Ministro da Defesa diz que há “paranoia exacerbada” com terrorismo

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A análise da equipe de governo do interino Michel Temer é que há uma “paranoia exacerbada” sobre o terrorismo pré-Olimpíadas no Rio. Pelo menos essa foi a consideração do ministro da Defesa, Raul Jungmann, após a tranquilidade manifestada pelo ministro de Justiça, Alexandre de Moraes, em tentativa de demonstração de controle com a prisão de 10 suspeitos de simpatizar, nas redes sociais, com grupos terroristas.
 
O ministro de Defesa de Temer admitiu que o evento esportivo causou um “momento de estresse”, que envolve um planejamento com “muita energia”. Mas acredita que a “espécie de paranoia exacerbada” com o terrorismo deve “diluir” com o início dos Jogos.
 
Da Folha de S. Paulo
 
Por MARCO ANTÔNIO MARTINS
 
Ministro da Defesa diz haver uma paranoia exacerbada pré-Olimpíada
 
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, considera que a 14 dias do início da Olimpíada há uma espécie de “paranoia exacerbada” em torno do tema terrorismo.
 
Jungmann voltou a afirmar que não há qualquer “ameaça consistente” de ação durante os Jogos. O ministro está no Rio desde a noite de quarta (20) e permanecerá na cidade até o domingo (24) quando as Forças Armadas darão início à operação de segurança para o evento. Nesta manhã de sexta (22), o ministro recebeu a Folha para uma entrevista na sede do CML (Comando Militar do Leste), no Centro do Rio.
 
“Estamos em um momento de estresse pré-grande evento. Este planejamento envolve muita energia. Há um diferencial hoje de que estamos tendo atos de terrorismo no mundo. Isso causa uma espécie de paranoia exacerbada. Acredito que, com o início dos Jogos, essa discussão vai sendo diluída e as atenções vão se voltar para os eventos, para os atletas”, afirmou o ministro Raul Jungmann.
 
As Forças Armadas terão, segundo o ministro, cerca de 22.000 militares no Rio durante a Olimpíada. Outros 3.000 militares estarão nos quartéis e apenas serão mobilizados em caso de situações de emergência.
 
Nesta manhã de sexta, o ministro se reuniu com 65 oficiais do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, no CML para uma avaliação dos exercícios realizados na cidade durante esta última semana. No sábado (16), os militares coordenaram uma ação de resgate em um trem, na estação de Deodoro, na zona oeste no Rio. No dia seguinte (17) houve um ensaio das forças de segurança para a cerimônia de abertura da Olimpíada. Nesta quinta (21) houve ações simuladas da tomada de uma embarcação na Baía de Guanabara.
 
“Nenhum dos serviços de inteligência do mundo registrou qualquer ameaça consistente, real, para a Olimpíada”, afirma Jungmann.
 
De acordo com o ministro da Defesa, todos os aviões ou navios que chegam ao Brasil estão sendo monitorados pelo setor de segurança e defesa envolvido no evento.
 
“Nenhum avião ou navio do mundo decola ou sai de um porto sem que tenhamos qualquer informação sobre os passageiros. Se isso ocorrer, a pessoa será recolhida e ficará sobre o crivo da segurança dos Jogos, sendo assim deportadas”.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

11 Comentários

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  1. Terrorismo à brasileira
    Não tem com que nos preocuparmos pois os nossos terroristas são amadores, que inclusive se entregam quando a coisa aperta. Nada como um governo usurpador para lidar com esta situação.

  2. O terrorismo é uma ameaça

    O terrorismo é uma ameaça real e não se deve brincar com isso. Deve estar acima inclusive da luta contra o governo golpista. No entanto, é fato, que será um tema a ser usado para desviar o foco do golpe. Eles, os terroristas, são inimigos de todos, no caso, do golpistas, da resistência democrática e de todas as delegações, independente de serem mais ou menos simpáticos ao golpe.

