Ministério Público (suíço) investiga crimes da FIFA na Copa no Brasil

Jornal GGN – O Ministério Público da Suíça levantou mais evidências do sistema de propinas da FIFA, especialmente aqueles gerados na Copa de 2014, no Brasil. Investiga também os desvios de dinheiro da FIFA, ocorridos na Copa do Mundo no Brasil, segundo informações de Jamil Chade, correspondente do Estadão em Genebra.

Não há nenhuma indicação de que o Ministério Público brasileiro esteja colaborando com as investigações, apesar dos crimes terem sido cometidos em território brasileiro.

Meses atrás, Chade revelou o desconforto do FBI com o fato do Ministério Público Federal brasileiro ter sido o que menos colaborou na apuração dos golpes da FIFA, apesar do esquema ter-se originado no Brasil, através de João Havelange e Ricardo Teixeira.

Por trás dessa falta de ação está a suspeita do acordo tácito fechado com as Organizações Globo desde as manifestações de junho de 2013.

Do Estadão

Copa no Brasil previa quase R$ 90 milhões para Blatter e Valcke

JAMIL CHADE
 
Joseph Blatter e seus dois principais assistentes tinham contratos para receber cada um quase R$ 90 milhões em prêmios e bônus pela realização da Copa do Mundo no Brasil em 2014. Os dados fazem parte de contratos que estão sendo investigados pelo FBI e pela Justiça da Suíça que apontam para suspeitas relativas aos critérios estabelecidos para justificar os pagamentos aos cartolas. 

 
No total, a Fifa pagou para Blatter, Jérôme Valcke e Markus Kattner (vice­-secretário-­geral) a bolada de US$ 80 milhões (R$ 284 milhões) em apenas cinco anos em salários e prêmios. Os pagamentos geraram suspeitas depois que os contratos revelaram que o dinheiro foi garantido ainda em 2010 e previa que os valores seriam distribuídos até 2019, mesmo que Blatter, Valcke e Kattner fossem demitidos por justa causa de seus cargos na Fifa.
 
O que surpreende a nova Fifa, agora comandada por Infantino, é que os valores foram autorizados em acordos assinados pelos próprios beneficiários, sem qualquer consulta. Outra suspeita é de que parte dos contratos foram assinados ainda em 2010, antes mesmo da eleição de Blatter para a presidência da Fifa naquele ano. Para pessoas próximas ao caso, Blatter tinha contratos de US$ 12 milhões (R$ 42,46 milhões) por sua contribuição para realizar a Copa no Brasil em 2014. Valcke, que chegou a sugerir que o Brasil recebesse um “chute no traseiro”, ganhou mais US$ 10 milhões (R$ 35,38 milhões), contra US$ 2 milhões (R$ 7,08 milhões) para Kattner.
 
A mais rica Copa da história foi realizada com dinheiro público. Mas gerou uma renda recorde para a Fifa de US$ 5,7 bilhões (R$ 20,17 bilhões). Sem pagar impostos nem no Brasil nem na Suíça, Blatter insistia que o dinheiro e a renda do Mundial fossem revertidos ao futebol mundial, inclusive o futebol no brasileiro.
 
BUSCA NA SEDE DA FIFA
 
A polícia fez mais uma operação na sede da Fifa para obter informações e documentos sobre pagamentos para Joseph Blatter e Jérôme Valcke, ex­-dirigentes da entidade. O Ministério Público da Suíça confirmou a operação, realizada na noite do dia 2 de junho. A busca se referia aos contratos envolvendo os dois dirigentes, ambos já afastados da entidade por suspeitas de irregularidades. Um ano depois do início do processo contra a Fifa e com mais de 41 pessoas afastadas ou indiciadas, entre elas o ex­presidente da CBF, José Maria Marin, a nova operação revela que as investigações continuam e se aproximam cada vez mais da direção que comandou a entidade por décadas.
 
A busca ocorreu nas salas de Markus Kattner, vice­secretário­geral da Fifa até o dia 23 de maio e demitido por Gianni Infantino, dirigente máximo da Fifa atualmente. Ele teria fechado acordos com Blatter e Valcke considerados como suspeitos.
Redação

2 Comentários

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  1. desconfio que esse escandalo

    desconfio que esse escandalo que envolver a globo seja a moeda 

    de troca parA o conluio que a empresa fez com o mpf a fim 

    de viabilizaR O IMPEACHMENTE E SALVAR A GLOBO DAS INVESTIGAÇÕES AQUI…… 

  2. Estou começando a ler a

    Estou começando a ler a delação do Ceveró. 

    Começo sempre, a leitura,  pela a oitiva do investigado/ou réu – taquigráfica (pois não tenho os audios e vídeos). 

    A primeira que li, foi com o juiz instrutor do STF, lotado no gabinete do Teori.

    Lá tá, ele dizendo, que começou a ser investigado em 2012 (sim, 12) no Paraná, por valores que detinha na Suiça. Em que juízo? Não falou e nem perguntado sobre.

    Contratou advogados de lá(não sei quando) e matou a investigação pagando um x para enterrá-la, exatamente com fez Ricardo Teixeira. (lembram?)

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