Janot dá lição à Folha sobre perícia em áudio da JBS contra Temer

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – O procurador-geral da República Rodrigo Janot travou um embate com a reportagem da Folha por causa do aúdio de Joesley Batista, da JBS, contra Michel Temer. Quando o material em que o presidente possivelmente aparece dando aval à compra do silêncio de Eduardo Cunha veio à tona, Folha ajudou o Planalto a construir uma defesa questionando a validade do áudio por meio de uma perícia independente. Janot, em entrevista publicada nesta segunda (7), ridicularizou o tratamento dado pelo jornal ao assunto.

Isso porque Folha abraçou o discurso de que Janot foi irresponsável e equivocado ao solicitar um inquérito contra o presidente da República sem fazer periciar o áudio antes. Janot, por sua vez, explicou que não existe perícia de áudio antes da instauração da investigação. “Perícia não se faz antes, você quer uma perícia no subterfúgio?”, disparou.

Janot ainda afirmou que sua equipe técnica avaliou apenas a “viabilidade” do áudio antes de divulgá-lo, mas reforçou que a perícia é um trâmite inerente ao inquérito, até para que as partes possam questionar.

No final, Janot ainda disse que não sabia que Temer seria gravado por Joesley. “Você acha que eu assumiria o risco de induzir uma prova ilícita que eu não pudesse usar depois? É maluquice completa. Eu nunca conversei com ele antes disso.”

Abaixo, os principais trechos do embate:

Outro erro que a PGR pode ter cometido é não ter pedido perícia no áudio antes do inquérito.

Isso não existe. Como é que você faz uma perícia fora do inquérito? Prova ilícita, debaixo do tapete? Então eu recebo o áudio e digo que vou primeiro chamar o Mr. Bean [o comediante] para dar uma analisada para ver se vou instaurar inquérito. Isso é feito no inquérito. E qual foi o resultado da perícia? Nenhuma interferência no áudio.

Vocês não correram risco?

Risco algum. A gente faz uma avaliação de risco antes, é claro, a gente tem técnico. Nós pegamos esse áudio, passou pelo nosso lado técnico. Um jornal, que não vou dizer qual foi, me publica um negócio dizendo que aquilo era uma perícia.

O sr. pode falar, foi a Folha (o jornal publicou uma perícia apontando edições na gravação). E depois esse jornal envergonhadamente volta atrás e diz “erramos”.

O jornal em nenhum momento admitiu que errou, a gente fez uma segunda perícia apontando que não houve edições. A primeira perícia era de uma pessoa que escrevia [em seu laudo] que ouviu o áudio e, da oitiva, tirou as seguintes conclusões.

Mas nem vocês tinham feito a perícia.

A gente fez uma análise técnica, de viabilidade. Meu lado técnico disse que a probabilidade de ter alteração é 99,9 negativa.

A Folha abriu o debate sobre algo que deveria ter sido feito antes.

Mas foi feito [uma análise]. Perícia não se faz antes, você quer uma perícia no subterfúgio? Olha o que vocês estão sugerindo, que a gente faça uma investigação fora de um procedimento [formal]. Eu recebo [o áudio] e no escuro digo “vamos olhar aqui”. Tem que ser tudo aberto. E onde é que a gente investiga? No inquérito.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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    1. Pedro, obrigado pela leitura, mas

      acho que Dostoiesvki é muita areia para a vulgaridade dos Temer, Janot, Moro e outros sócios quadrilheiros…

  1. Máfia fhc! Esgoto a céu aberto desde 2002…antes era na moita!

    Os golpistas criminosos da gangue do fhc estão tão a vontade, mas tão a vontade, que se dão ao luxo de trocarem farpas entre êles, acreditando que o povo é besta. janot blindador e folha assassina, vão tomá de barquinho!

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  2. Janot tá encalacrado. Nem essa barrigada temerosa na FSP o salva

    O post, não sei por que motivos, levanta a bola de/para  rodrigo janot, como tivesse esse ocupante da PGR – já no ocaso do vergonhoso 2º mandato – alguma credibilidade para ‘dar lições’ a quem quer que seja, mesmo a um jornal golpista e canalha, como a FSP.

    rodrigo janot é golpista, tucano enrustido que protegeu e protege aécio cunha e sua camarilha, é cínico, hpócrita, mentiroso, traidor, como já demonstrou Eugênio Aragão. A atuação do MPF ao longo da Fraude a Jato, sob o comando da PGR e de Rodrigo Janot, viola constantemente a Leie e cerceia o direito de defesa, comete crimes continuados contra a honra de pessoas investigadas; tioda a atuação de rodrigo janot á frente da PGR é baseada num conluio, numa parceria criminosa com a mídia golpista, em especial o grupo Globo. Ou rodrigo janot pensa que somos idiotas e não percebemos a blindagem que o ‘sistema de justiça’ (PGR à frente) dá ao grupo Globo, à CBF e demais parceiros na prática de crimes, em troca de ele, a PGR, o MPF, a PF, sérgio moro e outros juízes (e agentes públicos envolvidos na Fraudea Jato) também serem blindados pela Globo e demais veículos do PIG?

     

  3. O banditismo dos CONCUR$$$ADOS:

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    Quando o juiz é o bandido: o sequestro dos cofres públicos pelo Sistema de Justiça

    Por “Dom Cesar” & Romulus

    “Jabuticaba”: doce para uns (poucos) e amarga para outros (tantos). Os números evidenciam com clareza, numa análise comparativa com outros países ocidentais, que os custos do Judiciário e do Ministério Público brasileiros são anômalos.

    Consumindo ambos, juntos, 1,62% do PIB (!) …

    (atenção: nessa conta ainda não entram nem a Polícia Federal, nem as defensorias públicas!)

    – … a “escolha” institucional-orçamentária em favor do Judiciário/ MP foi longe demais.

    – Num contexto de desequilíbrio fiscal relevante, com queda de receitas e compressão dos investimentos públicos, tão necessários num quadro de depressão econômica, isso está perdido em algum lugar entre o escândalo e o…

    – … escárnio!

    Inexiste incentivo para o Poder Judiciário/ MP controlarem as suas próprias despesas. Como resultado, há um claro descasamento entre as despesas com o Sistema de Justiça, hipertrofiado, e as demais variáveis do gasto público.

    Diante desse quadro, cabe à sociedade realizar esse trade-off.

    No Estado democrático de direito, ela o faz por meio de mandato (“procuração”) conferido aos Poderes políticos do Estado para tanto.

    (como todos sabemos, é após a iniciativa do Executivo que o Legislativo elabora e, finalmente, aprova o orçamento geral do Estado)

    Ocorre que, no presente, os Poderes políticos foram virtualmente sequestrados pelos atores do Sistema de Justiça. Seja no nível de atores individuais, seja em nível corporativo. Não só na cúpula (STF/ PGR) como também na base (e.g., Moro/ Dallagnol/ ANPR/ AJUFE).

    Arrancam seus (crescentes!) privilégios por vezes com “doçura”, por vezes com…

    – … “chibata”!

    Fãs (em demasia…) da cultura pop americana, não hesitam em adotar a tática do “good cop, bad cop” no “diálogo” (??) institucional.

    A “cenoura e o porrete”:

    – De um lado os velhos laços do compadrio oligárquico;

    e, do outro…

    – As chantagens (mais ou menos explícitas) contra a classe política…

    – … “corrupta” (!)

     

    LEIA MAIS »

    http://bit.ly/JuizBandido

     

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