Luvas eletrônicas podem ensinar Braille, mesmo que o usuário não preste atenção

Jornal GGN – Depois de criar, anos atrás, uma luva eletrônica que poderia ensinar o usuário a tocar melodias de piano em apenas 45 minutos, pesquisadores do Georgia Institute of Technology criaram uma nova versão do projeto, mas desta vez com a capacidade de ensinar pessoas a ler e escrever em Braille.

A diferença, desta vez, é que as pessoas que usam a luva nem precisam prestar atenção. Segundo os pesquisadores, é possível aprender mesmo fazendo outra atividade.

“O processo é baseado na aprendizagem tátil passiva (PHL)”, explica Thad Starner, professor da Georgia Tech e pioneiro da computação vestível. “Aprendemos que as pessoas podem adquirir as habilidades motoras através de vibrações sem dedicar atenção ativa em suas mãos”, diz. Em seu novo estudo, Starner e o estudante Caitlyn Seim analisaram o quão bem estas luvas trabalham para ensinar Braille.

Cada participante do estudo usava um par de luvas com motores de vibração minúsculos costurados nos nós dos dedos. Os motores vibravam em uma sequência que correspondia com o padrão de digitação de uma frase pré-determinada, em Braille. Sinais de áudio informavam os usuários que cartas em Braille eram produzidas digitando essa sequência. Depois, todos tentaram digitar a frase uma vez, sem os sinais ou vibrações, em um teclado.
As sequências foram, então, repetidas durante uma tarefa de distração. Os participantes jogaram um jogo por 30 minutos e foram orientados a ignorar as luvas. Metade dos participantes sentiu vibrações repetidas e ouviu as sugestões; os outros apenas ouviram os sinais de áudio. Quando o jogo acabou, os participantes tentaram digitar a frase sem usar luvas.

“Aqueles do grupo de controle fizeram o mesmo em sua segunda tentativa (como fizeram em seu teste de linha de base pré-estudo)”, explica Starner. “Mas os participantes que sentiram a vibração durante o jogo eram um terço mais precisa. Alguns foram mesmo perfeitos”. Os pesquisadores esperavam ver uma grande disparidade entre os dois grupos com base nos resultados de sucesso ao usar a luva no piano. Mas os alunos “passivos” adquiriram uma habilidade adicional.

“Notavelmente, descobrimos que as pessoas puderam transferir conhecimento aprendido com digitação Braille para ler Braille. Após o teste de digitação, os alunos passivos eram capazes de ler e reconhecer mais de 70% das cartas da frase”, explica Seim. Ninguém no estudo já tinha digitado em um teclado Braille ou sabia o idioma.

Quase 40 milhões de pessoas no mundo são cegas. No entanto, como o ensino de Braille é amplamente negligenciado nas escolas, apenas 10% daqueles que são cegos aprendem o idioma. O Braille também é difícil de aprender mais tarde na vida, quando diabéticos, veteranos feridos ou pessoas mais velhas tendem a perder a visão. Os estudos em Braille serão apresentado em setembro, durante o 18 º Simpósio Internacional de Wearable Computers (ISWC).

Com informações do Phys.org

Redação

5 Comentários

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      1. Por isso é que luvas podem ensinar…

        Jamais um idioma poderia ser ensinado desse modo. Nao que nao haja correlaçoes que as pessoas apreendem inconscientemente, mas sao muito mais complexas e numerosas, e nao só entre os símbolos, mas entre eles e a realidade. Leva-se alguns anos para aprender uma língua… 

  1. Esse resultado deve ser uma

    Esse resultado deve ser uma verdadeira revolução , porque vai de encontro a tudo que se conhece sobre aprendizado: Sem concentração seu cerebro não aprende nada.

    Parece propaganda enganosa. Estão vendendo alguma coisa?

     

    1. Vc está enganado, há 2 tipos de aprendizagem

      Uma que se faz com acompanhamento da consciência, e outra que se faz automaticamente. Normalmente as duas agem junto: no início, há concentraçao e acompanhamento com atençao, com uso do córtex cerebral, depois os órgaos da base automatizam. Mas também há aquisiçao inconsciente de padroes sempre, o cérebro como um todo é um grande detector de padroes. 

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