Governo federal usa big data para monitorar política nas redes sociais

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Foto: Beto Barata/PR
 
Jornal GGN – O governo federal utiliza os serviços de uma agência publicitária de São Paulo para monitorar questões políticas em ambientes públicos das redes sociais, através do processamento de grande volume de dados, o chamado ‘big data’.
 
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, a Isobar Brasil “monitora a internet em busca de focos de manifestações, identificando quem são os influenciadores nas redes e as principais demandas políticas”.
 
As informações coletadas são enviadas para órgãos públicos, incluindo agentes de segurança. 

 
Ainda de acordo com a Folha, a agência recebeu  R$ 13,8 milhões do governo em 2015 por serviços de comunicação digital, sendo que R$ 113 mil foram para o”monitoramento on-line”, conforme o contrato assinado com a Secretaria de Comunicação.  Já em 2016, a  Isobar recebeu R$ 17,6 milhões, o quinto maior pagamento feito pela Secom. 
 
Os termos de uso do Facebook proíbem o monitoramento para vigilância de órgãos públicos após o caso da consultoria Geofeedia, que, no ano passado, foi acusada de ajudar a polícia para supervisionar o movimento Black Lives Matter. 
 
Pesquisadora do Internet Lab, Jacqueline Abreu afirma que “se o Facebook proibiu o uso dos dados para vigilância, é porque ele está dizendo que não faz parte do consentimento dos usuários que as informações postadas ali sejam usadas para policiamento”. 
 
De acordo com o Marco Civil da internet, aprovado em 2014, dados pessoais não podem ser utilizadas sem consentimento livre, expresso e informado dos usuários. Estes dados incluem informações públicas do perfil e também postagens. 
 
Entretanto, a advogada afirma que é difícil enquadrar este monitoramento como crime, já que as informações são abertas. “É uma questão de transparência, não sabemos que tipo de inferência é feita a partir dos dados”. 
 
A Secom se limitou a dizer que a agência presta serviços de “comunicação digital, o que inclui o monitoramento de redes”. 
 
A estatal Serpro também faz uso do big data, cruzando informações da Receita Federal com os ministério da Justiça e do Planejamento, para “formular políticas públicas”, segunda sua diretora, Glória Guimarães. 
 
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Redação

6 Comentários

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  1. Uso governamental de software de monitoramento de mídia social

    o uso do governo de software de monitoramento de mídia social é uma ameaça direta à nossa liberdade e privacidade;

    O software de monitoramento de mídia social pode ser usado para rastrear geograficamente enquanto nos comunicamos. Ele pode traçar nossos relacionamentos, redes e associações. Pode monitorar protestos, identificar os líderes dos movimentos políticos e sociais e medir nossa influência. É também usado como um preditor de eventos futuros, incluindo a avaliação de ameaças, e como um instrumento para manipular a opinião pública. Em resumo, é uma ferramenta de alta tecnologia para a vigilância e engenharia do nosso mundo futuro.

  2. O PMDB conversou com o Golbery na mesa branca.

    A polícia militar dos estados estão batendo pra valer. Michel Temer autorizou a compra de tanques, em quantidade estranhamente grande para um país em tempo de paz em termos de política externa, são 6 bi sem licitação.

  3. sobre o demônio

    Temer não suporta nem os vômitos que considero um forma bem infantil de protesto. Esse verme está prester a derreter. Já observaram as mãos dele quando está contando mentiras? Não é sério, sinto uma vergonha imensa de ver o país nas mãos do pmdb. Como isso foi possível? Por que?  

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