Jorge Furtado responde a resenha “O Mercado de Filmes”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Do Observatório da Imprensa
 
 
Por Jorge Furtado
 
 
Agradeço ao jornalista Leão Serva a resenha sobre o meu filme O Mercado de Notícias(ver “O mercado de filmes“). Informo que o filme está disponível em DVD e também pode ser visto no NOW, para assinantes da NET.
 

Comento algumas das observações feitas pelo artigo sobre dois casos tratados no filme.

Sobre o “caso da bolinha de papel” (que atingiu o candidato José Serra na campanha de 2006), o jornalista afirma que “uma coisa mais pesada atingiu o candidato, que entra em uma van e espera a tempestade de objetos passar. As cenas também estão na internet. Mas nada disso aparece no filme. Furtado focou a árvore e omitiu o bosque”.

Nunca vi e, que eu saiba, ninguém nunca viu – e afirmo que a sua imagem não está na internet – a tal coisa “mais pesada” que teria atingido o candidato José Serra. Muitas câmeras filmaram todo o trajeto e nenhuma mostrou objeto algum além da bolinha de papel atingindo o candidato. Contudo, o meu filme não nega a possibilidade de que o candidato tenha sido realmente agredido, depois de ter sido atingido pela bolinha de papel.

O que o filme mostra – e a isso o jornalista não refere em seu artigo – é que a bolinha de papel que atingiu José Serra foi atirada, ao que tudo indica pelas imagens disponíveis, por um de seus próprios seguranças, um membro da sua própria equipe. O fato inquestionável, documentado, a verdade factual, é a bolinha de papel. O tal objeto pesado, que supostamente atingiu o candidato mas ninguém viu e nenhuma câmera registrou, é a árvore errada, para qual muitos jornalistas apontaram, por equívoco ou estratégia eleitoral.

Sem resposta

Sobre o caso do “Picasso do INSS”, o jornalista afirma que “lendo a reportagem da Folhade 7/3/2004, vê-se que não há nenhuma ironia, nem mesmo o governo Lula é apontado como responsável por qualquer coisa relacionada à obra”.

Sugiro ao jornalista que leia – e veja – a reportagem com mais atenção. A capa da Folha, em sua edição de domingo, mostra a foto da supostamente valiosa obra de Picasso ao lado da foto de Lula. A chamada da contracapa é “Decoração burocrata” e repete a imagem de Lula na parede ao lado do suposto quadro de Picasso. E o texto da matéria informa: “Pendurada desde o final do ano passado numa das salas da diretoria do instituto próxima de uma foto do presidente Lula da Silva, a mulher de Picasso ainda aguarda um destino melhor”. O sentido da matéria é mais do que evidente, é gritante: o governo (Lula) ignora o valor de uma verdadeira obra de arte e assim a coloca em risco.

O jornalista afirma que “tampouco há referência [na matéria da Folha] a prejuízos ao erário por incorporar um pôster como sendo obra original de Pablo Picasso”. O raciocínio aqui, me escapa. A matéria da Folha afirma que se trata de uma obra valiosa, menosprezada e maltratada pelo governo Lula. Quem disse que se tratava de um pôster sem valor fui eu, não a Folha.

Sobre a afirmação de que “o filme termina mantendo abertas várias das dúvidas que o cineasta acusa a imprensa de ter deixado antes”, não é verdade. O filme termina com dúvidas inteiramente novas, nenhuma delas levantada pela imprensa, todas levantadas por mim. Quem confundiu o pôster com um original de Picasso? Qual o valor atribuído ao papel impresso no tombo do governo? Depois de revelado o engano – por mim, não pela imprensa –, o que será feito com a reprodução?

Dúvidas, aliás, que continuam sem resposta.

Todas as matérias em que o filme se baseou podem ser vistas aqui:

>> http://www.omercadodenoticias.com.br/

>> http://www.omercadodenoticias.com.br/casos-jornalisticos/

>> http://www.omercadodenoticias.com.br/wp-content/uploads/casos-jornalisticos/picasso-do-inss/picassoinss_01.pdf

>> http://www.omercadodenoticias.com.br/wp-content/uploads/casos-jornalisticos/picasso-do-inss/picassoinss_02.pdf

***

Jorge Furtado é cineasta
 

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

23 Comentários

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  1. Insistência no patético

    O episodio da bolinha de papel é tão patético que parece temerário que se insista em manter qualquer credibillidade ligada a ele. É um escândalo ridículo. Leão Serva coloca seu nome em risco, ainda mais escrevendo para “coleguinhas”, que lêem o OI. Alguém levar a sério essa história lustra e releva o documentário de Furtado como uma emergência.

  2. Embora sem ter visto o filme, já o comentei aqui no blog

     

    Jorge Furtado,

    Não vi o filme, e provavelmente vou comprar o DVD. Não teria muito mais o que dizer aqui, além do que eu já dissera para Lionel Rupaud junto ao comentário dele de sexta-feira, 22/08/2014 às 19:51, lá no post “O Mercado de Notícias, por Marcelo Coelho” de sexta-feira, 22/08/2014 às 17:56, aqui no blog de Luis Nassif em que se tem a transcrição do artigo “O Mercado de Notícias” de autoria de Marcelo Coelho e publicado na Folha de S. Paulo e que consta no endereço do artigo como sendo de quinta-feira, 21/08/2014 às 16:55. O endereço do artigo “O Mercado de Notícias” é:

    http://marcelocoelho.blogfolha.uol.com.br/2014/08/21/o-mercado-de-noticias/

    O artigo de Marcelo Coelho “O Mercado de Notícias” é justamente para comentar sobre o seu filme documentário “O Mercado de Notícias”. De certo modo, o artigo de Marcelo Coelho “O Mercado de Notícias” é até quase ao final bastante elogioso ao seu documentário “O Mercado de Not´ciias”

    E o endereço do post “O Mercado de Notícias, por Marcelo Coelho” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/o-mercado-de-noticias-por-marcelo-coelho

    No post vê-se que no final do artigo de Marcelo Coelho, ele escreveu o seguinte parágrafo:

    “A vontade implícita deste documentário é colocar em questão uma imprensa que foi duríssima contra Lula. Por que não falar disso de uma vez? Curiosamente, o tema do mensalão foi recalcado, abafado, suprimido (auto-censurado?) em “O Mercado de Notícias”. Por esse cuidado do diretor, que talvez tenha querido parecer “apartidário e independente”, o filme me pareceu ficar girando na periferia de seu assunto real”.

