Ideli, uma Ministra de boa vontade

 
A Ministra Ideli Salvatti saiu desgastada do cargo de coordenadora política do governo e assumiu a Secretaria de Direitos Humanos com apenas 9 meses pela frente. Em tese, não haveria mais como inventar a roda. Muitos temas tinham dinâmica própria.
 
Mas Ideli trouxe uma dose de boa vontade inédita nos últimos anos nos trabalhos na SDH, em uma secretaria amorfa, com sua antecessora, Mária do Rosário, sofrendo críticas de diversos setores pela falta de competência e excesso de exposição ligeira na mídia.
 
Na próxima 4a feira, em São Paulo, Ideli anunciará a retomada dos trabalhos de identificação dos mortos da Vala de Perus – um tema quase totalmente abandonado por sua antecessora Maria do Rosário.
 
Com pouco tempo à frente do órgão, sem maiores conhecimentos da matéria, Ideli logrou ouvir as partes, identificar os nós e buscar soluções definitivas.

 
Não apenas nessa frente. Seu período no Congresso ajudou-a a destravar alguns projetos que estavam emperrados há anos. Como o PL do Conselho Nacional de Direitos Humanos, há 19 anos parado. Ou a Lei do Menino Bernardo, sobre agressão a crianças, aprovada na Câmara e no Senado.
 
Uma das vantagens do SDH foi a manutenção de conselhos da sociedade civil na área de idosos, deficiência, crianças e adolescentes, LGBTs e diversidade religiosa, de mortos e desaparecidos e do trabalho escravo.
 
Em seu curto período, além de retomar a questão dos mortos e desaparecidos e do trabalho escravo, estimulou a criação do fórum dos ouvidores da polícia e do comitê de combate e prevenção à tortura.
 
Todos esses conselhos são paritários e alguns dispõem de autonomia financeira. É o caso dos Conselhos Tutelares, incumbidos de receber denúncias contra crianças. Existem 2 mil conselhos espalhados pelo país. Ideli deu início a uma política de capacitação dos conselheiros, em parceria com escolas estaduais e entregando equipamentos para melhorar o trabalho.
 
Para conferir homogeneidade aos conselhos, unificou a data das eleições para um mesmo dia, permitindo campanhas e debates.
 
Há violações de direitos humanos no mundo real e cada vez mais no mundo virtual. Nos próximos dias, a SDH deverá patrocinar um grupo de estudos da Universidade Federal do Espírito Santo para monitorar as chamadas redes de ódio que pululam nas redes sociais.
Luis Nassif

6 Comentários

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  1. Pena…

    Uma pena que uma pessoa com capacidade e competência, quando colocada no lugar certo, tenha sido tão mal aproveitada durante os anos anteriores, num cargo onde não mostrou a que veio.

    Mérito da chefe dela…

  2. E alguns comentaristas ainda

    E alguns comentaristas ainda criticam as realizações do governo na área de direitos humanos

    e pior, declaram voto em uma candidata ligada aos evangélicos, nitidamente conservadores.

    Pensam que os avanços nas áreas das minorias vão avançar?

     

  3. Dilma tem pago um preço alto

    Dilma tem pago um preço alto por suas escolhas para os ministérios e secretarias. Acho que ou lhe faltam bons aconselhamentos, ou ela, como dizem, é mesmo cabeça dura para aceitá-los. Idli sempre foi uma pessoa bastante inexpressiva, sobretudo quando como parlamentar. Suas falas chegam a ser cansativas.

  4. Mas o ponto é exatamente este

    Mas o ponto é exatamente este , por onde andou, Ideli sempre teve desconhecimento da matéria. Como coordenadora política do governo foi um completo desastre . O único predicado que tem é a lealdade canina.

  5. Foi a Secretaria de DH mais

    Foi a Secretaria de DH mais iníqua que tenho memória.

    Total anuência com a perseguição e prisões políticas articuladas pelo governo federal contra militantes, ativistas, indígenas.

    Uma mancha que não será esquecida no currículo da Ideli Salvati.

  6. Por todos esses “defeitos”,

    Por todos esses “defeitos”, que dizem de Ideli, eh que lhe admiro: Lealdade canina, o que esperam de alguem que estah em um Governo que o Executivo eh de seu Partido? Ela eh uma das principais responsaveis por ele, se nao aguenta o tranco, melhor cair fora.

    Ideli foi uma parlamentar “cansativa”: evidente que para quem quer criticas ao governo, assistir um parlamentar defende-lo,  em todas  circunstancias, eh um tedio. Criticar o Governo eh papel da oposicao.

    Como esse Governo eh meu tambem, embora nunca tenha exercido qualquer cargo nele e sequer tenho participado do PT, porem, levei decadas de minha vida defendedo a construcao de um governo como esse no Brasil, sinto-me responsavel por ele. Eh absurdo para mim, qualquer membro dele nao se sentir assim. Por enxergar politica dessa forma, eh que Ideli me parece uma grande mulher: Corajosa, honrada e fiel aos seus aliados, que jamais pula do barco nas horas ruins, como os ratos fazem.  Atitude muito comum no meio politico.

     

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