Juro ao consumidor no crédito é o maior registrado pelo BC

 
 
Jornal GGN – O estoque total das operações de crédito do sistema financeiro, incluindo recursos livres e direcionados, atingiu R$2.830 bilhões em junho, de acordo com o relatório “Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro”, divulgado nesta terça-feira (29) pelo Banco Central do Brasil.
 
O saldo dos empréstimos a pessoas físicas totalizou R$1.324 bilhões, avançando 1% e 14,3%, e o referente a pessoas jurídicas, R$1.506 bilhões, após incrementos de 0,9% e 9,7%, nas mesmas bases comparativas. A relação crédito/PIB alcançou 56,3%, ante 56,2% no mês anterior e 55% em junho de 2013.
 
O comportamento do mercado de crédito no primeiro semestre do ano evidenciou a desaceleração das carteiras com recursos livres e direcionados, em cenário de elevação de taxas de juros e estabilidade da inadimplência, de acordo com o documento. Nesse período, as contratações pelas famílias apresentaram mais dinamismo que no segmento corporativo, destacando-se em especiail os empréstimos consignados, rurais e imobiliários, de menor risco e prazos mais elevados.

 
O crédito com recursos livres, representando 53,8% da carteira do sistema, totalizou R$1.524 bilhões em junho, após aumento mensal de 0,7%. No mês, as operações com pessoas jurídicas alcançaram saldo de R$765 bilhões, após elevação de 1,1%, sobressaindo os adiantamentos de contratos de câmbio, os financiamentos a exportações e a aquisição de recebíveis. Na carteira de crédito livre das famílias, saldo de R$759 bilhões e variação 0,3%, destacou-se a expansão do consignado, enquanto os financiamentos a veículos registraram redução.
 
O saldo com recursos direcionados atingiu R$1.306 bilhões em junho, após elevação mensal de 1,2%, destacando-se a carteira com pessoas físicas, com crescimento de 2%, influenciado pela expansão sustentada dos créditos habitacional e rural com taxas reguladas. O saldo das operações contratadas pelas empresas cresceu 0,6%, com ênfase nos financiamentos para investimento com recursos do BNDES.
 
Os empréstimos ao setor privado alcançaram saldo de R$2.659 bilhões em junho, um aumento mensal de 0,9%, com destaque para o crescimento de 2,1% da carteira de crédito imobiliário, que somou R$ 449 bilhões – cerca de 8,9% do PIB. O crédito para o setor industrial – saldo de R$ 527 bilhões – cresceu 0,9% no mês, favorecido pela demanda dos segmentos de energia, açucareiro, químico e farmacêutico. Os saldos de financiamentos ao setor rural, impulsionados pela demanda por investimento agrícola e custeio referente à safra 2013/2014, aumentaram 1,2%.
 
A dívida bancária do setor público atingiu saldo de R$171 bilhões, após elevação de 1,9% no mês, com relevância para operações de financiamento a investimentos, que resultaram em acréscimos de 2,1% no saldo relativo a estados e municípios e de 1,7% nos créditos ao governo federal.
 
A taxa média de juros das operações de crédito do sistema financeiro, computadas as operações com recursos livres e direcionados, situou-se em 21,1% a.a. em junho, apresentando variações de -0,3 p.p. no mês e 2,6 p.p. em doze meses. No âmbito do crédito livre, a taxa média apresentou estabilidade no mês, situando-se em 32% a.a., com alta de 5,4 p.p. em doze meses, enquanto, no crédito direcionado, a taxa média atingiu 7,8% a.a., após redução de 0,6 p.p. no mês e aumento de 0,7 p.p. em relação a junho de 2013.
 
Nas operações para pessoas físicas, o custo médio manteve-se em 27,9% a.a. em junho, assinalando alta de 3,7 p.p. em doze meses. Nas contratações com recursos livres, a taxa média elevou-se 0,5 p.p. no mês, para 43% a.a., refletindo as altas respectivas de 3 p.p. e 0,6 p.p. nas modalidades cheque especial e crédito pessoal. No âmbito dos recursos direcionados, o custo médio alcançou 7,7% a.a., após queda de 0,2 p.p. no mês.
 
No segmento de pessoas jurídicas, a taxa média situou-se em 15,7% a.a., apresentando redução de 0,6 p.p. no mês e alta de 1,6 p.p. em doze meses. As operações com recursos livres atingiram taxa média de 22,6% a.a., após redução de 0,4 p.p. no mês, influenciada pelas quedas de 1,2 p.p., 0,8 p.p. e 0,7 p.p. nas modalidades repasses externos, conta garantida e desconto de duplicatas, respectivamente. No âmbito das operações com recursos direcionados, o custo médio atingiu 7,9% a.a., com queda de 0,8 p.p. no mês, refletindo a redução de 1 p.p. nos financiamentos a investimentos com recursos do BNDES.
 
O spread bancário referente às operações com recursos livres e direcionados situou-se em 12,7 p.p., após recuo de 0,1 p.p. no mês e elevação de 1,8 p.p. em doze meses. Os spreads relativos aos segmentos de pessoas físicas e jurídicas alcançaram, na ordem, 19,1 p.p. e 7,7 p.p. No crédito livre, o spread alcançou 20,9 p.p. (alta de 0,3 p.p. no mês), enquanto nas operações com recursos direcionados, recuou 0,5 p.p., para 2,8 p.p.
 
A inadimplência do sistema financeiro, que corresponde às operações com atrasos superiores a noventa dias, reduziu-se para 3%, com declínios de 0,1 p.p. no mês e 0,4 p.p. em doze meses. Nos créditos às famílias, o indicador atingiu 4,3% (redução de 0,2 p.p. no mês) e, nos empréstimos às empresas, permaneceu em 2%. Nos segmentos de recursos livres e direcionados, as taxas de inadimplência reduziram-se para 4,8% (queda de 0,2 p.p no mês) e 1% (queda de 0,1 p.p. no mês), respectivamente.
 
A média dos saldos diários da base monetária alcançou R$223,4 bilhões em junho, com aumentos de 0,2% no mês e de 9,4% em doze meses. A evolução mensal resultou do declínio de 7,9% nas reservas bancárias e do crescimento de 2,1% no papel-moeda emitido.
 
Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da emissão monetária, destacaram-se as operações com títulos públicos federais, que incluem a atuação do Banco Central no ajuste da liquidez do mercado monetário, e as compras líquidas de divisas no mercado interbancário, com impactos expansionistas de R$4,2 bilhões e R$8,1 bilhões, respectivamente.
 
Já os ajustes nas operações com derivativos provocaram contração de R$3,4 bilhões. O impacto relativo aos títulos públicos refletiu compras líquidas de R$37 bilhões no mercado secundário e colocações líquidas de R$32,8 bilhões no mercado primário.
 
Redação

1 Comentário

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  1. Juro ao consumidor é elevado

    Juro ao consumidor é elevado pela falta de poupança nacional e a pouca poupança que existe é desviada para subsidiar setores amigos do rei que tem os menores juros reais do mundo. 

    Por isso temos “dois mundos” os que pagam os juros subsidiados e os que ganham os juros subsidiados.

     

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