Inquéritos sobre delação da Odebrecht empacam por falta de provas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Reprodução/Veja
 
 
Jornal GGN – Divulgada há mais de 3 meses, a delação da Odebrecht – que foi chamada de “delação do fim do mundo” por atingir dezenas de políticos de todas as vertentes – ainda não pautou nenhuma denúncia da Procuradoria Geral da República. O motivo: os investigadores têm tido dificuldade para comprovar o que os delatores disseram sobre propina ou caixa 2. É o que diz reportagem da Folha publicada nesta segunda (10).
 
Enquanto isso, a delação da JBS, feita em maio com a novidade da “ação controlada”, gerou até agora 3 denúncias, uma delas contra Michel Temer.
 
A delação fez a PGR apresentar ao Supremo mais de 70 pedidos de abertura de inquérito. Mas “uma análise feita pela Folha aponta que tem sido difícil para os investigadores comprovar os relatos feitos pelos delatores à Procuradoria Geral da República”, informou o jornal. 
 
No caso da Odebrecht, os investigadores ainda duelam com contradições e possíveis equívocos comentidos pelos delatores. A Folha citou o caso da deputada Maria do Rosário (PT). Alexandrino Alencar, delator da Odebrecht, por exemplo, disse que se encontrou com a parlamentar, em 2010, no escritório da candidata, em Porto Alegre. Mas ela comprovou à Polícia Federal, com documentos, que só passou a ocupar o espaço em 2014.
 
Outro fator apontado pela Folha para que as investigações esteja empacadas é o fato de que 24 dos 77 inquéritos abertos desde abril sairam das mãos do ministro Edson Fachin e foram para outros magistrados, e o número que aumenta a cada dia.
 
À Folha, a Procuradoria informou que a delação da Odebrecht existe, “como em qualquer outro acordo”, investigações “complementares”. Também sustentou que a delação da Odebrecht tem desdobramentos em várias instâncias, não se limitando ao Supremo. 
 
Quando questionada sobre a delação da JBS já ter gerado 3 denúncias em menos de um mês, enquanto a da Odebrecht, nenhuma, a PGR disse que “cada colaboração tem suas particularidades quanto a extensão e conteúdo.”
 
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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. E agora, como fica?

    A “delação” contra a Maria do Rosário foi devidamente vazada, Maria do Rosário foi apedrejada por isso.

    E agora, comprovado que o “delator” mentiu, o que a Justiça fará com ele, por ter mentido em juízo? 

    Como diabos o Ministério Público aceita essa esbórnia, mandando o nome de pessoas pra responder em juízo com base apenas em “delações” que na verdade são fofocas? Como não pediram um início de prova que fosse?

    1. Consequencia ?

      Exatamente o que tenho perguntado a muitos colegas que primam pelo estilo acusatório e repleto de adjetivos: Comprovado que mentiram, ou que se “enganaram”, ou que não possuem provas, só convicção, vontade, raiva, ódio, sei lá o quê. Como fica ? A Justiça e o Ministério Público naturalmente tomarão medidas cabíveis. Mas quais ? E quando ?

  2. Por que não seguem o dinheiro?

    Com tantas contas em bancos usadas, não é só seguir o $$$$ e ver quem era o responsável pela conta? Fizeram isto com o Cunha, Duque, mas não conseguem fazer com mais ninguém?

    *A cooperação internacional piorou desde que a Dilma saiu? pois vi uma noticia que a pessoa nomeada pra isto não tava dando conta (ou tava se era o objetivo real) e tudo ia devagar

    1. Não há “conta em banco”

      As delações da Odebrecht são tão vagas que muitas vezes os delatores não indicaram conta bancárias, mesmo admitindo repasse via instituições financeiras. No caso do PT, por exemplo, Marcelo Odebrecht disse que a “conta” era “virtual” e a contabilidade ele fazia “na própria cabeça” (!!!!!)