    Penso que esse parágrafo levou o comentarista Lionel Rupaud a fazer o seguinte no comentário lá no post “O mercado de Notícias, por Marcelo Coelho” que ele enviou sexta-feira, 22/08/2014 às 19:51:

    “No final, bem no final, citou o caso que dá orgasmos ao patrão. O contra-cheque de agosto está seguro.

    Mais uma razão para eu ter parado de ler aquele pasquim lá por 1991”.

    Duas particularidades. Primeiro em razão do horário de verão, o horário que consta lá como sendo o horário em que o Lionel Rupaud enviou o comentário está diferente em uma hora do horário que eu indico. E segundo é que eu gosto muito dos comentários de Lionel Rupaud pela simplicidade como eles são apresentados e por serem em geral concisos e precisos. No caso deste comentário, a concisão foi magistral pois a frase que inicia o comentário dele foi digitada no próprio espaço para dar título ao comentário que assim é intitulado:

    “No final, bem no final, citou o caso”

    E no corpo do comentário ele dá continuidade à idéia que ele queria apresentar colocando na sequência: “que dá orgasmos ao patrão”.

    Por gostar dos comentários de Lionel Rupaud eu resolvi fazer um comentário junto ao comentário dele que me permitisse também embora sem ter visto o filme fazer algumas considerações sobre o filme e sobre o artigo de Marcelo Coelho e com o máximo de detalhamento possível. Transcrevo então a seguir o comentário que eu enviei para ele segunda-feira, 25/08/2014 às 22:36, três dias após o comentário dele e que intitulei “Talvez devesse fazer parte do documentário o que diz a AP 470”. Disse eu lá o seguinte:

    – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

    “Lionel Rupaud (sexta-feira, 22/08/2014 às 19:51),

    Não assisti ao documentário. Gostava das intervenções de Jorge Furtado aqui no blog de Luis Nassif. Um documentário sobre a atividade empresarial de comunicação feito por alguém como Jorge Furtado é do meu interesse, embora eu não seja um admirador da profissão do jornalismo.

    Avalio que quanto mais capaz for a redação de um jornalista mais ele atrai leitores ou ouvintes ou telespectadores, mas não creio que as qualidades da redação estejam plenamente vinculadas com a lógica e o conteúdo. As qualidades da redação são instrumentos de confirmação da ideologia do jornalista. E ao leitor ou ouvinte ou telespectador não restará alternativa a não ser se apegar cada vez mais a este jornalista, pois é fundamental para entender uma notícia conhecer a ideologia da mensagem ou do mensageiro. E para conhecer a ideologia é preciso de um longo período de aprendizado.

    Como as estrelas para Olavo Bilac, é necessário ter um Andre Araujo ou Motta Araujo por longa companhia na jornada para o mais bem entender. Há bom tempo eu tinha o Andre Araujo por um sujeito de direita, extremamente preconceituoso, mas que eu admirava já antes até por livros que eu havia lido dele e sem precisar mencionar vários outros atributos de qualidade que ele possui, e de repente eu o sei pego na Wikileaks em companhia de José Dirceu em tratativas na embaixada americana. Sem este longo aprendizado que me permite conhecer cada vez mais Andre Motta Araujo, um comentário que ele faz não é apreendido por quem o lê ou o ouve, vendo-o ou não, com o mesmo conteúdo e objetivo que Andre Motta Araujo tinha quando o emitiu ou não é aprendido o interesse que está latente no conteúdo.

    Sobre o Andre Araujo pego no Wikileaks eu reproduzo a seguir o comentário de Leandro C. enviado na terça-feira, 01/07/2014 às 15:01, junto ao post “Como Lula aproximou-se dos Estados Unidos” de terça-feira, 01/07/2014 às 06:00, e de autoria de Luis Nassif. Com o título “Motta tem bastante conhecimento desse caso” Leandro C. diz no comentário dele o seguinte:

    “Se alguém tem dúvidas sobre o assunto e da influência de um nobre colega do blog, segue link:

    https://wikileaks.org/cable/2004/03/04SAOPAULO493.html

    E o endereço do post “Como Lula aproximou-se dos Estados Unidos” é o que se segue:

    http://72.55.165.238/noticia/como-lula-aproximou-se-dos-estados-unidos

    E a minha resistência com o jornalismo não se reduz ao fato de que a sedução da notícia que o jornalismo é capaz de produzir não necessariamente indica a qualidade da notícia. Muito mais ainda, vejo também o jornalismo como prisioneiro do sistema. Não há como ter uma empresa jornalista sem que ela vise o lucro, a menos que seja uma empresa atomizada. Alguém fazendo jornalismo para ter seu ganha pão sem nenhum interesse em expandir o negócio. Ele não pode, entretanto, competir com uma grande empresa com todo a infraestrutura e os recursos necessários para reproduzir e difundir a notícia a ser vendida. Na grande mídia a mesma notícia seduz muito mais.

