Impeachment vai prejudicar credibilidade do Brasil, diz Julliete Dumont

Jornal GGN – Juliette Dumont, historiadora da universidade Sorbonne, crê que o afastamento da presidente Dilma Rousseff irá fragilizar e prejudicar a credibilidade do Brasil no cenário internacional durante muitos anos. “O Brasil cometerá um suicídio político”, diz a pesquisadora do Instituto de Altos Estudos sobre a América Latina.

Dumont analisa que a crise política vivida no Brasil mostra que as forças conservadoras ainda estão muito presentes, com um ” movimento importante contra o que o Partido dos Trabalhadores (PT) representa”. Ela diz que há evidências do envolvimento do PT com casos de corrupção, mas ressalta que nos governos Lula e Dilma a Polícia Federal teve mais liberdade de investigação. Também disse que a credibilidade do Brasil está abalada e que a votação do pedido de impeachment “deu uma imagem patética” da Câmara.

A historiadora mediou um debate organizado pelo Movimento Democrático 18 Março, grupo de brasileiros e estrangeiros que tem denunciado a ruptura institucional no Brasil para a opinião pública estrangeira.

Da Rfi

“Brasil comete suicídio político”, diz historiadora da Sorbonne

Para a historiadora Juliette Dumont, do Instituto de Altos Estudos sobre a América Latina (Iheal), da universidade parisiense Sorbonne Nouvelle, o provável afastamento da presidente Dilma Rousseff “vai fragilizar o Brasil e prejudicar, durante muitos anos, a credibilidade do país no cenário internacional”. “O Brasil cometerá um suicídio político”, se o Senado aprovar o pedido de impeachment de Dilma, opina a pesquisadora.

A atual crise política revelou que “as forças conservadoras ainda estão muito presentes e existe um movimento importante contra o que o Partido dos Trabalhadores (PT) representa”, disse a historiadora. Ela reconheceu que há evidências de que o PT está envolvido em corrupção, mas recordou que foi nos governos de Dilma e do ex-presidente Lula que a Polícia Federal teve mais liberdade de investigação. “Espero que o voto no Senado não seja a farsa que foi o voto na Câmara”, acrescentou. Dumont mediou um debate organizado nesta quarta-feira (4) pelo Movimento Democrático 18 Março (MD18), grupo de estudantes brasileiros e europeus que tem denunciado um “golpe” institucional no Brasil.

Especialista em relações internacionais, a historiadora da Sorbonne considera que a credibilidade do Brasil está profundamente abalada. Segundo Dumont, a votação do pedido de impeachment “deu uma imagem patética” da Câmara. “Eu acho que o Brasil vai levar muitos anos para corrigir os danos que foram feitos ao país no exterior, a começar na própria América Latina.”

Para dar um exemplo das consequências da devassa política, ela cita que o Brasil estava muito perto de conquistar a tão sonhada cadeira de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. “Demorou muitos anos, mas, enfim, o país tinha conseguido o apoio dos vizinhos latino-americanos, o que era uma grande novidade”, afirma. “Como o Brasil terá força para continuar a defender seus interesses nos fóruns internacionais ou na Organização Mundial do Comércio (OMC) se a democracia está em risco”, questiona Dumont.

“O Brasil voltou a ser aquele país que não é sério e leva tempo para combater esses estereótipos em política internacional”, diz. Na opinião da historiadora, nem com eleições antecipadas ou com uma reforma política o Brasil se recuperará a curto prazo. “A lógica do jogo é essa, credibilidade exige um esforço diplomático enorme e isso leva tempo”, conclui.

Novas eleições não resolvem problema de renovação dos políticos

Dumont não acredita que o país esteja preparado para enfrentar uma nova eleição presidencial ainda este ano, como desejam 60% dos brasileiros, segundo pesquisas. “A classe política precisa de renovação e o debate está muito polarizado. Antes, os políticos brasileiros devem se dar conta do mal que estão causando ao país no exterior”, destacou Dumont.

