Julgamento de cassação de Temer pode ser adiado e mudar placar

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto-montagem: Brasil247
 
Jornal GGN – O julgamento da ação que pode encurtar o mandato de Michel Temer está marcado para a próxima terça-feira (04) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sob o comando de Herman Benjamin, o ministro corregedor concluiu apenas o relatório que traz um resumo das acusações, indícios levantados e depoimentos. O voto será liberado apenas no dia do julgamento.
 
Entretanto, Benjamin havia disponibilizado dois dias para as alegações finais das defesas da ex-presidente Dilma Rousseff e do ex-vice e atual mandatário Michel Temer. As datas contabilizaram a partir da última terça-feira (21), mas os advogados de Dilma pediram cinco dias de manifestação.
 
Na abertura do julgamento, os ministros deverão analisar o pedido da defesa. Caso concedam os cinco dias, a sessão será suspensa e a votação será adiada. Em meio a este recurso, novos cenários poderão surgir no plenário do TSE.
 
Isso porque o ministro Henrique Neves tem os dias contados para o fim de seu mandato no Tribunal. Ele permanece como ministro da Corte até o dia 6 de abril, sendo substituído, em seguida, pelo advogado Admar Gonzaga, o nome indicado por Michel Temer para ocupar a Justiça Eleitoral.
 
Até o momento, a expectativa é que Neves acompanhe Herman Benjamin, que deve acatar a cassação da chapa presidencial, afetando diretamente no mandato de Temer. Enquanto isso, o peemedebista trabalha para que a entrada de Gonzaga modifique o placar, votando contra o relator e absolvendo o peemedebista da cassação.
 
A decisão depende de Benjamin, se aceita ou não a extensão do prazo para a defesa. Em sua última manifestação, o ministro corregedor afirmou, em reportagem ao Estado de S. Paulo, que é “inadmissível” que “o argumento poderoso dos fatos seja derrotado por fundamentos que não têm sustentação, exceto no jogo do poder”.
 
O relator do processo mencionou que não estava “nem um pouco” preocupado se o seu voto não for acompanhado pela maioria dos sete ministros do TSE, necessária para a cassação de Temer. Pediu apenas que “as regras do jogo sejam republicanas”.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

10 Comentários

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  1. julgamento…

    No país onde Democracia é falácia, podemos ter que substituir o Presidente sem votos por uma Presidente sem urnas. Em qualquer outro lugar do Mundo seria surreal, mas aqui no Brasil onde o censo de democracia é apertar um botão, o poder e o direito  da sociedade em comandar sua vida e seus rumos continua sendo ditatorialmente impedido.   

  2. O modus operandi do pau
    O modus operandi do pau mandado Benjamin é igual ao do Moro,dúvidas ainda quem está por trás de tudo no judiciário ? Dilma já está condenada, não vão deixar uma potência política destas disputar nada,salvo se ela partir para o denuncismo,colocar uma pasta embaixo do braço e denunciar aqui e no mundo td isso,dando nome aos bois para envergonhá-los pq todos confiam na palavra dá PRESIDENTA AFASTADA !!

  3. Acho mesmo que tem que permanecer o Temer até o fim……

    Acho mesmo que tem que permanecer o Temer até o fim, nós é que temos que fazer este fim ser mais próximo!

  4. Só 2 resultados possíveis
    – Cassar temer e realizar eleição indireta para um mandato até 2022;
    – Adiar o quanto puder e cassar apenas Dilma, para ela não concorrer ao Senado.

  5. Porque a defesa de Dilma quer adiar?
    Porque a defesa de Dilma quer adiar o julgamento, sabendo que isso pode beneficiar Temer? A alegação de ausência de contraditório não muda com o prazo maior para alegações finais, já que a defesa reclamou dá impossibilidade de interrogar as testemunhas.

  6. A celeridade tecnológica e a lentidão jurisdicional

    É certo que o julgamento será protelado ao máximo. A demora no julgamento da Justiça Eleitoral contrasta com a celeridade tecnológica do escrutínio eletrônico. Parece que a rapidez e a demora da J.E. atendem a interesses de um jogo nada transparente para o dono real do processo: o povo.

    Ora, com que legitimidade um presidente em vias de cassação indica ministros para o TSE?

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