Força-tarefa fortalece estratégia de Temer para tentar se salvar

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Procurador cobra “consequências” de visita de futura PGR à Temer e dá recado à Raquel Dodge por não interferência em Curitiba
 
 
Jornal GGN – Se a divulgação do encontro da futura procuradora-geral da República, Raquel Dodge, com Michel Temer fora da agenda oficial do presidente foi uma estratégia articulada pelo próprio mandatário para endossar a tese de que seu encontro com o empresário Joesley Batista é da natureza de suas funções, a imprensa e a própria equipe de procuradores da Lava Jato vêm fortalecendo a teoria.
 
Desta vez, um dos líderes da força-tarefa do Paraná, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, afirmou publicamente que a subprocuradora-geral da República que assumirá em setembro o posto de Rodrigo Janot deve ser cobrada pelas consequências da visita a Temer no Palácio do Jaburu, no dia 8 de agosto.
 
“Nós temos agora que avaliar as consequências dentro da política que o Ministério Público vai ter a partir da gestão dela”, afirmou.
 
“É claro que ela tem que se explicar, ela deu uma explicação, ela que deve, então, ser cobrada das consequências desse ato. Infelizmente, não há como fugir da responsabilização das pessoas perante a sociedade”, disse Carlos Fernando, completando: “Todo funcionário público é responsável pelos atos que têm”.
 
Lembrando-se do impeachment de Dilma Rousseff, mencionou: “Tenho para mim que encontros fora da agenda não são ideais para nenhuma situação de um funcionário público. Nós mesmos às vésperas, no dia da votação do impeachment, fomos convidados a comparecer no Palácio do Jaburu, à noite, e nos recusamos. Nós entendíamos que não tínhamos nada que falar com o eventual presidente do Brasil naquele momento”.
 
 
“Recado” da Lava Jato à Dodge
 
O procurador tentou amenizar as primeiras indicações do grupo de procuradores favoráveis a Janot de que Raquel Dodge, como representante da oposição dentro do Ministério Público Federal (MPF), poderia modificar as atuações e andamentos da Operação Lava Jato.
 
“Dra. Raquel Dodge tem um histórico muito bom e muito forte na área criminal, inclusive do Ministério Público Federal. Nós acreditamos, e a equipe dela é excelente, é a equipe inclusive que atuou no caso do Mensalão. Não acreditamos que aja uma mudança na essência”, disse.
 
Por outro lado, fez um tipo de cobrança: a de que, assim como supostamente Janot o fez, ela não interfira nos grupos já criados de força-tarefa em cada estado. E, com o ego que caracteriza a equipe do Paraná, defendeu que há apenas duas forças de investigação: uma “espalhada pelo Brasil” e outra “nossa, sob responsabilidade da Lava Jato, em Curitiba”.
 
Carlos Fernando disse que os “muitos conflitos com o dr. Rodrigo Janot” que já ocorreram com a força-tarefa de Curitiba foram “a maior parte resolvido internamente sem nenhum tipo de problema”. Alertando à Raquel Dodge, afirmou: “o procurador-geral pouco pode influenciar nas decisões [regionais]”.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

8 Comentários

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  1. Ameaça velada ou explícita d carlinhos hemorróida a raquel moita

    Prezados,

    Essa verborragia excretada por esse lavajateiro, cuja cavidade oral se assemelha ao aparelho excretor das aves, soa como ameaça e chantagem explícita a raquel moita, futura ocupante do cargo de PGR, que se encontra à sorrelfa, à socapa, com o usurpador ada presidência da república, flagrado/grampeado em crime de corrupção passiva, obstrução de justiça e organização criminosa, cuja investigação e denúnicia ficarão exatamente a cargo dessa procuradora, por ele nomeada para chefiar o MPF, ou seja, para o cargo de PGR.

    O nítido conflito de interesse e desvio funcional, assim como conduta anti-ética, anti-republicana, moral e legalmente condenável, tanto de carlinhos hemorróida como de raquel moita são evidentes, escancarados. O chamado ‘sistema de justiça’ (polícias, MP e PJ) está mais prostituído, enlameado, apodecido e fétido que o pior Congresso Nacional da  história brasileira.

  2. L’État c’est moi

    A antiga frase do absolutista francês fecharia perfeitamente o discurso do onipotente chefe lavajatista.

    Arrogância típica de capataz que não se reconhece peão da plutocracia golpista.

  3. Nada estranho esse encontro

    Nada estranho esse encontro na calada da noite. São iguais. Procuradora Geral do Temer para o Ministério Privado do Temer. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK.

  4. “Todo funcionário público é

    “Todo funcionário público é responsável pelos atos que têm”. Se eles fossem julgados pelos descalabros da Lava Jato, num país neutro, por exemplo a Alemanha, sairiam quando da Papuda ?

  5. Dessa vez tenho que concordar

    Dessa vez tenho que concordar com o barbichinha:

    “Todo funcionário público é responsável pelos atos que têm”.

    Ele e seus companheiros tem muita responsabilidade a responder pela utilização politico partidária do MInistério Público, isso para não falar da colaboração ilegal com governo estrangeiro.

  6. Não acreditamos que aja uma

    Não acreditamos que aja uma mudança na essência”

    No caso, verbo haver.

    Portanto, haja.

    Aja é do verbo agir.

    Haja saco.

  7. Alerta, Povalha

    Nassif: li um manifesto, dito de um autêntico general, alertando o Mordomo dos riscos de se introduzir Forças Armadas nos serviços dos BatePaus e Capitães do Mato. Em certa passagem dizia o texto que soldado de força regular é feito para matar e não para prender. Parece que o govenante até ficou abalado. Mas o serviço de inteligência, fomentador desse estado policial, instruiu o Informante do Jaburu a resitir. E quanto a possibilidade de atirar para matar mandou que respondesse — “Mas é isto que queremos…”. Verifique se procede a imformação, tá?

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