    Gosto de Marcelo Coelho de longa data. E há oito anos ele retificou a minha memória. Guardava desde longa data a memória de uma dessas mesas redondas de discussões políticas. Repeti inúmeras vezes a história que eu tinha guardado na memória por longo tempo. Contava eu então quando tinha que discuti em uma mesa de bar sobre Fernando Henrique Cardoso que eu nunca gostara dele por não ver nada de interessante nos textos dele. Os textos dele no jornal Movimento pareciam ir muito em direção ao que eu considerava equivocado e que era a idéia de consenso, união geral, pacto da nação que salvo situações bem esclarecidas parecem-me mais uma visão fascista da política. Além disso eu lembrava que uma vez eu vira Fernando Henrique Cardoso discutindo política em uma dessas mesas redondas e que em dado momento ele entrara em discussão com quem eu dizia que era o Fausto Wolf. Em determinado momento, depois de ter questionado umas duas vezes o Fausto Wolf, Fernando Henrique Cardoso acrescenta: “não vamos discutir sociologia que eu ponho você de cabeça para baixo”. Eu gostava dos textos de Fausto Wolf no Pasquim e a declaração de Fernando Henrique Cardoso me chocou. Chocou-me não só por ser de alguém que eu considerava de esquerda e que eu imaginava que por ser de esquerda deveria ser despido da vaidosa sapiência arrogante, como também porque o Fausto Wolf com os quase dois metros de altura e uns bem cem quilos tornaria impossível a façanha a que Fernando Henrique Cardoso se dispunha a fazer.

    Marcelo Coelho retificou a minha memória em uma crônica escrita quase trinta anos depois. Em 05/04/2006, na Folha de São Paulo , no caderno Ilustrada ele publicou a crônica “A estranha sina dos vices”. De lá transcrevo a seguinte passagem:

    – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

    “Lembro-me de um debate transmitido pela rede Bandeirantes em 1978, quando Lembo e Fernando Henrique Cardoso eram candidatos ao Senado. Lembo sustentava civilizadamente o regime militar, coisa impossível de ser feita. Fernando Henrique estalava de auto-suficiência sociológica.

    Lembo resolveu citar o cientista político Samuel Huntington, hoje famoso pela teoria do “Choque das Civilizações”. Já nessa época, Huntington era um teórico dos mais contestáveis: via nos governos autoritários da América Latina um fator de modernização. Fernando Henrique descartou num safanão verbal a aventura teórica de Cláudio Lembo.

    “Huntington justifica a ditadura”, disse Fernando Henrique. Sempre disposto a assentir, Lembo esboçou uma resposta. “Justifica, mas…” Foi interrompido pelo príncipe dos sociólogos. Cito sem exatidão, mas foi algo assim. “Pode parar, porque desse assunto eu entendo mais do que você.” Lembo recolheu-se à sua insignificância. Eleitor de Fernando Henrique na época, fiquei entre o embaraço e o alívio; mas, sem dúvida, naquele momento, era Fernando Henrique o representante do autoritarismo no debate.

    – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

    O endereço da crônica dele “A estranha sina dos vices” é o que se segue:

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0504200615.htm

    Duas surpresas. Eu sempre acreditei e ainda acredito [relendo esta passagem talvez devesse dizer que eu ainda desconfio] que o debate ocorrera em 1982 e não em 1978, como dissera Marcelo Coelho. Só que creio que ele se tornou fonte mais confiável por ter corretamente mencionado que o interlocutor de Fenando Henrique Cardoso era o Claudio Lembo tão alto como Fausto Wolf, mas bem mais magro e, portanto, tornando mais factível a façanha de Fernando Henrique Cardoso em colocar o seu interlocutor no debate ou na mesa redonda de cabeça para baixo.

    Em janeiro de 2009 eu vi um post no antigo blog de Pedro Doria em que ele falava sobre a morte de Samuel Huntington. Fui lá e contei toda a passagem. Lembro ainda que eu sempre que contava esta história não conseguia utilizar o termo justifica que Fernando Henrique Cardoso usou para acusar Samuel Huntington. Usava às vezes o termo confirma, mas não me sentia à vontade. De todo modo, sempre que eu lembrava da história eu buscava um termo diferente que representasse o que representou no época: o uso de uma expressão acadêmica para dizer que Samuel Huntington fizera uma descrição favorável ao golpe de 64.

    A informação de que ele, Marcelo Coelho, um dos grandes jornalistas brasileiros, desconhecia a peça de Bem Jonson (1572-1637) “O mercado de notícias” é relevante para avaliar a própria competência de Marcelo Coelho e talvez também do ensino de jornalismo no Brasil, embora ele não tenha o diploma de jornalismo, mas leciona jornalismo cultural nas Faculdades Cásper Líbero desde 1994.

    Agora, acho que a crítica dele está certa. E o pior, Jorge Furtado poderia utilizar o documentário para contar outra história muito mais importante do que todas que ele deve ter apresentado. Bastava para isso que ele tivesse colocado um minuto do filme com a exposição que o ministro Enrico Ricardo Lewandowski fez em 20/09/2012, na Ação Penal 470. Bastaria mostrar então qualquer um minuto após os dois minutos do filme até os quinze minutos de quase uma hora disponível no Youtube no seguinte endereço:

    https://www.youtube.com/watch?v=m6uyOzTG2T8

    Para mim ainda há recuperação para o documentário de Jorge Furtado. Ele pode acrescentar mais dez minutos de filmagem em que haveria mais o seguinte esboço de roteiro para o epílogo do documentário. Ele diria que todo o documentário na verdade era sobre o Mensalão. Mensalão que pela leitura da grande mídia apareceria como comprovado na sentença da Ação Penal 470 no STF. E diria também que o uso do nome de Mensalão em lugar de Ação Penal 470 persistiu mesmo após o término do julgamento da Ação 470, em que, pelo teor das sentenças, não mais existiria Mensalão uma vez que este era suposto como significando o recebimento de propina para votar favoravelmente ao governo, mas ninguém foi condenado pela pratica ou omissão do voto. E então ele entraria com um a dois minutos da fala do ministro Enrico Ricardo Lewandowski na exposição que ele faz como revisor em 20/09/2012 e que pode ser vista no link indicado acima.