Cerca de 50 pessoas assistiram ao debate realizado na sede da central sindical CFDT, em Paris. Também fizeram parte da mesa Laura de Mello e Souza, uma das maiores especialistas em história moderna do Brasil, filha do sociólogo Antonio Candido, o músico francês Frédéric Pagès, estudioso do Brasil, a jornalista da Globonews Elizabeth Carvalho, correspondente em Paris, além de estudantes brasileiros atualmente fazendo mestrado ou doutorado em universidades francesas.

“O que mais dá medo é o retrocesso”, diz professora

O que mais preocupa Laura de Mello e Souza é o retrocesso que o Brasil está vivendo e as profundas lacunas na área da educação. Ela fez uma retrospectiva histórica de momentos de ruptura e de avanços da sociedade brasileira no último século e considera que o país dá, nesse momento, “um grande passo atrás”, ao afastar do poder uma presidente eleita com 54 milhões de votos.

“O problema mais grave na sociedade brasileira são as desigualdades sociais. Nós negamos as desigualdades o tempo todo e a elite deixou de se preocupar com a educação. O mais terrível é que mesmo os partidos de esquerda não conseguiram enfrentar as desigualdades”, constata a historiadora da USP. Mello e Souza reside em Paris há dois anos e dá aulas de História do Brasil na Sorbonne.

As nomeações de evangélicos para postos ministeriais no eventual governo de Michel Temer representam um risco extremamente grave para o país, adverte. “Os pastores evangélicos possuem canais de rádio e TV e fazem lavagem cerebral em uma população sem conhecimentos”, lamenta.

Cobertura da imprensa francesa é criticada

O papel da mídia brasileira na desestabilização do governo Dilma esteve em destaque no debate e respingou na imprensa local. O músico francês Frédéric Pagès criticou a forma superficial como a imprensa francesa tem coberto a crise. Ele condenou particularmente as coberturas dos jornais Libération, de esquerda, e do Le Monde, “com manchetes acusatórias ao ex-presidente Lula”. “A mídia francesa tem feito títulos baseados em rumores e publicado textos sem profundidade analítica”, afirmou. Pagès criticou ainda o silêncio dos líderes europeus em relação aos ataques à presidente Dilma, uma chefe de Estado democraticamente eleita.

O estudante Daniel Garroux, doutorando em Teoria Literária, também desaprova a cobertura superficial das publicações francesas. Ele assinalou que os correspondentes no Brasil pecam não só pela parcialidade, mas também pela falta de aprofundamento no tratamento das informações. “Outro dia, o Libération disse que a presidente Dilma já tinha sido afastada. Eles nem se preocupam em checar as informações mais básicas dessa narrativa”, argumentou. O estudante lamentou a ausência de reportagens sobre as manifestações contra o impeachment na imprensa francesa. “Elas têm acontecido quase diariamente, em várias regiões do país, e isso não é revelado pelos jornais”, disse.

 

Redação

14 Comentários

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  1. Credibilidade ?Imagens do

    Credibilidade ?

    Imagens do Brasil no exterior :

     

    Um dos bandidos mais procurados do mundo, satisfeito com o golpe Michel Cunha Temer

     

    Encontro de conspiradores para acertar o aumento salarial no judiciário . 

     

    Bandidagem conspirando .

     

    Midiota fascista em manifestação em São Paulo . 

    Manda quem tem din din , obedece quem não tem caráter .

  2. A historiadora, Juliette,

    A historiadora, Juliette, descreve o que os críticos do bem, ou comprometidos com a Nação, entendem. 

    Quanto aos jornais da França estarem agindo em conssonância com os do Brasil, não admira, pois toda a imprensa brasileira, toda ela, tem uma narrativa, e sem contapontos, porque a esquerda não é dona de nada, não apita em nada, e apenas se vale da Web para dar suas impressões. 

    Eu penso a mesma coisa sobre os evangélicos no Congresso, com chances de em poucos anos um deles vir a ser Presidente da Repúblca. Nada de bom podemos esperar desses malandros, e malandras, que sequer leem a Bíblia. Tudo neles gira em torno de poder, e de negociatas. O rebanho dos malandros é imenso, e aumenta a cada dia, porque os governos brasileiros deixaram uma brecha enorme entre os mais desassistidos para ser preenchida por eles. São incautos, gente boa, que quer ser feliz de qualquer jeito, e se deparam no caminho da vida com uns monstros, a solaparem o pouco que lhes pertence com promessas inviáveis, mas que funcionam na cabeça deles, tanto para cura de doenças graves e gravíssimas, como para um enriquecimento divino. 

