Mobilizações para blindar Temer fracassam, por Lindbergh Farias

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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por Lindbergh Farias 
 
A síntese das manifestações de domingo: apesar do intenso apoio midiático e da estrutura de convocação pela rede, os atos de hoje – “contra a corrupção” e em apoio ao juiz Moro – tiveram queda significativa de mobilização. Em Brasília, o ato foi muito menor do que o protagonizado pelo movimento estudantil na última terça, contra a PEC 55; em São Paulo, a mobilização impulsionada pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, no domingo passado, também foi significativamente maior do que a passeata da dobradinha Vem Pra Rua / MBL, apesar do incentivo global ao ato pró-Moro.                        
 
Poderia ser diferente em atos de convocação de pauta alienada, que não interage com a maioria da população? O país passa pela maior crise econômica da história e não existe uma reivindicação econômica nas manifestações de hoje. O bordão “é a economia, estúpido” jamais esteve tão atual: o desemprego grassa, a pauta do governo é a retirada de direitos em ataques sucessivos e as manifestações de hoje simplesmente viraram as costas pra isso; um brado etéreo contra a corrupção, a sacralização do Poder Judiciário, a romantização de um “justiceiro” guardando, ao mesmo tempo, a devida blindagem ao governo Temer, que derrete a olhos vistos.

 
Ao fim e ao cabo, este é o intuito dos movimentos que criminalizam o legislativo e manipulam a pauta nacional: desviar o foco da crise do governo Temer, atolado na própria ilegitimidade, incapaz de dar respostas de curto prazo ao país e assombrado pelos escândalos de seus próprios membros. O mantra da “confiança” perdeu o prazo de validade e as projeções para 2017 indicam um país mergulhado no caos social e econômico. É preciso reconstruir o pacto democrático da sociedade brasileira para, com legitimidade popular, enfrentar o debate da agenda mais importante para o país: o desemprego e a desigualdade social. Algo que este governo sem voto não tem condições de fazer, e que os MBLs da vida, assolados pela indigência intelectual e desonestidade política, nunca irão defender em suas mobilizações a serviço de patos amarelos e interesses da banca.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

15 Comentários

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  1. Piquenique global

    De dia domingo, com apoio simpático da policia, levando meninos, sem futebol para não ter que dividir coxinha. Tudo bonito, tudo perfeito e, ainda, com a filmagem espetacular da Globo no dia todo.

    Um protesto “big brother”. Mas, nem com isso conseguem mobilizar mesmo o povo brasileiro.

    Renan e parlamentares de bom senso, não cedam a esse remedo de manifestação fashion nem à amplificação feita pela rede Globo.

    1. Eu so espero que os proximos

      Eu so espero que os proximos protestos dos movimentos sociais,sejam também no domingo.Quero só ver como sera a cobertura da globo.Sera que vai ter chamadas ao vivo o dia inteiro?

  2. CREIO QUE PODEMOS NOMEAR OS

    CREIO QUE PODEMOS NOMEAR OS DOIS MOVIMENTOS DA SEGUINTE FORMA:

     

    1 – DO TRABALHADOR :

    Povo Sem Medo e Brasil PopulaR;

    2 – DO APOSENTADO ESTATUTÁRIO E PENSIONISTA: 

    Vem Pra Rua / MBL

  3. LULA REAPAREÇA COMO LÍDER, É O QUE NÓS QUEREMOS E ESPERAMOS

    Quando Lula va surgir novamente como nosso lider da esquerda? Daqui a pouco o juiz que só trouxe prejuízo ao Brasil abraçará a causa e será o mais novo Berluscone.

  4. A rede globo é uma

    A rede globo é uma vergonha,

     esconde as passeatas quando quer e tenta incentivar alguns malucos que querem a volta da ditadura, Brizola estava certo, é só ver em qual lado está a rede globo e escolher o oposto……

     

     

    1. Eu disse aqui em comentário,

      Eu disse aqui em comentário, em síntese… quando a globo soltou a nota a respeito:

      “somente foi um errinho”

       

       

  5. A frase mais profundamente filosófica foi dita ontem

    Ontem, no palanque dos Coxinhas, a Filosófa Regina Duarte, do fundo do seu âmago, soltou a seguinte pérola:

    “Os que aqui estão sabem que precisam estar aqui”.

    Que filosifia profunda. Gente, ao ouvir essa frase eu arrepiei todos os meus cabelos. Que frase linda. Viva a Regina duarte

  6. Desonestidade política

    São todos desonestos politicamente.

    Os ativistas do judiciário que se dizem a-politicos e perseguem politicamente o grupo oponente.

    Os deputados e senadores que fazem um julgamento político de uma presidente que não cometeu nenhum crime, à revelia da CF.

    O STF que não julga o mérito, mas a forma, como se lavar as mãos impedisse a desonestidade politica de seus atos.

    A mídia golpista que esconde as manifestações contrárias ao que está ai, e que dizia que os atos verde-amarelos tinham mais gente que os vermelhos, sendo que as fotos provavam o contrário. Que escondem os maus feitos de seus pares, enquanto usam pós-verdades contra seus desafetos. Como se não fossem partidários.

    Os funcionários públicos valorizados como nunca nos governos do PT mas que faziam greves por mais regalias e defenderem em suas páginas em facebooks da vida o candidato derrotado, aquele que representa o partido do Piores Salários Do Brasil. Os participantes do golpe conseguiram mais regalias, mas o restante está vivendo perseguição.

    Os representantes da bancada evangélica e simpatizantes da ditadura que pregam a moral enquanto são a-morais (e i-morais), no melhor estilo “faça o que eu digo mas não o que eu faço”.

  7. Do verbo SER

    Como de ha muito eu não perco meu tempo assistindo essa emissora que aliena  amebianos, se bem que eu nem sei se isso é possível, e como  também já não assisto as outras papagaios que repetem tudo que a “emissora mor” deles propaga sem questionarem nada e muito menos dar  bola ao  “ouvir o outro lado”, coisa minimamente básica num bom jornalismo, somente hoje fiquei sabendo que uns certos  dois milhões  evaporaram. Cá pra nóis, esses que já foram cunha e hoje são todos moros, amanhã continuarão sendo o que sempre foram: otários.

  8. A queda do volume desses

    A queda do volume desses protestos prenuncia a transformação da PEC 55 na principal pauta das eleições de 2020 e 2022 (ou mesmo já agora em 2018), o desnudamento do rentismo e do sistema não-autônomo de dominação da elite “brasileira’. 

    Isto tudo leva a uma avalanche da esquerda – a única forma de revogar a PEC será com eleição de congressistas de esquerda em número suficiente para fazer muito mais que apenas revogar a PEC – o contragolpe. 

    No entanto, é mesmo possível concluir que os estrategistas do sistema de dominação do Eixo City-Wall Street não previram isto? Se sim, o que nos espera em 2018? O que será feito para evitar a avalanche da esquerda? 

    A resposta está nos países que passaram pela primavera árabe e na velha máxima greco-romana que já está sendo aplicada intensamente desde de 2013: divide et impera

  9. Diante da fraqueza do Temer, o próprio PSDB fará o serviço sujo

    O plano da elite era derrubar a Dilma e colocar o Temer em seu lugar, para fazer o serviço sujo, poupando o PSDB, o qual receberia o poder das mãos do Temer, sujas do sangue da população. Com a incompetência do Temer, parece que o próprio PSDB vai ter ter que esfaquear a população para entregar seu sangue aos banqueiros.

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