Gal faz sucesso com balancete, por Sílvio Reis

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Foto: Karina Zambrana/ Fotos Públicas 

Gal faz sucesso com balancete

por Sílvio Reis

A cartilha, o abc do sucesso de Gal Costa, em mais de 50 anos de carreira, passa pela seleção de músicas. Os dez compositores mais gravados pela cantora estão em, aproximadamente, 250 canções. Outros 172 autores tiveram, até julho de 2017, uma música registrada. Compositores com duas até nove gravações são 120. Vídeos não fizeram parte deste balancete. Nando Reis, com recentes parcerias com Gilberto Gil para o espetáculo Trinca de Ases, que inclui Gal, ainda não consta neste histórico que faz parte do cancioneiro brasileiro.

Caetano Veloso lidera o ranking com mais de 90 canções próprias e em parceria. Os dois dividiram o primeiro disco, Domingo (1967). Dois anos antes, Maria da Graça tinha gravado Caetano em Sim, foi você e no dueto Sol Negro. Por vinte anos, até o disco Bem Bom (1985), todos os discos solos da cantora tropicalista tiveram uma ou mais músicas de Caetano, com exceção do coletivo Temporada de Verão, e os tributos de Canta Caymmi e Canta Ary Barroso. Em Mina D´Água do meu Canto, 9 das 18 músicas são de Caetano, que é o autor de todas as músicas de Recanto.

Regravações não foram consideradas nesta contabilidade musical, como as sete músicas do álbum Gilberto Gil e Gal Costa Live in London, 1971. Gil é o 2º compositor mais gravado, na casa das 40 canções. Tom Jobim é o único na casa das 30 canções. O tributo Gal Costa canta Tom Jobim tem 24 músicas. Chico Buarque está na casa dos 20. Juntos, Tom, Chico, entre outros, posicionaram Vinícius de Moraes como o quinto compositor da carreira de Gal.

Dois representantes clássicos e que ganharam homenagens em disco, Caymmi e Ary Barroso, ocupam o 4º e 6º lugares, respectivamente. Se forem incluídos vídeos a sequência é outra. Gal e Dorival Caymmi fizeram dueto em Só Louco. No especial da TV Globo de 1981, Maria da Graça Costa Pena Burgos cantou João Valentão e Ladeira da Preguiça, de Gil. Águas de Março está registrada em encontro com Daniel Jobim. A música Sabiá reuniu Gal, Chico e Milton em um espetáculo de fim de ano.

Ainda entre os mais dez mais gravados, com uma média de dez canções cada, estão Jorge Ben Jor, Djavan e Milton Nascimento. Músicas de Bituca estão em discos da Gal, Doces Bárbaros, no cd ao vivo do cantor, de 1983, e em dueto com o Boca Livre.

Outros balanços

Este balancete de compositores reuniu músicas de 6 festivais que ganharam registro em áudio nos discos Phono 73 e Total (28 raridades), trilhas para filmes, 4 gravações exclusivas para telenovelas, projetos especiais da cantora (Live at the Blue Note) e de outros artistas (O Grande Circo Místico) e mais de 60 duetos e participações em songbooks.

Com 9, 8 e 7 gravações estão parceiros de longa data: Wally Salomão, Jards Macalé, João Donato, Torquato Neto. Com Mulher – Sexo Frágil, Erasmo Carlos tem uma canção a mais do que Roberto, um ponto acima de Noel Rosa. Torquato Neto e Ronaldo Bastos com 6, Moraes Moreira, 5. Entre os mais recentes, Moreno Veloso, 4.

A partir de duas gravações constam algumas das mais de 20 músicas internacionais, no original e versão. Não entraram na listagem canções brasileiras cantadas em outra língua, mas foram inseridas as poucas compostas em inglês, como London London. E assim, em ordem alfabética, Cartola está ao lado de Cole Porter; João de Barro, de John Lennon.

Estratosférica e Hoje são os trabalhos com maior quantidade de compositores gravados pela primeira vez, até mesmo os clássicos. Alguns só têm uma música, como Nana Caymmi, em Bom Dia, parceria com Gilberto Gil em 1967. Maria Costa, mãe da Gal, é autora de Chululu, em Cantar, 1974. Maria Bethânia dividiu com Caetano a canção Caras & Bocas, 1977. A própria Gal foi coautora de Quando, em Doces Bárbaros. Há dois autores de poemas musicados: Wladimir Maiakovski (O Amor), Alice Ruiz (Socorro). Onde Andarás, de Ferreira Gullar, no dueto de Gal e Joanna, foi escrita para ser canção.

Rumo aos 70

Os muitos convites aceitos para fazer dueto e participação solo em discos de outros cantores já ultrapassam 50 gravações. Somados a mais de uma dezena de convidados em discos da Gal, o saldo atual caminha para 70 registros, sem incluir os diversos encontros em vídeo: João Gilberto e Gal (TV Tupi), Elis Regina, Mercedes Sosa/Chico/Caetano/Milton e outros encontros.

Não foram considerados duetos os trabalhos de Gal com outro parceiro, como Caetano no disco Domingo, e Gilberto Gil em Live in London. Em Tom Jobim in Concert – Los Angeles 1987, ela é convidada (muito especial): três solos e dois duetos. Também não fazem parte dos duetos e participações os registros coletivos: Tropicália ou Panis et Circensis, Doces Bárbaros e Outros (doces) Bárbaros.

Caetano é a voz masculina que lidera a quantidade de duetos com Gal. Não teve música gravada em Bem Bom (1985), mas eles cantaram neste disco a música Sorte. A voz feminina é Maria Bethânia. Se for acrescentado Esotérico (Doces Bárbaros I e II), são cinco gravações.

O espetáculo Trinca de Ases mescla tradição e inovação na carreira de Gal Costa. Renova canções gravadas de Gilberto Gil, a partir de 1965. Nando Reis entra para o balancete de compositores. E um novo trio de vozes canta Tocar-te, na altura que o amor possa alcançar.

Sílvio Reis, jornalista.

Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

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