    Com certeza se houver um atentado, haverá aqueles que como no 11/09, aderirão à teoria conspiratória. O do WTC ajudou Bush. Um aqui poderia ter o poder de unir entorno da solidariedade ao governo brasileiro, a despeito de sua ilegitimidade 

    1. Eu também acho o terrorismo uma ameaça real, porém………

      Eu também acho o terrorismo uma ameaça real, porém, o terrorismo que estaríamos sujeito não é exatamente o mesmo que existe na Europa!!!!

      O que existe no velho continente são tensões de várias décadas causadas pela pressão que descendentes de pessoas que vieram do norte da África de segunda, terceira ou até mesmo quarta geração e achando-se franceses, alemães, ingleses ou o que valha, não conseguem se atingir os mesmos graus na hierarquia econômica e/ou cultural que os europeus em geral.

      Estes filhos, netos de imigrantes geralmente são completamente assimilados pela sociedade local, entretanto são assimilados com o mesmo status que teriam os seus ascendentes, ou seja, como pessoas que devem fazer atividades que os “filhos da terra” não querem fazer.

      Apesar de dominarem perfeitamente o idioma, conhecerem perfeitamente os hábitos e costumes locais, a visão que todos tem deles e que no fim eles tem deles mesmo não é de um “filho da terra”.

      Esta atitude é surpreendente, pois filhos de imigrantes até mais recentes de Portugal, Espanha e Itália, são considerados plenamente “filhos da terra”. Muitas vezes a interpretação é que as tradições muçulmanas impedem que estes tenham uma assimilação total, entretanto isto é totalmente falho e equivocado, há quatro ou cinco décadas, tanto os imigrantes e seus descendentes deixaram de lado estas tradições, porém como eram vistos como muçulmanos partiram para a busca de sua identidade. Esta busca de sua identidade em 99,99% dos casos não causa o mínimo problema a sociedade local nem aos mesmos, simplesmente retomam por algum tempo práticas religiosas que provavelmente na próxima geração será deixada de lado. Do restante 0,01% junto com esta tentativa de retorno as suas origens vem um sentimento de revolta contra a sociedade que não os integrou, e desta pequena fração pode ocorrer a radicalização como acontece com qualquer grupo de católicos, judeus, hindus e qualquer outra prática religiosa.

      Visto isto fica claro que no Brasil não houve até os dias atuais nenhuma clivagem por ascendência religiosa, principalmente em grupos como muçulmanos. Agora visto isto, pode haver o interesse de outras potências internacionais em desestabilizar o país, e estas potências podem reproduzir o mesmo fenômeno que ocorre, por exemplo no próprio Estados Unidos, onde agentes de segurança para mostrarem serviço e JUSTIFICAREM A SUA EXISTÊNCIA, são grandes animadores e incentivadores de grupos radicais. Podendo como em alguns casos já investigados produzirem grupos terroristas com pessoas que não queriam isto.

      Além disto há o mais grave e provável, a introdução de FALSOS TERRORISTAS para causar mudanças políticas em dados países e trazerem estes para o lado da intolerância.

      Fica claro que um bando de abestalhados que procuram armas pela Internet, não é o perfil de terroristas, porém a existência de fabricadores de “terroristas” é uma realidade que devemos conviver.

  3. Terrorismo sob encomenda ou bombas semióticas para midiotas.

    É profícua a historiografia no quesito uso político de ataques ou ameaças (verdadeiras ou falsas) para criar consensos baseados no pânico e justificando a supressão de direitos ou na demonização de grupos ou pessoas, os populares “bois de piranha” ou “inimigos números 1″…

