Meirelles, da J&F, no golpe dentro do golpe

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Do Blog de Marcelo Auler

Meirelles, da J&F, no golpe dentro do golpe

Equipe de Comunicação do SOS BRASIL SOBERANO*

O “golpe dentro do golpe” é entregar, em uma eleição indireta, a Presidência do país a Henrique Meirelles, representante histórico dos interesses do capital financeiro internacional e ex-executivo da própria J&F, como querem vários grupos empresariais e alguns políticos.
 
Ele parece ter credenciais melhores do que as de Michel Temer para fazer as reformas ultraliberais do projeto derrotado nas urnas – e que motivaram a derrubada da presidenta eleita, Dilma Rousseff. Pelo menos na avaliação dos atores que deflagraram o ataque recente ao governo Temer, uma articulação que uniu Grupo Globo, J&F (dono da JBS) e Procuradoria Geral da República.

 
Essa parece ser a aposta por trás da guinada súbita do noticiário da Globo, acometido de uma inusitada indignação republicana. O editorial “A renúncia do presidente” foi divulgado no meio da tarde da última sexta-feira (19) e pede a saída de Temer com base em uma argumentação que não os constrange, contudo, em usar a Constituição para defender eleições indiretas. Isso após tê-la rasgado ao derrubar a presidenta eleita para promover o desmonte do Sistema de Seguridade Social previsto no texto constitucional de 88.
 
Desde a última quarta-feira (17/05), a sociedade assiste perplexa a uma saraivada de acusações, áudios, vídeos, comentários, fotos, que constroem um roteiro de promiscuidade e ilícitos envolvendo o governo Michel Temer, parlamentares e partidos, de um lado, e a J&F, do outro.

O fato de o atual ministro da Fazenda e potencial candidato à sucessão de Temer ter sido, até a queda de Dilma, executivo de ponta do grupo corruptor não mereceu destaque. Henrique Meirelles foi presidente do conselho de administração da J&F, de 2012 a 2016, e presidente do banco Original, controlado pela J&F, entre 2015-2016.

Totalmente digital e criado como projeto pessoal de Meirelles dentro do grupo, o banco Original não vai bem. Em março deste ano, segundo o jornal Valor Econômico, o Original vendeu sua marca à J&F, sua própria controladora, numa operação de R$ 422 milhões, que permitiu ao banco fechar o exercício de 2016 com lucro. Sem o negócio, teria apresentado prejuízo operacional de R$ 278,6 milhões no ano.

Meirelles assumiu na J&F em março de 2012 com a missão de criar estratégias para a expansão da empresa dentro e fora do país. Em matéria da revista Exame, na ocasião, Joesley Batista, o delator e um dos donos da J&F, explicava a contratação: “O Meirelles não vai ser apenas um consultor. Vai cobrar resultados dos executivos e traçar estratégias para a expansão do negócio”.

Nesse contexto, não é possível ignorar – política ou judicialmente – a participação altamente estratégica do ministro nas atividades da J&F. Tirar um presidente da República por seu comprometimento com um grupo empresarial e substituí-lo por um ex-funcionário e estrategista direto do mesmo grupo não pode ter motivação republicana.

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Redação

5 Comentários

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  1. Apesar de repetida

    Apesar de repetida exaustivamente,a argumentação de que o mordomo do planalto,preposto do golpe,precisa ser substituido por alguém com melhore condições de entregar as “reformas”,não procede.

    As ditas reformas estão em pleno andamento e,muito provavelmente, o pacote completo será entregue ainda neste semestre.

    Talvez alguém mais” gabaritado” consiga fazer um pacote mais completo,incluindo a volta da escravidão.

    Quem está em débito é a mão invisível do golpe que prometeu anistia a seus prepostos e não está conseguindo cumprir.

    A rebelião entre golpistas e prepostos está somente começando e,muito em breve a mão invisível deixará dde ser invisível e receberá nomes,sobrenomes e o quantum foi ‘investido” nesta aventura para destruir o país.

  2. Se Temer for cassado ou renunciar. . .

    Se Temer for cassado ou renunciar, imagino eu que o congresso sugeriria alguém como o ex ministro Nelson Jobim, que tem trânsito entre a esquerda e a direita e poderia conciliar a situação política e levar essa nau desgovernada, o Brasil à terra firme. Aliás, Nelson Jobim, também é uma sugestão do próprio Luis Nassiff. Mas, será que teriam a cara de pau de propor alguém como Henrique Meirelles, que quer porque quer implantar uma agenda ultra neoliberal no país, que só favorece os empresários e o capital rentista, e além de tudo não tem traquejo político de um cargo executivo em seu curriculum.

  3. Vladimir 19.59 h

    Boa percepção. 

    O problema pode ser explicado por uma passagem bíblica. 

    A besta realizará maravilhas. 

    Fiquem atentos, a mão invisível está agindo e criando o caos, seu ambiente preferido 

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