Instabilidade política derruba bolsa de valores

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A instabilidade política no Brasil acabou por influenciar o desempenho da bolsa brasileira, por conta do aumento do temor quanto à realização do ajuste fiscal no país. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) terminou as operações em queda de 1,63%, aos 50.734 pontos e com um volume negociado de R$ 6,580 bilhões.

A queda das operações foi influenciada pelo desempenho ruim das ações da Petrobras e dos bancos: os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) perderam 4,06%, a R$ 9,21, enquanto os papéis ordinários (PETR3) caíram 3,79%, a R$ 9,15. Entre as ações do setor bancário, o Banco do Brasil (BBAS3) recuou 5,04%, o Bradesco (BBDC4) registrou perda de 2,07%, e o Itaú Unibanco (ITUB4) fechou em baixa de 0,87%.

O desempenho foi diretamente afetado pela notícia de que o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), rejeitou a medida provisória 669, que aumenta os tributos da folha de pagamento para vários setores da economia. A medida faz parte do ajuste fiscal proposto pela equipe econômica para equilibrar as contas do governo, e a rejeição sinaliza as dificuldades que o governo enfrentará no Congresso para aprovar as mudanças necessárias, mesmo entre aliados. Também existe a expectativa pela divulgação da decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) sobre a taxa Selic.

No câmbio, a cotação do dólar chegou a bater R$ 3 durante o dia, mas a moeda perdeu força e encerrou as operações a R$ 2,981 na venda, cravando uma valorização de 1,8% em seu terceiro dia seguido de alta, chegando assim ao seu maior valor de fechamento desde 19 de agosto de 2004.

Além da influência do ambiente político sobre as ações, o dólar também foi afetado pela divulgação de dados que mostram a recuperação da economia dos Estados Unidos. Hoje a moeda norte-americana valorizou-se em relação ao euro, na véspera de uma reunião política do Banco Central Europeu, chegando, na máxima do dia, à maior cotação em dez anos.

Em janeiro, as encomendas de bens duráveis (como automóveis e eletrodomésticos) subiram naquele país, interrompendo uma sequência de quatro meses de queda. Além disso, alguns analistas avaliam que a discordância entre o Executivo e o Legislativo brasileiro em relação à medida provisória que trata das desonerações tributárias influenciaram na subida mais acentuada do dia.

O aumento do consumo nos Estados Unidos reforça as perspectivas de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano), em breve, pode aumentar os juros norte-americanos – e juros mais altos nos países desenvolvidos reduzem o fluxo de capital para países emergentes como o Brasil, pressionando o dólar para cima.

Em meio a isso, a autoridade monetária manteve seu programa de intervenções no mercado de câmbio, com a venda de 2 mil contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares), sendo 100 com vencimento em 1º de dezembro deste ano, e 1,9 mil para 1º de fevereiro do ano que vem.

Também foi realizado um novo leilão para rolagem dos contratos que vencem em 1º de abril, com a venda de 7,4 mil contratos: 4,8 mil com vencimento em 1º de abril de 2016, e 2,6 mil para 1º de junho do ano que vem, em operação que movimentou o equivalente a US$ 358,6 milhões.

A agenda de indicadores será movimentada na quinta-feira, com a publicação do índice de preços ao produtor e produção de veículos pela Anfavea. No setor externo, destaque para os novos pedidos de seguro-desemprego, custo da mão-de-obra e pedidos de fábrica nos Estados Unidos; pedidos de fábrica e PMI (índice dos gerentes de compras) de construção e varejo na Alemanha; PMI do setor de varejo na França; e a taxa de juros do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra.

 

 

(Com Reuters e Agência Brasil).

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

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  1. Movimentação

    Instabilidade politica já se encontra precificada, o que movimentou a bolsa, foi a confirmação das expectatuvas referentes a elevação da taxa de juros para 12,75% a.a., a qual proporcionou vendas de ações, visando que o resultado destas operações, foram descarregados nos titulos publicos, em um movimento de segurança, e em operações de mercado futuro de juros e cambio ( arbitragem ).

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