    E o mais interessante, prosseguiria Jorge Furtado na exposição do roteiro final do acréscimo ao documentário dele “O Mercado de Notícias”, é que um filme que era para mostrar como a grande mídia desinforma e o exemplo máximo dessa desinformação consistia do Mensalão, fora entendido como não tendo abordado o tema do Mensalão em crônica de grande jornalista da grande mídia. E ai ele trazia o texto de Marcelo Coelho para compor o documentário. E acrescentaria que não houve má-fé de Marcelo Coelho ao comentar o documentário tecendo crítica pela omissão da referência do Mensalão. Na verdade, o Marcelo Coelho também se deixou guiar pelo que disse a grande imprensa sobre o julgamento da Ação Penal 470 e assim aprendera uma realidade totalmente desvirtuada do que acontecera.

    A falta de entendimento sobre o que ocorrera no julgamento da Ação Penal 470 é tamanha que mesmo entre a esquerda, eu não me lembro de ninguém que eu tenha convencido do que eu disse acima, embora eu tenha insistido com esse entendimento desde que aqui no blog de Luis Nassif, o comentarista João Vergilio Galerani Cuter, que às vezes assina Jotavê e às vezes, JV, fez o relato do que o ministro Enrique Ricardo Lewandowski dissera na exposição dele na tarde do dia 20/09/2014, e depois que eu pude assistir o vídeo para aceitar como correto o que João Vergilio Galerani Cuter dissera. [Antes de ver a declaração de voto do ministro Enrico Ricardo Lewandowski, eu avaliava que João Vergilio Galerani Cuter, por ser um filosofo, mas não ter formação em direito, estava equivocado no entendimento dele]

    Como exemplos recentes desse meu esforço na tentativa de convencimento sobre o que foi decidido na Ação Penal 470, aqui no blog de Luis Nassif, eu menciono primeiro o comentário para Diogo Costa no post “A vitória de Lewandowski na AP 470” de sexta-feira, 30/05/2014 às 14:32, e de autoria dele em que ele faz uma boa introdução à reportagem que ele transcreve intitulada “Lewandowski foi quem liderou o julgamento do mensalão” de quarta-feira, 30/04/2014, saída às 08:02h no site da Conjur e de autoria Marcos de Vasconcellos. O endereço do post “A vitória de Lewandowski na AP 470” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/a-vitoria-de-lewandowski-na-ap-470

    A segunda tentativa de convencimento foi junto ao post “JB afundou ao cavalgar no tigre da mídia e cresceu ao desmontar do Tribunal” de sexta-feira, 30/05/2014 às 12:12, e oriundo de post publicado no blog de Fabio de Oliveira Ribeiro, advogado com posts frequentes aqui no blog de Luis Nassif. Fiz dois comentários para Fabio de Oliveira Ribeiro, embora constem três porque um saiu repetido. Ele também não se deu por convencido. O endereço do post “JB afundou ao cavalgar no tigre da mídia e cresceu ao desmontar do Tribunal” é:

    https://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/jb-afundou-ao-cavalgar-no-tigre-da-midia-e-cresceu-ao-desmontar-do-tribunal

    Uma terceira tentativa de convencimento foi feita com J. Roberto Militão, como se pode ver nos três comentários que eu enviei para ele junto ao post “A questão da escolha de Barbosa, por J. Roberto Militão” de quinta-feira, 19/06/2014 às 11:10, originado de comentário dele e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/a-questao-da-escolha-de-barbosa-por-j-roberto-militao

    Também eu não consegui convencer J. Roberto Militão.

    E por fim menciono o post “As motivações não tão secretas da aposentadoria de Barbosa” de terça-feira, 05/08/2014 às 14:41, contendo o artigo “As motivações não tão secretas da aposentadoria de Joaquim Barbosa” de autoria de Marcio Chaer e que saíra no Conjur. O endereço do post “As motivações não tão secretas da aposentadoria de Barbosa” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/as-motivacoes-nao-tao-secretas-da-aposentadoria-de-barbosa

    Lá no post eu enviei dois comentários para junto do comentário de IV AVATAR enviado terça-feira, 12/08/2014 às 03:02. Não creio nem mesmo que ele tenha lido. Vale, entretanto, retificar o que eu disse acima de que não conseguira convencer ninguém do que realmente ocorrera no julgamento da Ação Penal 470, e que pode ser entendido como a transformação do crime de caixa dois em crime de corrupção passiva ou ativa quando o funcionário público detém uma gama muito grande de poderes. Recentemente vi efeitos dos meus comentários. Nesse sentido vale reproduzir uma resposta dada por comentarista que desconheço denominada Mariana B, em comentário que ela enviara sábado, 16/08/2014 às 10:43, junto ao meu de quarta-feira, 13/08/2014 às 21:02. Diz ela comentando o que eu dissera:

    – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

    “Ponderações relevantes.

    Agradeço a contribuição Sr. Clever, tive a oportunidade de ler o inteiro teor do acórdão da AP 470 e confesso que cega pelas paixões ideológicas não dei a devida importância ao que foi exposto por Jotavê no post:

    Lewandowski expõe hipocrisia dos “garantistas” do STF

    “Se Fulano recebeu dinheiro indevido e existe a perspectiva (por abstrata que seja) de um favorecimento em função do cargo que ocupa, então Fulano corrompeu-se, e ponto final.””

    – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

    O comentário dela deu-me ímpetos de iniciar uma jornada de convencimento. Bem, os ímpetos desvaneceram. Talvez eu tenha recordado de uma tirinha de Charles Brown em que Linus levanta de manhã e ao chegar no quintal verifica que ele está coberto de neve e começa a construir pequenos soldados de neve. Depois de construídos alguns, ele vai até um degrau mais alto da escada no fundo da casa e em uma pose de Napoleão diz lá do alto: “hoje o fundo do quintal, amanhã o mundo”. Logo em seguida aparece o sol e derrete os soldados de neve.

    – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

    Eu sempre admirei como Lionel Rupaud consegue dizer tanto em tão poucas linhas. Eu, ao contrário, não me livro de estender muito para dizer pouca coisa. No caso dos meus textos sobre o julgamento da Ação Penal 470 no STF, além da minha deficiência em concisão, eles se alongaram porque eu me sentia compelido a tentar esclarecer aquilo que me parecia muito evidente e que todos não conseguiam enxergar. E o meu esforço era muito maior porque eu percebia que pessoas que eu admiro aqui no blog de Luis Nassif, como o próprio Lionel Rupaud, não estavam sendo capazes de perceber que o entendimento que eles tinham do julgamento da Ação Penal 470, não era aquele que o STF tinha dado, mas aquele que a grande mídia repassou como sendo o entendimento do Supremo.

    Tudo que eu queria era que as pessoas comportassem como o ministro Enrico Ricardo Lewandowski que mudara de entendimento ao perceber que o STF, pela pressão do ex-ministro Joaquim Benedito Barbosa Gomes, passara a adotar tese diferente da que antes adotava em relação ao crime de corrupção. Uma mudança de entendimento que, embora fosse prejudicar pessoas com importante histórico de luta pelo Brasil, deveria ser referendada e juridicamente construída e este papel da construção jurídica foi bem realizada pelo ministro Enrico Ricardo Lewandowski, pois era benéfica para o país.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 25/12/2014

    1. Valeu ter deixado o link para o post com o artigo de Leão Serva

       

      Jorge Furtado,

      Li o artigo de Leão Serva no post “O mercado de filmes, por Leão Serva” de quarta-feira, 24/12/2014 às 15:00, aqui no blog de Luis Nassif e para o qual você deixou o link no início do seu texto.

      A resenha de Leão Serva é um bom texto. Lendo o artigo dele, fica-se com a sensação que um documentário seria ainda mais informativo se se pudesse contratar uma pessoa de visão contrária para contrapor argumentos que talvez mostrassem a realidade de modo mais completo. Certamente que isso talvez não seja uma postura prática e apenas se abriria uma fábrica de empregos uma vez que são tantas as opiniões distintas para um mesmo assunto que o rol de contratados não terminaria nunca de crescer. Enfim, o ser humano tem que trabalhar reconhecendo a condição humana de não ser capaz de ser imparcial. O que o ser humano tem de transparecer é lógica. É de se perguntar se ele aceitaria participar de um documentário de alguém que tem uma visão mais crítica da imprensa e dos meios de comunicação em geral.

      Agora embora tenha achado interessante alguns contrapontos de Leão Serva, penso que ele mais bem precisa contratar muita gente para que ele possa ficar informado de outras visões para realidades das quais ele parece cada vez mais se afastar. E às vezes ele menospreza muito o que ele defende como é o caso em que ele fala sobre o caso da Escola de Base. Depois de dizer que “o Diário Popular percebeu desde o primeiro dia que tudo cheirava a equívoco”, ele se refere aos demais órgãos da imprensa como “o resto da imprensa”. De alguém de dentro é uma revelação e tanto.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 26/12/2014

  3. 171

    Já se falou de tudo sobre a bolinha de papel, menos que ela foi planejada e executada antes, durante e deois do episódio em si,  e que estilionato é crime previsto pelo artigo 171 do código penal.

    Sobretudo estelionato feito por um candidato a presidente da República, em rede nacional de televisão em plenacampanha eleitoral…

  4. o cineasta rspondeu com

    o cineasta rspondeu com propriedade o artigo do leão.

     

    poucos duvidam de que tenha sido um estelionato eleitoral tucano.

    mas o filme não poderia dar respostas, mesmo porque aquele e

    este inominável esteliontato da capa de veja de 2014 até hoje

    não tiveram nenhuma explicação, inacreditavelmente.

     

     

  5. Ilha das Flores e a tolice de O Mercado de Filmes

    Adorei o Ilha das Flores, mas me cansei deste O Mercado de Filmes. E JG deveria era ficar calado, não cair na defesa de seu próprio filme, seja lá qual for.

    1. Bem..


      O filme se chama O Mercado de Notícias e não O Mercado de Filmes. O diretor do filme se chama Jorge Furtado, portanto suas iniciais são JF e não JG.

      No mais, o filme é ótimo, a resenha do Leão Serpa é muuuito equivocada e eu considero um privilégio poder ver a réplica de Furtado aqui (ele a postou nos comentários ao post de Serpa). Um bom debate é sempre bem-vindo. E desmentir inverdades é sempre necessário. Foi o que Furtado fez.

      Sobre o texto de Serpa, estranho que Nassif tenha publicado e não tenha contestado um equívoco relativo a sua própria entrevista. Até onde lembro, Nassif não diz no filme que a Veja instaurou o sensacionalismo no jornalismo brasileiro a partir dos anos 60, mas que a (ex-)revista instaurou um certo tipo de sensacionalismo que ora predomina bem mais recentemente (a partir dos anos 90). Portanto, Mino Carta nada teria a responder sobre isso.

      Outra distorção de Serpa: Paulo Moreira Leite não diz em sua entrevista a Furtado que Lula “aumentou investimentos em veículos favoráveis ao governo”. Ele diz que houve reação dos grandes do Sudeste porque as verbas de publicidade teriam sido mais pulverizadas.

