Medidas do BC buscam melhorar distribuição de recursos

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – As medidas divulgadas pelo Banco Central têm por objetivo aperfeiçoar ações prudenciais ligadas ao crédito, além de melhorar a distribuição de recursos na economia, segundo declarações do chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro da autarquia, Sérgio Odilon dos Anjos.

Uma das medidas anunciadas pelo BC prevê a liberação de recursos pelos bancos, que deveriam ficar reservados para situações de risco não esperadas, quando é concedido crédito. Ao conceder crédito, os bancos têm que reservar dinheiro para o risco esperado de inadimplência e o não esperado, como a ocorrência de problemas na economia do país. Antes dessa medida, até o total pagamento do empréstimo pelo cliente, o banco tinha que deixar esse dinheiro reservado. Agora, na medida em que o cliente for fazendo os pagamentos, essa reserva obrigatória vai diminuindo. A nova regra vale para operações de até 60 meses.

Segundo Odilon, o impacto potencial de liberação de recursos com essa medida é R$ 10 bilhões, mas cada banco vai decidir se usa esse recursos liberados para oferecer novos empréstimos aos clientes, por exemplo. “É preciso aguardar o comportamento da demanda e dos bancos”, disse Odilon.

Outra medida anunciada pelo BC busca ampliar a oferta de crédito para as pequenas empresas e o impacto esperado é de R$ 5 bilhões. O BC ampliou o limite de R$ 600 mil para R$ 1,5 milhão das operações de crédito a empresas de pequeno porte sujeitas a menor exigência de capital.

O BC também anunciou alterações em normas relativas aos recolhimentos compulsórios, dinheiro que os bancos são obrigados a deixar depositados no BC, sobre recursos a prazo e à vista. O impacto estimado dessas medidas é R$ 30 bilhões.

Entre as mudanças nas regras, está a que amplia o número de bancos que poderão lançar mão de parte (até 20%) de seus recolhimentos compulsórios sobre depósitos à vista para empréstimos e financiamentos que sejam enquadráveis no Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Para isso, o BC reduziu de R$ 6 bilhões para R$ 3 bilhões o valor do Patrimônio de Referência, Nível I, das instituições. A medida tem impacto projetado em cerca de R$ 200 milhões. Atualmente, os bancos têm R$ 15 bilhões aplicados no PSI.

O BC também adotou medida para estimular a compra de carteira de pequenos bancos por instituições maiores. Para isso, o BC decidiu deixar sem remuneração 50% dos depósitos compulsórios a prazo. Se o banco não quiser ficar sem a remuneração, poderá usar esses recursos para comprar carteiras de crédito de outras instituições financeiras e oferecer empréstimos para compra de carros e motos a clientes. A quantidade de bancos que poderão vender as carteiras de crédito foi ampliada de 58 para 134. Segundo o BC, instituições com Patrimônio de Referência Nível 1, na posição de dezembro de 2013, inferior a R$ 3,5 bilhões poderão vender as carteiras, sem restrições.

De acordo com a autoridade monetária, as medidas foram tomadas considerando o ritmo de evolução dos recolhimentos compulsórios durante os últimos anos – de R$ 194 bilhões ao final de 2009 para cerca de R$ 405 bilhões no momento atual, com crescimento de R$ 50 bilhões apenas nos últimos doze meses – nível elevado de liquidez esterilizado no Banco Central -; a recente moderação na concessão do crédito; a inadimplência em patamares relativamente baixos; e o recuo do nível de risco no sistema financeiro nacional.

Hoje, o BC também anunciou que colocou em consulta pública normativos para criar o Indicador de Liquidez de Curto Prazo (LCR) e a Razão de Alavancagem (RA). O LCR é a razão entre o estoque de ativos de alta liquidez e o total de saída de caixa previstas para um período de 30 dias, em condições de estresse no mercado financeiro. A RA é a razão entre o capital de mais alta qualidade mantido pelos bancos (capital nível um) e total de exposição a risco da instituição.

 

Com informações da Agência Brasil

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

10 Comentários

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  1. Quero ver

    Essas medidas não adiantam nada.

    Quero ver o pequeno empresário conseguir um empréstimo em algum banco

    A Caixa é um exemplo de instituição que dificulta a vida das pequenas empresas.

    Papo furado.

     

    1. Pelo visto andou lendo

      Pelo visto andou lendo Azevedo na Veja que nada é formado em ecoomia. Pelo contrário, todo esse dinheiro não cé  para aumentar consumo, o que só pioraria o quadro inflacionário, mas para pequenos empreendedores e já endividados.

  2. – Banco Central: “Viu? Estou

    – Banco Central: “Viu? Estou disponibilizando mais dinheiro para crédito!”

    – Você: ´É, mas continua caro, pois os juros estão muito altos!”

    – Banco Central: “Ah, mais aí não posso fazer nada! A culpa é do Copom!”

     

  3. Crédito do BC

    Nassif,

    O rol de medidas significa um acréscimo de R$ 45 bilhões no volune de empráestimos para empresas e clientes em geral.

    Muitos bancos particulares não devem ter gostado nem um pouco das medidas anunciadas, pois joga prá frente a tal da crise que nunca chega. A banca nacional não quer saber de governo petista no poder, muito embora tenha ganho $$$ com ele, nestes últimos doze anos, o que nunca gabnou na vida, um fenômeno impossível de ser explicado.

    Crédito concedido significa mais $$$ girando no mercado e mais gente participando da ciranda, o que significa crescimento da economia.

    Logo mais surgirão na mídia os “analistas do patrãozinho” ,destiando os possíveis efeitos negativos desta medida do BC. Para um elogio, serão oito ou dez críticas negativas. Quando vejo estes idiotas dizendo que a inflação a 6,5% está altíssima, me pergunto por onde eles andavam nos anos 80 e 90, se viram o país ficar de koelhos e mão estendida ao FMI por tres vezes, no governo do príncipe de Higienópolis.

  4. Estamos a caminho por aqui

    A escalada do consumo atropelou o valor da autonomia na vida prática e engoliu o sonho do trabalho como esfera de autorrealização humana. O ter –e não o fazer– nos define. Não é à toa que o sentimento do vazio, em meio à toda tecnologia e abundância ocidentais, só faz crescer.

    EDUARDO GIANNETTI

     

  5. chora Globo…

    como temos dinheiro sendo espalhado como adubo, nada de economia em risco…………….

    quer mais crédito? primeiro paga o que deve

    1. se mais dinheiro significasse

      se mais dinheiro significasse apenas mais crescimento bastava o país imprimir grana e despejar nas cidades com uso de aviões…… simplório.

  6. complementando o meu

    complementando o meu comentário: além dos piguistas, os membros do centro hípico da paulista vão criticar essa possibilidade de crescimento….. 

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