João Santana disse que “não sabe por quê” Dilma não confiava em Vaccari

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Em resposta, a ex-presidente apontou as delações “descabidas”, “fantasiosas”, sem “a menor plausibilidade”. Acompanhe todos os vídeos das delações de João Santana e Monica Moura
 

Foto: Gabriela Bilo/Futura Press
 
Jornal GGN – Na continuidade das delações premiadas do casal de publicitários Monica Moura e João Santana na Lava Jato, que explodiram um dia após o depoimento de Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro, o marqueteiro responsável pelas campanhas presidenciais de Dilma Rousseff em 2010 e 2014 indicou que Dilma não confiava em João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, já condenado pelo magistrado do Paraná. Mas incriminou o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega.
 
Segundo João Santana, sem ter conhecimento do motivo, Dilma “não tinha uma relação de confiança” com Vaccari. Após os episódios de dívidas deixadas na campanha de 2010 junto ao casal de marqueteiros, a ex-presidente teria informado a Santana que isso não se repetiria em 2014 e que ela iria tirar a responsabilidade e o comando do ex-tesoureiro, João Vaccari Neto.
 
“[Dilma] já sabendo da nossa angústia em relação à dívida que permanecia da campanha de 2010 me disse que não me preocupasse em relação ao que aconteceria em 2014 porque ela não ia deixar se repetir os mesmos erros, que ela iria tirar a administração desses pagamentos de Vaccari, que aliás é uma pessoa que eu não sei o motivo, mas a presidente Dilma não tinha uma relação amistosa, nem de confiança, e queria colocar uma pessoa de sua confiança, que se revelou que era o ministro Guido Mantega”, disse João Santana.
 
As delações aos procuradores, tiradas de sigilo pelo ministro Edson Fachin, responsável pela Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), vieram à público na sexta-feira (12). Os vídeos da delação da esposa do marqueteiro, Mônica Moura, foram os primeiros noticiados e trazem versões pouco verossímeis que transbordam a narrativas fantasiosas, e sem materialidade em provas suficientes.
 
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Em resposta, a ex-presidente Dilma Rousseff afirmou ser evidente a tentativa de João Santana e Mônica Moura de tentarem a liberdade e reduções de penas em troca das acusações “falsas e fantasiosas”. 
 
Sobre a informação de que Dilma ordenou que Guido Mantega ficasse responsável pela administração da campanha de 2014, a ex-presidente disse que “nunca negociou doações eleitorais ou ordenou quaisquer pagamentos ilegais a prestadores de serviços em suas campanhas, ou fora delas”. “Suas determinações sempre foram claras para que a lei seja sempre rigorosamente respeitada. Todos aqueles que trabalharam, ou conviveram com ela, sabem disso”, completou.
 
Dilma disse que são “mentirosas e descabidas as narrativas dos delatores sobre supostos diálogos acerca dos pagamentos de serviços de marketing” e que é “fantasiosa a versão de que a presidenta eleita informava delatores sobre o andamento da Lava Jato”, sendo essa teoria sem “a menor plausibilidade”.
 
Na acusação de Mônica aos delatores, a ex-presidente afirmou que “causa ainda mais espanto a versão de que por meio de uma suposta ‘mensagem enigmática’ (estranhamente copiada em um computador pessoal), conforme a fantasia dos delatores, a presidenta tivesse tentado “avisá-los” de uma possível prisão”. “Tal versão é patética”, completou.
 
Na contramão do que vem apresentando as investigações comandadas desde a primeira instância do Paraná, por Sergio Moro, Dilma lembrou ainda que seria “risível imaginar que a presidenta da República recebeu informações de forma privilegiada e ilegal”, considerando ainda o histórico de que Dilma e Lula, além dos políticos do PT, foram até o momento a principal mira da Operação.
 
E, ainda, como deflagrado na conversa entre caciques do PMDB, incluindo os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros, no último ano, a ex-presidente foi, ao contrário, sempre acusada de deixar as investigações da Polícia Federal prosseguirem de forme livre, sem interferências. 
 
Ainda, a ex-presidente Dilma Rousseff levantou que tanto João Santana como Monica Moura prestaram falso testemunho perante à Justiça Eleitoral, de forma comprovada, no processo que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 
 
“Dilma Rousseff acredita que, ao final de mais uma etapa desse processo político, como já provado anteriormente em relação a outras mentiras em delações premiadas, a verdade virá à tona e será restabelecida na Justiça”, concluiu em nota.
 