      Perguntinha básica: se Furtado está respondendo à resenha de Serpa, por que essa resenha não está likada no post acima? Tive de procurar do Google. 

       

      1. Ana e outros que atentaram, prestaram atenção

        eu morei em Porto Alegre, sei da Casa de Cinema, digitei depressa, e é secundário o JG ao invés de JF. E o nome do filme.

        Terei mais cuidado com essas falhas que vejo há pessoas que não dão desconto. Apesar de eu achar que gosto se discute, eu não discuti,dei meu gosto, não é tão pecado assim. o “que” é subentendido, é um modo de linguagem correta, a quem assinalar essa outra “falha”. Acho isso tudo pouco importante, mesmo assim, registro meu equívoco.

        1. outros participantes

          um ou outro costuma rebater a cada comentário que lhe seja contrário, inclusive com tom raivoso. Não o fiz por ser Jorge Furtado. Já sugeri (com toda a delicadeza) que não caía bem um comentarista ficar ciritcando (naquele tom) o que oturos opinam sobere seu post elevado a título (e olha eu aqui me justificando – é que não sou perfeito).

          1. Você fica sempre muito

            Você fica sempre muito melindrado com toda e qualquer crítica ou contestação que lhe façam nesse espaço. E a  que a Ana S. lhe fez foi extremamente educada. Gostaria de lembrar que um blog é um espaço para discussão e debate. Ninguém está lhe cassando a  palavra, mas as pessoas têm todo o direito de discordar dela. E temos que aceitar quando isso acontece, sem vitimizações.

            Você acusa de autoritarismo dos membros do blog, mas foi extremamente autoritário em relação ao Jorge Furtado. Abro aspas: “E JG deveria era ficar calado, não cair na defesa de seu próprio filme, seja lá qual for.”

             

             

          2. aceito

            nem sempre a gente se dá conta de que se fica melindrado ou se é autoritário.Principalmente por escrito, dá margem a entendimentos diversos. Grato. Tem uma piada sobre isso (Além do “No Te callas” do diplomata espanhol contra Chávez, que foi num tom engraçado, informal, acho que até Chávez assim achou, acho): Um filho foi estudar em Portugal. Num belo dia escreveu um curto telegrama “Pai, mande dinheiro”. O pai indignou-se e mostrou a mãe: E a mãe leu, não é bem assim, e leu num outro tom : “Pai, me mande dinheiro”. Não é necessariamente a escrita, mas o tom de voz com que se lê. Eu sou suspeito, mas usei o tom delicado, inclusive no “era devia ficar calado”. Desconfio que vc se melindrou. JF não se chatearia, nem daria bola (chute meu). Grato por ter me dado bola. Aceito, sem ironia. Tenho defeitos. Preciso me cuidar, e isso é tão difícil pra todos, pra mim, pra você (eu acho que você foi injusta – mas eu posso estar redondamente enganado). Por escrito exige-se mais formalidade, e sou muito informal.

          3. Não, eu não me melindrei. É

            Não, eu não me melindrei. É que o tom da grande maioria das suas postagens ( e isso já vem de longo tempo) é sempre de queixa em relação aos outros participantes do blog, que estariam sendo supostamente autoritários em relação a você, por discordar de suas opiniões.

          4. Adma,

            eu tenho um lado autoritário, às vezes se acentua. Quando me queixei e me queixo foi (quase) sempre pra tentar melhorar o blog e botar outro ângulo de visão ou pra que parte do pessoal parasse pra comentar, elogiar ou não um texto de terceiros. Eu também, por minha vez, acho parte do pessoal muito autoritário, e isso vem de longo tempo (algumas vezes fiz brincadeiras sem saber em que terreno estava, e fui mal interpretado, outras vezes caprichei no pedantismo quando alguém – certamente mais gente – me chamou de pedante – e desconfio que ele não notou minha nota que era simultaneamanete contra mim meesmo e contra a opinião taxadíssima dele , ou dela, nem me lembro direito). Vc melora a visão que tenho de mim , mesmo, e isso não tem preço, muito agradecido. Nem sempre encontro pessoas delicadas e que dão seu tempo pra contribuir pondo dedo em ferida que se deve por – parece que não faz parte de nossa cultura – não gosto do vago termo cultura, parece estático, quando não é. Grato, novamente. Pra ver alguma coisa (músicas, desconte o monte de coisas que já escrevi) vá lá no meu arquivo, é só clickar em Nickname. Tudo sobre mim, identidade etc é de conhecimento do Blog/Equipe, eu até já publiquei tudo por aqui num dia de lua cheia.

        1. Curto comentário, mas de quem parece ter feito leitura exaustiva

           

          Nira (sexta-feira, 26/12/2014 às 12:41),

          Coincidentemente após seu comentário todo mundo que tinha nota alta teve a nota rebaixada. E como você faz a correção do equívoco que a Ana S., em um comentário maior cometera, deixou a boa impressão de que a sua leitura não se resumiu às notas.

          Clever Mendes de Oliveira

          BH, 26/12/2014

      2. Os links estão meio escondidos, mas eles constam deste post

         

        Ana S. (quinta-feira, 25/12/2014 às 22:37),

        Não sei se a informação foi disponibilizada após o seu comentário, mas logo no início do texto de Jorge Furtado, há a indicação do endereço do post “O mercado de filmes, por Leão Serva” de quarta-feira, 24/12/2014 às 15:00, aqui no blog de Luis Nassif. O texto de Leão Serva, assim como o texto de Jorge Furtado, foi originalmente publicado no Observatório da Imprensa. Lá no Observatório da Imprensa este texto de Jorge Furtado que aqui se chamou “Jorge Furtado responde a resenha “O Mercado de Filmes”” chamou-se “Sobre derrapadas da imprensa” e lá ele traz o link para o artigo “O mercado de Filmes” de Leão Serva no Observatório da Imprensa.

