparecimento, em carne e osso, de Jack, o Estripador.

    Estávamos cansados, sedentos e famintos, mas não estávamos encontrando a rua onde ficava o hotel. Nisso, e numa transversal, passa um casal tagarelando em voz alta. Apressamos o passo e em silêncio os alcançamos. Dissemos então, em inglês, que estávamos procurando pelo hotel tal e eles disseram que estavam hospedados no mesmo hotel e que estavam indo para lá.

    Depois que eu parei de falar, a mulher olhou para mim e disse sorrindo: “mas venha cá, meu bichinho!, você é cearense de Mombaça, no Ceará, não é verdade?” Eu entrei na brincadeira e perguntei: “arriégua, mulher, como é que tu sabes”. E ela respondeu: “porque você fala “ingrês cantando” (assim mesmo) como o meu pai que mora em Mombaça; eu também sou cearense, embora atualmente more em São Paulo”.

     

    Bom, a empatia foi imediata. Entramos num pub que encontramos nas imediações e só fomos para o hotel depois de consumirmos a última cerveja do último round (à época, a última rodada saia às 23 horas), quando então pedimos mais 6 canecas (550 ml, cada) de cerveja, de um total de vinte. Pedir cerveja em excesso na última rodada é o jeitinho britânico de burlar a lei. Os donos dos pubs sabem disso e esperam que os fregueses sorvam até o último gole, quase sempre depois da meia noite.

    Saímos então do pub por volta de 0:15 AM, embriagadíssimos.

    O namorado da cearense era irlandês e o papo que rolou no pub foi sobre as gafes que nós cometemos ao tentar nos comunicar numa segunda língua. Todo mundo se lembrava de uma série de situações engraçadíssimas, onde a gente desenrolava a língua “com o auxílio de um alicate”, segundo a cearense.

    Foi o irlandês quem citou uma frase atribuída ao dramaturgo conterrâneo George Bernard Shaw que dizia mais ou menos o seguinte: é impossível para um estrangeiro, cuja língua nativa não é o inglês, pronunciar corretamente uma palavra na língua inglesa sem tê-la ouvido da boca de um nativo pelo menos uma vez.

    E a cearense, namorada do irlandês, perguntou: “vocês já ouviram um francês ou um chinês falar inglês? Eu entendo melhor quando eles falam javanês”.

    E ela comentou também o absurdo de se escrever uma palavra de um jeito e se pronunciar de outro. E citou woman e women, singular e plural da palavra mulher. E disse o irlandês que a pronúncia era uumân, para o singular, e uímen para o plural. Ou seja, a primeira sílaba no plural, tem um som de “i”. E eu disse que Bernard Shaw, que tirava o maior sarro com a sua própria língua, tinha toda razão: “o que muda na palavra escrita é a segunda sílaba, e na pronúncia é principalmente a primeira sílaba, que na escrita continua exatamente igual. O irlandês demonstrou então um certo desconforto com relação à sua própria língua ao revelar que não sabia se woman era uma palavra monossílaba ou dissílaba. Se ele não sabia, muito menos eu.

    Foi então a minha vez de comentar algumas das minhas gafes prediletas: eu sempre confundi tailor (alfaiate) com sailor (marinheiro), I am sorry (lamento) com excuse me (com licença). E, naturalmente, bad com bed (até hoje eu não sei o que significa uma coisa nem outra; a culpa não é minha já que a pronúncia é praticamente a mesma).

     

    Lembrei-me de como eu fiquei inseguro quando pela primeira vez tive a necessidade de apresentar um seminário na língua inglesa. Eu estava tão nervoso que resolvi apelar para a gozação, e disse: “first of all I would like to say that I can’t speak English as well as you speak portuguese, but I’m gonna try to speak about the use of stream sediment on geochemical exploration”. Todo mundo rio porque eu disse que não sabia falar inglês tão bem como eles (os americanos presentes na sala) sabiam falar português.

     

    Agora, uma gafe engraçadíssima cometida por um americano em Fortaleza. Essa história foi a última que eu me lembrei antes de ficar bêbado.

