Juca Kfouri: “Estamos vivendo um golpe pior do que o golpe militar”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil
 
 
Jornal GGN – O jornalista Juca Kfouri disse em entrevista ao portal Extra Classe que estamos vivendo um golpe que, “em certos sentidos”, é pior do que a ditadura militar. Segundo ele, em 1964, a ditadura foi imposta à força e a resistência de parte da sociedade custou muitas vidas. Hoje, o golpe foi implementado de maneira mais sutil e “imperceptível” para uma parcela da população, com ajuda da mídia e com o esforço de um nicho do Judiciário que extrapolou os limites.
 
Veja, abaixo, o trecho em que o jornalista trata da questão:
 
Na sua resposta você falou que hoje o Brasil não vive mais uma ditadura militar. Ousando um pouquinho, não acha que nós estamos entrando numa época de ditadura da toga?
 
Kfouri – Acho sim. Eu acho e disse isso em praça pública, antes do impeachment. Acho que nós estamos vivendo um golpe em certos sentidos pior do que o golpe militar. Porque para que o golpe militar acontecesse foi necessário o uso da força. Terrível você viver em um país em que havia tortura, em que os opositores políticos eram mortos. Hoje, nós não vivemos isso, mas nós vivemos a implantação de um regime autoritário muito mais suave, muito mais imperceptível, que foi penetrando pelas camadas até culminar em um golpe de toga, parlamentar e midiático. Isso é muito claro. E que evidentemente é um golpe no qual o capital financeiro é quem dá as cartas. E tem uma porção de seguidores para manter essa situação e para fazer com que ela fique cada vez mais sólida no Brasil. Não tenho dúvidas de que é esse o quadro em que nós vivemos.
 
A entrevista ao Extra Classe ocorreu por ocasição do pré-lançamento do livro de memória escrito por Kfouri, o “Confesso que perdi”. Leia mais aqui.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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  1. Só dá golpe de estado quem

    Só dá golpe de estado quem tem poder de polícia: em 64, foram os militares; hoje, o judiciário. Em ambos os casos o comando é da mídia. É ela que chancela determinado grupo para agir em seu favor.

    Hoje, para salvar o Brasil é preciso vencer a soberba. Quem não saiu às ruas para pedir o impeachament de Dilma, entende que já fez o seu papel. Quem se vestiu de verde e amarelo e pediu a saída de Dilma dificilmente admitirá que errou. Por isso o imobilismo.

  2. Jornalista esportivo raro

    O Juca Kfouri é um caso raro de jornalista esportivo brasileiro (como são também José Trajano e o locutor Milton Leite) não reacionário, arejado e que reconhece o impeachment da Dilma como o golpe que foi. Longa vida a ele.  

  3. o juca e a turma da espn, que

    o juca e a turma da espn, que agora quer se passar por progressista, plantaram golpe e queriam colher o quê? A esquerda não se emenda e fica dando voz aos vermes que nos jogaram nessa merda que estamos.

  4. Isso eu já venho falando desde 2015

    Os golpistas vão terminar de fazer o que começaram no golpe de 64, ou seja, eles vão transofrmar esse país num terreno baldio e por incirvel que pareça a maioria das pessoas não acreditam ou não conseguem entender.  

  5. Isso é propaganda. Podia dormir sem essa.

    uma manchete que bem poderia estar estampada numa VEJA de sinal contrário.

    Sensacionalismo. Autopromoção. ( E a galera gosta, pelo sim ou pelo não ).

    Discordo totalmente.

    De besta, vim postar alguma coisa, pois não merecia sequer uma vírgula de comentário.

    Sou mais João Saldanha.

  6. DITADURA DA TOGA

      Profundamente triste o que acontece já há algum tempo no Brasil.  A magistratura nacional está completamente sem qualquer tipo de controle.  Afinal, determina seus contracheques como bem lhe aprouver, sem um Tribunal de Contas que investigue.  

       E, claro, não podemos olvidar dos concursos fraudados, bastante comuns.

      Logo, ingressam na magistratura fraudulentamente, aliam-se descaradamente à mídia de direita, especialmente à GLOBO, decidem seus próprios rendimentos, prejudicam a população inteira e, ainda, praticam abuso de autoridade diuturnamente.

      Ditadura nojenta esta que é revelada no conluio da mídia com Judiciário e Ministério Público.  

       

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