Inadimplência atinge 18,8% das famílias paulistanas em maio

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Em números absolutos, o total de famílias com contas atrasadas alcançou 721 mil

Jornal GGN – A proporção de famílias paulistanas endividadas caiu um ponto porcentual (p.p.) no mês de maio na comparação com abril. Apesar da queda, 50,1% delas afirmaram ter algum tipo de dívida. Em relação a maio de 2015, quando 55,1% das famílias estavam endividadas, a retração foi ainda mais acentuada (5 pontos percentuais – p.p.). Os dados constam de pesquisa divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Em números absolutos, o total de famílias com algum tipo de dívida diminuiu de 1,962 milhão em abril para 1,925 milhão em maio. Já na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando o número era de 1,974 milhão, houve queda de 49 mil famílias.

A pesquisa mostra que o nível de endividamento segue mais expressivo entre as famílias com renda inferior a dez salários mínimos, onde 53,8% afirmaram estar nestas condições em maio, queda de 0,6 ponto porcentual na comparação com abril. Já entre as famílias que recebem mais de dez salários, a parcela de endividados foi de 39,7%, retração de 2 p.p. ante abril.

Segundo a FecomercioSP, 40,1% das famílias têm sua renda comprometida com dívidas por mais de um ano (ante 38,1% em maio de 2015); 20,2% possuem débitos com prazos de até três meses (21,7% em maio de 2015); 19,6% entre três a seis meses (17,5% em maio de 2015); e 17,9% entre seis meses e um ano (18,2% em maio de 2015).

Em maio, 18,8% das famílias paulistanas afirmaram estar com as contas em atraso, alta de 0,5 p.p. em relação ao mês anterior – maior resultado desde junho de 2012. No comparativo com o mesmo período do ano passado, o indicador apresentou alta de 3,3 p.p. Em números absolutos, o total de famílias com contas atrasadas atingiu 721 mil.

Entre as famílias inadimplentes, 49,6% delas afirmaram ter débitos vencidos há mais de 90 dias; 23,3% têm compromissos atrasados entre 30 e 90 dias; e 24,7% estão com dívidas vencidas por até 30 dias. De acordo com a FecomercioSP, “a elevação na proporção de famílias com contas em atraso demonstra o quanto a crise econômica atual e o quadro de incerteza ainda vigente está afetando diretamente a capacidade das famílias paulistanas de manter as contas em dia”.

Assim como o endividamento, a inadimplência também é maior nas famílias com menor renda. Entre as que ganham até dez salários mínimos, 22,5% estão com contas atrasadas – aumento de 3,9 pontos percentuais na comparação com maio de 2015. Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, as famílias com menor renda sentem mais os efeitos da crise econômica e para essa faixa da população, que já vive com o orçamento mais apertado e precisa do crédito para alavancar seu padrão de consumo, qualquer imprevisto pode desequilibrar suas finanças e levar à inadimplência. Já entre aquelas que ganham mais de dez salários mínimos, 9,9% afirmaram ter dívidas vencidas em maio – elevação de 1,9 p.p. na comparação com o mesmo mês de 2015.

O cartão de crédito continua o vilão do endividamento e é o principal meio de financiamento das famílias, utilizado por 73,2% dos devedores em maio. Na sequência estão financiamento de carro (15,7%), carnês (14,4%), financiamento imobiliário (13,5%), crédito pessoal (11,2%) e cheque especial (10,4%). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve aumento de 3,3 p.p. na proporção de famílias endividadas no cartão. Houve também, em um ano, crescimento de 4,6 p.p na proporção de endividados no cheque especial.

Segundo a assessoria econômica da Entidade, “os resultados de maio mostram o esforço dos paulistanos em reduzir o seu nível de endividamento e em equilibrar o orçamento doméstico, porém ainda não conseguem quitar todas as dívidas contraídas por causa do cenário atual de aumento do desemprego, inflação alta, juros elevados e dificuldade de acesso ao crédito”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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