    Dúvidas não há de que o Brasil estava a um passo de vir a ser uma grande potência, e que em poucos anos foi decaindo tanto, ao ponto de neste momento nós não podermos vislumbrar, senão o retrocesso, e caminhar sentindo muita vergonha de ter nascido aqui. 

     

  3. Dumont quis ser educada. Na

    Dumont quis ser educada. Na verdade a pouca credibilidade que vocês conseguiram conquistar aqui fora já foi comprometida e frequentemente me ligam perguntando se a situação brasileira vai piorar ainda mais e o que eles devem fazer com os planos de investimento.

    Entre nós aqui, eu não posso responder que eles devem investir em um país que está entre cair em uma guerra civil ou se tornar um país comandado por criminosos em todas as instâncias do poder.

  4. Seria muito bom que houvesse

    Seria muito bom que houvesse sanções, não reconhecimento do ilegítimo governo do golpe, retaliações e coisas assim. E a Rússia e a China, atingidas indiretamente por este golpe para prejudicar o bloco e favorecer os eua, não farão nada? Sei lá, mas não tenho muita esperança de que alguma grande coisa aconteça. O Brasil volta a ser 100% república de bananas, as elites escrotas vão continuar ganhando e os eua faturando em cima da gente. Pobre do país que tem uma parte do povo burra e safada feito os nossos coxinhas e barões da midia. Não vale a pena perder tempo com esta terra.

  5. credibilidade…

    É verdade que pensadores, cientistas e religiosos estrangeiros já se deram conta que a Democracia brasileira ( e sul-americana) é pura balela formal, como o rito do GOLPE, e essas pessoas saberão que aqui não se pode confiar em nada, mas tem o outro lado, os saqueadores estrangeiros aproveitarão para levar tudo que puderem o mais rapido possível, e por isso o GOLPE vai ser abençoado pelos governos estrangeiros e seus usurpadores.

  6. Nunca, mas nunca mesmo

    Nunca, mas nunca mesmo na minha vida senti tanta vergonha de ser brasileiro…

    Esse sentimento de vergonha que muitos não possuem nesse país, essa revolta dentro de nós, essa sensação de estupro político

    Fico pensando na Presidenta da República e no que deve passar na cabeça dela agora

    Mulher, ex-guerrilheira, vilipendiada todo o santo dia, na sensação da impotência

    Essas pessoas que estão fazendo isso, desde o coxinha, passando pela mídia, pelos políticos, pelo judiciário, essa pessas não são brasileiras

    Não amam seu país, se amassem não fariam isso, ou fariam de forma democrática como qualquer país civilizado do mundo

    Mas agora, submissos a interesses estrangeiros novamente, voltamos a ser velha república das bananas, voltamos a ser o velho terceiro mundo que o Eduardo Galeano sempre denunciou…

    Vamos voltar á ditadura, mas não a ditadura fechada, com regime totalitário

    A ditadura que vem, essa sim será ditabranda, não será a ditadura das armas, mas a do papel e caneta, do uso da Lei e da força policial

    Já até prevejo as liminares, as ações, os julgamentos, as perseguições

    Lula preso será o ínício da ditabranda

    E que Deus perdoe a todo nós…

  7. Discordo.
    A credibilidade do

    Discordo.

    A credibilidade do Brasil já foi destruída pelo STF, que afastou Eduardo Cunha tardiamente e sem anular os atos que ele praticou.

    A democracia em nosso país é uma piada.

    Um bando de ladrões pode rasgar 54 milhões de votos com a ajuda do STF.

    E a imprensa trata a inocente como criminosa elogiando o bando de ladrões e a alcateia de juízes acovardados e maliciosos. 

    O relatório de Anastasia é a cereja no bolo de merda.

    Anastasia, ele mesmo um pedaleiro fiscal inveterado, elevou a hipocrisia à condição de argumento jurídico ao condenar na presidenta aquilo que ele mesmo considerou justo ao fazer.

