Lula apresenta defesa contra acusação de tentar obstruir a Lava Jato

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A defesa do ex-presidente Lula apresentou na segunda-feira (5) os argumentos contrários à acusação do Ministério Público Federal contra o ex-presidente, no âmbito da Operação Lava Jato, por suposta obstrução de Justiça com base na delação premiada de Delcídio do Amaral. O ex-senador afirmou à força-tarefa, em troca de benefícios, que Lula era o chefe de um esquema para comprar o silêncio de Nestor Cerveró, um dos principais delatores da Lava Jato.

A peça, com 159 paginas, “fulmina qualquer participação de Lula naquilo que o MPF defendeu como compra do silêncio”, diz a defesa de Lula. Ela também afirma, em nota, ter demonstrado as nulidades processuais.

Entre os pontos levantados pelos advogados está a delação premiada de Delcídio do Amaral. “(…) Única base da acusação, além de não configurar prova, conforme entendimento consolidado do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, também padece de flagrante nulidade”, diz.

A delação é nula, na visão da defesa de Lula, porque foi “negociada com o MPF sem a observância do requisito da voluntariedade, uma vez que o ex-senador narrou à repórter Malu Gaspar, da Revista Piauí, em junho, que o processo de delação premiada foi iniciado após ser ele trancado em um quarto sem luz na PF de Brasília, que enchia de fumaça do gerador do prédio.”

Na reportagem, Delcídio disse: “Aquilo encheu o quarto de fumaça, e eu comecei a bater, mas ninguém abriu. Os caras não sei se não ouviram ou se fingiram que não ouviram. Era um gás de combustão, um calor filho da puta. Só três horas mais tarde abriram a porta. Foi dificílimo.” 

Segundo a defesa, a delação também deixou de cumprir o caráter sigiloso até a denúncia, tal como assegurado pela lei e pelo próprio acordo de colaboração, uma vez que o teor da delação foi vazado à revista IstoÉ, em edição antecipada para 03.03.2016.

“A defesa do ex-presidente Lula confia na imediata rejeição da denúncia ou, ainda, que eventual instrução probatória irá mostrar, com absoluta clareza, a inocência do seu cliente”, informa a nota.

A peça de defesa está disponível aqui.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

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  1. Alucinante

    Se o senador da republica Delcidio do Amaral foi torturado – não ha outra palavra para o que ele descreve – nas dependências da Policia Federal, da para pensar o que fizeram como tortura psicologica com os outros “delatores”? E, sabendo disso, a PGR mantém esse estado de coisas…. E o STF também. Ruiu a republica e com ela o que poderia ser uma democracia. Ah é, esqueci que fazem isso todo dia com os negros, pobres, periféricos etc. Vai chegar o momento que teremos que destruir todo o sistema carcerario, policial e até juridico se quisermos, enfim, tornarmos um Estado Democratico de Direito.

  2. Bem, nessa altura do

    Bem, nessa altura do campeonato esperar que alguém com poder da mídia sugira a Sérgio Moro que inquira Claudia Cruz sobre Eduardo Cunha seria muita ingenuidade, é isso? É que a prova ali colhida a partir dessa inquirição seria, com certeza, farta.

    Ah, que bobagem… mesmo sem Cruz a prova já é farta e eloquente. Justiça é algo que não existe por enquanto, está suspensa. O negócio é abaixar a cabeça e, se não alinhar-se com o golpe coxinha, calar-se.

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