      Para outros eles diziam pagar em dinheiro vivo, mas não especificaram com clareza datas e nem as pessoas que intermediaram em alguns casos.

      As denúncias mais fortes são contra Temer, Aécio, Serra e até FHC (já prescrito). Mas contra esses não interessa investigar. 

      Mesmo a propina recebida por Alckmin carece de detalhamentos fundamentais. Surpreende que o acordo tenha sido homologado sem uma revisão básica. Esse caso da Maria do Rosárioi que teria participado de um encontro com alguém da Odebrecht em data e local onde era impossível estar naquele momento acontece DEZENAS de vezes na delação. Flávio Dino, governador do Maranhão, também é citado dessa forma. Outro do PSDB nem concorria a cargo eletivo quando a Odebrecht diz ter pago Caixa 2 a sua campanha…

      Do ponto de vista midiático a Odebrecht cumpriu a função. Do ponto de vista jurídico é risívle que a PGR tenha feito esse papel quando podia de fato ter produzindo um material acusatório de respeito.

  3. Estão cercados mas continuam atrevidos:

    “DEMOCRACIA” À IRANIANA (!): O “BENEPLÁCITO” DOS PROCURADORES A RODRIGO MAIA

    Por Romulus

    Com uma mensagem aparentemente “contraditória” – (1) “Maia está livre de Cunha e da JBS”, mas (2) “está ~pendurado~ na Odebrecht” – os Procuradores dizem simplesmente que estão dispostos a sair do modo “guerra total”/ “tudo ou nada” em que se encontram.

    “Muito nobres”, resolvem fazer o primeiro gesto e propõem o armistício!

    A sequência lógica é que…

    – Deixam desde já o “convite” – na verdade, ~intimação~… – para… hmmm… “novas conversas”…

    – Já com o ~novo~ governo!

    Tomem nota:

    – Testemunhamos aqui o test drive da “democracia” (aspas!) à Iraniana no Brasil.

    Em que…

    – Cabe a Procuradores, em concurso com o Judiciário – e a Mídia!, dar o beneplácito a candidatos a candidatos à Presidência (!)

    Bem…

    Dar o beneplácito ou…

    – … vetar, né??

     

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  4. A montanha pariu um rato. A bomba atômica virou um traque.

    Prezados,

    Do ponto de vista dio alto comando – que fica nos EUA – o golpe foi e está sendo um sucesso absoluto. Os setores em que as emopresas de capital nacional eram competitivas no exterior (engenharia, construção naval, de petróleo e gás, energético, construção pesada e agropecuária de exportação) foram desmantelados. A Petrobrás foi desmontada, fatiada e está sendo privatizada a preços vis. O Pré-Sal foi ou está sendo entregue a petrolíferas estrangeiras. O setor aero-espacial e de defesa foram desmantelados. A Base de Alcântara deve ser entregue aos EUA, que também devem fincar bases militares nas tríplices fronteiras do Sul e da Amazônia. Os mananciais de água doce potável (dentre eles o Aqüífero Guarani) estão em vias de ser entregues ao controle de países capitalistas imperialistas. As terras agricultáveis devem, em larguíssimas extensões, ser entregues a estrangeiros; em breve  China, EUA e Europa instalarão aqui as plantations do período colonial. A Saúde e Educação Públicas já tiveram morte decretada – com a EC-95/2016 – que congela por 20 anos os investimentos nesses setores essenciais, abrindo o mercado para os grupos privados, sobretudo os estrangeiros. A MP da grilagem permite que milhões de hectares de terras públicas sejam titularizados por desmatadores e grupos que contratam pistolagem para assassinar indígenas, quilombolas, caboclos e trabalhadores sem-terra instalados nessas áreas.

