Haddad pede na Justiça distribuição gratuita de sacolinhas por supermercados

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Da Agência Brasil

Por Marli Moreira

Sacolas plásticas

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, entrou com recurso, na noite de ontem (28), na Justiça estadual, solicitando que os supermercados façam a distribuição gratuita dos dois novos tipos de sacolas plásticas. Com a entrada em vigor da Lei Municipal 15.374, conhecida como a Lei das Sacolinhas, desde o último dia 5, os consumidores pagam pelas novas embalagens um preço médio de R$ 0,08.

“A administração [municipal] entende que é dever dos estabelecimentos contribuir com a Política Nacional do Meio Ambiente, conforme a Lei 6.938/8, fornecendo alternativas, instruindo a população e estimulando o uso das sacolas reutilizáveis”, diz o texto publicado pela prefeitura de São Paulo. A nota observa que “a cobrança do material pode gerar um sentimento de antipatia por parte do consumidor, desestimulando a adoção de um comportamento ecologicamente consciente.”

A Lei das Sacolinhas vetou o uso das tradicionais sacolas plásticas, distribuídas e passaram a ser substituídas por outras de material renovável que tem a função final de induzir a população à coleta seletiva em conformidade com a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Uma delas, a de cor cinza, visa ao descarte de lixo orgânico e a outra, de cor verde, ao de materiais recicláveis.

Por meio de um acordo entre a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP) e a Associação Paulista de Supermercados (Apas), a partir do próximo dia 11, esses estabelecimentos vão distribuir duas sacolinhas, gratuitamente, a cada consumidor, mas apenas por um período de dois meses. Essa medida tem o objetivo de convencer o usuário da necessidade do uso de sacolas mais adequadas à preservação ambiental.

A partir da terceira sacola poderá ser cobrado o preço de custo, o qual deve estar explicitado e à disposição do comprador. Quem levar sua própria sacola ou meio de transporte (carrinhos) deverá ter um desconto acumulativo de R$ 0,03 a cada cinco produtos adquiridos ou a cada R$ 30 em compras. Essa medida terá validade de seis meses.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. Abuso

    A cobrança de 8 centavos por sacola é abusiva. O custo dessas sacolas é muito inferior a isso e muito menor ainda é a diferença de preço entre a sacola anterior e a padronizada pela prefeitura. Só que o custo da sacola anterior já estava embutido no preço dos produtos, que certamente não cairam por causa da cobrança sobre as sacolas.

    Isso é pura mesquinharia e estreiteza de visão dos gestores desss empresas. Burrice mesmo, já que é contraproducente.

    A facilidade de transportar os produtos oferecidas pelas sacolas é um importante indutor da compra por impulso nos supermercados.

    Na chamada “compra do mês”, cada vez menos comum devido à ausência de vantagem econômica em estocar mantimentos e produtos de limpeza, a presença das sacolas não influencia muito, já que as pessoas saem de casa com o propósito de fazer a compra e normalmente com umalista de itens. Mas as compras menores, seja de reposição ou incidentais, quando a pessoa passa no supermercado no trajeto para casa com intuito de comprar um ou dois itens, as pessoas não saem apenas para fazer a compra e portanto normalmente não levam sacolas ou outros meios de transportar as compras. Com as sacolinhas cria-se uma facilidade de transportar produtos e quem entrou no supermercado para comprar um ou poucos itens, acaba levando alguns itens a mais por impulso ou conveniência. 

    A cobrança da sacolinha refreia esse impulso consumista e nesse ponto é ruim e contraproducente para os comerciantes. Do ponto de vista de quem não é adepto do consumismo desenfreado, acho até bom que isso aconteça, mas para quem quer vender o máximo possível parece-me que o tiro da mesquinharia vai sair pela culatra. Porém, mesmo achando até bom que as sacolas sejam vendidas, eu acho que o valor cobrado muito alto.

     

  2. Poder

    Safadeza esta cobrança em nome do ecologicamente correto. Apenas usam a ecologia para passar o custo para o cliente.

    Mas isso é facil de reverter. Quem não concordar com a cobrança da mesquinharia, faça a sua compra do mês normalmente. Se forem cobradas sacolinhas, diga que não vai pagar e não vai levar mais nada.

    Deixa tudo ali e vai embora. Quero ver o transtorno que vai causar no mercado. Ai eles vão voltar atrás…

    Não moro em SP, mas acho que este é um bom movimento . Podem começar com uma página no facebook, avisar os amigos..

    Dentro de um mês, tchau tchau mercados mesquinhos. Não vão aguentar o prejuizo.

     

     

     

  3. Na verdade, a cobrança ou não, não arruína nenhum dos lados…

    Mas a oportunidade de aparecer na mídia como “defensor dos frascos e comprimidos” é imperdível, não é mesmo?

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