     

    Vou chamá-lo de Peter, mas seu nome é outro.

    Peter, um americano, trabalhou dois anos como professor visitante na UFC. Voltou para os Estados Unidos e 18 meses depois veio novamente a Fortaleza, desta feita para fazer parte de uma banca de Doutorado. Nesta ocasião eu fui apanhá-lo no antigo terminal do Aeroporto Pinto Martins. Nesse terminal nós víamos quando as pessoas ficavam em torno da esteira rolante (se não me falha a memória tinha duas) aguardando a chegada da bagagem. O Peter chegou bastante agitado, dava para notar a curta distância. Olhou para um lado, olhou para o outro, me reconheceu, desesperadamente correu em minha direção e perguntou: “onde é que fica o SANATÓRIO, onde é que fica o SANATÓRIO”? Então eu disse para minha mulher que estava ao meu lado: “o gringo pirou de vez; deve ter sido a turbulência da viagem”.

    Mas é claro que eu entendi que o cara estava procurando pelo SANITÁRIO.

     

  16. O PT ainda não entendeu,por

    O PT ainda não entendeu,por isso que não é sábio nunca. Ele não assume erros.Ele os esconde–ou até nem reconhece,o que é pior ainda.

     

    Foto de Bicho de Pé.

     

  17. As consequências políticas das crises financeiras

    Creio que esse seja até agora o artigo que melhor explica as consequências da crise financeira mundial de 2008 e sua repercussão nos diversos países, por analogia dar para ver que o Brasil se encaixa perfeitamente nos argumentos apresentados.
     

     Howard Davies

    Howard Davies, o primeiro presidente da Autoridade de Serviços Financeiros do Reino Unido (1997–2003), é presidente do Royal Bank of Scotland.

    LONDRES — Eu não posso ser o único professor de finanças que, ao definir tópicos de ensaio aos seus alunos, recorre a uma questão redigida nos seguintes termos: “Na sua opinião, foi a crise financeira global causada principalmente por muita intervenção governamental nos mercados financeiros, ou por muito pouca? “Quando confrontados com esta/ou aquela pergunta, minha classe mais recente dividi-se de três maneiras.

    Cerca de um terço, hipnotizados pelo apelo bastante vistoso da hipótese do mercado eficiente, argumentou que os governos eram os pecadores originais. As suas intervenções mal concebidas — particularmente os EUA apoiados pelos subscritores de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac, bem como o Community Reinvestment Act — distorceram os incentivos de mercado. Alguns até mesmo abraçou o argumento do libertário Ron Paul EUA, culpando a própria existência da Reserva Federal como um emprestador de última instância.

    Outro terço, no extremo oposto do espectro político, viu o ex-presidente do Fed Alan Greenspan como o vilão. Foi notória relutância de Greenspan para intervir nos mercados financeiros, mesmo quando a alavancagem estava crescendo dramaticamente e os preços dos ativos parecia ter perdido contato com a realidade, que criou o problema. Em termos mais gerais, os governos ocidentais, com sua abordagem leve na regulamentação, permitiu carreiras de mercados fora de controle, nos primeiros anos deste século.

    O terço restante tentou ter as duas coisas, argumentando que os governos intervieram demais em algumas áreas, e muito pouco em outras. Evitando a questão como colocada, não é uma estratégia para fazer teste de som; mas talvez os alunos possam ter obtido alguma coisa.

    https://medium.com/@robsonlopes/as-consequ%C3%AAncias-pol%C3%ADticas-das-crises-financeiras-eeac0c3a33c0#.u0y585eiu

  18. clareira de talento e sensibilidade em meio à estupidez crescent
    “…clareira de talento e sensibilidade em meio à estupidez crescente, …”

    VERISSIMO
    Colunista do GLOBO

    Ornitologia

    Alguém já disse que critico é aquele cara que fica assistindo à batalha de uma colina e, quando a batalha acaba, desce ao vale e atira nos sobreviventes

    03/01/16 – 00h00 | Atualizado: 03/01/16 – 08p5

    O escritor americano nascido no Canadá Saul Bellow disse certa vez que era um pássaro, não um ornitólogo. Querendo dizer que fazia seus romances, mas pouco entendia da teoria do romance. Era um ficcionista, não um ensaísta, e não esperassem outra coisa dele.

