Londres elege o primeiro prefeito muçulmano de sua história

Enviado por Henrique O.

Da RFI

Sadiq Khan é eleito o primeiro prefeito muçulmano de Londres

O deputado trabalhista Sadiq Khan, 45 anos, foi eleito na noite desta sexta-feira o primeiro prefeito muçulmano da história de Londres, confirmando a larga vantagem apontada pelas pesquisas nos últimos dias.

A vitória de Khan vem atenuar a decepção sofrida pelo Partido Trabalhista inglês durante as eleições regionais e locais da última quinta-feira (5), na Grã-Bretanha. O sucesso do candidato trabalhista, filho de imigrantes paquistaneses que cresceu em uma moradia popular de Londres, ganha uma dimensão simbólica importante nesta eleição, após derrotar Zac Goldsmith, de 41 anos, filho do milionário das finanças Jimmy Goldsmith e candidato do partido conservador de David Cameron, atual primeiro-ministro do país.

Sadiq Khan manteve-se à frente das intenções de voto dos londrinos mesmo com os ataques do rival conservador que o acusavam de ser “próximo a religiosos radicais” e de “fornecer oxigênio aos extremistas”. Durante a campanha, Sadiq Khan rebateu as acusações afirmando que o rival Zac Goldsmith possuía uma retórica similar ao americano Donald Trump, cujo objetivo era dividir os londrinos em função de sua religião, além de se encontrar desconectado da realidade por fazer parte de uma elite milionária.

A repercussão da vitória

Antes mesmo que os resultados oficiais fossem divulgados nesta sexta-feira, uma fonte próxima à apuração já havia revelado que o candidato trabalhista não poderia mais ser derrotado por seu rival, logo no início da noite. O prefeito de Nova Iorque, Bill de Blasio, felicitou imediatamente o novo prefeito de Londres através de mensagem postada em sua conta Twitter. O mesmo fez Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista inglës, que parabenizou o Sadiq Khan e declarou em seu Twitter estar “impaciente para trabalhar ao seu lado, fazendo de Londres uma cidade justa para todos”.

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, também reagiu ao anúncio da eleição de Khan na rede social afirmando que “o humanismo e ideias progressistas beneficiarão os londrinos”.

Perfil do novo prefeito de Londres

Representante de Tooting, um bairro popular do sul de Londres, ele sucede na prefeitura da capital inglesa ao conservador Boris Johnson, partidário da saída do país da União Europeia e possível candidato a um futuro posto de primeiro-ministro do Reino Unido. Johnson esteve à frente da prefeitura de Londres durante os últimos oito anos.

Muçulmano praticante e ex-advogado de direitos humanos em Londres, Khan defende abertamente o casamento homossexual. Profissional de temperamento enérgico e ex-ministro, pai de duas filhas, Sadiq Khan prometeu dar uma resposta aos problemas mais urgentes de Londres, cuja população aumentou em 900 mil habitantes nos últimos oito anos: moradias inacessíveis à maior parte da população, uma rede de transporte saturada e a poluição.

Redação

7 Comentários

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  1. E ?

    Em todos os sites que entro hoje, seja no Brasil, seja no exterior, seja na mídia “burguesa” ou nos espaços ditos “progressistas” eu leio variações da mesma manchete :
    “Eleito o primeiro prefeito muçulmano de Londres !”

    O fato de Sadiq Khan ser muçulmano, cristão, judeu, budista ou ateu deveria ser o menos importante de sua carreira política, de sua vida como cidadão.

    Essas manchetes apenas demonstram o quanto ainda somos medíocres e imbecis.

     

  2. cosmopolita

    Londres é uma cidade cosmopolita e não uma cidade provinciana como São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Miami, NY e tantas outras…

  3. A incrivel capacidade do

    A incrivel capacidade do outrora Imperio Britanico em absorver povos e civilizações dos quatro cantos do mundo.

  4. Ah se fosse no Brasil

    1) A imprensa não o deixaria ser eleito. Possivelmente a Veja inventaria até que ele seria um terrorista bolivariano infiltrado. 

     

    2) Se ainda escapasse e fosse eleito, seria bombardeado diuturnamente com notícias manipuladas, visando desacreditar sua administração.

     

    3) Se mesmo assim, ele demonstrasse alguma força política para se reeleger, seria denunciado pela Lava Jato, com base no domínio do fato.

         Esse é o Manual.

     

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