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Acompanhe, abaixo, todos os vídeos das delações de João Santana e Monica Moura, disponibilizados pelo canal do GGN no youtube:
 
Depoimentos João Santana:
 
https://www.youtube.com/watch?v=KNU1UfxrZ-k]
 
https://www.youtube.com/watch?v=zCVn4xnkCI0]
 
https://www.youtube.com/watch?v=9eZO2OI4HFs]
 
https://www.youtube.com/watch?v=3UuwaKz9CEg]
 
https://www.youtube.com/watch?v=zPaXipyycp8]
 
https://www.youtube.com/watch?v=rIhGLO_N82o]
 
[video:https://www.youtube.com/watch?v=A575FUUdPdw
 
[video:https://www.youtube.com/watch?v=UrLu906w_1E
 
[video:https://www.youtube.com/watch?v=ksUals7h0bI
 
[video:https://www.youtube.com/watch?v=o-sLp1V0IFc
 
[video:https://www.youtube.com/watch?v=rq_OrMi-FdM
 
Depoimentos Monica Moura:
 
[video:https://www.youtube.com/playlist?list=PLZUPpD2EGpfqUmRLiFOyz9oCiAGo-Z5yG height:394
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. Além do mais, só queria saber o q vale um prtscreen em cartório?

    Fico me perguntando o que de fato um cartório “atesta” de fato sobre uma cópia de tela à ele levada.

    Coisa de lôko, sô!

     

    PS: Anotem aí: abrir uma conta no exterior em nome de Lula ou Dilma, recheá-la com grana de origens paralelas do estoque mundial de financiamento contra-político (e depois até esvaziá-la “lawfaresescamente”), não é uma coisa impossível. Espero que não cheguem a coisas desse tipo. Mas não estão longe disso…

  2. Nem é preciso simpatizar com Dilma, para saber quem mente

    Prezados,

    A Presidenta Dilma Rousseff (não me venham com essa de ex-presidente, pois ela foi eleita por 54.501.118 brasileiros, para um mandato de 4 anos, que só termina em 31 de dezembro do ano que vem; a deposição dela por um golpe de Esatdo não retira dela o legítimo título/cargo para o qual foi eleita) pode ser acusada de ser casca-grossa, inábil polìticamente, ríspida, grosseira muitas vezes, mas quanto à honestidade e corretude dela nem os mais figadais adversários e inimigos políticos dela foram capazes de apresentar o mínimo elemento capaz de desaboná-la. Ao contrário, os que tentaram levar adiante acusações contra Dilma se deram muito mal, pois na hora de apresentara as provas, jamais conseguiram comprovar qualquer ilicitude por parte da Presidenta.

    Otávio de Azevedo, ex-diretor presidente da Andrade Gutierrez, cooptado pela Fraudea a Jato a apresentar falsa delação contra Dilma e o comitê de campanha dela foi desmascarado pùblicamente, quando os advogados da Presidenta apresentaram prova cabal de que o beneficiário do cheque de R$1 milhão foi o senhor michel temer e não ela ou o comitê de campanha. Não estivessem as instituições burocráticas do Estado (PF, MPF e PJ) tomados por ORCRIMs, Otávio de Azevedo não só deveria perder o direito ao aordo de delação premiada como deveria ser processado por cometer crime de falso testemunho. Entretanto a ORCRIM da Fraude a Jato concedeu-lhe oportunidade de corrigir o depoimento criminoso que prestara, com os benefícios que podem lhe render uma delação falsa, desde que contra Lula, contra Dilma, contra o PT, contra os petistas ou contra a Esquerda Política.

    Em artigo publicado hoje, o jornalsta Luís Costa Pinto desmascrara o casal de publicitários, que agora posa de santinhos e vítimas dos “malignos” Lula, Dilma e PT (http://www.poder360.com.br/opiniao/opiniao/joao-santana-e-monica-moura-precisam-ser-exorcizados-do-marketing-politico/). Essas historinhas contadas por João Santana e Mônica Moura são tão consistentes e confiáveis como depoimentos dos réus Léo Pinheiro e Renato Duque, encomendados por sérgio moro e comparasas, na vã tentataiva de fundamentar uma condenação do Ex-Presidente Lula. 

  3. Se o MPF de Curitiba queria

    Se o MPF de Curitiba queria aulas de marketing políitico de graça, porque não acompanhou as séries The Good Wife e House of Cards?  Será que algum dia teremos uma série que desmascare o modo de operar do ministério público? Não vale Lei e Ordem. É muito light. Embora a gente tenha documentação farta nos jornais de hoje e na mídia em geral, do modo como atua o núcleo duro do MPF, dos tribunais de 1a. instância e da PGR. 

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