        Enfim, sem muito esforço, é possível ler os dois textos a partir deste post “Jorge Furtado responde a resenha “O Mercado de Filmes””. E vale bem a leitura dos dois textos.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 26/12/2014

  6. Jorge Furtado, fique

    Jorge Furtado, fique tranquilo, daqui deu para ver que esse Leão serva, serve aos seus patrões. O Nasif postou porque tem que manter o contraditório, mesmo que desse tipo.

    Esse clichê de que a imprensa “é oposição e o resto é secos e molhados” está praticamente vencido. Todos sabemos que não existe “a imprensa”. Existe empresa de comunicação, que é oposição ou situação conforme as circunstâncias. Claro que sempre precisando fazer a “mise en cene” de que é algo que nada tem a ver com o poder. Blablablá

    Millor era um excelente cartunista e frasista. Mas essa frase dele é vazia, retórica, demodee e um deserviço a liberdade de expressão. Não vale mais. Passemos adiante 

    1. Confere

      Também acho isso, Juliano. A frase de efeito do Millôr não passa disso: uma frase de efeito. Efeito danoso, aliás. Mas tem gente que a adota até como dístico, lema ou coisa assim. E se acha.

  7. Ótimo filme

    O filme “O mercado de notícias” é excelente; não por acaso os jornalões fizeram de conta que o documentário não existiu. Aliás os filmes do Jorge Furtado são muito bons.

    Se o Jorge estiver lendo este comentário eu mando-lhe um abraço. Há muito tempo atrás eu era conhecido como “Mariozinho” já que meu avô era Mário. O diretor de cinema Jorge Furtado era o “Jorginho”, filho de um pai homônimo.

    Conheci e convivi com a família Furtado em Porto Alegre, erámos vizinhos. Gente boníssima!

    A ideia do diretor de mesclar trechos de depoimentos de jornalistas com o desenrolar de uma peça teatral é realmente genial. E o produto final ficou ótimo. Já assisti duas vezes o filme. A primeira no cinema e a segunda vez no canal Brasil.

  8. Compilação de posts tratando do assunto direta ou indiretamente

     

    Jorge Furtado,

    Faço esse comentário e o coloco aqui fora do outro que eu fizera anteriormente neste post “Jorge Furtado responde a resenha “O Mercado de Filmes”” de quinta-feira, 25/12/2014 às 15:00, para poder compilar e deixar o link de uma série de posts diretamente ou indiretamente vinculados a este post.

    Em relação aos posts diretamente vinculados ao seu documentário, eu começo lembrando que o seu documentário “O Mercado de Notícias” tem tido bom acompanhamento aqui no blog de Luis Nassif. Além do post “O mercado de filmes, por Leão Serva”, cujo link aparece no início do seu texto publicado neste post “Jorge Furtado responde a resenha “O Mercado de Filmes””, há também o “O Mercado de Notícias, por Marcelo Coelho” de sexta-feira, 22/08/2014 às 17:56, ao qual eu fiz referência em meu comentário enviado quinta-feira, 25/12/2014 às 19:22, e para o qual já deixei o link.

    Além disso, há o post “O jornalismo brasileiro no documentário de Jorge Furtado” de domingo, 06/07/2014 às 12:41, aqui no blog de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/o-jornalismo-brasileiro-no-documentario-de-jorge-furtado

    O grande interesse deste post “O jornalismo brasileiro no documentário de Jorge Furtado” reside em quatro vídeos que são disponibilizados com a entrevista completa para compor o seu documentário e que foram realizadas com Jânio de Freitas, com Renata Lo Prete, com José Roberto de Toledo e com Luis Nassif. Parece que existia um quinto vídeo, mas ele teria sido retirado da internet.

    Penso que todos esses links além do seu documentário são importantes para uma melhor compreensão do jornalismo brasileiro.

    E há os posts que tratam indiretamente deste assunto da notícia como mercadoria e da relação da ideologia dos donos das empresas de comunicação com a notícia produzida. Nesse sentido, seria bom se Luis Nassif disponibilizasse os posts completos que versaram sobre uma briga que os donos da nossa grande imprensa travaram com José Sarney ali no segundo semestre de 2009. Se não me engano, houve um texto seu que virou post. E houve também um post de Luis Nassif em que ele pede para alguém deixar o link para um artigo de Maria Sylvia de Carvalho Franco que fez crítica ao discurso de José Sarney. O post de Luis Nassif é “Link perdido” de domingo, 20/09/2009 de 10:54 e nele, Luis Nassif fala do “complicadíssimo malabarismo da professora Maria Sylvia de Carvalho Franco” no Caderno Aliás do Estadão para rebater a idéia de Sarney de que a imprensa não representa o povo, proferida no discurso que ele fez no Senado Federal em 15/09/2009, em comemoração ao Dia Internacional da Democracia. E o artigo de Maria Sylvia de Carvalho Franco publicado no domingo, 20/09/2009 intitulava-se “A montagem de uma falácia”. Interessante que a partir daí a briga da grande imprensa acabou. E ela ficou mais de um mês, pois o post “As denúncias contra Sarney”, de autoria de Luis Nassif, publicado no blog dele de quarta-feira, 17/06/2009 às 15:59, representa uma espécie de chega para lá de Luis Nassif à má qualidade das críticas que já existiam em muita quantidade a José Sarney.