    O governo popular e legítimo foi derrubado; as oligarquias, a banca financeira nacional e internacional, os rentistas foram colocados no poder. Os direitos trablhistas e previdenciários estão sendo cassados num parlamento em que quase metade dos integrantes é acusada de corrupção, sonegação fiscal, tráfico de drogas e de armas, exploraçao do trabalho escravo, crimes ambientais, homicídios, chacinas, etc. A Política e os políticos de Esquerda estão sendo criminalizados, perseguidos de forma implacável pela burocracia improdutiva e cheia de privilégios – enquistada e encastelada em isntituições como PF, MP e PJ. A chamada operação Lava a Jato desde cedo se revelou uma Fraude Política, uma ORCRIM institucional visando derrubar o governo eleito, criminalizar e aniquilar o PT, os petistas, a Esquerda Política, os movimentos sociais reivindicatórios, os movimentos estudantis e de categorias profissionais como os professores e servidores públicos, os sindicatos e a representação das categorias profissionais organizadas.

    A construtora Odebrecht chegou a empregar 180 mil pessoas; hoje mais de 2/3 dos trabalhadores foram demitidos. Em 2014, o desemprego era inferior a 5%; hoje está em torno de 15%; a queda acumulada em 3 anos de Fraude a Jato já ultrapassa 11%.  Formalmente o Brasil tem hoje cerca de 15 milhões de pessoas desempregadas; se forem somadas aquelas que deixaram de procurar emprego por desalento ou falta de dinheiro até para pagar auma passagem de ônibus e sair em busca de emprego esse número salta para cerca de 25 milhões de indivíduos. Em valores monetários, a Fraude a Jato já acumula mais de R$1,5 trilhão de prejuízo para a economia brasileira.

    O golpe de Estado colocou no poder o que de mais corrupto, antinacional, privatista, entreguista e fisiológico a política brasileira produziu em 5 séculos. O mantra de combate à corrupção foi usado para manipular as classes médias, cegadas pelo ódio nazifascista disseminado pelos véiculos da grande mídia comercial. A Fraude a Jato, agora reduzida a um cadáver pútrido, fétido e insepulto, mostra o mal que as instituições da burocracia estatal (PF, MP  e PJ) causaram ao País. Daqui a alguns anos, quando estudos forem feitos sobre esse período vergonhoso em que burocratas da PF, do MP e do PJ sobrepujaram os poderes democráticos (Executivo e Legislativo), talvez o Brasil desenvolva vacinas e controles, de modo a evitar que poderes não democráticos – por natureza autoritários, elitistas e excludentes – venham a substituir os representantes eleitos pelo povo, para elaborar as Leis e executar as políticas públicas de interesse da maioria dos cidadãos.

    Consumado o golpe e dissolvida a Fraude a Jato – cujo ponto culminante será a condenção a e inabilitação do Ex-Presidente Lula para disputa presidencial do ano que vem – não faz mais sentido a chamada “delação do fim do mundo”. A menos que, a fórceps, arranquem de Palocci ou outra figura qualquer uma delação incriminando Lula, a tendência é que os inquéritos caminhem a passo de cágado e muitos deles sejam lançados em gavetas poeirentas, trancados e a chave jogada fora. A ruína e o desmonte do País e do projeto de desenvolvimento soberano e inclusivo já foram conseguidos. Agora os próprios golpistas – como a Globo e outros grupos empresariais e financeiros – começam a sofrer prejuízos e precisam “estancar a sangria”, como disse o profeta Romero Jucá.

    Mais do que nunca podemos reafirmar os proverbiais ditos populares: “A montanha pariu um rato” ou “A bomba atômica virou um traque”.

  5. “Quando questionada sobre a

    “Quando questionada sobre a delação da JBS já ter gerado 3 denúncias em menos de um mês, enquanto a da Odebrecht, nenhuma, a PGR disse que “cada colaboração tem suas particularidades quanto a extensão e conteúdo.””:

    “Depois Janot sorriu docemente e acrescentou “mas voce realmente ta esperando que delacoes de tucanos fossem pra frente?”

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