    Francamente…

    Não dá para acreditar num país em que a OAB apóia um golpe de estado.

    Nossa República não está prestes a cair.

    De fato ela mal conseguiu deixar de ser um Sindicato de Ladrões. 

  8. Não vai demorar muito, o

    Não vai demorar muito, o produtor rural do Brasil vai chorar de saudades dos governos democráticos e republicanos petistas e maldizer o famigerado golpe de estado que alguns deles apoiaram.

  9. Suicídio político de quem?

    Não sou um bom analista político, sou romântico e ingênuo. E também nunca seria um bom político, no lugar da Dilma eu teria sido mais claro na ONU, talvez até um “porra louca” inconsequente. Mas falo isso porque tenho um mínimo de autocrítica, o que me afasta da imbecilidade, graças a Deus. Sim, creio e dou confissão de SUA existência.

    Também não gostaria de chutar cahorro morto, como pode parecer este meu comentário, mas é preciso que se diga: Dilma e seus conselheiros cometeram suicídio ao se calarem, ao recuarem diante às panelas.

    Um artigo do Tijolaço de título “Se Dilma falsse sempre as verdades como as disse hoje não haveria golpe” foi muito feliz na observação sobre a (falta de) comunicação do governo. Está certíssimo.

    Quem recuou e se calou, ou ao menos atuou no universo apenas da internet, que é importante sim, mas não tem o efeito da catarse e alcance do que a tv aberta tem, foi o PT e o governo. Calaram a boca nos momentos quem que deveriam ter mais falado. Não é impossível vencer a retórica da velha mídia, ainda mais quando a consciência crítica avança. Quando penso nesse recuo burro do governo diante às panelas, eu desanimo, pois enxergo a velha incapacidade brasileira de produzir qualidade, seja em que campo for.

    PRONUNCIAMENTOS em cadeia de rádio e tv deveriam ser constantes desde que a primeira dona de casa imbecilizada e alienada da classe média começou a bater panela. Quanto mais panela batida, deveria existir mais pronunciamentos.

    Esse seria o “diálogo” que o governo deveria forçar enquanto autoridade na busca de maior participação e entendimento político/popular. Não o fizeram, calando-se talvez com medo da exploração da mídia sobre as panelas batidas que poderia levar a um possível impeachment. Nossa, que resultado “surpreendente” tiveram agora…

    Lula – agora com risco de prisão -, já havia aconselhado mais pronunciamentos não do governo, mas da própria presidenta. Tantos outros idem, blogueiros sujos, inclusive. O governo escolheu a mudez, pois aparentemente as panelas foram por demais à vaidade de quem sofre vaias e perturbar-se com isso, o problema é que isso não é nada inteligente.

    Deveria toda semana pronunciar-se driblando as acusações de propaganda eleitoral antecipada, mas discutindo pontos de interesse à população, expondo informações escondidas pela velha mídia e discutindo assuntos relevantes como o fim do financiamento empresarial, também em todo aumento do salário mínimo e discutindo (lembrando) a política de valorização do salário mínimo, discutindo a importância da inauguração da transposição das águas do São Francisco, dentre tantos outros fatos e assuntos que povoam agora o debate político. Repito: não é impossível vencer a retórica da velha mídia ainda mais quando há crescimento no discernimento político.

    Pronunciamentos semanais, uma agenda, inclusive, de discussão política. Quanto mais panela mais voz em busca do diálogo, expondo, EDUCANDO POLITICAMENTE  e aproveitando o despertar primaveril que temos hoje com estudantes ocupando até Assembleias Legislativas Municipais!

    O governo recuou tanto e jogou fora a luta na disputa ideológica, tanto que Dilma até foi proibida dr fazer pronunciamentos, isso ocorreu não devido à retórica da oposição ter sido apoiada pela velha mídia, mas pela falta de contrapartida na comunicação do governo, que se estivesse ativa enfrentando as panelas, as ideias seriam outras.

