Gestão Doria fecha brinquedotecas e salas de leitura em escolas infantis

escola_sp_cesar_ogata_prefeitura_de_sao_paulo.jpg
 
Foto: César Ogata/Prefeitura de São Paulo
 
Jornal GGN – Em São Paulo, a gestão do prefeito João Doria (PSDB) tem fechado brinquedotecas e salas de leituras nas escolas. A administração municipal que está usando estes espaços para aumentar as vagas e criar salas de aulas para crianças de 4 a 5 anos, mas especialistas e professores criticam a medida e afirmam que ela pode piorar o ensino. 
 
De acordo com a Secretaria de Educação, 33 escolas (de um total de 558) passaram por algum tipo de mudança. Os educadores afirmam que não aconteceram discussões prévias sobre o assunto e que projetos pedagógicos serão afetados. 

 
Em carta para o prefeito, Luiz Alberto Silva Cunha, sócio do Instituto Indianopolis e filho da pedagoga Nylse Helena da Silva Cunha (que criou a primeira Brinquedoteca do país), pede que a gestão municipal reveja a decisão sobre os espaços e faça uma discussão sobre o assunto.
 
Cunha também ressalta a importância dos brinquedos e das atividades lúdicas no desenvolvimento da criança, principalmente na primeira infância. “O brinquedo estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança. Proporciona aprendizagem, desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração da atenção”, afirma. 
 
“As Brinquedotecas resgatam valores humanos, contemplando a formação de um ser que seja capaz de ser feliz e construir um mundo melhor”, diz Luiz Alberto. 
 
Segundo a Folha de S. Paulo, pais e professores de escolas na zona sul e zona norte da cidade afirmam que as mudanças foram feitas sem aviso e de maneira abrupta, e que algumas das aulas começaram em  salas que não tem lousa. 
 
A deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) também pediu que o prefeito João Doria reveja a decisão “injusa e perversa” de acabar com as brinquedotecas e salas de leitura. Para ela, a prefeitura, ao invés de construir novas escolas, aumenta “excessivamente” o número de alunos em cada sala de aula, o que vai prejudicar a qualidade do ensino e as condições de trabalho dos professores.
 
“Brinquedotecas, salas de leitura e salas de informática não são supérfluos, mas equipamentos indispensáveis à educação moderna e de qualidade de nossas crianças”, afirma Erundina, dizendo que estes espaços não “são um luxo para os filhos (as) dos pobres, mas um direito, a duras penas conquistado, pelos que lutam e defendem a educação como um dos direitos sociais fundamentais”.
 
Em nota, a Secretaria da Educação afirma que 58% das Escolas Municipais de Educação Infantil não têm brinquedotecas e 76% não possuem salas de leitura, dizendo que “dentro de uma mesma sala as crianças podem ter ‘cantinhos de leitura’, brinquedos e jogos, materiais pedagógicos (massa de modelar, guache etc), instrumentos musicais e, inclusive, equipamentos de informática.”
 
Leia aqui a íntegra da carta de Luiz Alberto Silva Cunha, e, aqui, o texto da deputada Luiza Erundina. 
 
Assine
Redação

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. A Nova Ordem.

    No fundo, a fundamentação deve ser esta: Filho de trabalhador deve ser condicionado a trabalhar, para quê gastar tempo com ociosidades, afinal ele deve apenas cumprir ordens.

  2. Gente, menos

    Quando você lê que salas de informática são indispensáveis, eu me pergunto, para quem cara pálida? O que já não vi de equipamento quebrado, ocioso, meninada jogando, etc. com supervisionamento inexistente, não foi pouco. Aiás, deve-se ou não ensinar a digitar asdfg çlkjh? Que eu saiba isto deseapareceu.

    1. Ignorancia
      Se você não sabe pra que serve os equipamentos é natural falar uma idiotice desse tamanho. Ao invés de.cobrar conserto e aulas de informática, gente burra concorda com retirada das salas de informática e enfiar alunos em cubiculos, quando o certo é construir mais escolas e mais espaços dentro das escolas. Retrocesso e má administração de dinheiro público. Os 100 milhões q o prefeitinho destinou a marketing dava pra fazer muito. Mas a ignorancia grita alto. E tem quem apoie.

  3. William Deming e Dória

    William Deming foi um engenheiro americano especializado em estatística que nos anos 50 e 60 começou a revolucionar as indústrias japonesas e mais tarde as americanas com o seu revolucuonário Gestão da Qualidade. A partir dali as coisas mudaram muito nas indústrias mundo afora,ocorreu um aumento extraordinário nos níveis de qualidade dos produtos com ênfase na unifirmidde dos mesmos e na redução significativa nos níveis de desperdícios. Demig espalhou essa nova filosofia mundo afora inclusive chegando ao Brasil anos mais tarde com as famosas Engenharia da Qualidade que implementava a Qualidade Total nas linhas de produção e nos sistemas da qualidade. Deming obteve sucesso absoluto no seu programa tanto é que todas os países do mundo o copiaram e o expandiram para quase todas as atividades incluindo aquelas de serviços. Por que Deming conseguiu que o mundo inteiro aderrise a seu programa? Simples porque seu programa não tinha ideologia política, religiosa e cultural o mundo percebeu que as suas idéias só traziam ganhos para todos não afetava a vida, os custumes e credos de nenhuma nação ou povo.

    Pois Doria é um Deming às avessas. Doria quer implementar suas idéias algumas até boas numa cidade cosmopolita como São Paulo com uma diversidade cultural, religiosa e política talvez única no país achando que o que é bom para os moradores dos jardins serve para os moradores da periferia da cidade, e ditatorialmente quer implementá-las de qualquer maneira. Doria esquece ou melhor simplesmente desconhece e não leva em conta as diferenças nas tradições, cultura, custumes e poder econõmico dos habitantes de cada região provocando com isso um desagrado geral. Imaginem só se projetarmos isso a nível Brasil o que não poderá acontecer com Dória presidente?

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador