Havaí dá título mundial de surfe ao brasileiro Medina

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – De Maresias, em São Paulo, para Pipeline, no Havaí, Gabriel Medina conquistou o títutlo mundial de surfe, nesta sexta-feira (19). É a primeira vez na história que o Brasil leva um atleta tão longe na modalidade, concorrendo com experientes e campeões do surfe.
 
Do Estadão
 
Medina faz história e conquista o título mundial de Surfe
 
Surfista brasileiro vence em Pipeline, no Havaí, diante de adversários experientes e campeões como Kelly Slater e Mick Fanning
 
Paulo Favero ­ ENVIADO ESPECIAL AO HAVAÍ
 
O Brasil tem um novo ídolo esportivo: o surfista Gabriel Medina, que conquistou nesta sexta­feira o título mundial em Pipeline, no Havaí, diante de adversários experientes e campeões como Kelly Slater e Mick Fanning. É a primeira vez na história que o País garante um troféu na elite desse esporte. Outros brasileiros já brilharam na modalidade, mas nunca haviam chegado tão longe quanto o garoto de Maresias, no litoral paulista.
 
A façanha ocorreu durante o Billabong Pipe Masters, última etapa da temporada, disputada no Havaí. Ele já liderava o ranking mundial com uma boa vantagem sobre seus concorrentes antes do início da disputa em Pipeline, e durante a competição mostrou talento para garantir o título mundial. “Significa muito para mim poder ser o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe”, disse.
 
Esse é o quarto ano de Medina no Circuito Mundial de Surfe, sendo que em 2011, quando estreou, ele disputou apenas quatro etapas, ganhando duas e chamando a atenção para o seu talento precoce. Logo em sua primeira etapa na elite, em Hossegor, na França, ele venceu com um show de aéreos e mostrou que daria muito trabalho. Naquele mesmo ano, ainda faturou o Rip Curl Pro Search, em São Francisco. Terminou a temporada na 12ª posição, mesmo não tendo participado de nem metade das etapas
 
No ano seguinte, provou que aqueles que apostavam nele estavam certos e terminou a temporada na sétima posição, ficando duas vezes em segundo lugar nas etapas e mostrando uma consistência.
Já em 2013, prejudicado por lesões, ficou em 14º lugar geral, com apenas dois bons resultados, uma segunda e uma terceira colocações. Mas ver de perto o título do amigo e conselheiro Mick Fanning deu um grande estímulo para que ele pudesse brilhar na temporada seguinte.
 
Só que ainda no Havaí, no final de 2013, o brasileiro se machucou em um treino livre depois do Pipe Masters. “Quebrei a perna dias depois do campeonato, em um aéreo bobo. Também não tinha dormido direito na noite anterior, estava me sentindo meio cansado, e já era meio estresse de competição. Rompi três ligamentos e minhas férias foram com gesso”, relembra.
 
A partir daí, iniciou sua recuperação e reforçou os treinamentos funcionais com o preparador Allan Menache. Na primeira etapa do ano, em Gold Coast, na Austrália, venceu e chamou a atenção por ser o primeiro “goofy”, que surfa com o pé direito na frente, após dez anos a ganhar lá. Depois venceu em Fiji e no Taiti, nos temidos tubos de Teahupoo, diante do maior especialista naquela onda, Kelly Slater.
 
 
“As etapas que eu ganhei esse ano mostram meu amadurecimento. Eram ondas com tamanho grande. Em Snapper Rocks (Austrália), estava competindo com os melhores regulares, aqueles que surfam para a direita. Depois fui para Fiji, consegui ganhar a etapa que o Kelly dominava, foi muito legal porque era um local que sempre quis vencer. Depois teve Teahupoo, pela condição do mar, todos achavam que o Kelly ou o John John iriam ganhar, mas acabei ficando calmo e obtive a vitória. Essas três conquistas foram especiais e vou lembrar para sempre”, afirma.
 
Os importantes resultados e o título mundial colocam agora Medina no foco para 2015. Sua popularidade cresce em proporções gigantescas, ele acumula patrocínios (já tem 11) e está se tornando um ídolo para os brasileiros. Apesar da fama, garante que não vai perder a essência. “Apesar dos bons resultados que venho tendo, eu nunca mudei, sou o Gabriel de sempre, com os mesmos amigos de quando era pequeno. Trato bem meus pais e irmãos, nada mudou. Minha mãe e meu pai continuam me botando no lugar em casa e sempre fui pés no chão”, conclui.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

10 Comentários

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  1. se há outra coisa que o

    se há outra coisa que o brasileiro tem, como o dom da bola no pé, é o dom divino de nascer sabendo surfar nas ondas – nas ondas de todo tipo e tamanho –  é nóis!

  2. E os direitos de transmissão. ..
    E se o direito de transmissão do WCT fosse da globo?! A prova seria transferida de Pipeline pra uma piscina de ondas?! Tudo pra não quebra a programação?!

  3. Melhor Comentário…

    O melhor comentário vai para… Gilson AS

     

    “O Aécio vai pleitear o título alegando que ele é o verdadeiro menino do rio.”

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