Lula: Nova fase da Lava Jato deveria se chamar Boca de Urna

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O ex-presidente Lula reagiu na manhã desta quinta (22) à nova fase da Lava Jato, chamada Arquivo X, que prendeu o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega sob a alegação de ter pedido doação eleitoral ao empresário Eike Batista. Segundo Lula, a operação deveria ser chamada de “boca de urna”, porque atinge o PT às vésperas da eleição municipal.

“É importante lembrar que eles estão trabalhando isso contra o PT desde 2006. Depois, em 2010, com a Dilma. Em 2012, a gente atravessou a eleição com o julgamento do mensalão e, agora, outra vez. Isso deveria se chamar operação Boca de Urna, porque é só chegar perto da eleição que eles vão pra cima do PT.”

Lula disse que a prisão de Mantega joga “no lixo” qualquer “tese de humanitarismo”. O ex-ministro foi preso no hospital onde a esposa com câncer se preparava para enfrentar uma cirurgia. A repercussão negativa fez o juiz Sergio Moro revogar a prisão preventiva no início da tarde.

O ex-presidente disse que a Lava Jato é um processo equivocado porque tem forte “viés político”. “Depois de dois anos de investigação, o Ministério Público vai fazer acusação e termina dizendo que não tem provas, mas convicção. Ninguém pode ser julgado com base em convicção. É um processo político”, avaliou.

Na visão do petista, “alguém produziu uma novela, um roteiro, que está sendo cumprido à risca entre polícia, MP, Justiça e meios de comunicação.”

“O que interessa não é a veracidade do crime, o que importa é a versão. Quero que me respeitem e não façam ilações”, disparou.

Abaixo, a entrevista completa dada a uma rádio no Ceará.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

10 Comentários

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    1. O problema foi que não teve

      O problema foi que não teve coragem em encarar as coisas da forma como elas eram, quando teve a oportunidade. A vida quer é coragem, como diria o livro.

      Uma penas que as coisas estejam caminhando do jeito que estão. E uma pena ele ser um dos co-criadores dessa novela (simplesmente por não ter ido pra cima da democratização da informação quando tinha capital político pra isso). É a história como farsa mesmo.

      1. Democratizar a informação

        Uma bela oportunidade para democratizar os meios de comunicação foi perdida quando da definição do padrão de TV digital, sob a caneta do nosso grande Lula. Priorizou-se na ocasião a alta definição de imagem, modelo defendido pelas atuais emissoras, que atuam em verdadeiro cartel.

  1. Essa atitude

    Chega tarde demais… que isso seja lição para a esquerda se um dia voltar ao poder o que deve ser feito… Não há acordo é sangue nos olhos e vingança nos moldes do que eles fazem.

     

     

  2. Tem muita gente do PT sendo

    Tem muita gente do PT sendo presa na lava-jato, enquanto que dos outros partidos, NADA!!!

    Breve vão resumir a lava-jato ao PT, vão alterar os nomes da lista da Odebretch para membros somente do PT. Os indiciados por Janot ao STF terão seus processos arquivados, exceto os do PT. A delação de Sérgio Machado terá ocorrido entre integrantes do PT – aliás o próprio delator vai dizer que era do PT, que nunca foi do PMDB ou do PSDB. Onde se lê PP, dirão que foi equívoco, na verdade a intenção era dizer PT, é que os fonemas são parecidos.

    Só o PT teve envolvimento na lava-jato, em breve, “FATO” !!!

  3. Nada a ver. O PT tem minimas

    Nada a ver. O PT tem minimas chances nas eleições municipais, mesmo que a Lava Jato parasse na semana passada.

    A cruzada moralista não tem como alvo final o PT, o alvo é muito maior, é o PODER sobre o Estado brasileiro, no seu todo.

    O objetivo dessa Revolução é a eliminação da classe politica e a tomada do Poder,  como tda Revolução.

    Lula achar que fazem isso por causa das eleições municipais é muita pretensão, o PT hoje é alvo para bolinha de gude.

    1. OpiniãoAs esquerdas e a

      Opinião

       

      As esquerdas e a eleição

       

      A desconfiança nas instituições, incentivada pelas elites, pode intoxicar o voto no dia 2 de outubro  por Marcos Coimbra — publicado 21/09/2016 03p8    inShare Ricardo Stuckert/ Instituto LulaLula e Haddad

      Agora que Lula passou a ser alvo direto, o quadro pode ser mais favorável ao PT e às esquerdas

      Leia também Reaja em outubro São Paulo: eleição decidida no trânsito? Denúncia contra Lula tem “indisfarçável cunho político”, diz Aragão Só uma cidade tem paridade de gênero nas eleições 2016 “No Brasil não se faz democracia impunemente”  

      Na razia que promovem para se livrar de Lula e do PT, as elites brasileiras não poupam alvos ou contam munição. Sua ânsia de retomar o controle do Estado é tamanha que atiram para todos os lados.  