    Bellow estava sendo falsamente modesto ou exageradamente anticrítico, pois pertencia a um seleto grupo de escritores — John Updike, Italo Calvino e Vladimir Nabokov são outros exemplos — tão bons críticos quanto romancistas, uma estranha estirpe de pássaros ornitológicos. Híbridos como eles são raros, em qualquer profissão. Poucos jogadores de futebol conseguiriam descrever, em termos de física aplicada, o que fazem com uma bola. Imagine o Garrincha num quadro-negro, explicando, com gráficos, uma jogada sua. Ninguém era mais pássaro do que Garrincha.

    Bellow, Updike, Calvino, Nabokov e poucos outros fizeram sua literatura e escreveram sobre a literatura dos outros com a mesma maestria. Talvez sua experiência como pássaros informasse suas incursões pela teoria. Alguém já disse que critico é aquele cara que fica assistindo à batalha de uma colina e, quando a batalha acaba, desce ao vale e atira nos sobreviventes. Um escritor seria mais benevolente com o trabalho de um colega.

    Sobre a diferença entre a prática e a teoria, me lembrei da historia da faxineira do labirinto. Todos os dias, a faxineira entrava no labirinto, varria seus corredores, limpava o que havia para limpar, lustrava o que havia para lustrar e, terminado o seu serviço, ia para casa. Um dia a faxineira encontrou um grupo de turistas aflitos dentro do labirinto. O grupo estava havia horas procurando a saída, em vão. Corredores davam para corredores que davam para corredores que terminavam em paredes sem saída. A faxineira poderia ajudá-los a encontrar a saída? Claro, disse a faxineira. E começou a dar direções.

    — Vocês peguem a direita aqui, depois a esquerda, depois a… Não. Peguem a esquerda aqui, depois a direita, depois outra vez a direita… Ou será a esquerda? Meu Deus, eu não sei como sair do labirinto!

    A faxineira nunca tinha se dado conta porque não precisava.

    CHICO

    Ouço que tem sido comum a plateia aplaudir no fim de uma sessão do filme sobre o Chico. Difícil precisar o que está sendo aplaudido: a beleza do filme do Miguel Faria Jr., a qualidade da musica e dos interpretes, a personalidade do Chico… Ou talvez seja algo indefinível, uma espécie de autocongratulação do publico por se sentir numa clareira de talento e sensibilidade em meio à estupidez crescente, o Brasil que ainda não desistiu do Brasil aplaudindo a si mesmo.

  19. Cruzeiro: 95 anos de páginas heróicas imortais

    Ontem, dia 02, o Cruzeiro Esporte Clube completou 95 anos de gloriosa existência. Inúmeros craques já desfilaram com sua jaqueta azul celeste nos gramados de Minas, do Brasil e do mundo. Como é difícil fazer uma seleção de todos os tempos desses monstros do futebol que vestiram o inconfundível manto azul, o site Superesportes (jornal O Estado de Minas), pediu aos próprios craques cruzeirenses que fizessem a sua seleção. Veja no que isso deu, conforme a matéria reproduzida abaixo.

     

    CRUZEIRO

    Ídolos de várias gerações elegem o ‘time dos sonhos’ dos 95 anos de história do Cruzeiro

    Em homenagem aos 95 anos do clube, o Superesportes convidou ídolos para elegerem um “time ideal”; confira o resultado da eleição em ordem dos mais votados

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    postado em 02/01/2016 07:00 / atualizado em 02/01/2016 10:50

    Gilmar Laignier /Superesportes

     Arte: Quinho

    Rua Tamoios, 341, entre Rio de Janeiro e Amazonas, Centro de Belo Horizonte. Hoje, este endereço abriga um prédio com diversos estabelecimentos comerciais. Mas, há exatos 95 anos, foi palco de uma reunião que mudaria a história de dezenas de milhões de pessoas no decorrer dos séculos. Foi lá que 95 desportistas de origem italiana fundaram a Societá Sportiva Palestra Itália.