    Governo mudo não serve para nada em momento de despertar e debate mais crítico político, isso em qualquer país. Governo mudo apenas morre, é suicídio. E os grandes conselheiros de Dilma apostaram nisso, nessa mudez, nesse “deixar passar”, tanto quanto parece ser ela mesma ter apostado.

    Agora, depois do avanço das ideias da oposição insulfladas pela velha mídia, Dilma resolve falar no 1º de maio? Depois que a disputa ideológica foi fragilizada pela péssima escolha por  mudez?

    O suicídio é do mudo antes da mesquinharia e caráter vil político da oposição.

    1. Dilma

      Concordo com o comentário do Igor. se Dilma tivesse desde 2013, tivesse falado em cadeia nacional e xplicado cada item citado pelos jovens, como educaçãopor exemplo. _ Vocês não estão satisfeitos?  Mas olhem o que o governo já aplicou em educação, olhem o que já foi feito ao invés de olharem o que vocês gostariam do que fosse feito.E assim em cada item. Toda passeata deveria ter tido um resposta, isto seria bom para os que a criticavam como para os que votaram nela,O silencio é para quem consente.

  10. Eles não estão nem aí para

    Eles não estão nem aí para credibilidade internacional, eles querem é a caneta e a chave do cofre.

  11. O que é uma Democracia

    Confirmo o tratamento superficial e pouco analitico que tem sido dado à crise politica brasileira. Agora, é bom saber que a França também atravessa uma crise politico-econômica tão importante quanto a brasileira. A diferença é que aqui não ha menor hipotese de François Hollande ser apeado do poder pela alta impopularidade, recessão e desemprego. E nesse momento, apesar de uma proposta de reforma trabalhista que desagrada toda a esquerda (muitas manifestações nas ruas e greves) e outra lei de reformas das escolas, o governo de Manuel Valls (na França sim, vige o sistema de governo presidencialista-parlamentarista) não esta em vias de queda. Muito pelo contrario, Manuel Valls é até mais popular, segundo sondagens, que o proprio Presidente Hollande.

  12. Ora, ora ora madames et

    Ora, ora ora madames et monsieurs 

    acaso la France n´est pas capitaliste aussi?

    E por acaso um país tremendamente HIPÓCRITA!!!!

    LIke US, ou apesar de US.

    Brazil no meio e na ansiedade do GOLPE!

  13. MILITÂNCIA PROGRESSISTA CIVILIZADORA

    Corretíssima e muito significativa a avaliação feita pela historiadora Juliette Dumont, que destaca os gravíssimos danos trazidos à imagem do Brasil por esta vergonhosa e canhestra e aviltante farsa do impixe sem crime de responsabilidade.

    Extremamente apropriadas e eloqüentes as afirmações de que ‘a votação do pedido de impeachment “deu uma imagem patética” da Câmara’, bem como de que “O Brasil cometerá um suicídio político” caso o impixe seja aprovado no Senado.

    Muito precisa e reveladora a afirmação de que os danos para o Brasil começam de imediato, bem como o destaque de que um desses danos é referente à lamentável perda da possibilidade do país obter vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.

    E fato é que estas iniciativas de denúncia da farsa do impixe no exterior, bem como das danosas consequências da iminente efetivação do golpe de estado no Brasil demonstram que difundir a luz da verdade, e clamar pelo cogente respeito às normas constitucionais e aos princípios jurídicos do devido processo legal e da efetiva prevalência do Estado Democrático de Direito é o melhor caminho para obstar a marcha do fascismo.

    É pena que uma reportagem tão importante tenha permanecido tão pouco tempo na primeira página do GGN, que poderia contribuir mais para a defesa da democracia.

    Todavia, sigamos unidos, articulados e atuantes, pois a desídia diante da degradação do tecido social aumenta ainda mais os gravíssimos danos aos direitos sociais, à cidadania e à dignidade humana. Tenhamos fé em nossa capacidade de resistência nesta prática civilizada e civilizadora da militância progressista, coerente e equilibrada. Não devemos descrer da luta pacífica, pois Gandhi libertou a Índia com este método. E não devemos temer nossas próprias limitações, pois com apoio dos bons exemplos da História e da Filosofia dialética, estamos firmados sobre os ombros de gigantes.

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