     Com a conluio sempre obediente e cúmplice da mídia, fabricam-se histórias ou se manipulam eventos…O o verbo sempre a serviço de alguma verba e de algum tipo de pensamento hegemônico… Quer seja o incêndio do Reichstag alemão pelos próprios nazistas, o ataque japonês a Pearl Harbor, o plano Cohen de Vargas, as torres gêmeas de NY, as “armas químicas de Saddam”, determinados eventos dramáticos têm o condão de alterar rumos da História… Outro nem tanto, quer seja pela própria ausência de ambiente propício, quer seja pela pequenez nos atores e seus interesses… No afã de agradar seus patrões (os EUA), os golpistas temerários, que se autointitulam governo interino, fabricaram uma palhaçada para distrair a audiência, e testar a hipótese de uso da famigerada lei antiterrorismo, criada sob encomenda para criminalizar movimentos sociais… Engraçado que mensagens de ódio e ataques contra sedes partidárias (PT) aconteceram à larga, e nem o MP ou a PF acharam se tratar de crimes de terrorismo, embora seu modo de operação e execução se encaixem perfeitamente em delitos dessa natureza, muito mais esses bobocas que falam asneiras pela rede… A ação do golpista que ocupa a pasta da Justiça (argh!) é digna de um tipo surrado de sensacionalismo barato… O grande perigo, no entanto, dessas patacoadas feitas com dinheiro público para convencê-lo de que a enorme gama de dinheiro gasto com porcarias “antiterroristas” e o clima de exceção se justificam, é justamente a criação em alguns lunáticos idiotas do desejo e da coragem de agir, de verdade… Especialistas sérios em segurança, logo após o atentado da Maratona de Boston, indicaram que foi justamente a ação dos núcleos antiterror do FBI, alguns infiltrados, que dispararam o gatilho dos irmãos desajustados… De acordo com esses analistas, os agentes não só estimularam essas células de malucos para dar relevância a própria existência dos grupos antiterroristas, bem como “comeram mosca”, e subestimaram a capacidade dos débeis mentais de executar o atentado… Deu no que deu… Não foi à toa que mesmo encurralados e sob custódia, os autores foram fuzilados, sem dó, nem piedade…Com eles morreram suas conexões e os segredos obscuros do FBI no caso… No Brasil, alexandre de moraes parece não ter a dimensão daquilo que anda brincando…seria bom que ele continuasse a brincar de rambo nas selvas paraguaias, queimando plantações de maconha para entretenimento da classe mé(r)dia midiota… Já na Alemanha, os delírios semióticos são divulgados com roteiro conhecido… Em Charleston, nos EUA, quando negros foram atacados em uma igreja por um supremacista branco, em ato de ódio político definido nos manuais como terrorismo, a mídia correu a isolar o assunto como manifestação patológica, afinal, na definição corriqueira (e midiota) de terrorismo só há lugar para o Islã… O engodo se repete da Alemanha, e o ataque inspirado nos assassinatos da Noruega, movidos por ódio de extrema-direita, também está sendo tratado como um caso de “loucura”, assim como o caso do co-piloto alemão que espatifou a aeronave durante um voo rumo a Berlim… Ou seja: Terrorismo é só coisa de muçulmano, assim como tráfico é só coisa de preto e favelado…Se for meia tonelada de pó em helicóptero de senador é só um azar da porra…coitado, não deu sorte com o piloto, tadinho… E cuidado, colega comentaristas, não mencionem Islã, Isis, Estado Islâmico ou Al Qaeda, nem muito menos xingue os EUA ou qualquer outro país do “eixo-do-bem”….

     

  4. O terrorismo serve a inumeros

    O terrorismo serve a inumeros propositos, inclusive a de justificar toda e qualquer  abolição de garantias individuais democraticas, como a prisão de Guantanamo,  é um instrumento utilissimo para aprendizes de ditadores.

    Hitler usou do atentado contra um conselheiro da Embaixada alemã em Paris para desencadiar a “” Noite dos Cristais”

    onde foram destruidas 2 mil lojas  e assassinados 91 judeus.

    Se o terrorismo não existisse precisaria ser inventado, é um ADITIVO no combustivel dos ditadores em potencial.

  5. O Brasil já é um terror.

    Mais terrorista do que os proprios policiais brasileiros acho bem dificil.

    A diferença é que os terroristas internacionais não atiram só em pobre preto.

  6. Até o Jungmann, que não tem

    Até o Jungmann, que não tem qualquer cacife para ser ministro da Defesa, acha que há um exagero. O que pensar do resto?

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