    Na década de 1940, o Palestra virou Cruzeiro e, no decorrer das décadas, ganhou adeptos e colecionou páginas heróicas imortais. Em homenagem aos 95 anos do clube, o Superesportes convidou ídolos de diferentes gerações para elegerem um “time ideal” da Raposa.

    Foram selecionados 30 protagonistas da história celeste para participar da “eleição”. Vários deles sofreram para montar sua seleção de todos os tempos e, no fim, preferiram se abster, casos dos ídolos Piazza, Joãozinho, Fábio, Dida, Tostão e Sorín.

    “Já fiz e refiz uma lista de jogadores, não dá para escolher somente 11, serei muito injusto com grandes nomes do Cruzeiro e também com amigos meus”, lamentou Piazza. Hoje residente nos Estados Unidos, Joãozinho adotou o mesmo discurso. Ao ser avisado pela reportagem que ele já era um dos mais votados, o ex-jogador se emocionou ao telefone.

    “Tenho muitos ídolos e não posso ser injusto, por isso prefiro não votar. Quando menino, meu sonho era jogar ao lado de Tostão, Dirceu e Piazza. Sou um privilegiado na vida, pois esse meu sonho se concretizou. Hoje, sendo escolhido pelos próprios ídolos do Cruzeiro como um dos maiores do clube, é algo que me deixa radiante, não tenho palavras. Nem acho que joguei tanto assim. Tenho muita sorte”, declarou Joãozinho.

    Alguns jogadores abordados não puderam participar, caso de Ricardo Goulart, que ficou concentrado durante quase todo o mês de dezembro por conta do Mundial de Clubes e, posteriormente, entrou em recesso de Natal.

    Critérios e justificativas

    O desafio proposto aos ídolos foi: arme um time imbatível do Cruzeiro. Valia misturar atletas de diferentes gerações. Alguns preferiram escolher somente jogadores que viram jogar. Outros se curvaram à magia dos esquadrões celestes nos anos 60 e 70, mesmo sem tê-los visto.

    Dirceu Lopes foi um dos que se divertiram com a situação. “O ano de 2003 foi o que mais fui ao Mineirão como torcedor, só para ver o Alex jogar. Mas, no meu time dos sonhos, eu tive que ceder a camisa 10 ao Rossi, que foi um ídolo da minha adolescência e jogou no Cruzeiro em uma geração anterior à minha”, justificou o Príncipe da bola.

    Marcelo Ramos queria jogar ao lado dos craques que escolheu, mas acabou ficando no banco de reservas. “Meu ataque tem Dirceu Lopes, Alex, Tostão e Ronaldo. Bem que eu queria jogar com esses craques, mas não tem lugar para mim neste time não”, brincou.

    Marcelo Moreno e Roberto Gaúcho mergulharam na brincadeira e deixaram a modéstia de lado. ”O ataque sou eu e meus parceiros Renato Gaúcho e Ronaldo. Que time é esse, hein?”, disse Roberto. Já o boliviano se escalou ao lado de Tostão e Ronaldo.

    Uma situação bastante comum na votação foi escalar Piazza na zaga, embora ele tenha se destacado no Cruzeiro jogando como volante. A justificativa dos participantes era que o clube celeste tinha muitos craques históricos do meio para frente e poucos na zaga.

    “Vou ter que colocar o Piazza na zaga para abrir uma vaga para mim no meio-campo”, divertiu-se Ricardinho. Outro volante, Ademir também justificou sua escolha. “Vi o Piazza de quarto zagueiro na Copa de 70 e ele foi muito bem, então pode jogar na zaga do meu time dos sonhos do Cruzeiro também”.

