Ministro interino levanta incertezas sobre arrecadação

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Estimativa para meta fiscal será divulgada até quinta-feira
 
Jornal GGN – O ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, declarou que existem diversas incertezas quanto ao volume de arrecadação para este ano, principalmente com relação à repatriação de recursos do exterior, apesar da renegociação das dívidas de 25 unidades da federação efetuada no mês passado – o que deu seis meses de carência nas parcelas até dezembro, e posteriormente as parcelas terão descontos que serão reduzidos de maneira progressiva. Apesar das dúvidas, Oliveira defendeu a projeção de déficit nas contas públicas no valor de R$ 170 bilhões, que levam em conta “elementos imprevisíveis”.
 
 
Da Agência Brasil
Ministro diz que ainda existem incertezas sobre arrecadação neste ano
Daniel Mello
 
 
O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Dyogo Oliveira, afirmou hoje (5) que o governo ainda tem incertezas sobre a arrecadação deste ano.
 
“Temos ainda muitas dúvidas pelo lado da receita. Em particular, em relação à arrecadação da chamada repatriação [de recursos do exterior]”, disse Oliveira, após participar de uma reunião com dirigentes empresariais do ramo de infraestrutura na Federação ads Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
 
A Lei da Repatriação foi uma das medidas tomadas pelo governo, antes do afastamento da presidenta Dilma Rousseff, para tentar reequilibrar as contas públicas. A nova norma permite, mediante pagamento de imposto e de multa reduzida, regularizar recursos mantidos no exterior sem declaração à Receita Federal. A estimativa era que fossem arrecadados até R$ 21 bilhões com a medida.
 
O ministro falou sobre as dúvidas quanto à arrecadação ao defender a projeção de déficit nas contas públicas de R$ 170 bilhões neste ano, que, segundo Oliveira, levam em consideração elementos imprevisíveis. “Algumas pessoas, que inicialmente fizeram a avaliação de que a meta de R$ 170 bilhões embutia alguma folga, estão hoje percebendo muito claramente que estávamos muito corretamente avaliando os riscos que havia na economia. Basta citar o exemplo da questão dos estados, que foi uma negociação difícil, concluída com bom êxito, mas que enseja um impacto fiscal relevante”, acrescentou.
 
No mês passado, o governo federal renegociou as dívidas de 25 unidades da federação. Pelo acordo, os estados e o Distrito Federal terão carência de seis meses nas parcelas até dezembro. A partir de janeiro, as prestações terão descontos, que serão progressivamente reduzidos até julho de 2018.
 
Com o acordo, os estados terão 100% de desconto nas parcelas de julho até dezembro. A partir de janeiro, o desconto cai para 10 pontos percentuais a cada dois meses, até ser zerado em julho de 2018, quando os estados voltarão a pagar o valor integral das prestações.
 
“Não há folga. Muito pelo contrário, temos trabalhado de forma muito cautelosa, muito realista. Isso trará, ao longo do tempo, confiança e credibilidade para o governo”, disse Oliveira sobre o orçamento.
 
Meta fiscal de 2017
 
Sobre a meta fiscal do ano que vem, o ministro disse o importante é que a programação traga credibilidade para o governo. “O que precisamos é apresentar uma programação fiscal que seja extremamente clara, transparente, e que traga credibilidade. É preciso que não haja nenhuma dúvida de que o que for apresentado amanhã é uma meta realista, factível e traga para os agentes econômicos, não só o mercado financeiro, mas também os investidores e industriais, a certeza de que o país tem uma programação fiscal saudável e terá, no longo prazo, uma trajetória de dívida estabilizada.”
 
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, informou hoje que a meta fiscal estimada pelo governo para o ano que vem será divulgada até quinta-feira (7).
 
O Governo Central (Previdência Social, Tesouro Nacional e Banco Central) fechou 2015 com o maior déficit primário da história, de quase R$ 115 bilhões, ou 1,94% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país). Este ano, a equipe econômica da presidenta afastada Dilma Rousseff pretendia reduzir o déficit para R$ 96 bilhões.
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

2 Comentários

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  1. Mais uma cagada do “governo

    Mais uma cagada do “governo interino”?

    Que novidade.

    Nao dava pra aprender a fazer contas nao?  Aprenderam NADA com Dilma?  Nem con Lula?

    Entao que cobrem DOS EMPRESARIOS.

  2. Os assalariados dificilmente

    Os assalariados dificilmente conseguirão escapar…

    Mas os empresários que apoiaram o golpe irão RELIGIOSAMENTE DEPOSITAR SEU RICO DINHEIRINHO NA CAIXINHA DO GOVERNO?

    Para Temer bater palmas para o congresso, anistiar governadores, CONFIANDO QUE OS TRABALHADORES VÃO PAGAR A CONTA VIA REDUÇÃO DE SERVIÇOS PUBLICOS OFERECIDOS?

    A conta vai sair salgada para os empresários e povo, coitado do povo que VAI TER QUE SE POSICIONAR!

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