    O artigo “A montagem de uma falácia” pode ser visto no seguinte endereço:

    http://alias.estadao.com.br/noticias/geral,a-montagem-de-uma-falacia,438120

    E ao analisar o caso brasileiro é preciso reconhecer que o problema é mundial. Não é por outra que o seu documentário se desenvolve em torno de peça com uns quatro séculos de existência e de Bem Jonson, um escritor britânico. Talvez no Brasil o problema seja realçado pela questão da extensão territorial e pela desigualdade social e regional que aqui existe o que faz que a força da grande mídia seja concentrada e de modo desigual no país.

    Em relação ao caráter geral do problema da mídia eu faço menção a dois posts. Primeiro menciono o post “Novo marco regulatório da imprensa é aprovado na Inglaterra” de terça-feira, 19/03/2013 às 11:02, aqui no blog de Luis Nassif. E segundo post intitulado “Congresso uruguaio aprova Lei de Mídia; veja principais pontos” de sexta-feira, 26/12/2014 às 16:17, diz respeito ao mesmo assunto mas referindo ao Uruguai. A Inglaterra é um Estado de São Paulo, três vezes mais rico e com o dobro da renda per capita. E o Uruguai é uma Santa Catarina duplicada em area e que precisa crescer a renda per capita em mais de 45% para ter a renda per capita do Uruguai.

    O link para o post “Novo marco regulatório da imprensa é aprovado na Inglaterra” é:

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/novo-marco-regulatorio-da-imprensa-e-aprovado-na-inglaterra

    E o link para o post “Congresso uruguaio aprova Lei de Mídia; veja principais pontos” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/congresso-uruguaio-aprova-lei-de-midia-veja-principais-pontos

    Queria destacar dois aspectos em relação aos dois posts. Em relação ao Uruguai e no tocante a se ter um marco regulatório, há que se considerar que a população do Uruguai é de 3,5 milhões vivendo em uma área de 176.215 Km2 e possui um PIB de cerca de 60 bilhões de dólares. O Estado de Santa Catarina com o dobro da população, em torno de 6,5 milhões de habitantes e pouco mais de metade da área, 95.736 Km2, tem um PIB de 80 bilhões de dólares, um terço maior do que o do Uruguai, mas a renda per capita chega apenas a 68% da renda per capita do Uruguai. Com uma distribuição de renda muito melhor no Uruguai pode-se tentar pulverizar as grandes empresas de comunicação porque não há como ter uma empresa de repercussão mundial e a própria distribuição da população favorece uma pulverização dos meios de comunicação. Um terço da população está em Montevidéu e outros dois terços se distribuem de modo relativamente semelhante entre 18 departamentos, salvo o departamento de Canelones ao lado de Montevidéu com uma população de 485.028 mil habitantes.

    O Brasil é um caso à parte. Vale a pena ter aqui uns quatro a seis grandes grupos editoriais que possam ser até de importância mundial. E seria bom que eles se desconcentrassem espacialmente. Então vai precisar de muita intervenção estatal para que se tenha um modelo ideal.

    E por fim deixo dois posts que tratam de um problema semelhante ocorrido aqui no Brasil e na Inglaterra. Na Inglaterra nós tivemos o escândalo do Murdoch e no Brasil tivemos o escândalo do Carlinhos Cachoeira com a Veja e que até teve a doação de telefone celular grampeado para Demóstenes e que foi objeto de grampo com áudio em uma conversa entre Demóstenes e Gilmar Mendes. Bem o post relativamente ao problema de Murdoch na Inglaterra originou-se de transcrição do artigo “O medo que não ousava dizer o nome” de Timothy Garton Ash que foi publicado no jornal O Estados de S. Paulo e que aqui se intitulou “A primavera inglesa: o fim do medo dos assassinatos da mídia” de segunda-feira, 18/07/2011 às 10:57, e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-primavera-inglesa-o-fim-do-medo-dos-assassinatos-da-midia

    E o segundo post “Mais dados das ligações de Veja com Carlinhos Cachoeira” de sábado, 10/03/2012 às 23:30, e de autoria de Luis Nassif traz uma abordagem crítica dele sobre as relações da Veja com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. O endereço do post “Mais dados das ligações de Veja com Carlinhos Cachoeira” é:

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/mais-dados-das-ligacoes-de-veja-com-carlinhos-cachoeira

    A colocar todos os posts interessantes sobre o tratamento que a mídia empresarial dá à notícia e a questão da construção de uma opinião sem questionamento que é o pior resultado da mídia empresarial e que significa uma opinião uniforme e muitas vezes equivocada sobre a realidade de um país não haveria como findar este comentário. Houve entretanto recentemente um artigo que foi publicado aqui no blog de Luis Nassif e que precisaria ter mais repercussão. Trata-se de “Crise: O Jornalismo da propaganda” de quinta-feira, 11/12/2014 às 09:00 e que trouxe do blog de Antonio Ateu o artigo de John Pilger “A guerra pelos media e o triunfo da propaganda” que saíra no Resistir.info. O endereço do post “Crise: O Jornalismo da propaganda” é:

    https://jornalggn.com.br/blog/antonio-ateu/crise-o-jornalismo-da-propaganda

    O texto de John Pilger é um artigo longo, mas que precisava ser mantido como um post de primeira página durante pelo menos um mês. Aliás, se se pudesse reproduzir as notícias preparatórias sobre a invasão do Iraque para mostrar como é realizado o direcionamento para um entendimento uniforme sobre a realidade, entendimento muitas vezes falso, e se a cada instante houvesse pesquisa na população para ver até que ponto ela foi enganada, se teria um dimensionamento melhor da capacidade de manipulação das grandes corporações de notícias no mundo. Ao mesmo tempo é preciso entender que esta capacidade de manipulação é reduzida por dois limites. Um é a cultura comum de um povo. Muitas vezes a mídia apenas reforça uma percepção que já é latente na sociedade. E o outro limite é proveniente da própria natureza do regime capitalista que também vai moldando comportamentos na sociedade que não há como serem alterados.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 28/12/2014

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