    ‘Corpo de jurados’

    Toparam o desafio e montaram seus times dos sonhos os seguintes personagens da história celeste: Ademir, Adilson Batista, Alex, Dirceu Lopes, Douglas, Evaldo, Marcelo Moreno, Marcelo Oliveira, Marcelo Ramos, Natal, Nelinho, Nonato, Palhinha (o primeiro), Raul, Ricardinho, Roberto Gaúcho e Zé Carlos.

    Por receio de cometer injustiças e por dificuldade na escolha dos 11 melhores, abstiveram-se dos votos os seguintes convidados: Dida, Fábio, Fábio Júnior, Joãozinho, Palhinha (o segundo), Piazza, Renato Gaúcho, Sorín e Tostão.

    Ricardo Goulart, por estar em concentração para o Mundial de Clubes no Japão, não pôde atender. Vanderlei Luxemburgo e Everton Ribeiro foram procurados por meio de suas respectivas assessorias de imprensa, mas não deram retorno. A reportagem também não conseguiu contato com Ronaldo.

    Resultado da eleição em ordem dos mais votados:

    Nelinho – 94%
    Tostão – 88%
    Dirceu Lopes – 88%
    Piazza – 82%
    Joãozinho – 65%
    Nonato – 59%
    Ronaldo – 59%
    Perfumo – 53%
    Raul – 53%
    Alex – 53%
    Zé Carlos – 41%

    Dida – 30%
    Ricardinho – 30%
    Sorín – 24%
    Natal – 24%
    Procópio – 24%
    Fábio – 18%
    Douglas – 18%
    Luizinho – 18%
    Roberto Batata – 12%
    Cris – 12%
    Luisão – 12%
    Vanderlei 12%
    Aristizábal – 6%
    Palhinha – 6%
    Dedé – 6%
    Evaldo – 6%
    Hilton Oliveira – 6%
    Gottardo – 6%
    Ademir – 6%
    Brito – 6%
    Adilson – 6%
    Wladimir – 6%
    Rossi – 6%
    Moraes – 6%
    Darci Menezes – 6%
    Carlinhos Sabiá – 6%
    Everton Ribeiro – 6%
    Marcelo Moreno – 6%
    Marcelo Ramos – 6%
    Tostão 2 – 6%

    Técnicos
    Ênio Andrade – 37,5%
    Zezé Moreira – 25%
    Marcelo Oliveira – 12,5%
    Airton Moreira – 12,5%
    Vanderlei Luxemburgo – 6,2%
    Yustrich – 6,2%

  20. #AuditoriaCidadãDaDívidaPública, JÁ !!
    Senhor Nassif:

    Observo pouca (ou nenhuma) citação à questão da #AuditoriaCidadãDaDívidaPública neste site…

    Da mesma forma quanto ao incansável trabalho da sra. #MariaLuciaFattorelli…

    Algum motivo especial para ignorar essa necessária Auditoria, prevista na nossa Constituição Federal de 1988 ?? Logo AQUI ??!

    Acabo de pesquisar:

    Auditoria Cidadã da Dívida Pública x Luís Nassif => zero comentários por LN…
    __________________________________

    AuditoriaCidadã x Constituição Federal 1988 ==>>

    …Com efeito, a Constituição Federal de 1988 estabeleceu, no Art. 26 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que no prazo de um ano o Congresso Nacional deveria promover exame analítico e pericial dos atos e fatos geradores do endividamento externo brasileiro:

    Art. 26. No prazo de um ano a contar da promulgação da Constituição, o Congresso Nacional promoverá, através de Comissão mista, exame analítico e pericial dos atos e fatos geradores do endividamento externo brasileiro.
    § 1º – A Comissão terá a força legal de Comissão parlamentar de inquérito para os fins de requisição e convocação, e atuará com o auxílio do Tribunal de Contas da União.
    § 2º – Apurada irregularidade, o Congresso Nacional proporá ao Poder Executivo a declaração de nulidade do ato e encaminhará o processo ao Ministério Público Federal, que formalizará, no prazo de sessenta dias, a ação cabível.

    http://www.infonet.com.br/mauriciomonteiro/ler.asp?id=102475&

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