Fundo nega barreira para negociação da dívida da Oi e critica jornais

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Dado Galdieri / Bloomberg
 
Jornal GGN – Jornais informaram, nesta semana, que um dos principais freios para a recuperação financeira da Oi são seus próprios acionistas, que supostamente não querem negociar um plano por temor de ver suas participações na operadora diluídas. Em resposta, um dos principais acionistas, o Société Mondiale, liderado pelo empresário Nelson Tanure, negou as acusações.
 
A reportagem originária é do Estado de S. Paulo, que publicou a manchete “Donos de títulos da Oi e bancos se unem para pressionar acionistas”, responsabilizando estes últimos pela falta de um acordo de tentativa de desafogar a empresa das dívidas.
 
Em recuperação judicial, a dívida total da Oi é de R$ 65,4 bilhões. Entretanto, os jornais apontaram que, deste total, R$ 32 bilhões estão nas mãos dos donos de títulos. Além da Société Mondiale, a Pharol, que reúne os sócios da Portugal Telecom, também integra as principais cadeiras de participações na companhia.
 
A informação é de que os credores, entre eles os detentores de títulos de dívidas (bondholders) e os bancos públicos e privados vêm discutindo o plano de recuperação. Entretanto, apontaram manchetes de jornais – além do Estadão, a IstoÉ -, “a falta de consenso entre acionistas e credores poderá levar a uma intervenção do governo na operadora”.
 
“Todos os credores estão conversando pelo menos uma vez por semana”, teria dito uma das fontes do jornal, que não a identificou. Além dos bancos públicos, como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o BNDES também é acionista. 
 
Preocupados, representantes do fundo norte-americano Aurelius, que é um dos credores da Oi, estão no país para discutir a situação, além do banco Moelis, que detém cerca de R$ 17 bilhões em débitos. 
 
“Há um consenso entre os credores de que a situação é muito delicada e os credores não podem ficar administrando o problema de seus escritórios em Nova York”, teria afirmado outra fonte.
 
Em nota à imprensa, o fundo Société Mondiale encaminhou as respostas que enviou a um dos jornais. “Cabe exclusivamente aos administradores da Oi definir a melhor estratégia de negociação e conduzir as tratativas com os stakeholders da companhia. O fundo Société Mondiale reitera seu apoio à Administração da empresa”.
 
As respostas foram enviadas à IstoÉ Dinheiro, um dos jornais que compartilhou o conteúdo do Estadão. Repassando as respostas a outros jornais, o fundo mostra que já havia se manifestado sobre o tema, negando as acusações.
 
“É verdade que o sr. Tanure com frequência manda cartas ameaçando os executivos da Oi, para que eles não negociem com bondholders?”, questionou o jornal. “Essa informação é improcedente e tendenciosa. O fundo Société Mondiale tem uma postura de apoio à Administração da Oi”, refutou.
 
O fundo descreveu a acusação como “desinformação” e disse que o management “está engajado na recuperação da companhia e, devido à melhoria operacional e financeira, não existe fundamento para qualquer medida do governo”.
 
Também na nota enviada, o grupo informou que “a Assembleia Geral de Credores, quando realizada, terá o apoio mais do que suficiente para a aprovação do plano e o consequente fortalecimento da Oi”.
 
Em anexo, a nota na íntegra do Fundo Société Mondiale:
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. Mais uma empresa que explodiu

    Mais uma empresa que explodiu no Mundo Maravilhoso dos Títulos. Os caras venderam mais do que poderiam pagar e… boom!!!! Deixaram os amiguinhos amargando 32 bilhões de papeis podres nas mãos. A culpa é do Tanure? Da administração executando o negócio da moda? Dos bancos e seus credores? Na hora do wiskhy todo mundo quer ganhar, junto. Já na hora de apagar o fogo, ninguém vai sair perdendo. E daí começa a guerra. Danem-se acionistas, executivos, credores e bancos! O problema é que, mais uma vez, quem vai pagar a conta é o povo, que aliás já se ferrou duas vezes: quando perdeu o serviço da operadora (que nunca se preocupou de verdade com o serviço, é fato), e agora pagando a conta do Estado, que precisa intervir para resolver o problema desses “liberais” bonitões homens de negócio. Que horas o povo vai entender que ele só vai realmente melhorar de vida quando existir uma lei que proiba a criação desses títulos lastreados no povo?

  2. Para variar, eu e minha ignorância

    Esses credores possuem tocentos analistas para estudar se um papel é ou não micado – o governo é ação entre amigos. como me embarcam num dessas? Ganãncia só é muito pouco para explicar.

  3. Mais uma grade sacada do

    Mais uma grade sacada do século…os pápeis!! Impressionante como o povo ainda cai nisso. Gente, é uma questão de matemática simples….basta somar o número de ações pelo seu valor. É um castelo de areia…uma diarréia e vai tudo por água abaixo.  O mais incrível ainda é o grande golpe do mercado capturar o Estado e vender para o grande público, que foi ao contrário…o Estado que capturou o mercado.  helloooooo gentem…vamos acordar para o que está rolando no mundo. A livre iniciativa não é a “livre iniciativa”? Se é livre por que o Estado é refém de empresas inescrupulosas? tem treta né meu povo… sempre tem treta e altos esquemas nesse angu todo que na verdade foi criado para isso mesmo: homens bricarem de negócios pois a conta é sempre nossa.

    Em tempo…a Oi não era do filho do Lula? 

  4. Não seria …

    Não seria risco do negócio ? Quem deu crétido à OI inclusive .Não creio haver vácuo , quem tiver linha da OI migra para outra operadora , fixo seria um problema mas alguém compraria a massa falida creio.

    Quem for dar crédito à outras operadoras avalie o risco ou faça seguro.

    Temo não estar simplificando a questão.

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