Governo espera reverter déficit comercial em 2015

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) espera reverter o déficit da balança comercial brasileira em 2014 e fechar 2015 com saldo positivo. “Trabalhamos com a expectativa de um saldo comercial positivo em 2015. No entanto, julgamos que ainda é cedo para algum exercício numérico”, disse o o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel Marteleto Godinho.
 
Segundo ele, o ministério se esforçará para buscar um resultado positivo “via aumento das exportações”. As medidas para isso serão anunciadas “em breve” pela pasta.
 
A balança comercial – diferença entre exportações e importações – teve déficit de US$ 3,930 bilhões em 2014. Com o resultado, a balança encerra 2014 com o primeiro déficit anual desde 2000. Em valores, o déficit é o maior desde 1998, quando foi registrado saldo negativo de US$ 6,623 bilhões.

 
Para o secretário, a queda da balança em 2014 foi influenciada principalmente pela queda dos preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional) superior à esperada, por um cenário internacional desfavorável – com destaque para a crise argentina – e pelo déficit da conta petróleo, composta por petróleo e derivados.
 
Em relação às commodities, o secretário disse que, se tivessem sido praticados os preços de 2013, seria possível “reverter o déficit registrado”. Em quantidade, o país aumentou a exportação em 15 milhões de toneladas. No entanto, houve redução de 20,5% na receita de 2014, em relação a 2013. A queda foi puxada principalmente pelo minério de ferro.
 
No cenário internacional, dos 15 principais destinos dos produtos brasileiros, dez registraram queda nas importações, segundo Godinho. O destaque é para a queda das vendas nacionais para a Argentina. Pela primeira vez desde 2009, os Estados Unidos superaram o país como principal destino dos manufaturados brasileiros. “Num cenário de redução de atividade econômica e consequente queda de renda, os produtos que mais têm o consumo reduzido são os manufaturados, que são os principais produtos da pauta brasileira com a Argentina”, explicou.
 
Mesmo sendo a China o principal destino das exportações brasileiras – em 2014 foram US$ 40,6 bilhões negociados -, houve queda de 22,8% em valor, comparado a 2013. Isso porque os principais aumentos da demanda do país foram por automóveis, autopeças, máquinas e equipamentos, que não fazem parte da pauta de exportações com a China. “Houve queda de minério de ferro e açúcar, que fazem parte da nossa pauta”, disse o secretário.
 
Em relação ao petróleo e derivados, Godinho informou que houve redução no déficit desses produtos – de US$ 20,3 bilhões, em 2013, para US$ 16,6 bilhões no ano passado -, devido ao aumento da produção e consequente diminuição da importação. “Ainda que tenhamos registrado essa melhora, temos um déficit bastante elevado, fundamental para explicar o resultado da balança brasileira.”
 
A expectativa para 2015 é que se reduza ainda mais esse déficit. O secretário não estimou qual seria a redução. Além disso, o país trabalha com expectativa de aumento na produção de commodities, embora “não haja sinais de recuperação dos preços das commodities para 2015”. Para o minério de ferro, a expectativa é de queda.
 
No cenário internacional, a expectativa de crescimento dos Estados Unidos poderá favorecer o resultado da balança, além da previsão de um câmbio de R$ 2,69 para 2015, taxa que o secretário considera favorável às exportações. A taxa média em 2014 foi R$ 2,35. Godinho ressalvou, contudo, que a crise na Argentina e o baixo crescimento da União Europeia “não empolgam”.
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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