Maria Rita Kehl lança nova edição de Deslocamentos do feminino

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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A obra, publicada originalmente em 1998, foi atualizada na nova edição e dividida em três partes.

Jornal GGN – Maria Rita Kehl recebe o público nesta terça-feira, 20 de setembro, para o lançamento da nova edição de “Deslocamentos do feminino: a mulher freudiana na passagem para a modernidade”, pela Boitempo Editorial. O evento, aberto ao público, também estreia a edição #206 da Revista Cult, com dossiê “Dicções femininas na cultura brasileira” e entrevista com Maria Rita. A sessão de autógrafos será a partir das 19h, no Espaço Cult, em São Paulo.

Em “Deslocamentos do feminino”, a psicanalista Maria Rita Kehl investiga as relações entre a mulher, a posição feminina e a feminilidade como se mostravam na transição do século XIX para o XX e quais eram seus anseios reprimidos. Por meio de uma análise do romance “Madame Bovary”, a autora reflete as situações que levaram tantas mulheres à clínica de Sigmund Freud.

A obra, publicada originalmente em 1998, foi atualizada na nova edição e dividida em três partes: a primeira traz a constituição da feminilidade no século XIX, a busca pela origem dos discursos aceitos e, até agora, como descritivos de uma “natureza feminina”; a segunda aborda o romance de Flaubert e apresenta Emma Bovary como um “paradigma da mulher freudiana, alienada nas malhas de um discurso em que seus anseios latentes não encontram lugar ou palavra”; por fim, a terceira é dedicada às teorias freudianas sobre as mulheres, a sexualidade feminina e suas repercussões na psicanálise contemporânea.

Maria Rita também examina alguns pontos da biografia de Freud e tenta entender o que o pai da psicanálise falhou em escutar nas queixas das mulheres a quem ele mesmo deu voz. “Este não é um livro sobre a história das mulheres, embora eu tenha precisado passar por um pouco de história para entender como se constituíram e se fixaram os discursos sobre as mulheres e a feminilidade na era moderna”, disse a autora, no prefácio da obra.

Para Freud, a cura das histéricas equivalia a devolvê-las à mesma feminilidade da qual elas se desajustavam. Já para Maria Rita, hoje podemos pensar na histeria como um feminismo espontâneo, que recusa uma identificação com uma natureza feminina eterna e universal. “Se existe uma cura para as mulheres (…) ela passa pela (re)conquista do que, sendo dos homens, não tem por que não ser das mulheres também”, completou Maria Rita.

A psicanalista Maria Rita Kehl já trabalhou como jornalista e integrou a Comissão Nacional da Verdade. Autora de vários livros, com “O tempo e o cão: a atualidade das depressões”, foi comtemplada em 2010 pelo prêmio Jabuti na categoria Não Ficção.

Serviço

Noite de autógrafos com Maria Rita Kehl – Lançamento de “Deslocamentos do feminino” + “Revista Cult #206”

Local: Espaço Revista Cult

Endereço: R. Aspicuelta, 99 – Alto de Pinheiros, São Paulo – SP, 05433-010

Quando: terça-feira, 20 de setembro, das 19h às 22h30

Entrada gratuita

Sobre o Livro

“Deslocamentos do feminino: a mulher freudiana na passagem para a modernidade”
Autor: Maria Rita Kehl
Orelha: Marilena Chaui
232 páginas 
Preço: R$ 57,00
Editora: Boitempo

 

 
Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

2 Comentários

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  1. “Se existe uma cura para as

    “Se existe uma cura para as mulheres (…) ela passa pela (re)conquista do que, sendo dos homens, não tem por que não ser das mulheres também”, completou Maria Rita.

    Maravilha a psicanalista que reconhece, que mulheres tendo que (re)conquistar, é porque foram expoliadas. Algumas se acomodam e pensam que tem de dizer amém, e em troca tais como bichos irracionais, recebem presentinhos.

    E como a partir daí se propaga a cultura macha, algumas recebem bofetões, de machos que se sentem seus patrões. 

    Para azar dos canastrões, muitas e muitas lhes exigem postura honesta. Quanto mais a violência macha fica manifesta, mais crescerá reação contra à criminosa farsa.

     

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