Lula em Curitiba: apesar da juíza, venceu o bom senso!, por Marcelo Auler

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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As primeiras caravanas, com militantes do MST do próprio estado do Paraná, chegaram na manhã desta terça-feira e prestaram uma homenagem ao militante Antônio Tavares, assassinado há 17 anos onde hoje há um monumento desenhado por Oscar Niemeyer, na BR 277. Foto Marcelo Auler

As pprimeiras caravanas, com militantes do MST do próprio estado do Paraná, chegaram na manhã desta terça-feira e prestaram uma homenagem ao militante Antônio Tavares, assassinado há 17 anos onde hoje há um monumento  desenhado por Oscar Niemeyer, na BR 277. Foto Marcelo Auler

Lula em Curitiba: apesar da juíza, venceu o bom senso!

por Marcelo Auler

Apesar do Interdito Proibitório imposto pela juíza substituta da 5ª Vara da Fazenda Pública, Diele Denardin Zydek, mantido pelo juiz Francisco Jorge, que como juiz convocado no Tribunal de Justiça do Paraná negou liminar em um Habeas Corpus interposto pela Defensoria Pública, o bom senso funcionou no Paraná.

Depois de entendimentos entre governo do Estado, prefeitura municipal e organizadores do Ato Público da Campanha Nacional em Defesa de um Brasil Justo Para Todos e Para o Lula, as primeiras caravanas começaram a chegar a Curitiba no início da manhã desta terça-feira (09/05) sem risco de maiores confrontos.

Ao final das contas, o Judiciário, a quem cabe teoricamente o papel moderador, ficou com a pecha de intolerante e antidemocrático ao tentar barrar o ir e vir dos cidadãos, bem como manifestações pacíficas que são garantidas pela Constituição. Se prevalecesse a decisão absurda da juíza Diele, milhares de pessoas, incluindo mulheres, jovens e bebes, estariam ao relento ou seriam obrigadas a se abrigarem fora de Curitiba. Com isso, seriam mais de 300 ônibus entrando e saindo da cidade nesses três dias, causando enorme tumulto.

No acordo costurado no gabinete do secretário de segurança do Estado, Wagner Mesquita, com a presença do secretário de segurança do município de Curitiba, Algacir Mikalovski, e de Gilberto Carvalho, ex-secretário da presidência no governo Lula, com a participação ainda do deputado federal Enio Verre (PT-PR), os militantes que chegarem à Curitiba sem local para pousar, acamparão em um terreno pertencente à União, nas proximidades da Rodoferroviária, no centro de Curitiba.

 
Entre os manifestantes há crianças  de várias idades e jovens, o que não foi pensado pela juíza Diele ao tentar impedir o acesso das caravanas a Curitiba. (Fotos Marcelo Auler)

Entre os manifestantes há crianças de várias idades e jovens, o que não foi pensado pela juíza Diele ao tentar impedir o acesso das caravanas a Curitiba. (Fotos Marcelo Auler)

Durante o depoimento de Lula, na tarde de quarta-feira, as atividades programadas não serão mais na tradicional Boca Maldita da capital paranaense (na Rua das Flores), mas defronte a Universidade Federal do Paraná, na Praça Santos Andrade, no centro da cidade. Já as centenas de ônibus aguardados – só de Teresina (PI) saíram cinco, do ABC paulista cerca de 30 – ficarão no estacionamento do Complexo Poliesportivo Pinheirão.

Nas negociações, como o próprio Carvalho reconhece – o que o fez através de mensagem aos dois – houve boa vontade no diálogo tanto por parte de Mesquita, da segurança estadual, como de Mikalovski. Eles e outros assessores governamentais com o qual o Blog conversou, mas que preferem o anonimato, convenceram o prefeito Rafael Grega do absurdo da decisão da juíza. Posteriormente mantida pelo juiz convocado pelo TJ.

No fundo, a valendo o Interdito Proibitório e impedindo a permanência das caravanas em Curitiba – uma vez que o acesso à cidade não poderia ser proibido – o tumulto seria ainda maior e aí sim, com grandes chances de atos mais violentos. Todos os lados trabalharam no sentido de evitar confrontos. Relembre-se, como falamos na reportagem Lula em Curitiba: monta-se um ringue, que a organização do evento preocupou-se em manter manifestantes afastados do prédio da Justiça Federal, onde Sérgio Moro ouvirá Lula.

