Luiz Henrique Rosa e a bossa que desembocou na Bossa Nova

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Enviado por Free Walker

A Bossa sempre Nova de Luiz Henrique Rosa

Cantor, compositor, violonista e arranjador catarinense. Fez muito sucesso nos EUA entre 1966 e 1971. Faleceu em 1985, na cidade que amava, Florianópolis. Luiz Henrique Rosa nasceu em 25 de novembro de 1938, na cidade de Tubarão, no sul do estado de Santa Catarina. Filho primogênito do casal Raulino e Alice Rosa, ganhou mais tarde outras sete irmãs. Ainda pequeno, viveu em Lages e São José, onde conheceu seu companheiro inseparável por toda a vida: o violão.

Aos 11 anos veio com a família para Florianópolis, lugar que adotou desde o início e homenageou até as últimas canções. “Foi amor à primeira vista”, costumava dizer, como relata o escritor, jornalista e amigo de Luiz Henrique, Raul Caldas Filho. Conta-se por aqui, que Luiz Henrique foi o primeiro a se designar “manezinho da Ilha” com orgulho. Até então, a denominação dada aos nativos era considerada pejorativa.

A Música, desde o início, foi a sua principal forma de expressão. Mas não a única. Luiz Henrique também tinha grande vocação para o desenho. Aos vinte anos, Luiz Henrique começou a trabalhar na rádio Diário da Manhã, na época uma das melhores do sul do país. Depois de um tempo, já tinha seu próprio programa na emissora, onde tocava suas composições e os sucessos da época, como Pat Boone, Nat King Cole, Elvis Presley, Billy Eckstine, entre outros.

Seu estilo ritmista já antecipava a “bossa nova”, que dava os primeiros passos no Rio de Janeiro com Tom Jobim e João Gilberto. Antes de compor as estimadas 200 canções, Luiz Henrique também tocou em festas, bares e bailes.Em 1960, o pianista gaúcho Norberto Baldauf convidou-o a fazer parte do seu conjunto, do qual também fora integrante a consagrada Elis Regina, antes de despontar para o estrelato. Com este grupo, o cantor excursionou por todo o sul brasileiro, por cerca de um ano.

Em 1961, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se apresentou em diversos nightclubs, no célebre Beco das Garrafas, em Copacabana, e onde também gravou seu primeiro disco. Um compacto com duas músicas: Garota da rua da praia e Se o amor é isso, composições em parceria com Claudio Alvim Barbosa (Zininho), o poeta e autor do Rancho de Amor à Ilha. Em 1963, quando gravou seu primeiro Lp, A Bossa Moderna de Luiz Henrique, conquistou as paradas de sucesso em todo o país com as canções: Sambou, sambou; No balanço do mar e Vou andar por aí.

Em 1965, no auge da bossa nova no Brasil, Luiz Henrique parte para os Estados Unidos, na onda dos brasileiros que estavam fazendo a vida por lá. Em Nova York, conviveu com grandes músicos norte-americanos como Stan Getz, Oscar Brown Jr., Billy Butterfield, Bobby Hacket, entre outros. E com muitos brasileiros comoSivuca, Hermeto Pascoal,Walter Wanderley, João Gilberto, Airto Moreira. Com estes grandes nomes, Luiz Henrique compôs e gravou muitas músicas, em diversos LPs. Foi também durante este período no exterior que conheceu a atriz e cantora Liza Minelli. A forte amizade entre os dois trouxe a estrela para Florianópolis no carnaval de 1979, a convite de Luiz Henrique. O músico permaneceu nos EUA até 1971, quando então voltou à sua amada Ilha.

Em 1976, lançou seu último LP Mestiço, com faixas gravadas no Rio de Janeiro e em Hollywood. 
Em 9 de julho de 1985, ano em que completaria 25 anos de carreira artística, Luiz Henrique morre num brutal acidente automobilístico, aos 46 anos. Como ele próprio dizia: ‘a vida é mesmo assim pode estar no começo e estar chegando ao fim’.  

  

Sua fanpage no facebook  https://www.facebook.com/musicoluizhenrique?fref=ts  

Luiz Henrique e Walter Wanderley 

https://www.youtube.com/watch?v=FmdwF0Kiye4&list=PLFK9VwnO3i-GCq0aFYpORYkFDNzh27M_L&index=1]

Luiz Henrique e Oscar Brown Jr

Varios videos com Luiz Henrique

[video:https://www.youtube.com/watch?v=_XI8cYEtKJs&list=PLFK9VwnO3i-HH7iBvU3-h7GC2jNk7bZL_

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  1. Beco das Garrafas

     

    Luiz Henrique foi o único músico do Sul do país a fazer parte do grupo genuinamente carioca que respirava bossa nova.

