Meritocracia, desemprego e preconceito no mercado de trabalho, por Luciana Barreto

 
Jornal GGN – Em artigo publicado em seu site, a jornalista Luciana Barreto comenta a questão do preconceito no mercado de trabalho, citando pesquisa realizada nos Estados Unidos que afirma que “quanto mais clara a sua pele, mais oportunidade você tem, e mais fácil conseguir emprego”.
 
Luciana diz que é preciso derrubar os pilares do privilégio, da meritocracia e da discriminação inconsciente para vencer o preconceito no mercado de trabalho. Segundo o estudo, o empregador, inconscientemente, tem a tendência de melhorar a vida de pessoas que tenham características físicas semelhantes a dele, e também aponta que um homem branco com antecedentes criminais tem 5% mais chances de conseguir um trabalho do que um homem negro sem passagens pela polícia nos EUA. 
 
Para ela, existem muitas vantagens em se investir em diversidade do mercado de trabalho, mas o mundo empresarial ainda rechaça a ideia de diversidade. Leia mais abaixo:

 
Do site de Luciana Barreto
 
Meritocracia e (Des)Emprego
 
Uma pesquisa recente da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, comprovou o que nós, brasileiros, já sabemos: “quanto mais clara a sua pele, mais oportunidade você tem, e mais fácil conseguir emprego”. O estudo, batizado de “Diversidade no Mercado de Trabalho”, apresentou os maiores desafios dos empreendedores e também os ganhos com investimento em diversidade.

Vencer o preconceito no mercado de trabalho é, antes de tudo, derrubar três pilares: o privilégio, a meritocracia e o  que eles chamam de discriminação inconsciente e sutil. De forma simplificada, o estudo aponta que, sem ter consciência, o empreendedor tende a melhorar a vida de pessoas com as características físicas dele, ou seja, empresários brancos tendem a contratar homens e brancos, como ele próprio. Recheada de números, a pesquisa revela, por exemplo, que um homem branco COM antecedentes criminais tem 5% mais chances de ser contratado que um homem negro SEM qualquer passagem pela polícia nos Estados Unidos.

As vantagens de investir em diversidade no mercado de trabalho são muitas, especialmente para o fortalecimento da economia interna do país. Países que adotam a medida têm uma classe média robusta e mais chances de apresentar ideias e inovação. No entanto, no mundo empresarial, diversidade ainda é uma ideia rechaçada. Nenhuma nação alcançou o sexto degrau da escada que leva a um mercado que respeita às diferenças. Muitos países ainda estão no primeiro passo, a ‘Negação’, ou seja, estamos bem como estamos. Outros passam para a fase ‘Defensiva’ – já temos um grupo homogêneo e competitivo, não vamos mexer. Há os que ‘Minimizam as Diferenças’ ao relatar que não levam em conta as cores na hora de contratar e que todos são iguais. Nos Estados Unidos, grandes empresas já vêm encomendando estudos como esse e viabilizando cursos para seus gerentes, caminhando para o que chamam de ‘Aceitação’ – são novos tempos e vencerá quem se adaptar.

Aqui, uma brincadeira apelidada de Bingo do Privilégio.

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Redação

2 Comentários

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  1. Somos seres gregários, que

    Somos seres gregários, que tendem a beneficiar aqueles que aparentemente pertencem ao nosso grupo. Comportamento atávico, primitivo, tribal, situado no cerebelo ou cérebro reptiliano, o menos diferenciado. Mudar isso, só com muita conversa, educação, etc, etc. 

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