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Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

7 Comentários

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  1. Dos comentários de

    Dos comentários de anti-petistas, alguns, adjetivando o ex-Presidente de ladrão, crê que ele, por direito, permanecerá em silêncio. Du-vi-do.

    Lula estaria mudado se deixasse passar a grande oportunidade de dizer a Moro, olho no olho, tudo que pensa, que fez, e sente a respeito de toda essa patacoada. Muito capaz de falar mal da Globo, só pra chatear. E Moro, com seu falar fiinnho, também não vai deixar por menos. Talvez a foto da revista, como se ambos estivessem num ring, de fato tenha dado a imagem precisa desse encontro fatal.

  2. O “bom senso” que falta ao

    O “bom senso” que falta ao povo contra toda esta patifaria :

    Resultado de imagem para hk 47 fuzil

    Um juizeco acabou de decretar o fechamento do Instituto Lula .

  3. Sabe o que tudo isso contra o

    Sabe o que tudo isso contra o Lula realmente mostra? Que a direita brasileira (e acredito ser algo próprio aos países subdesenvolvidos) flerta com o fascismo o tempo todo. O que esse pessoal gostaria de fazer, mas não pode dizer (ainda), é matar o Lula. É simples assim. Eles não toleram a liberdade, a igualdade, nem num nível mais mínimo. Isso deveria (e já deve ter sido, na verdade) objeto de estudos históricos e sociológicos. Uma camada privilegiada, que assim o foi por séculos de existência do país, explorando trabalho escravo, e em cima de muito sangue (dos outros), perpetua isso e só muda o discurso a ele atrelado de acordo com os costumes dos tempos. No fundo, é a mesma coisa. Lembrando que o Brasil é um dos países mais antigos do mundo e isso já deve ser quase que uma tradição nossa (pisar no povo), em mais de 400 anos de prática.

  4. Menos mau! Os brancos

    Menos mau! Os brancos racistas incrustados no topo da pirâmide social e na alta burocracia judiciária precisam entender que o país não é deles. E se não gostam de pardos e pretos, que são a maioria da população, já sabem para onde devem se mudar!

  5. Animos aquecidos pela direita judicial

    Parece que as coisas esquentaram definitivamente.Um juiz de piso de Brasília decidiu fechar o Instituto Lula assim como o pedidos de filmagem por equipe dos advogados de LULA filmassem o interrogatório foi negado e o adiamento do processo por falta de isonomia (tempo para conhecer o processo) idem.  A intenção parece ser acirrar os ânimos, como ocorreu  em 68, antes do AI-5. A Globo abandona a política dos partidos e avança para a força.

  6. Manifestação bonita

    Every one of you, then, honest young folks, men and women, peasants, laborers, artisans and soldiers, you will understand what are your rights and you will come along with us; you will come in order to work with your brethren in the preparation of that Revolution which, sweeping away every vestige of slavery, tearing the fetters asunder, breaking with the old worn-out traditions, and opening to all mankind a new and wider scope of joyous existence, shall at length establish true Liberty, real Equality, ungrudging Fraternity throughout human society: work with all, work for all — the full enjoyment of the fruits of their labor, the complete development of all their faculties; a rational, human and happy life!

    Don’t let anyone tell us that we — but a small band — are too weak to attain unto the magnificent end at which we aim.

    Count and see how many of us there are who suffer this injustice.

    We peasants who work for others and who mumble the straw while our masters eat the wheat, we by ourselves are millions of men.

    We workers who weave silks and velvets in order that we may be clothed in rags, we, too, are a great multitude; and when the clang of the factories permits us a moment’s repose, we overflow the streets and squares like the sea in a spring tide.

    We soldiers who are driven along to the word of command, or by blows, we who receive the bullets for which our officers get crosses and pensions, we, too, poor fools who have hitherto known no better than to shoot our brothers, why, we have only to make a right-about-face towards these plumed and decorated personages who are so good as to command us, to see a ghastly pallor overspread their faces.

    Ay, all of us together, we who suffer and are insulted daily, we are a multitude whom no man can number, we are the ocean that can embrace and swallow up all else.

    When we have but the will to do it, that very moment will Justice be done: that very instant the tyrants of the Earth shall bite the dust.”

    Kropotkin, an Appeal to the Young

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