    [video:http://youtu.be/20X0Faa-9yY width:600 height:450]

    A REABERTURA DO BOTTLE’S

    Quem apontar o olhar para a placa do Beco das Garrafas, na Rua Duvivier 37, em Copacabana, por exemplo, vai saber (ou se lembrar) que a pequena travessa é conhecida por ser o berço da bossa-nova. Foi um cenário de efervescência cultural nos anos 60, por onde passaram artistas como Elis Regina, Nara Leão, Sérgio Mendes, Chico Batera, Wilson das Neves e Durval Ferreira.

    — O beco já é um patrimônio imaterial do Rio. Ajudou a revolucionar a música brasileira — diz Amanda Bravo, cantora e produtora cultural que é filha de Durval Ferreira.

    Ela reabriu, no início do ano, o lendário Bottle’s Bar, que dividiu o cenário com as boates Little Club e Baccara — casas noturnas cantadas nos versos de “Beco das garrafas”, de Alberto Rosemblit e Paulinho Tapajós: “Só eu sei porque/ Morro de prazer/ Caminhando nas calçadas da Duvivier/ Volto a respirar/ As canções do beco de lá/ Lembro a matinê/ Volto a imaginar/ Dá pra ouvir até o som da música no ar”, diz um trecho. [ OGlobo ]

    Essa é a placa que fica na esquina do Beco das Garrafas.

    Vista aérea do Beco das Garrafas

    Esta é a vista frontal do Beco com as lendárias casas noturnas Bottles, Bacarat e Little Club

    Detalhe principal porta de entrada da boate Bacarat

    Esta é a última casa noturna do beco, o Little Club, ainda aberto, bem como a boate Don Juan

    Esta é a entrada principal do Bottles e a discoteca Ma Griffe

    Beco das Garrafas em ângulo oposto.

     

    LUIZ NO BECO

    Aos 46 anos, Luiz Henrique Rosa já havia conquistado tudo o que poderia querer da vida. Teve sucesso internacional, músicas que se tornaram clássicos, amigos verdadeiros e uma família feliz, mas ainda assim, durante as quase três décadas que sucederam sua morte, poucos conterrâneos souberam de sua história, conheceram suas músicas ou sequer ouviram falar de seu nome.

    Photobucket

    (Jornal O Catarina #67, da Fundação Catarinense de Cultura, em novembro de 2008)

    Membro da turma carioca formada pelo pessoal descolado da MPB e da bossa nova na década de 1960, Luiz Henrique Rosa jamais chegou a ser tão conhecido no Brasil quanto Jorge Benjor ou Elis Regina, artistas que começaram na mesma época a frequentar o Beco das Garrafas, travessa do bairro Copacabana que concentrava os bares mais boêmios da cidade. Quando chegou ao Rio de Janeiro, Luiz Henrique foi recebido pelo ídolo João Gilberto, fez um show ao lado de Elis Regina, quando nenhum dos dois era conhecido, e gravou seu primeiro disco. As músicas chegaram aos ouvidos de Vinicius de Moraes, que citou seu nome em uma rádio carioca ao ser questionado pelo locutor sobre um novo nome da bossa nova que valia a pena ouvir. O era então o único músico do Sul do país a fazer parte desse grupo genuinamente carioca que respirava bossa nova.

    INFORMAÇÕES E IMAGENS

    Fancaria

    http://fancaria.blogspot.com.br/2009/02/luiz-henrique-70.html

    Órfãos do Loronix

    http://orfaosdoloronix.wordpress.com/2013/01/27/special-post-beco-das-garrafas/

    Bottle’s Bar

    http://bottlesbar.com.br/instituto-do-patrimonio-estuda-criar-site-e-aplicativo-para-celular-com-roteiros-culturais-do-rio/

    Notícias do Dia

    http://ndonline.com.br/florianopolis/plural/178778-ha-29-anos-santa-catarina-perdia-luiz-henrique-rosa-um-dos-musicos-mais-importantes-do-estado.html

  2. Listen to me

     

    [video:http://youtu.be/JFiMEva_1qk width:600 height:450]

     

    Luiz Henrique estabeleceu-se – de vez, para sempre – em Florianópolis disposto a desencavar as raízes do autêntico manezinho da ilha e a fundar uma gravadora. Em meados dos anos 1970, concebeu o show Bananeira Chorá, Chorá, aproveitando-se de cantigas folclóricas do boi-de-mamão. Para atender sua outra vontade, montou seu selo independente no bairro Itaguaçu, depois transferido para uma casa com vista para o mar na praia do Sonho, em Palhoça.