      Depois da deposição de Dilma Rousseff, assestam agora suas baterias contra o alvo principal. Desde o início, era Lula quem queriam trucidar, pelo temor de sua força popular e resiliência. À frente vão os precursores das brigadas rebeladas do aparelho de Estado, na polícia e adjacências, de braços dados com os oligopólios de comunicação. Resta ver se o conjunto do sistema político e jurídico permanecerá imóvel, concordando que é assim que as coisas devem ser no Brasil e fornecendo mais um lastimável espetáculo ao mundo civilizado.  

      Essa guerra já deixou um rastro de destruição na economia, na vida das pessoas e na política. Ficamos mais pobres como país, mais divididos como sociedade, mais desanimados como cultura. A imagem do Brasil fragilizou-se, entre seus cidadãos e perante o resto do mundo. A confiança nas instituições diminuiu. Ninguém sabe ao certo o que esperar delas.

      Uma das vítimas desse estado de coisas são as eleições municipais. Estão marcadas para daqui a duas semanas, sem que o eleitorado esteja sequer se apercebendo delas. Para a vasta maioria das pessoas, vão chegar de repente e acabar mais de repente ainda. Será como se saltássemos uma eleição. 

       

      Pena, pois todo pleito é importante na formação de uma cultura democrática. Algo de que o Brasil carece, com sua história política marcada por limitações ao sufrágio, ditaduras e golpes de Estado, com juristas sempre prontos a dar “jeitinhos” e acochambrar as invenções que as elites encomendam. 

      Este ano, apesar de tudo o que está acontecendo e a tomar pelas pesquisas disponíveis, as eleições nas capitais podem surpreender. Nada indica que serão o cemitério das esquerdas e do PT que os mais afoitos imaginavam. Agora, então, que Lula passou a ser alvo direto, o quadro pode ser-lhes ainda mais favorável.   

      É bom lembrar que o PT hoje governa apenas três capitais, Goiânia, Rio Branco e São Paulo. A esses poderíamos somar Fortaleza, São Luís, Natal e Curitiba, administrados por prefeitos do PDT que estiveram na defesa de Dilma até o final e pertencem a grupos políticos que fazem oposição ao governo Temer. 

      De acordo com as pesquisas mais recentes e deixando São Paulo para o fim, o PT tem chance de ir a quatro prefeituras de capital, pois é franco favorito em Rio Branco, lidera em Porto Velho e divide a liderança em Porto Alegre e no Recife.

      Na capital gaúcha, Raul Pont empata no primeiro lugar com o candidato do PMDB e ambos são seguidos de perto por Luciana Genro, do PSOL, o que sugere uma possível vitória da esquerda no segundo turno. No Recife, João Paulo está igual ao atual prefeito do PSB e tem ampla chance de vitória. 

      Ministros e TemerResta ver se o conjunto do sistema político e jurídico permanecerá imóvel

      Os quatro pedetistas estão em primeiro ou segundo lugares, sendo Carlos Eduardo, em Natal, forte favorito. O prefeito de Fortaleza, apoiado por Ciro e Cid Gomes, está na dianteira e receberia o endosso do PT no segundo turno, como aconteceu em 2012.

      Caso semelhante ao de Edivaldo Holanda, em São Luís, apoiado pelo governador Flávio Dino, do PCdoB. Resta Curitiba, onde Gustavo Fruet está em segundo e o terceiro posto é ocupado por um candidato do PMDB não alinhado ao Planalto.   

      Do PSOL são os líderes em Belém e Cuiabá e há dois casos de favoritos com trajetória partidária descontínua, mas próximos da esquerda. Luciano Cartaxo, prefeito de João Pessoa, lidera com folga a eleição, estando hoje no PSD, mas fez sua carreira política no PT e foi contrário ao impeachment até o final. Clécio Luís, de Macapá, é favorito e pertence à Rede, mas foi do PSOL e integra sua corrente à esquerda. 

      Não parece, portanto, irreal o prognóstico de que, nas eleições nas capitais estaduais, a oposição de esquerda ao governo Temer aumente substancialmente de tamanho. Resultado até inesperado, considerada a força do golpe que a direita acabou de desfechar. 

      E São Paulo? Quem acompanhou as eleições mais recentes na cidade sabe quão difícil é antecipar resultados quando faltam semanas. Mas, se as pesquisas se confirmarem, parece provável a derrota do PT.

      Fernando Haddad, um dos melhores quadros políticos brasileiros surgidos nos últimos anos, pode ser mais um atingido na guerra contra seu partido. Apesar de qualquer pessoa inteligente, à direita ou à esquerda, reconhecer suas qualidades como prefeito e sua superioridade em relação aos concorrentes.

       

    2. Nada a ver. O PT e aliados continuam fortes eleitoralmentes

      Aqui no RJ (caixa de ressonância política e social) o lulismo tem ótima força eleitoral

      Imagem do comício de Dilma e Jandira Feghali ontem na Cinelândia .

      (segundo a PM e organizadores, presença de mais de 60 mil pessoas)

      Resultado de imagem para jandira feghali e dilma na cinelandia

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