Gleisi Hoffmann: “Infelizmente, neste País, julga-se antes de se ter a informação”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A senadora Gleisi Hoffmann (PT) reagiu nesta quarta (29), durante os trabalhos da comissão do impeachment no Senado, à revogação da prisão preventiva de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, na Operação Custo Brasil – um desdobramento da Lava Jato. Segundo a petista, “a prisão foi injusta, inconsequente, ilegal, parte de mais uma armação midiática para constragê-lo e constranger a todos nós [que lutam contra o impeachment de Dilma Rousseff].”

Leia mais: Nem no mensalão usaram prisão provisória, diz Toffoli

A revogação da prisão, de acordo com a senadora, “é fundamental para nós, porque não havia base nenhuma para justificar aquela prisão. Não precisava nem ser advogado para ver a fragilidade daquela decisão. Nós nunca nos negamos a responder nada. Somos pessoas públicas e respondemos por tudo que fazemos.” Gleisi ainda disparou: “Quero lamentar aqui comentários feitos na comissão. Infelizmente neste País, julga-se primeiro, antes de ter a informação.”

Em nota, o PT no Senado sustentou que a revogação da prisão pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, assinada nesta quarta, comprova a fragilidade da decisão do juiz de primeira instância que autorizou a medida a pedido dos procuradores que atuam na Custo Brasil.

“Apesar do empenho dos vazamentos dos últimos dias, repetindo a prática de atribuir denúncias a hipotéticas delações à Justiça – sem qualquer comprovação – venceu o bom senso e a Justiça”, diz a nota.

Em seu despacho, o ministro Dias Toffoli disse que não havia motivos sólidos para manter Paulo Bernardo preso. O magistrado lembrou que a prisão preventiva é usada em três casos: quando o investigado continua cometendo os crimes apurados, quando representar risco ao sucesso da investigação ou quando dá sinais de que pode fugir do País e evitar sua punição. Nenhum dos motivos apresentados pela Custo Brasil preenchem esses requisitos.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. Lamento, mas havia um motivo,

    Lamento, mas havia um motivo, sim, para a prisão. Trata-se de um ex-ministro do PT, marido de uma senadora do PT que vinha dando muito trabalho na comissão do impeachment. Ia-se perder a oportunidade de uma notícia dessas? Difícil é se prender Eduardo Cunha, sua mulher e filha. Eduardo Cunha visita o presidente interino no Palácio do Jaburu na noite dos domingos. A esposa e a filha de Eduardo Cunha, por crimes já comprovados, são invisíveis. E não fazem parte do PT. Não fazem parte do time a ser exterminado.

     

  2. Pois é, olha o tipo da
    Pois é, olha o tipo da reporcagem que a Gazeta do Povo fez.  De motorista a loft: o que a verba desviada teria pago a Paulo Bernardo e Gleisi

    Veja quais são os serviços e bens que teriam sido pagos com o dinheiro do esquema de desvios de empréstimos consignados, segundo a acusação

     Isso pode ser chamado de jornalismo?Como um jornal desses ganha um prêmio de liberdade de imprensa?  Inacreditável.

     

  3. Nassif: essa é quentíssima.
    A

    Nassif: essa é quentíssima.

    A prisão do ex-ministro não passou de um ensaio. Dizem que houve um entendimento preliminar entre um dos ministros do STF, o Ministro da Justiça e o general-chefe da Segurança Institucional (essa variante moderna do DOI-CODI).

    Como estão receosos da consequência da prisão de Lula, nada melhor que um prévio “laboratório”, para tomar o pulso das coisas.

    Primeiro, desviar o foco de Curitiba, para evitar naquele Estado qualquer tipo de comoção civil, pois o receio maior está em São Paulo. Então, nada melhor que um treino.

    Escolhido o Juiz, viria a instrução para não fundamentar com coisas verdadeiras.

    A grande mídia seria avisada dia e hora da operação Custo Brasil, para postar seus repórteres.

    Contavam (como aconteceu) com HC em favor de ex-ministro de Lula-Dilma. O “sorteio” (antes da distribuição) seria para Toffoli. Ele despacharia, em nota despida de “pensamento próprio” e longas citações de terceiros (leiam o decisum). Daria a impressão de autonomia do Juiz ou mesmo divergência com o “chefe”.

    Para que a grande mídia não perdesse espaço comercial, o veredito viria com sugestões adicionais de medidas cautelares, inclusive tornozeleiras, que o meritíssimo originário haveria de seguir, além de outras sugestões que ele “perguntaria” ao pessoal do MP.

    Numa só cajadada, humilhariam o afastado governo, o ex-ministro (mais ainda), a senadora sua mulher (fornecendo munição para os senadores do PSDB/DEM/PPS e PMDB pudessem tripudia-la na comissão de impedimento), bem como o próprio PT.

    Enquanto isto, os institutos de pesquisa do pessoal do Jardim Botânico estariam avaliando a questão, através de pesquisas “encomendadas”. Os dados passados ao chefe do SSI (nova denominação do terrível SNI, de 1964) permitiriam que este andasse pelos quartéis, preparando os espíritos castrenses. A CIA, na retaguarda, traria as escutas, cujas centrais estão no exterior (via satélites espiões). A possibilidade de “queda” de algum avião não seria de todo descartada, que a Agência e mestre no assunto.

    Concomitantemente, a prisão de Cunha, com estardalhaço, daria a sensação de “Justiça”. O resto do bando seria esquecido naqueles processos de Curitiba, que só andam rápido para condenar gente do antigo governo. Até mesmo essa do ex-ministro Bernardo ficaria parado até a prescrição. Ou, como fez recentemente a ministra Rosa Weber, mandaria arquivar a ação.

    Tem uma corrente (paramilitar) que estaria pensando reabrir a Ilha Grande para levarem a Presidenta. Mas isto já é outra história.

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