    Pela Itagra (daí a denominação), lançou Mestiço, um LP com padrão muito superior às produções locais de 1975. De suas sete faixas, “Jandira”, “Sonhar” (ambas dividindo a autoria com Raul Caldas Filho), “Pra Não Deixar de Sambar”, “Sempre Amor” e a música-título foram gravadas no estúdio carioca Haway, com uma banda que incluía instrumentistas do quilate do arranjador e saxofonista J. T. Meirelles, do pianista Tenório Jr. e do baterista Edson Machado. As restantes, “Saiandeira” e “Dianne”, ganharam forma no Sound City, em Los Angeles, durante estada com Liza Minelli. A amiga retribuiria a visita passando o carnaval na ilha em 1979.

     

    Photobucket

     

    A despeito de tanto esmero, a distribuição precária comprometeu o desempenho do disco, marcando o final da carreira fonográfica de Luiz Henrique. Azar do mercado, porque ele continuaria registrando sua música em fitas caseiras ou à frente do programa Estamos Aí, exibido em 1978 na TV Cultura da capital. Dedicou-se ainda à produção de espetáculos, como a Sinfonia de Santa Catarina, concretizada em 1984 com Hermeto Paschoal; à coluna que mantinha no jornal O Estado e ao tablóide alternativo Galera da Ilha, que publicou suas aventuras no estrangeiro sob o título “Um Catarina na Broadway”.

    Ex-sócio e contumaz freqüentador de bares, Luiz Henrique sossegou na gerência do recém-inaugurado Armazém Vieira em 1985. Ali, o marido de Patrícia e pai de Raulino e Manuel recepcionava os boêmios, promovia noitadas históricas e, claro, dedilhava seu violão. Para celebrar seus 25 anos de carreira, planejava reunir suas principais composições em um álbum duplo. Só não contava com a Kombi que, dirigida por um motorista embriagado, bateria violentamente em sua Variant na saída do serviço. 

    Na madrugada do dia 9 de julho, uma terça-feira, morria o catarinense que mais longe levou a música do Estado, deixando inédita a maioria do material composto nos últimos dez anos. De lá para cá, talvez o maior reconhecimento que recebeu tenha vindo do outro lado do mundo – e, ironicamente, por meio do estilo que abandonou. Em 1998, para comemorar os 40 anos da bossa nova, a subsidiária japonesa da Verve, gravadora responsável por seus discos no exterior, relançou em CD as obras-primas do gênero que detinha em catálogo. Entre elas, Barra Limpa e Popcorn. Mais recentemente, a memória do artista ganhou um site oficial, com biografia, fotos e discografia. A página de projetos, no entanto, está em branco.

     

    [video:http://youtu.be/7w-qucnVsLA width:600 height:450]

     

    Luiz Henrique ao Vivo

     

    [video:http://youtu.be/oPfgZkEoFHA width:600 height:450]

     

    Desovado no Fancaria Blog por emersong do jornal ‘O Catarina’, da Fundação Catarinense de Cultura, em novembro de 2008.

    http://fancaria.blogspot.com.br/2009/02/luiz-henrique-70.html

  3. DISCOGRAFIA DE LUIZ HENRIQUE

    NÃO O CONHECI. NASCI EM 48. NOS ANOS 60 EU JÁ GOSTAVA DE MÚSICA, MAS POR RESIDIR NO NORDESTE ERA DIFÍCIL CONHECER O MUNDO MUSICAL DO BRSIL. DO LUIZ HENRIQUE TENHO APENAS UM DOWNLOAD DO LP BARRA LIMPA, DE 1967. NO BRASIL É ASSI. NÃO HÁ UMA VALORIZAÇÃO DO TRABALHO NOBRE. O TIPO E ESTILO DE L HENRIQUE PERTENCEM À ARTE UNIVERSAL. ATUAL E IMORTAL. QUE BOM SE HOUVESSE UM LANÇAMENTO DE SUA OBRA EM CD OU LP PARA O DELEITE , LAZER E ESTUDO DE ALGUMA FUTURA GERAÇÃO QUE FIZESSE RETORNAR O BELO. ÀS VEZES A FALTA DE FONTES DE PESQUISA DO QUE É BOM PODE SER UM MOTIVO PARA A FALTA DE INTERESSE POR NOVAS POSSIBILIDADES E ENCANTAMENTO. AFINAL, SÓ COM UM DISCO, OUVINDO-O, ME SINTO FELIZ. OBRIGADO LUIZ HENRIQUE. NOSSAS ILHAS TEM ALGO EM COMUM.

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